quarta-feira, 29 de junho de 2016

OBSERVADOR - 29 DE JUNHO DE 2016

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!

Enquanto dormia
O terror voltou à Turquia e aos aeroportos. Duas explosões e um tiroteio levados a cabo por três terroristas no principal aeroporto de Istambul fizeram entre 36 (confirmados) e 50 (possíveis) mortos e cerca de 150 feridos. O ministro turco da Justiça admitiu a hipótese de ser um ataque do Estado Islâmico, muito embora ainda não tinha havido reivindicação. Os vídeos são arrepiantes.

O atentado tem muitas semelhanças com o de março em Bruxelas. Também aconteceu num dos aeroportos mais movimentados do mundo na zona de check in. A pergunta que se coloca é pois como aumentar a segurança nos aeroportos. Israel pode ter a solução.

Era a admissão que faltava. Mário Centeno já assume que a economia tem de acelerar (e bastante) para crescer 1,2% (as previsões mais pessimistas da OCDE, já que o Governo apontava para 1,8%). A revisão das projeções deverá ser feita em outubro, aquando do novo Orçamento (com ou sem retificativo?). A culpa é da procura externa, por causa sobretudo de Angola e do Brexit, justifica o ministro das Finanças em entrevista ao Público.
Ontem à noite a UTAO já tinha avisado: a CGD e o Brexit podem aumentar o défice deste ano.

No Novo Banco, António Ramalho pode suceder a Stock da Cunha. O atual líder das Infraestruturas de Portugal e antigo vice-presidente do BCP é consensual para o Governo e para o Banco de Portugal (a quem cabe a nomeação). O prazo de ofertas pela compra do Novo Banco termina amanhã. A notícia é do Negócios.


Brexit
O Brexit é inevitável depois do referendo? Há assim tantos arrependidos de terem votado 'leave'? Os defensores da saída da UE já estão prontos a voltar atrás? Os mercados afundaram-se ou não? A Escócia pode manter-se na União Europeia? Quando é que o Reino Unido vai ter mesmo de sair? E ficará realmente isolado da Europa? As 7 grandes verdades e mentiras do Brexit neste fact check especial preparado e confirmado pelo Edgar Caetano e pela Vera Novais.

Os EUA são dos que acreditam que ainda pode haver volta atrás. John Kerry acha que o Brexit pode nunca vir a ser implementado e que há formas de evitar que o Reino Unido saia da UE. Outro tipo de ideias, todos pós Brexit, tem o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. Vamos seguir todas as notícias do dia num liveblog que já está aberto.

Ontem foi um dia muito movimentado que também acompanhámos em direto de manhã à noite. Em Bruxelas, houve ataques de Juncker, contra-ataques de Nigel Farage e uma despedida emocionada e triste de Cameron. Em Londres, Jeremy Corbyn perdeu a confiança de 81% dos deputados trabalhistas mas recusou demitir-se da liderança do partido. No mundo, a multinacional Virgin anunciou que vai cancelar investimentos no Reino Unido que põem em causa milhares de postos de trabalho. 

E enquanto a discussão política acontece, sucedem-se os ataques racistas e xenófobos no Reino Unido. Quatro portugueses contam histórias de violência, a sede da comunidade polaca em Londres foi vandalizada e há um vídeo no metro de Manchester que fala por si.

O Brexit está a inspirar vários outros movimentos independentistas. Dentro da União Europeia e fora. Só nos Estados Unidos, há pelo menos três estados a pensar no mesmo: teremos um Frexit, um Texit ou um Auexit?

(Outra) Informação relevante
Primeiro o secretário de Estado do Emprego disse não ao fim da apresentação quinzenal obrigatória dos desempregados nos Centros de Emprego. Dias depois, na convenção do Bloco de Esquerda, Catarina Martins anunciou como certa a revogação da medida. Agora o Governo já aceita discutir o assunto e o tema vai esta tarde ao Parlamento. Vieira da Silva vai reverter uma medida de Vieira da Silva?

Do Emprego para o Ambiente. O secretário de Estado com a pasta ambiental recebia subsídio de alojamento (qualquer coisa como 360 euros líquidos por mês) apesar de viver em Cascais porque a sua morada oficial era no Algarve. A polémica estalou, a explicação demorou e no fim Carlos Martins anunciou que prescindia daquela ajuda, não por ser ilegal, mas para preservar a sua imagem e a do executivo. A justificação veio via timeline.

Outra polémica, esta na Saúde. Uma jovem de 19 anos foi 11 vezes às urgências do hospital de Penafiel entre de 2010 e 2013, tendo sido vista por sete médicos que nunca a mandaram fazer exames. Diagnosticaram-lhe ansiedade. Morreu com um tumor de 1,670 kg no cérebro. Agora, três anos depois, à investigação em curso do Ministério Público juntam-se outras quatro: da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), da Administração Regional de Saúde do Norte, da Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e da Ordem dos Médicos.

E, não podia faltar, haverá ou não sanções de Bruxelas a Portugal e Espanha por défice excessivo? António Costa já prepara um discurso justificativo para o que surja dia 5: "Infelizmente, a Comissão Europeia já me desiludiu suficientes vezes", disse.

Para variar de temas, fica um guia rápido para o futebol da próxima época, com as principais mexidas nos três grandes, Benfica, Sporting e FC Porto, que já arrancaram a preparação.



Euro 2016
Parece difícil de acreditar, mas não é a primeira vez que a seleção inglesa é humilhada. 66 anos antes da derrota de segunda-feira frente à surpreendente Islândia que pôs os ingleses fora do Europeu, um 'cangalheiro' americano eliminou a Inglaterra do Mundial de 1950. O Hugo Tavares da Silva desenterrou esta história fantástica.

Por falar em Islândia, as comemorações dos islandeses são tudo menos geladas. Mas o melhor é ver. Ou ouvir.

O momento em que toca o hino é, aliás, sempre especial. Quer dizer, umas vezes mais que outras. O maestro António Victorino d'Almeida, que delira com a Islândia (o "Tondela do Euro", diz ele) e acredita em Portugal, escolhe os melhores e os piores hinos deste Europeu.



Os nossos Especiais
O vídeo do novo tema de Kanye West, 'Famous', está a ser mais discutido pela imagem que pela música. (sim, é essa foto em que está a pensar, aquela com muita gente famosa nua e na mesma cama). Mas outro músico, David Fonseca, quis despir-se de preconceitos e escrever a sério (e bem) sobre West, de quem, confessa, é fã. O ex-Silence Four chama-lhe um punk-rocker versão 2.0.

Eze Vidra é considerado uma das pessoas mais influentes do mundo da tecnologia, multipremiado no setor e ex-managing partner da Google Ventures, o fundo de investimento em capital de risco do gigante tecnológico na Europa. A também multipremiada Ana Pimentel falou com ele a correr no aeroporto de Lisboa. Tempo suficiente para Vidra lhe dizer que não há bolhas tecnológicas, mas que é altura das pessoas deixarem de ser unicórnios e passarem a ser baratas para sobreviverem à guerra nuclear que por aí vai.


Notícias surpreendentes
O que faria se numa esplanada lhe aparecesse uma menina sem abrigo, suja, rota e desgrenhada? E se essa mesma menina estivesse bem vestida, penteada e cheirosa? A UNICEF mostra as reações diferentes neste vídeo emocionante para alertar para as crianças sem casa. Até a pequena atriz chorou.

Sabe porque é que come mais quando bebe? Sugestão: não se deixe levar pela sede que o calor sempre provoca. Afinal  já estamos no verão e com as férias à porta.

Outra sugestão: se usa o Google Chrome tenha muito cuidado com as notificações. Aquelas mensagens a dizer que um amigo o identificou no Facebook são afinal um vírus para uma fraude informática.

E eureka!, parece que já se sabe para onde vão as meias que desaparecem na máquina de lavar. Vocês sabem do que estou a falar.

Uma última proposta. As fotos dos grandes monumentos pelo mundo fora quando ainda não estavam acabados. Surpreenda-se.


Boas sugestões, surpresas, belas imagens e muita e rigorosa informação. É assim o Observador. Clique e poderá comprovar.

Um dia feliz e produtivo. 


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EXPRESSO - 29 DE JUNHO DE 2016

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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Luísa Meireles
Por Luísa Meireles
Redatora Principal
 
29 de Junho de 2016
 
Porque estão aqui?
 
Ontem, foi a frase do dia. Foi o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker que a pronunciou, num aparte dirigido aos eurodeputados britânicos eurocéticos, a meio de um discurso sobre o Brexit no qual solicitou ao Reino Unido que “clarificasse a situação o mais rapidamente possível”. Foi numa sessão extraordinária do Parlamento Europeu com a presença de Juncker e de todo o colégio de comissários, a qual votou uma resolução sobre o assunto. Os eurodeputados não estiveram com meias palavras: “Se é para sair, é já” e assim votaram.

A outra frase, mas da noite, é da autoria do primeiro-ministro britânico David Cameron, que no último jantar em que participou com os seus homólogos num Conselho Europeu, disse sobre o referendo: "lamento, mas não me arrependo". É o homem que "se arrisca a ficar na História como o líder político que desfez o Reino Unido (a Escócia está à espera) e deu uma contribuição decisiva para acelerar a desintegração europeia", como disse Teresa de Sousa. Na reunião do Conselho de ontem, os chefes de Estado e de Governo debateram outros temas, como as migrações, emprego, crescimento e investimentos e relações exteriores e chegaram a estas conclusões..

Pausa. Ocorreu ontem mais um violento atentado na Turquia, desta feita no aeroporto de Istambul, um dos mais movimentados do mundo. O balanço de vítimas era, até ao momento, de 38 mortos, 100 feridos. Três homens chegaram num táxi, começaram a disparam e depois fizeram-se explodir. Eis o momento, filmado por uma câmara. Ninguém ainda reivindicou o ato, que tudo indica parece ter sido cometido por radicais islâmicos.

Brexit outra vez. Para além do Conselho Europeu, que hoje pela primeira vez já só reúne a 27, a reunião do Parlamento Europeu ficou marcada por grande turbulência. Nigel Farage, líder do UKIP e campeão da guerra pelo Brexit, agitou os ânimos, invectivando os seus colegas eurodeputados, acusando-os de nunca terem trabalhado na vida (veja o reality check do Guardian). Estes acabaram por ovacionar de pé o eurodeputado escocês que lhes pediu: “A Escócia não vos desiludiu, não desiludam a Escócia”. Aconteceu tudo numa sessão extraordinária do Parlamento Europeu com a presença de Juncker e de todo o colégio de comissários, a qual votou uma resolução sobre o assunto. Os eurodeputados não estiveram com meias palavras: “Se é para sair, é já” e assim votaram.

Pois o tema do momento, caro leitor, é e continua a ser o Brexit. Ou até Nexit (a negação do dito), como se tudo se passasse de um sonho mau. Até nova ordem, o Reino Unido ainda não acionou a célebre cláusula do divórcio e os parceiros estão dispostos a dar-lhe mais tempo. Mas não será por causa da saída do Reino Unido que o inglês deixará de ser língua oficial na União, como alguns (franceses) já queriam.

Em Londres, a agitação continua, com manifestações contra o Brexit e repercussões políticas de peso. A votação da moção contra o líder trabalhista Jeremy Corbyn é elucidativa mas, por enquanto, este não se demite (se preferir a versão original, aqui). Se à turbulência trabalhista se juntar a vontade dos conservadores de só ter eleições em novembro, não é tão cedo que a situação estabilizará. Para além de que, do ponto de vista social, a coisa pode por-se feia devido aos atos de racismo, como mostra este vídeo no metro de Londres. A Renascença também se interroga se o Brexit deu autorização aos ingleses para serem xenófobos. Do lado de lá do Atlântico, também estão preocupados.

O primeiro-ministro abordou o assunto em Bruxelas (aqui em entrevista), onde se deslocou para a reunião do Conselho Europeu. Entretanto, na conferência do Estoril, Durão Barroso avisou que podem vir aí muitas surpresas porque o processo de separação “vai ser resolvido muito dificilmente, vai demorar tempo e trazer muita incerteza para a Europa e o mundo”. É uma "página dramática na história da União". A título de exemplo, repare no que pode acontecer aos investimentos da UE. Vale a pena também a pena ler o Paulo Sande sobre o assunto, embora a sua máquina de tempo esteja um pouco avariada. Em contra-corrente, o economista Nouriel Roubini (o tal que previu a crise de 2008 e costuma fazer prognósticos catastóficos) diz que a crise por causa do Brexit vai ser limitada. Menos mal! Por isso, talvez não seja demais lembrar o apelo à calma do Presidente americano Barack Obama: “carregou-se no botão de pausa no processo de integração europeia”. Sábias palavras.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
O Governo já admite que a economia nacional vai crescer menos, diz o ministro das Finanças Mário Centeno hoje no Público. A procura externa e o Brexit são duas variáveis que estão a baralhar as contas do ministro.

Centeno diz também que "as decisões sobre as sanções não são algoritmos, são políticas". A possibilidade dessa ocorrência preocupa o Governo e continuaremos a falar dela até pelo menos 5 de julho, data da reunião do colégio de comissários que decidirá o tema (embora a última palavra seja do Conselho Europeu). Ontem, António Costa mostrou-me menos otimista que o habitual (“Infelizmente, a Comissão Europeia já me desiludiu suficientes vezes”, disse) face aos três cenários possíveis, enquanto Passos Coelho afirmou que seria “uma vergonha”. Mas vergonha mesmo foi a resposta do vice-presidente da Comissão Valdis Dombrovski a Passos, de que a França não foi sancionada porque tentou corrigir o défice e Portugal não. Se quiser ler opinião, leia o que diz o Henrique Monteiro.

Também em tom de opinião, mas sobre a proposta do Bloco de Esquerda de fazer um referendo à UE em caso de sanções a Portugal, tem aqui estes dois artigos: o do Daniel Oliveira e o do Martim Silva.

Antes de continuar, não nos esqueçamos do Euro, onde se joga amanhã mais um mata-mata para Portugal e ainda não se esqueceram os ecos da vitória da Islândia sobre a Inglaterra (Eurexit). Sorry. O Pedro Candeias foi ótimo a contar esta história improvável.

Quanto ao mais, ao fim de três dias acabou o caso original do secretário de Estado do Ambiente que deu como casa de morada de família uma residência no Algarve para ter direito a subsídio de alojamento (e pagar o empréstimo). Vivia em Cascais. Políticamente, estava a tornar-se insustentável (PSD e BE tomaram posição) e alguém pôs ordem na casa (do Governo, não dele). Todo o caso está relatado aqui.

E, já agora, continuando na saga da aplicação das 35h na função pública, há uma nova ameaça de que nem tudo corre bem na Saúde. Desta vez são os enfermeiros a prometer greve... se for por diante a proposta do Governo que permite até 50h de trabalho por semana. Entretanto, os hospitais voltam a adiar pagamento a fornecedores (no Negócios, mas só para assinates). Na educação, a aplicação da lei também está a causar preocupação nas escolas, que admitem cortar serviços.

Os operadores privados (SIC e TVI) contestaram a decisão de atribuir mais canais à RTP (com publicadade) na TDT. "Distorção de mercado", alegam.

Se ainda tiver tempo, não deixe de ler esta arrepiante e triste história de negligência médica grosseira, que levou à morte de uma jovem de 19 anos depois de 11 (onze!!) idas ao hospital. Tinha um tumor de 1,6 kg na cabeça.

E outra notícia perturbante: mais uma mãe que mata o filho e se mata a ela. Era uma guerra sobre a custódia do filho. Não há palavras.


LÁ FORA
Espanha. O resultado das eleições gerais de domingo passado não deram resultados claros, mas o líder do PP, Mariano Rajoy, confia que poderá fazer um Governo em minoria, com a abstenção do PSOE. Será? Terceiras eleições é que não, dizem os espanhóis, e com razão, a propósito da eleição com mais abstenções de sempre.

BCE. No Fórum dos bancos centrais, reunido em Sintra, fizeram-se várias advertências: que as políticas monetárias têm de estar alinhadas, entre outras coisas, para combater o perigo da deflação. Mas o seu presidente, Mario Draghi, viajou mais cedo para Bruxelas, onde preveniu os líderes europeus que espera uma redução de 0,3 a 0,5% do PIB europeu por conta do Brexit.

França. A lei do trabalho continua a fazer desfilar manifestantes nas ruas das cidades. Interessante este trabalho do Huffington Post.fr sobre o mesmo tema, comentando os números da mobilização, segundo os sindicatos ou a política. O abismo nas contas é o mesmo. Lá... e cá.

Estados Unidos. Eleições presidenciais. Donald Trump continua na onda das notícias. Desta vez promete rasgar os tratados comerciais e enfrentar a China. Se o candidato tem tudo para escandalizar, a verdade é que a comunicação social amplifica bastante a mensagem. E também neste país, não é de espantar que os números mostrem uma crescente polarização dos rendimentos, Segundo o FMI, desde os anos 70 que os rendimentos da classe média se afundam, uma tendência preocupante em todos os sentidos.

FRASES
"É absolutamente ridículo estarmos a discutir 0,2% da execução orçamental do anterior Governo", António Costa, em Bruxelas, sobre a a eventualidade de sanções a Portugal.

"Portugal não precisa de líderes rendidos a esta lamentável cultura de afetos", Graça Canto Moniz, responsável do Gabiente de Estudos do CDS-PP, sobre o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa

"É a última vez que aplaudem aqui. Até certo ponto estou muito surpreendido que aqui estejam. Estão a lutar pela saída da União Europeia. O povo britânico votou a favor da saída. Porque estão aqui?", Jean-Claude Juncker, aos eurodeputados britânicos que defendem o Brexit

"Duvido que Londres possa continuar a ser a capital financeira da Europa", Durão Barroso, na conferência do Estoril.

"Considero inaceitável que um membro do Governo (...) recorra, no fundo, a uma pequena burla para ganhar mais uns tostões", Duarte Marques, deputado do PSD, sobre o caso do secretário de Estado que recebia subsídio de alojamento.


O QUE DESISTI DE LER
Como uma infinidade de outros leitores, fui fascinada pela Trilogia do Millennium, do sueco Stieg Larsson, já falecido. Li-os sofregamente, sempre dividida entre a ansiedade de acabar de ler e a tristeza de terminar o relato das aventuras da hacker Lisbeth Salander e do jornalista Mikael Blomkvist. No outro dia, quando deparei na livraria com o “4º livro da saga”, nem hesitei. Deceção completa. David Lagercrantz, o escritor que se propôs continuar a série, não me convenceu com “A rapariga apanhada na teia de aranha” (Publicações D. Quixote). De todo. Não consegui passar de umas dezenas de páginas, sempre com a sensação de estar a mastigar em seco. Não sei se foi ele que me cansou ou se fui eu que me cansei da história.

Em jeito de compensação, sugiro-lhe outras leituras. António Vitorino, por exemplo, num sucinto estudo sobre o divórcio britânico publicado pelo Instituto Jacques Delors, a que preside. Ou sobre o mesmo assunto, este outro do britânico Charles Grant, presidente do Center for European Reform. Ou então, porque não vídeos? Se se interessa pela herança humana, não deixe de ver este: Uma viagem pela ADN, extraordinária. Devíamos ser todos obrigados a fazer tal exame, que de certeza não votávamos contra os imigrantes. Ou então este, uma espetacular versão de pura arte do Lago dos Cisnes: “Como os quatro pequenos cisnes se transformaram em quatro pequenas rãs”. Vá lá, são só 1:39. E deslumbre-se!

Tenho a certeza que assim começará um bom dia!

Nós estaremos sempre por cá. A todo o momento, no online, à distância de um click, ou às 18h, para uma leitura mais aprofundada do dia, no Expresso Diário.
 
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