quarta-feira, 9 de setembro de 2015

HYPE SCIENCE - 9 DE SETEMBRO DE 2015


Tatuadora brasileira cobre gratuitamente cicatrizes de mulheres sobreviventes do câncer e da violência doméstica

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Tatuadora brasileira cobre gratuitamente cicatrizes de mulheres sobreviventes do câncer e da violência doméstica
Posted: 08 Sep 2015 12:00 PM PDT

Às vezes, cicatrizes são lembretes constantes de algo ruim que se passou. Por isso, as tatuagens oferecidas por Flávia Carvalho podem ser transformadoras Continua...
9 histórias de pessoas que acordaram de maneira imprevisível
Posted: 08 Sep 2015 12:00 PM PDT

O que pode acontecer ao longo de uma noite de sono? Ou de algumas semanas em coma? Confira algumas histórias sobre acordar com surpresas Continua...
O sonho da casa que se controla sozinha está virando realidade
Posted: 08 Sep 2015 11:00 AM PDT

Aparelhos e aplicativos que controlam tudo em casa, como a temperatura e rotinas diárias, já estão sendo criados, trazendo o futuro para perto de nós Continua...
Ouça música da Idade do Ferro
Posted: 08 Sep 2015 10:00 AM PDT

Um estudante recriou, através de uma impressora 3D, um instrumento que era usado para tocar música na Idade do Ferro. Ouça! Continua...
Estado raro da matéria é recriado e pode dar pistas sobre a origem do universo
Posted: 08 Sep 2015 09:00 AM PDT

Cientistas recriam estado da matéria que esteve presente no início do universo de uma maneira totalmente inesperada Continua...
Esqueça as cantadas, o segredo é fazê-la rir
Posted: 08 Sep 2015 08:26 AM PDT

Uma nova pesquisa da Universidade de Kansas sugere que os homens podem abandonar os espelhos e caprichar no humor, caso queiram se dar bem Continua...
Homem totalmente paralisado move as pernas com ajuda de “exoesqueleto robótico”
Posted: 08 Sep 2015 07:30 AM PDT

Antes de sofrer paralisia total depois de uma queda, Mark Pollock era um atleta. Agora, com um exoesqueleto e estimulação dorsal, ele pôde "andar" de novo Continua...
 
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - 9 DE SETEMBRO DE 2015

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia 

O Papa Francisco assinou os dois documentos que vão simplificar os procedimentos para declarar a nulidade dos casamentos católicos - e tornar esses atos gratuitos. O Observador preparou-lhe um pequeno guia, para saber exatamente o que muda com este interessante passo da Igreja Católica.

Falando em perdão, Hillary Clinton pediu desculpa por usar conta de ‘email’ privada, fugindo ao controlo dos serviços de segurança do Estado americano. Foi numa entrevista à televisão ABC, depois de meses de desgaste, com sucessivas revelações de emails passados que veio a frase: “Foi um erro. Peço desculpa e assumo responsabilidade”. Os republicanos ainda não reagiram - nem Joe Biden, o vice-presidente de Obama que está a ponderar correr contra Hillary na luta pela Casa Branca.

Uma jornalista húngara do canal de televisão N1 foi despedida depois de ter sido filmada a pontapear vários refugiados - um deles com uma criança ao colo - que fugiam da polícia junto à localidade de Röszke, perto da fronteira sérvia. Os vídeos são... enfim, o melhor será ver.

Jean-Claude Juncker abriu o debate do Estado da União, em Estrasburgo, com uma veemente defesa da integração dos refugiados, mas também da manutenção da Grécia no euro (“Tivemos de dizer que a saída Grécia, não era uma opção, porque senão teria acontecido. Disse a Tsipras que isso não significava que eles estivessem seguros, não sou mágico. Era uma possibilidade, mas não era uma opção"). A Catarina Falcão está a acompanhar tudo em liveblog.

E a campanha? 
Hoje é o dia: Passos Coelho e António Costa vão estar frente-a-frente, num duelo com inédita transmissão nos três canais de televisão. A Rita Dinis fez um ótimo trabalho de antecipação - ouvindo uma pessoa especialmente habilitada para falar dos dois. Aqui está o lead, para abrir o apetite:
"Só ele preparou um debate contra Costa e um outro contra Passos. Hoje, conta-nos as fragilidades e virtudes dos dois. Bem-vindos ao prognóstico antes do jogo. O duelo é esta noite."

Esta noite, apareceu mais um dado para apimentar o duelo: uma sondagem da Aximage dá 5,6 pontos de vantagem... à coligação.

E também houve um debate que foi uma espécie de aquecimento: o duelo entre Paulo Portas e Catarina Martins foi quente (mas leal). E o resultado está aqui: #catarinabem, mas Tsipras não ajudou nada, contado pelo Miguel Santos, que lhe juntou os pontos chave, as frases e um explique lá isso melhor, para ajudar à leitura final.

As reações a tudo isto (e o que se vai seguir) estão e estarão aqui registados ao minuto, no liveblog do dia da campanha.

Pelo meio, vale a pena ver o nosso Fact Check de ontem, sobre uma frase de Pedro Nuno Santos, candidato pelo PS. O tema? A posição dos socialistas nestes anos sobre os cortes de salários e pensões. Hoje teremos outro, vindo do debate de ontem na tv.

E pode também ouvir o Podcast onde eu e a Helena Pereira conversámos sobre os temas na agenda (também já está no iTunes): de táxi, entre Sócrates e Macedo.

A propósito de José Sócrates, talvez já saiba, a CNE recomendou ontem um voto antecipado. Eis porquê.

As outras novidades da manhã Que guerra é esta entre os taxistas e a Uber? O que é, para que serve, porque está impedida de operar, porque continua a fazê-lo, o que pensam os taxistas e o que diz o Governo. As respostas para 25 dúvidas sobre a Uber estão aqui, escritas pela Ana Pimentel, para perceber melhor a guerra que ontem fez parar três cidades do país. As fotos e o vídeo dos protestos que chegaram a dar agressões estão também aqui, onde explicamos que a App da Uber, de repente, passou a ser a mais descarregada da App Store.

O outro tema de ontem foi a chamada de Miguel Macedo ao DCIAP, para ser interrogado no âmbito do caso dos Vistos Gold - uma notícia em primeira mão do Observador. O interrogatório de seis horas foi interrompido, mas o Luís Rosa explicou aqui bem as escutas que levarão o MP a constituí-lo como arguido.

Fresquinha, uma notícia da Ana Suspiro: o Tribunal de Contas tem pendentes 168 pedidos de visto prévio, a contratos que envolvem despesa pública. Os processos são muitos e há casos complexos, como as PPP e as concessões de transportes.

Na linha das contas públicas, o jornal Público dá conta de um ranking sobre a transparência orçamental: Portugal está melhor, mas ainda com muito trabalho a fazer para ficar na média europeia.

A Deco publicou um estudo relevante: diz que o número de ligações ilegais de água e luz custam 82 milhões de euros todos os anos. Ao mesmo tempo, a associação lançou um portal para devolução das cauções, lembrando que há 18 milhões de cauções à espera que os contribuintes reclamem, para serem devolvidas.

Do DN, vem uma manchete a ter em atenção: diz o jornal que o Ministério da Educação cortou a lista de apoios a estudantes de música, espalhados por 97 conservatórios do país. A duas semanas do arranque do ano letivo.

Estudo bom, estudo mau: dois outros rankings publicados hoje indicam que Portugal é dos países com melhor registo na descida da mortalidade infantil; e o quarto pior da Europa Ocidental a tratar os idosos.
Os nossos Especiais
Vem aí o novo iPhone. Qual vai ser o sabor da maçã? A Apple regressa hoje ao grande palco, deixando todos à espera dos novos iPhone 6S e 6S Plus. O Flávio Nunes fez um guia dos rumores do mercado - devidamente anotados -, antes de observar em liveblog, esta tarde, a conferência. Está pronto para o que aí vem?

Juncker obrigado a criar esperança (para evitar um desastre em 2017). O Presidente da Comissão Europeia vai estrear-se esta manhã no discurso do Estado da União - com três temas muito difíceis na agenda: crise dos refugiados, o impasse na Grécia e a possível saída do Reino Unido. A Catarina Falcão explica-lhe aqui os desafios do ano que pode ser o mais importante do resto da nossa vida comum.

Desenhos de tanques e arame farpado: a inocência perdida na fuga à guerra. O João de Almeida Dias continua na Hungria, de onde nos vai contando as mais inacreditáveis histórias humanas que atravessam o país. Hoje ele fala-nos de Murat, que já sabe fazer bolas de sabão (mas ainda tem pesadelos com arame farpado), de outras crianças que fogem à guerra e das crianças que, quando nascerem, nascerão europeias. Must read.

Notícias surpreendentes
Com o duelo Passos-Costa marcado para esta noite, aqui está um texto feito à medida de Passos Coelho e António Costa (que pode ser útil a qualquer um de nós): as expressões que podem matar a credibilidade de qualquer um.

Outra à medida do duelo (não resisto): algumas dicas para evitar conversas sensíveis à mesa. Quem sabe é útil, a pensar no day after.

E porque um dos dois líderes acabará desiludido no final, aqui está um texto perfeito para conviver com a desilusão: A vida não é sempre cor de rosa 20 estatísticas que o mostram… com imensa graça.

E agora, vamos a apostas? A Santa Casa lançou hoje um novo jogo (mas não consta que tenham arriscado pôr lá o duelo de hoje).

Dito isto, nós estamos preparados para o dia D desta campanha (ou o primeiro deles, pelo menos). Teremos mais notícias e, claro, um outro liveblog, com comentários meus no decorrer do debate - e muita análise de especialistas para depois disso.

Desejo-lhe um dia produtivo, de sorriso rasgado. E atento ao que se for passando - hoje é especialmente importante.
Até já!
(e parabéns à rainha Isabel II, que bateu um feliz recorde do mais longo reinado de sempre do Reino Unido).

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ANTÓNIO FONSECA

EL VENTANO - 9 DE SETEMBRO DE 2015

el ventano


El paso de la crisis genera en España más multimillonarios que nunca
Posted: 08 Sep 2015 10:21 PM PDT




Desde 2007, las personas que tienen más de 30 millones de patrimonio se han duplicado en España, pasando de las 233 que había en el año que se inició la crisis a las 471 en 2013, según la estadística del impuesto sobre patrimonio publicada este martes por Hacienda. También han aumentado quienes han declarado patrimonios superiores a 1,5 millones de euros.

Las cifras de Eurostat y los estudios de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) ya han mostrado en repetidas ocasiones cómo la crisis económica ha provocado un enorme aumento de la desigualdad en España. La diferencia entre la parte más rica y más pobre de la población ha aumentado notablemente durante la crisis.

En 2013, un año en que la tasa de personas en riesgo de pobreza o exclusión social alcanzó al 29,2% de la población, según datos oficiales, hubo más personas que nunca que en España se declararon poseedores de un patrimonio multimillonario, como recogen las cifras publicadas por Hacienda.

Pero no sólo hubo un máximo de patrimonios de más de 30 millones de euros, sino que también se batió el récord de quienes declaran entre 6 y 30 millones de euros, que pasan de 5.205 a 5.469, y de los que declaran entre 1,5 y 6 millones, cuyo número aumenta de 46.531 a 48.742.

Todas esas cifras corresponden a la base imponible, que es el criterio por el que clasifica Hacienda las declaraciones. En realidad, los bienes y derechos de los contribuyentes tienen un valor superior, porque se deducen no sólo las deudas y cargas, sino también los bienes exentos (desde parte de la vivienda habitual hasta los dedicados a la actividad empresarial, pasando por otros muchos).

El Gobierno aprobó en 2012 una amnistía fiscal que permitió aflorar patrimonios multimillonarios, en ocasiones con origen delictivo, sin apenas dar explicaciones y casi sin tributar. Aunque inicialmente se exigía pagar por un 10% del patrimonio aflorado, las exenciones que introdujo Hacienda hizo que la tributación efectiva final fuera del orden del 3%.


Fuente


La vuelta al cole con Mafalda
Posted: 08 Sep 2015 09:36 PM PDT











































El mini-robot que iba en bici cual humano
Posted: 08 Sep 2015 02:12 PM PDT





Lo llaman PRIMER-V2, un conglomerado de metal y cables capaz de andar en bici como si de un humano se tratara, que hasta tiene una forma muy habitual de frenar. ¿Inquietante, además de sorprendente?







La periodista (húngara) que ponía zancadillas a refugiados con niños en brazos
Posted: 08 Sep 2015 02:10 PM PDT





Un grupo de refugiados intenta escapar de la Policía húngara en su huida hacia Austria o Alemania, destino de la mayoría de los sirios que huyen de la guerra de su país. El vídeo muestra el momento en que la periodista Petra László, que está gravando la huida, pone la zancadilla a un hombre que corre con un niño en brazos, haciéndole caer al suelo. En las imágenes se ve que lo hace de manera intencionadade. Además, en otras fotos que circulan por la red se ve a la reportera dando patadas a refugiados.

Los refugiados escapan de los agentes cerca de la frontera con Serbia para evitar ser detenidos y enviados a los campos de refugiados levantados en Hungría, donde se hacinan centenares de personas en muy malas condiciones.




Vean este vídeo. Ahora vean a esa cámara haciendo la zancadilla a un refugiado con un niño en brazos. #Hungary pic.twitter.com/vQa1zu8MNK
— Lau (@shul_evolution) septiembre 8, 2015





Mientras la Unión Europea acelera a regañadientes una respuesta al éxodo de refugiados, la frontera sur, la de los principados del Golfo, permanece cerrada a sus hermanos árabes. Los jeques no se sienten concernidos por el drama de quienes huyen ni por el de los países que como Líbano, Jordania y Turquía, también hermanos, ven estallar sus costuras acogiendo a casi cuatro millones de refugiados.

Las suras y aleyas del Corán que hablan de la misericordia las debieron olvidar, y su riqueza desbordante parece servir sólo para engordar su desbordante riqueza. Ni la historia, la tierra, la lengua y la fe compartidas parecen mover un ápice su solidaridad. Tampoco su responsabilidad en la financiación de un integrismo criminal.

Es difícil que una revelación modifique su postura. O que lo haga una comunidad internacional, complaciente con sus desmanes, esgrimiendo una Carta de Derechos Humanos que allí está enterrada en petróleo y arena. Pero sirva la polémica, al menos, como legítimo desahogo.


Isaías Lafuente (Cadena Ser)


Emotivo recibimiento a refugiados en una estación de Alemania
Posted: 08 Sep 2015 04:49 AM PDT





Ciudadanos alemanes dedican un caluroso recibimiento a refugiados sirios a su llegada a una estación del país, una actitud que contrasta con la hipocresía de los dirigentes de Europa para abordar el tremendo drama de quienes huyen de la muerte.



KEIN TAG WIE JEDER ANDERE!!!Unsere Reporter waren heute bei der Ankunft der 1500 #Flüchtlinge am #Dortmunder Hauptbahnhof. Was sich dort abgespielt hat, war Gänsehaut pur. Das passiert wenn Menschen auf Menschen treffen. Wir lassen das Video wohl lieber unkommentiert. Nur eine Sache sei gesagt: #Welcome
Posted by 17:30 SAT.1 NRW on Domingo, 6 de septiembre de 2015




En los últimos 30 años han desaparecido 500 millones de aves comunes en Europa
Posted: 08 Sep 2015 01:55 AM PDT





Casi una cuarta parte de las aves que surcaban los cielos de Europa hace 30 años ha desaparecido. Un estudio con datos de 25 países europeos muestra cómo la población aviaria salvaje ha pasado de algo más de 2.000 millones en 1980 a menos de 1.600 millones en la actualidad. El grueso de los pájaros desaparecidos pertenece a las especies más comunes, esas que no tienen ningún tipo de protección.

Investigadores de varias universidades y organizaciones, liderados por biólogos de la Universidad de Exeter (Reino Unido), han recopilado los datos disponibles del número de aves en Europa. Su trabajo se inició en 1980 y acabó, con las últimas cifras disponibles, de 2009. Las estadísticas son abrumadoras.

La población aviaria europea ha descendido en casi 500 millones de ejemplares en tres décadas. Es una estimación, pero aún así la cifra es alarmante. Además, los cálculos son solo para 144 especies de las más de 500 que hay catalogadas en Europa. De seguir a este ritmo, los pájaros desaparecerían del viejo continente antes de acabar el siglo.

Pero el hecho más relevante que muestra este trabajo, publicado en Ecology Letters, es que no todas las especies están desapareciendo por igual. De hecho, hay muchas de las llamadas singulares, como águilas, buitres o cigüeñas, que han visto aumentar sus poblaciones. En realidad, el genocidio está afectando a las especies pequeñas y más comunes.

En todos los ecosistemas hay una especie de ley natural por la que la mayoría de las especies tiene poblaciones reducidas mientras que unas pocas están formadas por cientos de miles o millones de ejemplares. Son éstas las que están desapareciendo. Cerca del 90% de aquellos 420 millones de aves, pertenecen a solo 24 especies de los más comunes y pequeños pájaros.

En ciudades como Londres o Praga, el gorrión común prácticamente se ha extinguido. Además del gorrión común, las poblaciones de golondrina común, vencejo común, alondras, varias especies de perdiz o las bandadas de estorninos ya no son tan comunes como antes. En España, un estudio de la organización SEO/BirdLife estima que el número de golondrinas se ha reducido en un 30%, mientras que el de los gorriones ha caído hasta la mitad.

La agricultura moderna es la principal causa del casi exterminio de las aves más comunes de Europa, por el uso de avanzados fitosanitarios que acaban con los insectos de los que se alimentan. Es el caso de los neonicotinoides, pesticidas de baja toxicidad para los humanos que entran en las plantas. Al comer de ellas o libar de sus flores, ataca el sistema nervioso paralizando hasta la muerte a los insectos.

En sus conclusiones, los autores del estudio se preguntan si la concentración de los esfuerzos de protección en las grandes y singulares aves no estaría siendo un error. Quizá el modelo actual de proteger casi exclusivamente a estas especies no sirva para mucho si el mundo se queda sin gorriones ni golondrinas.


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ANTÓNIO FONSECA

EXPRESSO CURTO - 9 DE SETEMBRO DE 2015




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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Valdemar Cruz
Por Valdemar Cruz
Jornalista
 
9 de Setembro de 2015
 
Grécia, meu amor
 
Hoje temos muita Grécia, mas já lá iremos, porque não posso deixar de recordar o meu último Expresso Curto. Foi tirado há um mês e dois dias. Nessa mesma sexta-feira, dia 7 de agosto, fui de férias. Escolhi então, para destaque, o drama dos refugiados. Regresso e o tema, longe de estar amenizado, ganhou novas proporções numa Europa demasiado tempo titubeante e incapaz de encontrar uma resposta global e inequivocamente solidária. Só no passado fim de semana, mais de 10 mil emigrantes e refugiados entraram na Europa através da Hungria. Várias organizações humanitárias e ativistas de direitos humanos estão já a avisar que o movimento não vai abrandar tão cedo. Para lá das guerras, do terror e da pobreza no Médio Oriente, há um fator adicional, ao qual não tem sido prestada grande atenção, e que, diz a Time ao citar vários cientistas, poderá tornar tudo ainda pior: as mudanças climáticas. Entre 2006 e 2001, largas regiões da Síria, por exemplo, sofreram uma seca extrema, exacerbada pelas mudanças do clima. As consequências estão à vista, com aumento da pobreza e migrações para áreas urbanas. É um dado novo que foge do óbvio e terá de ser colocado em qualquer equação que pretenda encontrar uma solução para este drama humanitário.

Por cá, falamos de debates, mas não temos debates. A afirmação é arriscada, eu sei. Tanto mais que hoje António Costa terá como opositor Passos Coelho num frente a frente transmitido em simultâneo pelos três canais de televisão. O problema é ficar por aí o que pode ser acompanhado em em sinal aberto. Ao remeterem todos os outros debates para os canais por cabo, as televisões retiram a milhões de portugueses a oportunidade de avaliar, em confronto direto, as propostas dos diferentes partidos. Há um afunilamento democrático bem patente num trabalho publicado há dias pelo Expresso, no qual se constata que o debate no cabo tirou quase 800 mil espetadores ao BE e à CDU. O texto refere-se ao frente a frente entre Catarina Martins e Jerónimo de Sousa no passado dia 1, na RTP Informação. Uma recente entrevista ao secretário-geral do PCP na TVI teve mais de um milhão de espetadores. O debate com Catarina no cabo ficou-se pelos 115 mil espetadores.

Ontem voltou Catarina, agora na SIC Notícias e com Paulo Portas como opositor. Quem ainda não tivesse percebido, ficou esclarecido em definitivo. A Grécia e o modo como ali evoluiu a situação política, transformou-se numa bênção para o Governo português. A propósito ou a despropósito havia um fantasma a ser convocado: Grécia, Grécia, Grécia, Grécia. As vezes que forem necessárias até não haver dúvidas: a Grécia terá hoje, para a direita portuguesa, o mesmo valor simbólico contido na propalada imagem dos comunistas a comerem criancinhas ao pequeno almoço de outros tempos. Ou, numa variante cinematográfica tão ao gosto de Portas, vai transformar-se no equivalente a um "Vêm aí os Russos", de Norman Jewison, travestido agora em "Vem aí a Grécia", ontem aplicado ao BE, mas que não deixará de ser arremessado contra o PS ou o PCP.

Um dos momentos mais interessantes do debate, muito centrado por Portas nas consequências de uma hipotética saída do euro, terá ocorrido a propósito das pensões, tema para o qual o vice-primeiro ministro quase teve de ser arrastado. BE e CDS apresentam abordagens diferentes, com Portas a tentar explicar as vantagens do plafonamento tal como o concebe, e a garantir que só se aplicará a novos contratos. Muito acutilante neste tema, Catarina Martins não conseguiu evitar o desabafo que resumia muito do ocorrido no frente a frente: "é complicado fazer um debate para o futuro com alguém que não apresenta contas".

Quem as tem feito, e com regularidade, é o economista Eugénio Rosa. No último dos seus estudos, publicado há dias, apresenta os dados todos sobre uma previsível evolução das pensões à luz das propostas eleitorais da coligação PSD/CDS e do PS para concluir que em ambos está previsto o congelamento das pensões como forma de reduzir o défice orçamental. É um tema delicado a seguir à lupa nos próximos tempos.

OUTRAS NOTÍCIAS
Miguel Macedo
, o ex-ministro da administração interna foi constituído arguido no caso dos vistos gold. Suspeito de prevaricação e de tráfico de influência, Macedo, começara a ser ouvido na tarde de ontem. O interrogatório foi interropido às 21h20 e continuará em data a anunciar.

O desafio colocado pela Uber está a transformar-se numa questão cada vez mais quente, com alguma violência à mistura. A discussão está aí para durar, com os tribunais a pronunciarem-se e a aceitarem uma providência cautelar que proibe a aplicação de atuar em Portugal.

Faz manchete no Público e é mais um passo em frente proporcionado pelo Papa Francisco. A nulidade dos casamentos católicos vai ser mais rápida e gratuíta. É a maior reforma dos últimos 300 anos e permitirá aos fiéis voltarem a casar pela igreja.

Nuno Crato volta às primeiras páginas. O Díário de Notícias titula que o ministro "deixa milhares de alunos sem ensino musical". Segundo o jornal,cortes drásticos no financiamento. apanharam desprevenidas famílias dos alunos de 97 conservatórios privados.

O Negócios destaca os custos com as PPP para assegurar que dispararam 30%. Pelas contas do jornal, até junho, estas parcerias custaram ao Estado 620 milhões de euros.

A Grécia, agora sem Portas, prossegue uma caminhada com sentido indefinido. O Syriza corre sérios riscos de se tornar vítima das hesitações e contradições de Tsipras. Ao contrário do habitual, os gregos estão a demonstrar pouco interesse pelo debate político e parecem ter entrado numa fase de desilusão que conduz à negação da política. Na revista francesa "Marianne", um trabalho intitulado "Mau tempo (para toda) a esquerda", dá conta de como para muitos gregos "foi toda a esquerda que traiu", sem distinguir "entre a casta dirigente do Syriza, os Lafazanistas e os outros". Panagiotis Lafazanis é o ex-ministro da energia e do ambiente que saiu em rutura com Tsipras e criou um novo partido de esquerda, a Unidade Popular.

NÚMEROS

2,9

mil milhões de cristãos no mundo contra os atuais 2,7 mil milhões é o número previsto para 2050 pelo Pew Research Centre no seu estudo The Future of World Religions, que revela um Ocidente cada vez menos crente num mundo marcado pela explosão da fé, com mais 73% de muçulmanos, mais 35% de cristãos ou mais 31% de hindus

2,7
mil milhões de muçulmanos, face aos atuais 1,6 mil milhões para o mesmo período, o que significa que esta será a única grande religião a crescer mais rapidamente que a população mundial como um todo.Isso fará com que, segundo as previsões, em 2050 haja quase tantos muçulmanos como cristãos

1.2
mil milhões de arteus, agnósticos ou sem religião, por oposição aos atuais 1,1 mil milhões

FRASES
"A poupança de 600 milhões não será feita com cortes em pensões em pagamento". Paulo Portas na SIC Notícias

"Este Governo destruiu a contratação coletiva. Todas as relações de trabalho ficaram mais precárias". Catarina Martins na SIC Notícias

"O problema da Grécia é um problema Grécia-Europa, e por isso não se trata de considerar o problema á luz da relação entre credores e devedores". Adriano Moreira no DN

"Os últimos cinco anos de políticas económicas da eurozona constituem uma notável comédia de enganos". Yanis Varoufakis no artigo "Democratizing the Eurozone" publicado em Social Europe

O QUE ANDO A LER
Parte das férias foi ocupada com uma leitura eletrizante, no mínimo. As histórias de espiões sempre me fascinaram, mas uma arrebata-me mais que todas as outras. Quando se trata de Kim Philby, nunca me canso de tentar entender o homem que ao longo de mais de trinta anos conseguiu iludir os serviços secretos ingleses e americanos, ao ponto de ter chegado a lugares de topo do MI6 e ter sido apontado como possível chefe máximo dos serviços secretos ingleses.

Philby era, porém, um agente duplo, ao serviço da União Soviética desde 1934, altura em que fora recrutado através da primeira das suas quatro mulheres, uma austríaca militante do Partido Comunista. Ao escrever "A Spy Among Friends" , Ben Macintyre proporciona uma aproximação de tipo diferente ao percurso daquele que porventura terá sido o mais famoso e produtivo espião do século XX, por cujas mãos passaram todos os grandes segredos da diplomacia do chamado mundo ocidental, em particular durante a II Guerra Mundial e no período pós -guerra.

Também disponível em castelhano ("Un Espia entre amigos"), o livro tem um arranque poderoso. Em janeiro de 1963, dois ingleses de meia-idade tomam chá na zona cristã de Beirute. O encontro, de alguma forma antecipado e desejado por ambos, ia colocar um ponto final numa sólida e aparentemente inexpugnável amizade de mais de 30 anos. Há muito acossado e cada vez mais encurralado, Philby acede por fim a deixar-se conduzir pelas perguntas do seu maior e mais íntimo amigo, também ele espião do MI6, Nicholas Elliot, e confessa o que Elliot sempre se recusara a admitir: estava há décadas ao serviço da URSS. É uma narrativa carregada de tensão, atravessada pelas relações de amizade construídas em universidades de elite entre vários dos protagonistas, o que explicaria a cegueira que terá permitido a Kim Philby chegar onde chegou, defende Macintyre.

Naquele mesmo mês de janeiro de 1963, Philby desaparece de Beirute - várias teses sustentam que a sua fuga foi estimulada e constituiu um alívio para as autoridades britânicas, para quem seria politicamente insustentável aguentar com possíveis e comprometedoras revelações durante o julgamento - e aparece em Moscovo, onde faleceu, num hospital, a 11 de maio de 1988. Philby sempre manteve que atuou como atuou por pura convicção ideológica.

Teve um funeral sumptuoso, com uma guarda de honra do KGB. O serviço de correios soviético imprimiu um selo em sua honra, e em 2011 os serviços secretos russos inauguraram uma placa em que figuram dois rostos de Philby a olharem-se de perfil. O The Guardian publicou uma extensa e bem docomentada crítica a um livro que, quando terminei a leitura, me deixou perplexo face à dúvida sobre se teria lido um romance de aventuras ou um sólido e bem documentado ensaio histórico. A realidade é sempre mais espantosa que a ficção.

Se quiser manter-se no tema, procure a série de televisão "The Americans", sobre um convencional casal norte-americano de classe média, proprietário de uma agência de viagens, com dois filhos e a viver nos arredores de Washington. Na verdade são dois membros do KGB, de nacionalidade soviética, participantes de um programa especial que os colocou muito novos nos EUA. Apesar de emitida pela FOX, é uma série muito equilibrada na demonstração de que não há só bons de um lado e só maus do outro. Há espiões a fazer o seu trabalho.

Para completar, uma outra abordagem. "La Cia y la guerra fria cultural", da britânica Frances Saunders é um volumoso ensaio onde se demonstra como a CIA gastou milhões de dólares em programas destinados a afastar os intelectuais de qualquer simpatia ideológica pelos ventos soprados da URSS, com o patrocínio de exposições, organização de conferências, criação de revistas, dinamização de movimentos na pintura, pagamentos diretos a escritores, filósofos ou pintores e, até, o fomento de um lóbi para que não fosse atribuído o Prémio Nobel a Pablo Neruda.

Como estamos a viver um tempo de fervilhante produção noticiosa, interna e externamente, manteneha-se atento ao Expresso Online e ao fim da tarde não perca o Expresso Diário. Amanhã de manhã terá um Expresso Curto seguramente com outro sabor, tirado pelo sempre acutilante Pedro Santos Guerreiro.


 
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ANTÓNIO FONSECA

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