terça-feira, 29 de março de 2016

OBSERVADOR - 29 DE MARÇO DE 2016


360º -- Mais uma Comissão de Inquérito: as 7 perguntas para para entender o caso Banif

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia
Um avião da Egypt Air foi desviado para o Chipre por um “pirata do ar” com um cinto de bombas. O voo, que fazia a ligação doméstica entre Alexandria e o Cairo, tinha 55 pessoas a bordo quando aterrou (10 serão norte-americanos e 8 britânicos). Os sequestradores deixaram primeiro sair mulheres, crianças e egípcios e mais tarde alguns estrangeiros, tendo ficado a bordo apenas quatro não-egípcios e a tripulação (notícia em atualização).

E vão cinco. Arranca esta manhã a quinta Comissão de Inquérito ao sistema financeiro português em nove anos que vamos seguir aqui em direto. O que se passou no Banif? Quem decidiu a resolução e porquê? E, o mais importante, quanto vai mesmo custar desta vez? As sete grandes questões do caso aqui elencadas pela Ana Suspiro e o Edgar Caetano. 

Ainda na banca, o BCP admite a entrada de novos acionistas. O objetivo é facilitar a realização de futuros aumentos de capital e a entrada de novos parceiros. Já opresidente do Novo Banco, Stock da Cunha, vai hoje ao Parlamento explicar o plano de reestruturação que envolve despedimento de 500 trabalhadores.

A banca não faz contudo parte do Plano Nacional de Reformas que António Costa vai apresentar esta tarde. São 11 mil milhões de euros em cinco anos, para requalificação e combate ao sobre-endividamento das empresas. Sobre esse tema, recomendo o ensaio de Nuno Garoupa sobre o 'eterno' fracasso das instituições nacionais.

Com o mundo mergulhado no medo provocado pelo terrorismo, ontem à noite um tiroteio em Washington, em pleno Capitólio, obrigou a encerrar o local e a Casa Branca (ali ao lado). A polícia acabou mais tarde por anunciar que se travava apenas de um incidente isolado: um homem foi detido e uma mulher ficou ferida. Já em Miami, o aeroporto foi evacuado devido a uma ameaça de bomba que se revelou ser apenas bagagem abandonada. Entretanto, os serviços secretos decidiram proibir armas na convenção republicana de julho, onde será decidida a nomeação do candidato presidencial do partido.

Dos EUA outra notícia: o FBI anunciou que conseguiu aceder ao iPhone dos terroristas de S. Bernardino e que já não precisa da ajuda da Apple, com quem mantinha uma disputa na justiça.

Esta noite em Leiria homenageiam-se as vítimas dos atentados de Bruxelas. A assistir ao jogo particular entre Portugal e a Bélgica vão estar Presidente, primeiro-ministro e vários líderes religiosos. A FPF distribuirá milhares de bandeiras belgas aos espetadores porque, como disse o selecionador, Fernando Santos, é preciso mostrar "que o futebol não tem medo".

Informação relevante


Na polémica que envolve o Brasil, o melhor é fixar esta palavra -- "superplanilha" -- e a imagem aqui em cima. Trata-se do nome da folha de cálculo com alegados pagamentos não declarados a 200 políticos de 24 partidos feitos por uma empresa investigada pela Operação Lava Jato. Foi entregue à justiça brasileira e dará muito que falar. Isto no dia em que o maior aliado do governo de Dilma, o PMDB, poderá formalizar a fim do apoio parlamentar sem o qual a Presidente não deverá conseguir travar o processo de impeachment. Entretanto, Lula já pode ser ministro outra vez, desde que continue a ser investigado pelo juiz Sergio Moro, anunciou o PGR brasileiro. 

Por cá, Marcelo promulgou, sem surpresas, o Orçamento, mas fê-lo (mais uma vez) de forma inovadora: com uma comunicação inédita à hora do chá londrino e não dos telejornais, sentado e não de pé, num tom que misturou o de comentador com o de professor. Seguimos (com comentário do Miguel Pinheiro) o discurso em direto, que depois esmiuçámos: anotando as quatro grandes dúvidas e as três certezas presidenciais e publicando 7 análises ao que o Presidente disse (e como disse) - escreveram José Manuel Fernandes, Rui Ramos, Helena Matos, Nuno Garoupa, Paulo Ferreira, Luís Aguiar Conraria e Miguel Pinheiro. 
  • P.S. -- afinal o primeiro cão presidencial não vai morar em Belém.
De Angola veio a notícia da condenação dos ativistas do grupo 15+2. Luaty Beirão, talvez o rosto mais conhecido devido à longa greve de fome, foi condenado a cinco anos e meio de prisão de pena efetiva. As restantes penas variaram entre dois e oito anos.O governo português reagiu pedindo a Angola que respeite a oposição, houve manifestações e muitascríticas

De volta ao terrorismo. Ele é atualmente o homem mais procurado da Europa. A sua foto é mundialmente conhecida: vestido de fato claro, chapéu na cabeça a empurrar um carrinho no aeroporto. Mas continua a monte. Ontem as autoridades belgas libertaram Faiçal Cheffou, um jornalista independente que tinha sido identificado como o terrorista do chapéu. Não é. E ninguém sabe onde pára o único jihadista que não se fez explodir no aeroporto de Bruxelas há uma semana (deixou as malas armadilhadas para trás).

Já sobre os irmãos Abdeslam (Brahim, que se fez explodir num café em Paris a 13 de novembro, e Salah, que escapou do local dos atentados parisienses e só foi detido dias antes dos ataques em Bruxelas os quais terá ajudado a planear), começa a conhecer-se o seu passado antes da radicalização. A CNNmostrou um vídeo de ambos numa discoteca. Amigos falam dos seus gostos: álcool, tabaco e mulheres.

E para provar que os terroristas podem ser quem menos esperamos, a Marca conta a história do jogador tunisino que depois de uma vida de álcool, drogas e sexo acabou por se ligar à Al Qaeda: esteve na destruição dos budas gigantes do Afeganistão e ligado aos atentado do 11 de setembro. 

Ainda sobre o tema, alguns gráficos elucidativos: o Estado Islâmico e os inimigos e aliados no conflito sírio e o número de mortos e os alvos do Daesh.

Outro tipo de notícias. A Fundação Calouste Gulbenkian quer melhorar a vida dos mais velhos com tecnologia epromove a maratona de desenvolvimento tecnológico Hack For Good. Já o projeto Aqeduto concluiu que os alunos que frequentam o ensino pré escolar têm melhores resultados no futuro.

Na área da tecnologia, atenção: ainda não é altura deatualizar o IOS (o novo dá erro). E atenção outra vez: uma novaburla informática usa o GPS do telemóvel para enviar multas de excesso de velocidade.


Os nossos Especiais
E num dia em que vai falar de banca, o Edgar Caetano falou com Nicolas Véron, cofundador do think tank Buregel, que já foi considerado um dos 10 pensadores mais influentes na economia mundial. Ele deixa um aviso: "Até 2024 o período é de risco para a banca europeia".

Se é um investidor da Bolsa, o melhor  é ler este texto. O David Almas explica como reduzir os custos com as comissões bolsistas para apenas 20 euros.

Do fim de semana recupero este trabalho-alerta do Hugo Tavares da Silva sobre bullying no desporto jovem. A história desofrimento nos balneários de quem está sempre a ser chamado de "gordinho" ou "maricas".
 
Notícias surpreendentes
Foi a história mais insólita do dia de ontem. Uma mulher inglesa atrasou-se e viu partir sem ela do Funchal o cruzeiro em que viajava com o marido. Depois, atirou-se à água com a mala e nadou 500 metros para tentar (sem êxito, claro), apanhar o barco. Acabou internada na ala de psiquiatria do hospital madeirense.

Se é aventureiro (mas não tanto como a referida senhora), sugiro-lhe que explore a maior caverna do mundo, que fica no Vietname: 200 metros de altura, cinco quilómetros de comprimento e 150 metros de largura, com rio e floresta próprios. Se prefere outro tipo de experiências, que tal estas casas de luxo que pode alugar (via airbnb) em várias partes do mundo?

Antes, até para nos retratarmos de alguns excessos da Páscoa, o melhor é seguir estas ajudas: 8 dicas da treinadora de Kim Kardashian e os exercícios adequados consoante a idade.

Pelo meio, alguma vez se questionou sobre estas 20 dúvidas dos filmes da Disney?

Para ficar com mais certezas que dúvidas, é só manter oObservador à distância de um clique. Hoje não falta agenda: arranca de manhã a Comissão de Inquérito ao Banif, o Governo apresenta à tarde o Plano Nacional de Reformas e, à noite, Portugal joga um particular com a Bélgica muito especial, com homenagens às vítimas dos atentados de Bruxelas. Temas que seguiremos em direto, sem esquecer a restante informação. 

Tenha um bom dia, feliz, produtivo e cheio de notícias!

 
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EXPRESSO - 29 DE MARÇO DE 2016


Angola, dinheiro e direitos humanos

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
Pedro Santos Guerreiro
POR PEDRO SANTOS GUERREIRO
Diretor
 
29 de Março de 2016
 
Angola, dinheiro e direitos humanos
 
Quando Mario Draghi aterrar em Lisboa, para a reunião do primeiro Conselho de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, trará duas malas, uma cheia e outra vazia. Uma cheia com as suas recomendações para as contas públicas, a outra que encherá com as persuasões do Presidente da República e do governo para a banca. Em ambas, a dupla maravilha Costa & Marcelo precisa de tempo e de apoio político externo.

É fácil perceber que a estabilidade política depende de um programa de estabilidade que não seja uma encomenda de austeridade futura, o que desequilibraria o tripé PS, BE e PCP. É menos óbvio assumir que a mesa de negociações acionistas para a estabilidade dos bancos portugueses tem uma navalha. A Caixa precisa de capital e o Novo Banco de ser vendido, mas é sobretudo a permanência de acionistas angolanos no BCP e o desligamento dos seus ativos pelo BPI que está em causa. O BPI está a dias de um prazo que não pode acabar mal. E, depois do escândalo BES Angola e das suspeitas de lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, o Banco Central Europeu prefere criar um cordão sanitário do que ter capitais angolanos dentro da União Europeia.

Marcelo Rebelo de Sousa prefere coser a rasgar as costuras com os angolanos. Mais por interesse do que por vocação: o interesse de não perder os seus capitais cá e o de haver dezenas de milhares de trabalhadores e de empresas portuguesas lá. No meio disto, o que pesam 17 pessoas presas ontem? Ou uma, Luaty Beirão?

O Expresso Diário fez ontem primeira página com a imagem de algemas sobre as cores de Angola, hoje o Público usa uma fotografia de Luaty fundindo-se em vermelho. Luaty tem dupla nacionalidade, é também cidadão português e só isso exige que o Estado não fique calado sobre um processo judicial e político que, nós em Portugal, temos liberdade para criticar. Mas o que está em causa é maior que um homem, é até maior que 17 homens presos, é uma questão de direitos humanos e liberdades cívicas. As condenações, até oito anos e meio, tratam ativistas contestatários do regime como golpistas consumados. O processo parece ter sido construído mais para calar a palavra incendiária em pasto incendiável, do que para julgar desordeiros contra uma ordem desigual.

“Tu até podes começar a imaginar a tua cela, como é a comida da prisão, como serão os outros presidiários…”, disse Luaty ao Observador ainda antes de ser condenado. “Não há muita maneira de uma pessoa se preparar para ir para a prisão. A gente tem de ser pragmática em relação ao regime que temos e mentalizar-nos de que vamos voltar para um buraco.”

Este foi um processo claramente político”, afirma o escritor José Eduardo Agualusa, citado num editorial do Público, jornal que acusa o julgamento de ser uma farsa e o processo de livre-arbítrio. Os ativistas vão recorrer, escreve o DN, e ontem houve manifestações em Lisboa defendendo a causa. A Human Right Foundation até aos cantores pagos para irem a Luanda embelezar festas do regime tem pedido travão, como escreve o Hugo Franco em “O Som dos Ditadores”. O Bloco de Esquerda quer que o Parlamento condene “a perseguição política” e Mariana Mortágua escreve hoje no JN sobre a oligarquia angolana que “as cumplicidades que têm em Portugal podem ser ouvidas no silêncio de quem elogia a influência do capital angolano na economia portuguesa mas se cala perante as sucessivas violações dos direitos humanos.”

A minha opinião está escrita desde ontem em “Liberdade enjaulada”. A do governo está numa nota escrita com pinças ao fim da tarde, onde sublinha que tomou “boa nota da comunicação, pela defesa, da intenção de interpor recurso judicial em face da gravidade e dimensão das penas hoje decididas pelo tribunal de primeira instância", apelando a que se “obedeça aos princípios fundadores do Estado de Direito, incluindo o direito de oposição por meios pacíficos às autoridades constituídas".

Não esquecer. A nota do governo fala em utilização de canais diplomáticos. Será bom se for consequente. Porque para este tema Mario Draghi não traz mala. E se o Estado que pede clemência europeia para os capitais angolanos, não exigir justiça para quem por eles é dizimado, então não é bem de política que estamos a falar, é só de negócios. É termos esquecido o que somos para continuarmos estando.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
Hoje começa a comissão parlamentar de inquérito ao Banif, escândalo do último natal que custou ao Estado perto de três mil milhões de euros, ilcuindo mais 150 milhões nas contas do Orçamento do que se esperava, revela o Negócios. O Expresso Diário mostrou queBanif emprestou 119 milhões de euros ao Grupo Espírito Santo quando já estava falido.

Talvez por causa da cotação ridícula em Bolsa, de pouco mais de quatro cêntimos por ação, o BCP vai propor agrupar 193 ações numa só, que valeria tantas vezes mais. Notícia no EconómicoComo o Negócios explicao BCP abre a porta à entrada de um novo acionista. Fá-lo propondo em Assembleia Geral que os acionistas abdiquem do direito de preferência em aumentos da capital.

Os trabalhadores do Novo Banco que queiram aderir ao programa de rescisões voluntárias vão receber uma indemnização de 1,2 salários por cada ano de trabalho, revela o Económico.

De novo Marceloontem falou ao país para explicar a promulgação do Orçamento do EstadoNuma intervenção que apenas pôde ser vista por quem tem televisão por cabo, o Presidentefalou de um orçamento possível. “Só em 2017 saberemos se o modelo provou”. Como analisou o Martim Silva, os primeiros avisos de Marcelo foram “em tom suave”. “Chama-se a isto política”, escreveAndré Macedo no DN.

Também hoje ficaremos a saber se o governo de Dilma aguenta, abana ou começa a cair. O PMDB, maior partido brasileiro, que está coligado com o PT da Presidenta, anunciará se rompe ou não a coligação. “Um voo frenético para salvar o reino”, escreve a Sara Antunes Oliveira, enviada da SIC que na última semana publicou textos diários no Expresso. “o momento agora é de bater as asas o mais depressa possível, seja para remendar os buracos a todo o custo, seja para afundar o barco de uma só vez”. Já o Observador publica a “superplanillha”: a folha de cálculo a folha de cálculo desupostas “luvas” e comissões a 200 políticos de 24 partidos feitos pela Odebrecht, empresa investigada na operação Lava Jato.

No ano passado, a criminalidade geral aumentou mas violenta diminuiu, revela o Relatório Anual de Segurança Interna, ontem apresentado.

Um homem foi alvejado ontem quando tentava entrar com uma arma no Capitólio. Ficou ferido.

A Câmara de Lisboa quer cobrar taxa a casas alugadas a turistas, avança a manchete do i.

O PSD pondera homenagem a Cavaco Silva no congresso do próximo fim de semana, noticia o DN.

O brasileiro Jardel, central do Benfica, está disponível para jogar pela Seleção de Portugal.

Hoje decorre o Portugal-Bélgica em futebol, um amigável que foi deslocado para Leiria depois dos atentados da semana passada em Bruxelas. A Mariana Cabral explica o que está em jogo além do jogo.

A justiça belga libertou ontem o terceiro suspeito da autoria dos atentados no aeroporto de Bruxelas, que ficou conhecido pela imagem difundida de um homem de chapéu. A libertação ocorreu por falta de provasO Henrique Monteiro compara este caso com o dos ativistas angolanos: “Imaginemos agora que as situações eram inversas. Que a acusação feita em Angola se passava num país da Europa e que a investigação feita em Bruxelas tinha lugar em Luanda. Impossível, não é?”

Esta manhã, eram 7:30, um voo doméstico da EgyptAir, que partiu do aeroporto de Alexandria para o Cairo, foi sequestrado por pelo menos um homem. O avião foi forçado a aterrar numa zona especial isolada do aeroporto de Larnaca, no Chipre. Segundo a televisão Al-Arabyia,o pirata do ar disse ao piloto que está a usar um cinto de explosivo.

BE e PCP distanciam-se do envio tropas portuguesas para o estrangeiro.

O FBI já acedeu aos dados do iPhone do terrorista de San Bernardino. Não precisou de ajuda da Apple.

É uma história multifacetada: Chen Xiaomin, tradutor chinês naturalizado português, foi condenado a 12 anos por liderar uma rede de imigração Portugal. Mas fugiu. Depois de usar nove identidades para montar o seu negócio no nosso país. É amanchete do Jornal de Notícias.

Manuel Damásio vende casa a uma sociedade offshore no Chipre para fugir a penhora, escreve o Correio da Manhã.

O Hospital de Chaves está a adiar cirurgias por falta de fio de sutura, escreve o Jornal de Notícias.

Foi uma das histórias de ontem: o caso da mulher que nadou quatro horas de noite para apanhar o barco onde (não) ia o marido.

Preferimos os alentejanos. Um estudo realizado por uma consultoraindica que 51% das famílias portuguesas prefere vinhos produzidos no Alentejo, sobretudo por causa do preço e da diversidade das marcas. A venda de vinhos alentejanos é 3 vezes superiores à dos vinhos verdes e quatro vezes mais do que os do Douro.

FRASES
A identificação entre o terrorismo fundamentalista islâmico e o fluxo de refugiados que chega à Europa é uma das falácias mais idiotas que, repetidamente, é efetuada.” Viriato Soromenho Marquesno DN.

A banca, epicentro dessa lengalenga dos "campeões nacionais", tornou-se ela mesmo uma trituradora de capital, empobrecendo investidores ingénuos, contribuindo ativamente no colapso da bolsa e no fim da ilusão do capitalismo popular.” Sérgio Figueiredono DN.

Só não voto em Bruno de Carvalho porque não me deixam entrar em Alvalade”, ironizou Rui Gomes da Silva, dirigente do Benfica, na SIC Notícias, aqui citado pelo Record.

O QUE EU ANDO A LER
“Começa pela página 36”, dizia a mensagem, e eu comecei. “Morro todos os dias/especialmente depois do lanche/quando pego no regador fininho/onde despejo o dilúvio dos olhos/e vou regando as plantas/à espera da descendência”.

Cláudia R. Sampaio, 34 anos, publicou o seu terceiro livro, “Ver no Escuro”, pela Tinta-da-China. É poesia de choque, mas um choque silencioso e íntimo, que se rebela devagar mesmo quando se revela depressa.

“Sempre me recusei a arder como os outros./Ardam-se mais à esquerda ou mais à direita/mais a vento de sul ou de norte/mas labaredem-se, sejam fogos que ardem!/Porque pior que a desdita loucura/é toda a gente andar em brasa/mas ninguém chegar a incêndio”.

É frequente recomendar poesia neste Curto, até porque a obra portuguesa agora editada é francamente nova. Nova não por ser recente, mas ser, na linguagem, deste tempo. É o caso de Cláudia R. Sampaio, mesmo quando escreve sobre os sentimentos mais antigos de sempre.

“Quando for embora não deixarei migalha de mim”, escreve, “vou e não esqueço”.

Acompanhe-nos no Expresso online e, às 18 horas, no Diário. Tenha um dia bom. E, como diz a poeta, labarede-se.
 
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