sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O PINTOR E A CIDADE - MANUEL DE OLIVEIRA - 2 DE OUTUBRO DE 2015

VÃO VOTAR? EM QUEM? - 2 DE OUTUBRO DE 2015

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Por Vila Verde
Era capaz de votar em "Portugal à Frente"? Talvez.
E era capaz de votar numa coligação do PSD/CDS? Não, isso não!
Ver para crer.

OBSERVADOR - 2 DE OUTUBRO DE 2015


360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia

Um tiroteio numa universidade em Oregon, nos EUA, fez 13 mortos. O atirador tinha 20 anos e morreu depois de troca de tiros com a polícia. Obama exigiu ao Congresso mudanças na lei do acesso às armas: "Isto tornou-se rotina".

De passagem pelas Bahamas, o furacão Joaquim põe a costa Este dos EUA em alerta. O percurso exato do furacão Joaquin ainda não é certo, mas a possibilidade de subir desde as Bahamas até à costa Este dos EUA é real. Cidades e estados preparam-se com a memória fixa no Sandy, de 2012. Nem o desvio de curso, de madrugada, deixou a América descansada, diz o Washington Post.

Mariano Rajoy marcou para 20 de dezembro as eleições legislativas em Espanha. A proximidade com Natal deixou, segundo os jornais espanhóis, o PP e o Executivo divididos. Mas até lá Rajoy vai conseguir aprovar o orçamento do próximo ano. A campanha
O último dia de campanha é um dia de nervos - com campanhas cruzadas, manifestações na rua e argumentos finais. Este dia vai ser seguido aqui no liveblog, com atenção redobrada da nossa equipa. Nesta altura, já aqui tem as últimas dos jornais, incluindo esta declaração de Passos Coelho ao i: "O país não pode acordar a 5 de outubro com um Governo diferente daquele que os portugueses escolheram na véspera".

Nesta fase, todos estão atentos às últimas sondagens - sendo que as de ontem davam uma vantagem de 4 a 6 pontos à coligação. Como a margem de erro é de 3% e o número de indecisos é grande, a única coisa certa é que tudo pode acontecer (e volto a lembrar os 8 cenários pós-legislativas, para que os tenha à mão no domingo).

Ontem à noite, António Costa falou com o Observador, clarificando a sua estratégia pós-legislativas (caso vença): Uma “coligação não se coloca”, a ideia é governar à Guterres. A Liliana Valente explica como - e aproveita para detalhar os cenários de que se fala na caravana do PS.

Eu fiz o mesmo com a coligação: Passos está preparado para um governo de curta duração - e quer fazer dois anos 'a abrir'. Os detalhes estão aqui.

Porque hoje é o último dia de campanha, quisemos deixar-lhe 10 dúvidas a Passos e Costa não responderam, mas que nós registámos para memória futura. Nas campanhas, não importa só o que se diz, também o que fica em aberto.

Mas, porque estamos em dias decisivos e a nossa missão é dar-lhe dados para pensar, aqui estão mais alguns textos que lhe preparámos: Como é a última vez que estou consigo antes de votar, lembro-lhe que fizemos tudo, durante esta campanha, para que possa votar bem informado e em consciência. Até domingo pode passar os olhos pelo nosso guia eleitoral, pelo calculador de coligações, as 15 questões eleitorais (com análise aprofundada sobre os temas mais sensíveis da campanha) e o Fact Check - que teve o condão de pressionar para que se diminuísse o nível de disparates ditos ao longo da campanha.
Por fim, a opinião (hoje tem o voto pouco feliz do José Manuel Fernandes, a lição "o povo é sereno" do Paulo Ferreira" e as opções do Presidente do João Marques de Almeida.

Outras histórias do dia

Notas breves, porque este 360º já vai longo.

O La Caixa apoia a saída de Angola, confirmam esta manhã o Negócios e o Económico. O certo é que o BPI está forçado a encontrar uma solução para o impasse, agora que está em cima da mesa uma proposta sobre o BFA - colocando Isabel dos Santos de um lado e os espanhóis do outro. Sobra uma questão central: que banco restará? Eis a análise da Ana Suspiro e Edgar Caetano.

Falando em riscos de divórcio, o presidente da NOS desvaloriza as consequências da separação entre Isabel dos Santos e a Sonae. "É um não assunto" para a empresa de comunicações em que os dois são, também, acionistas.

O Novo Banco garante que 80% dos clientes do antigo BES aceitaram a solução proposta para detentores de ações preferenciais. A maioria são emigrantes. A adesão é suficiente para avançar.

A dívida pública voltou a subir, embora mantendo o mesmo peso no PIB. Os swap pesaram, como explica a Ana Suspiro.

E a venda de carros também. A subida homóloga é de quase 30% até setembro.

A fraude da Volkswagen vai ser hoje analisada, pela primeira vez, pelo grupo de trabalho nomeado pelo Governo.
O Público fala esta manhã de um estudo do Técnico, que reforça as suspeitas por cá: há carros testados que poluem até seis vezes mais na estrada do que nos testes a que foram sujeitos.
Os trabalhadores da Autoeuropa parecem estar "apreensivos", diz o Negócios.

Os nossos Especiais

Na bolsa joga-se ou investe-se? Ouve-se na rua e em palanques: "a bolsa é especulação". Diz-se que alguém que aplica poupanças na bolsa está a "jogar", não a "investir". A bolsa é um "casino" ou pode ser uma das saídas para a crise? O Edgar Caetano e o David Almas desmontaram mitos, procuraram as perspetivas e explicam porque investir na bolsa pode, também, ser um ato de cidadania.

Cinco questões que importa saber após o bombardeamento russo na Síria. A Rússia começou a bombardear o Estado Islâmico e logo surgiram acusações de mortes civis. Os EUA discordam da Rússia, mas há pontos de concórdia. Vão desatar o nó górdio da Síria em breve? A explicação do acontecimento mais importante da semana, fora de portas, feita pelo João de Almeida Dias.

Anatomia do Sucesso. A Laurinda Alves falou com Salvador de Mello, o gestor que raramente dá entrevistas, sobre o génio industrial do bisavó e dos negócios de família que vão dos aviões à Carris, da Banca aos seguros, de várias indústrias à saúde. O terceiro episódio da Anatomia está aqui, para ouvir e pensar. Notícias surpreendentes
O fim de semana vai ser curto - com as eleições a fazer de domingo um dia cheio. Assim sendo, o melhor será passar os olhos pelo Guia para um fim de semana em grande, da Sara Otto Coelho, para marcar já na agenda.

Se me permite uma outra recomendação, o melhor é ir ver rapidamente os quadros que o Museu Nacional de Arte Antiga decidiu pôr nas ruas de Lisboa - uma iniciativa nova e muito bem pensada (que pode ver aqui). E digo rapidamente porque... um dos quadros já foi roubado.

Até lá, falando nós em eleições, deixo-lhe estas 26 ilusões de ótica (muito) confusas - mas francamente divertidas. Pode ser um belo exercício para o dia de reflexão.

Ah! E falando em dia de reflexão, já conhece esta esta nova app, que serve para avaliar... pessoas - queiram elas ou não. Sorte dos candidatos às legislativas: a aplicação só chega em novembro.

Se achar que lhe estão a dar música, o melhor é ouvir estas 11 músicas que passaram ao lado do circuito comercial e que merecem a atenção que não tiveram. Escolha do nosso Pedro Esteves, que garante que estas não se perdem no tempo.

Uma ideia, para fechar: no dia D, domingo, se quiser registar um momento com uma selfie, é importante saber que a nova moda é um sorriso em fish gape. Isso mesmo, fish gape. A Ana Cristina Marques mostra-nos como é.

Tenha um dia feliz, um bom fim de semana. E, sim, vá votar no domingo. Hoje e amanhã tem aqui matéria para refletir e tomar a decisão (se ainda não o fez). E no domingo aqui nos encontraremos, com uma cobertura exaustiva dos votos, resultados e discursos - para além de tudo o resto.
até já!
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Leia as últimas
 
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ANTÓNIO FONSECA

PORTUS CALLE - 2 DE OUTUBRO DE 2015

O tenista esteve à conversa com a Associação de Ténis do Porto, a poucos dias do início do Porto Open 2015. A competição joga-se de 3 a 11 de outubro.
portoopen.org

EXPRESSO CURTO - 2 DE OUTUBRO DE 2015



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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete
Por Miguel Cadete
Diretor-Adjunto
 
2 de Outubro de 2015
 
Coligação dá três a zero ao PS nas sondagens mas muita água ainda pode correr sob as pontes
 


Todas as sondagens ontem publicadas dão a vitória à coligação nas eleições do próximo domingo. São sondagens com amostras grandes, mais de dois mil entrevistados, algumas realizadas com simulação de voto em urna. Em todos os casos, a diferença entre a PàF e o PS é sempre superior a 4,3% e a vantagem da coligação até chega num dos casos aos 6%.


A Eurosondagem, Intercampus e Universidade Católica estimam que nos dias em que as sondagens foram realizadas a coligação PSD-CDS colheram uma intenção de voto suficiente para vencer o PS no dia 4 de outubro. Nenhuma coloca porém o cenário de uma maioria absoluta.


Isso não quer contudo dizer que esse cenário, o de uma maioria absoluta da coligação, seja impossível; tal como não é impossível uma vitória do PS, que nalguns casos ainda está dentro das margens de erro. Seja qual for a evolução dos indecisos nestas últimas horas, o cenário de uma maioria relativa é, porém, o mais provável. E assim sim sendo, cabe ao Presidente da República convidar o partido vencedor a formar Governo. É aqui que começa a confusão.


O Expresso, que já está hoje nas bancas de maneira a respeitar o período de reflexão, chegou à fala com Passos Coelho que confia que o PR deve ter em conta “não quantos votos tem a coligação, mas quantos deputados”. Ou seja, caso o PSD tenha menos mandatos que o PS, não deverão os socialistas ser convidados a formar governo, até porque a coligação recorreria ao artigo 180 1º da Constituição que diz poderem os deputados eleitos por partidos ou coligações de partidos formar um único grupo parlamentar.

Nem todos os constitucionalistas pensam assim. Vital Moreira, por exemplo, tem a opinião contrária.
Nem esse é o entendimento da esquerda, ou de alguma esquerda, que conta chegar ao poder através de uma aliança pré-eleitoral. É o caso de Rui Tavares que já sonha com um “compromisso histórico” envolvendo PS, CDU, BE e Livre. Nalgumas sondagens, a soma de deputados do PS com, por exemplo, o Bloco de Esquerda ou a CDU, garante mais de 115 deputados na Assembleia da República, constituindo assim uma maioria absoluta.


Não é crível que assim suceda, mas a verdade é que ainda há muito em aberto ou à espera de ser clarificado, como João Vieira Pereira explica neste vídeo. O cenário mais provável continua a ser o de um governo sem maioria absoluta mas o imbroglio já fez com que Cavaco Silva anunciasse não estar presente nas comemorações do 5 de outubro. O day after pode exigir trabalhos esforçados pelo que o PR não celebrará, este ano, a implantação da República.


Pedro Santos Guerreiro dá conta das três possibilidades: “ou rebenta o PS, ou rebentam as empresas de sondagens, ou rebenta um golpe de esquerda unida contra a coligação”. Ricardo Costa dirige-se aos vencedores, sejam eles quais forem, para relembrar quão vulnerável é a posição de Portugal e que de nada serve a arrogância: “a nossa situação económica é frágil, o nosso financiamento depende de entidades externas, o sistema financeiro está a recuperar de choques sucessivos, a economia europeia dá sinais de anemia, a economia global está frágil e dois países que nos são muito próximos, Brasil e Angola, estão em profunda crise.”


Este é afinal um país que se apresta a apresentar-se ao mundo como uma ave rara. Ao contrário de outros que foram resgatados, como a Espanha e a Grécia, aqui não vingaram as alternativas de esquerda mais à esquerda depois de aplicação de austeridade em doses industriais. E há até quem diga que a novidade, em termos sociológicos, é, precisamente a coligação de direita.

Ficou claro que não somos a Grécia, mas seremos o Reino Unido? Vale a pena voltar às sondagens e perceber por que nas últimas eleições que sucederam nestes dois países elas erraram profundamente os seus palpites. (Porquê?) Os partidos que estavam no poder, como notou há alguns dias Henrique Monteiro aqui, saíram-se bastante melhor do que o previsto como revelaram os resultados dos tories ou do Syriza.
No PS é que já não se sonha com a maioria absoluta. De acordo com as sondagens, a vitória está cada vez mais longe, se não é já uma miragem. Não admira por isso que se prepare já a chamada “noite das facas longas”, na qual as várias fações lutarão pelo poder. Ainda de acordo com a edição de hoje do Expresso, Francisco Assis, Álvaro Beleza ou Pedro Nuno Santos podem estar na calha ainda que neguem ser candidatos a suceder a António Costa. A partir de domingo se verá.
O que as sondagens também dizem, com exceção de uma que lhes dá um empate, é que a CDU fica à frente do Bloco de Esquerda, e que os pequenos partidos terão votações residuais (1%) podendo, consoante os casos ganhar um ou outro deputado como é o caso do Livre, PDR ou mesmo PAN.



OUTRAS NOTÍCIAS
Nos Estados Unidos, onde Obama não conseguiu acabar com a utilização indiscriminada de armas, surgiu um novo mass muderer. Ontem, numa escola do estado do Oregon, dez alunos morreram, alvejados por um homem de 26 anos. Chris Harper Mercer fez uso de três armas, uma deles de longo alcance, para disparar sobre quem assistia a uma aula no Umpqua Community College. Uma das testemunhas disse ao “New York Times” que o atirador terá perguntado a religião a que pertenciam os estudantes antes de ter iniciado aa carnificina. Chris Harper Mercer foi abatido pela polícia. Obama voltou a condenar o sucedido mas o “Washington Post” fez as contas: nos 274 dias de 2015 já aconteceram 294 assassínios em massa. Centenas morreram. Veja aqui o funesto calendário.


O Sporting continua sem vencer nas competições europeias. Ontem empatou a uma bola com o Besiktas de Quaresma depois de ter estado na posição de vencedor durante largos minutos. Como já havia demonstrado em jogos anteriores das ligas europeias, o treinador Jorge Jesus voltou a escolher uma equipa de segunda. Teo Gutiérrez sobressaiu ao ter falhado o golo na cara do guarda-redes adversário por três vezes. Nos outros jogos da Liga Europa que envolviam equipas portuguesas, o Braga venceu o Groningen por 1 – 0 e segue na frente do seu grupo tendo o apuramento praticamente garantido. O Belenenses recebeu a Fiorentina de Paulo Sousa no Restelo e foi goleado pelos líderes da liga italiana com quatro golos sem resposta.


A Uber, que está na capa da Revista do Expresso, continua a ser a mais badalada e controversa startup da atualidade. A história do seu CEO e fundador, Travis Kalanick é um exemplo de empreendedorismo, cowboyismo e capitalismo selvagem carburado por milhões que se transformam em muitos mais milhões. Muito longe da realidade dos taxistas portugueses que ontem já se concentraram em Lisboa, o que tornam a fazer hoje pretendendo perturbar as arruadas da coligação (e dos outros partidos) prevista para o Chiado. Alguém que lhes diga que a luta é contra as quase luxuosas viaturas da Uber e não contra os pobres pedestres que por lá vão passar.


Quem também vai passar pelo Chiado é a GNR, que já marcou a sua manifestação para o mesmo lugar e a mesma hora em que sucedem as arruadas da Coligação, do PS e da CDU. O jornal “i” sugere que estes ajuntamentos podem estragar a festa à PàF.


A Rússia admitiu que está a atacar as forças que se opõem a Al Assad e não propriamente o Estado Islâmico, tal como estava previsto. Vladimir Putin aproveitou a deixa dos Estados Unidos da América, não para bombardear o Daesh, mas sim os opositores do regime sírio. Alguns destes rebeldes são forças militarizadas treinadas e apoiadas pelos próprios EUA. A Síria, onde Assad continua a ter o apoio de uma larga fatia da população, é hoje território onde se confrontam inúmeros grupos mais ou menos organizados, Além do exército sírio, do ISIS, do ramo Nusra da Al Qaeda e dos curdos, e muitos outros pequenos grupos, também há potências ocidentais, como a França e os Estados Unidos envolvidos num combate que dura há anos mas que nos últimos dois dias contou também com a Rússia. Moscovo admitiu estar coordenado com o regime de Damasco.


Polémica como as colonoscopias, diz o “Público”. A lista de entidades autorizadas a fazer colonoscopias inclui clínicas que não fazem este tipo de exame.


Pedófilos detidos por roubar fotos de crianças do Facebook está na manchete do “Jornal de Notícias”. Investigação da Polícia Judiciária já constituiu arguidos. Os suspeitos retiravam fotos de crianças do Facebook, algumas menores de oito anos, para as deixarem em sites de pedofilia.


O “Jornal de Negócios” traz à primeira página o divórcio entre o BPI e Angola. A criação de uma nova sociedade distinta para gerir os negócios em Angola, tal como recomendado pelo Banco Central Europeu, é considerada precipitada por Isabel dos Santos. Os espanhóis do La Caixa estão, porém, de acordo.


A crise da VW começa a fazer estragos. Em Portugal, onde as vendas aparentemente se mantêm imperturbadas senão mesmo a crescer, há mais de 3500 trabalhadores na AutoEuropa. A sua produção representa cerca de 1,1% do PIB. Ora, é o futuro desta fábrica e de muitas outras do grupo alemão que será discutido na próxima semana, numa reunião alargada em Wolfsburgo. Está tudo no tema que faz manchete no caderno de Economia do Expresso. Nos EUA, o castigo imposto ao fabricante alemã é severo. No mês de setembro, as vendas de concorrentes como a General Motors, Ford e Fiat Chrysler subiram à velocidade de dois dígitos. A VW fica para trás, noticia o “Financial Times”.



FRASES


“Sempre acreditei que podíamos ganhar”. Pedro Passos Coelho ao Expresso


“Queremos mesmo ser governo”. Catarina Martins, do BE, ao “i”


“O tempo não volta para trás”. António Costa no “Diário de Notícias”


“É de facto uma situação intolerável que o Presidente já tenha definido os cenários, as perspetivas, as decisões, independentemente do resultado das eleições ainda não estar apurado porque o povo português ainda não votou” Jerónimo de Sousa, no “Público”


“Convido o povo americano a pensar na maneira de o nosso governo mudar estas leis, para salvar estas estas vidas e deixar as pessoas crescer”. Barack Obama no “New York Times”


O QUE EU ANDO A VER

Ao contrário do que já vi escrito, no caso da exposição ComingOut do Museu Nacional de Arte Antiga “não há motivo para se dizer que “se Maomé não vai à montanha,…”.


Por uma simples razão: o MNAA tem, num esforço constante e continuado aumentado o seu número de visitantes, a ponto de se ter tornado o museu mais visitado de Portugal em 2014, ultrapassando o líder histórico nessa contagem que era o Museu dos Coches.


As obras estão lá e felizmente são admiradas tanto por portugueses como pelos muitos turistas que aproveitam para ver Dürer, Bosch, Memling, Metsys, Cranach ou Piero della Francesca, mas também a pintura portuguesa do século XV em diante, de Nuno Gonçalves a Domingos Sequeira, a Custódia de Belém, a Cruz Processional de Dom Sancho ou a Baixela Germain.


Esta exposição feita de reproduções muito apuradas nas ruas do Chiado, Bairro Alto ou Príncipe Real é obviamente uma operação de marketing capaz de beneficiar a marca MNAA, reafirmando-o como o museu bandeira português à semelhança da National Gallery em Inglaterra, o Prado em Madrid ou o Louvre em Paris. É também, obviamente, uma oportunidade para mostrar aos mais preguiçosos o património que existe em Portugal.


Mas é sobretudo uma lambada de luva branca aos que não acreditam no valor desse património. Há peças do Museu das Janelas Verdes que circulam nos melhores museus europeus. Neste momento, na exposição do Prado dedicada ao “Divino Morales” há peças do MNAA, não só do pintor espanhol mas também de fatura portuguesa. Ainda em Espanha, há poucos meses, um quadro atribuído a um pintor português figurou na maior exposição de sempre dedicada a Rogier van der Weyden, no Prado, da mesma maneira que o “Tríptico das Tentações de Santo Antão” será cabeça de cartaz na mostra destinada a celebrar o centenário de Jheronymus Bosch que abrirá em maio próximo, também no Prado.


E o inverso também é verdade: por estes dias encontra-se no museu de Lisboa um El Greco, com o estatuto de obra convidada, num programa que trouxe até cá Van Eyck, Gerard David ou Ribera. É por isso cada vez menos aceitável dizer que se trata de um museu de segunda para justificar o desconhecimento que a maior parte dos portugueses ainda tem deste museu.


Ora assim sendo, vale a pena ir votar no domingo, antes ou depois de ver o ComingOut. Aproveite também porque nesse dia em todos os museus de Portugal, a entrada é gratuita por ser o primeiro domingo do mês.

Ainda antes, não perca a edição de hoje do Expresso em papel, já nas bancas. O Expresso Online vai continuar a dar toda a informação a qualquer hora. Na segunda-feira, Ricardo Costa estará a servir este Expresso Curto, com a melhor análise dos resultados eleitorais.




 
 
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ANTÓNIO FONSECA

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