sexta-feira, 8 de maio de 2015

OBVIOUS MAGAZINE - 5 DE MAIO DE 2015

OBVIOUS - Escolhas do editor‏

OBVIOUS - Escolhas do editor

 
 
05-05-2015
 
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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com
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passione d’amore: quando precisamos do amor para respirar

por Sílvia Marques em May 05, 2015 09:10 am   share on Twitter Like           passione d’amore: quando precisamos do amor para respirar on Facebook Google Plus One Button

Este artigo objetiva comentar um filme pouco conhecido de Ettore Scola: Paixão de amor.

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o feminismo nunca estará na moda, e nunca sairá dela

por Mariana Rosa em May 05, 2015 09:10 am   share on Twitter Like o feminismo nunca estará na moda, e nunca sairá dela on Facebook Google Plus One Button

Não sofremos por sermos mulheres. Sofremos por levarmos junto a essa identificação de gênero tantas outras definições que na verdade não nos define, apenas nos enclausura no perfil que a história nos sujeitou

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profissão? cyber atleta!

por Eduardo Salazar em May 05, 2015 09:10 am   share on Twitter Like profissão? cyber atleta! on Facebook Google Plus One Button

A evolução no mundo dos games, disputa acirrada contra o cinema e um novo mercado de trabalho para ser explorado. e-sport a nova tendência.

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erros e adversidades – ninguém e nenhuma circunstância pode tirar o valor que você possui

por Soraya Rodrigues de Aragão em May 05, 2015 09:00 am   share on Twitter Like erros e adversidades – ninguém e nenhuma circunstância pode tirar o valor que você possui on Facebook Google Plus One Button

O valor que nós possuimos, nunca nos é tirado, mesmo que aconteçam coisas ruins na nossa vida. Todos estamos em contínuo processo de aprendizado e é esperado que erros aconteçam para todo mundo. Todos podemos cair. Mas aconteça o que acontecer, você nunca poderá ser “diminuido” por alguma intempérie da vida, mas sim acrescentado. Nunca aceite o lugar ou o valor que os outros querem atribuir a você por conta de algum erro. Você é quem define isto.

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nÃo se contente com migalhas

por Cristina Souza em May 05, 2015 09:00 am   share on Twitter Like nÃo se contente com migalhas on Facebook Google Plus One Button

Se a fome de amor é enorme, por que, afinal, tanta gente se alimenta com migalhas? Qual o problema em se fartar de amor até transbordar? E você, anda fazendo dieta forçada?

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sonhos sem paixão? breves considerações sobre o fracasso

por Valter Geronimo Camilo Junior em May 05, 2015 08:50 am   share on Twitter Like sonhos sem paixão? breves considerações sobre o fracasso on Facebook Google Plus One Button

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa. - Caio F. Abreu.

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o fascÍnio de louise brooks

por Ricardo Scarelli em May 05, 2015 08:50 am   share on Twitter Like o fascÍnio de louise brooks on Facebook Google Plus One Button

A atriz do cinema mudo que agitou e desprezou a Hollywood das primeiras décadas do século passado com seu espírito inquieto e contestador.

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poemas demais, poesia de menos

por ronaldo coelho teixeira em May 05, 2015 08:40 am   share on Twitter Like poemas demais, poesia de menos on Facebook Google Plus One Button

José Castello, escritor espelho e sempre inquieto, reanunciou o tempo dos poetas menores em sua coluna mensal “A Literatura na Poltrona” no Rascunho – quixote brasiliano impresso do inecessário – de janeiro último. São aqueles que depois de uma vida inteira dedicada a uma profissão, agora posam de poetas e escritores. Enquanto durante toda a sua existência, esqueceram que a arte é parte essencial – se não, vital – da existência humana. Não sabem eles – ou se esquecem – que a literatura, toda ela, deve ser feita com tripas, suor e sangue. E que a arte, como qualquer uma das profissões humanas, além do destino, da sorte e do talento, (amante ciumenta e possessiva), exige dedicação total do seu diletante.

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córdoba e suas flores de maio

por Rita L.M. em May 05, 2015 08:00 am   share on Twitter Like córdoba e suas flores de maio on Facebook Google Plus One Button

“Há flores cobrindo o telhado / E embaixo do meu travesseiro... / Há flores por todos os lados / Há flores em tudo que eu vejo...”

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precisamos conversar sobre o que significa o “dia internacional da mulher”

por Ana Carolina Garcia em May 05, 2015 08:00 am   share on Twitter Like precisamos conversar sobre o que significa o “dia internacional da mulher” on Facebook Google Plus One Button

Sobre feminismo, sororidade e o laço invisível que une todas as mulheres. E sim, isso vai muito além de um dia.

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quando nossos olhares se cruzam

por Aline Vaz em May 05, 2015 08:00 am   share on Twitter Like quando nossos olhares se cruzam  on Facebook Google Plus One Button

Talvez todos sejamos praias, ilhas desertas ou piscinas de hotéis caros e impessoais. Tem dias que somos lagos, outros mares, mas estamos sempre em movimento, alguns dias a água se agita, em outros apenas contempla o céu.

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em defesa do erro (por amor)

por Thiago Borges em May 04, 2015 12:10 pm   share on Twitter Like em defesa do erro (por amor)  on Facebook Google Plus One Button

Por vezes, evitamos o erro e acreditamos na traição grosseira de que deve-se dar um desconto ao mesmo, posto que ele é humano. Também é dito por aí que "persistir no erro é burrice". Este é um manifesto em defesa do Erro (e de todos os errantes). Pois erar é o novo “amar”.

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monte castelo

por Mário Lúcio em May 04, 2015 12:00 pm   share on Twitter Like monte castelo on Facebook Google Plus One Button

Análise da canção quanto ao seu contexto histórico, referencial e filosófico.

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os mais impressionantes documentários sobre questões que não podem ser esquecidas

por Eli Boscatto em May 04, 2015 12:00 pm   share on Twitter Like os mais impressionantes documentários sobre questões que não podem ser esquecidas on Facebook Google Plus One Button

O documentário pode ser um poderoso meio de denúncia , uma forma de dar voz aos esquecidos e invisíveis, de mudar conceitos e transformar o olhar.

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É proibido proibir a educaÇÃo

por Bruna Kalil Othero em May 04, 2015 12:00 pm   share on Twitter Like É proibido proibir a educaÇÃo on Facebook Google Plus One Button

Hoje é Dia do Trabalho. Na quarta-feira, dia 29 de abril, os professores do Paraná foram massacrados. A resposta à luta por canetões, lápis e livros foi intolerância, bombas, agressões e tiros de balas de borracha. Escrevi esse texto no domingo, antes disso tudo, e a conclusão é: a educação deve estar mesmo proibida.

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minhas tardes com margueritte

por Gilsara Mattos em May 04, 2015 11:50 am   share on Twitter Like minhas tardes com margueritte on Facebook Google Plus One Button

É fascinante o descobrir, em qualquer época da vida, que ela, e nós, somos mais do que supomos.

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revolutionary road: o caminho sem volta daqueles que ousam sonhar

por Sílvia Marques em May 04, 2015 11:30 am   share on Twitter Like revolutionary road: o caminho sem volta daqueles que ousam sonhar on Facebook Google Plus One Button

Este artigo objetiva analisar o livro "Revolutionary Road" ( traduzido para o Brasil como "Foi Apenas um Sonho") de Richard Yates.

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carta para coraline

por Fabíola Simões em May 04, 2015 11:30 am   share on Twitter Like carta para coraline on Facebook Google Plus One Button

Por isso, não tenha medo de romper a fronteira daquilo que lhe parece seguro. Siga pela estrada de tijolos amarelos e quem sabe, além do arco-íris, encontre a si mesma mais amadurecida e feliz, Coraline.

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vida que trava

por Ketllyn Fernandes em May 04, 2015 10:50 am   share on Twitter Like vida que trava on Facebook Google Plus One Button

Um ensaio sobre a tomada de consciência de que se está vivo. Você está vivendo ou simplesmente existindo? “Quando sente medo de pular, é o exato momento em que precisa pular.” - J. C. Chandor

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entre o transitório e o permanente

por Bruno Lemos em May 03, 2015 12:30 pm   share on Twitter Like entre o transitório e o permanente on Facebook Google Plus One Button

O texto traça, em rápidas linhas, a preferência do público em geral por bens transitórios, em franco detrimento dos valores permanentes que nos caracterizam como humanos e que nos diferenciam de todos os outros seres da Criação.

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retratos selvagens: o despudorado cinema argentino

por Sílvia Marques em May 03, 2015 10:40 am   share on Twitter Like              retratos selvagens: o despudorado cinema argentino on Facebook Google Plus One Button

Este artigo comenta o filme Retratos selvagens.

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envelhecemos, amadurecemos ou fruímos a vida?

por Marcelo Wolf em May 03, 2015 10:40 am   share on Twitter Like envelhecemos, amadurecemos ou fruímos a vida? on Facebook Google Plus One Button

Estamos sobrevivendo instintivamente, vivendo movidos por nossos desejos ou aproveitando a vida e tentando evoluir usando o poder da vontade? Reflexões num dia de outono.

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a mpb e a ditadura militar

por Clarice Amélia em May 03, 2015 10:40 am   share on Twitter Like a mpb e a ditadura militar on Facebook Google Plus One Button

A luta, os pés na brasa e o corpo no fogo da MPB em relação à falta de liberdade de expressão da tenebrosa época da Ditadura Militar brasileira. 

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leoni e o talento para falar de amor

por Débora Marx em May 03, 2015 10:40 am   share on Twitter Like leoni e o talento para falar de amor on Facebook Google Plus One Button

Não é fácil falar sobre um sentimento tão nobre como o amor, mas com simplicidade, talento e um olhar atento para as relações humanas, Leoni consegue, em cada canção, desnudar as angústias e os prazeres que a paixão nos traz.

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o dilema do silvio

por Ramon S Nunes em May 03, 2015 10:10 am   share on Twitter Like o dilema do silvio on Facebook Google Plus One Button

Curtos comentários existenciais sobre coadjuvantes.

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ANTÓNIO FONSECA

quarta-feira, 6 de maio de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 4 DE MAIO DE 2015

Macroscópio – Liberdade e interditos, humor e parcialidade‏

Macroscópio – Liberdade e interditos, humor e parcialidade

Para: antoniofonseca40@sapo.pt



Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
Não sei bem onde colocar o início desta história, mas o mais fácil será começar pelo Expresso do passado sábado, onde o director-adjunto João Vieira Pereira escrevia uma crónica significativamente intitulada É a liberdade, António Costa (link para assinantes). Nessa crónica dava-se conta do teor de um SMS que aquele jornalista recebera do líder do PS (os detalhes da história podem ser lidos neste artigo do Observador: António Costa envia SMS polémico a diretor-adjunto do jornal Ex presso). Para quem não tenha lido ou não se recorde, o teor do SMS era o seguinte: “Senhor João Vieira Pereira. Saberá que, em tempos, o jornalismo foi uma profissão de gente séria, informada, que informava, culta, que comentava. Hoje, a coberto da confusão entre liberdade de opinar e a imunidade de insultar, essa profissão respeitável é degradada por desqualificados, incapazes de terem uma opinião e discutirem as dos outros, que têm de recorrer ao insulto reles e cobarde para preencher as colunas que lhes estão reservadas. Quem se julga para se arrogar a legitimidade de julgar o carácter de quem nem conhece? Como não vale a pena processá-lo, envio-lhe este SMS para que não tenha a ilusão que lhe admito julgamentos de carácter, nem tenha dúvidas sobre o que penso a seu respeito. António C osta”
 
Além do Observador, a notícia da existência deste SMS polémico só começou por ser dada por mais dois órgãos de informação – ojornal i e o Correio da Manhã – e, um dia depois, o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Carlos Magno, questionado pelo Observador, disse que, do seu “ponto de vista, a ERC não se deve envolver”.
 
Este quase silêncio é um dos pontos de reflex&atil de;o, no Público de hoje, de Paulo Rangel, que na sua coluna de opinião, Ainda há bullying pelo Rato, teme pelo regresso do ambiente pesado que houve no consulado de José Sócrates e considera “estranho e verdadeiramente insólito” que, “apesar de, no fim-de-semana, António Costa ter aparecido em actos públicos e de ter aceitado responder a perguntas (por exemplo, à saída da Ovibeja), não houve nenhum jornalista que o questionasse sobre esta matéria. Aparentemente, os colegas de profissão de Vieira Pereira não valorizam este comportamento e ele não lhes suscita nenhuma apreensão.”
 
Essa mesma perplexidade  levou a que ontem Alexandre H omem Cristo, em O SMS de António Costa é inaceitável, se interrogasse sobre se tal silêncio não constituiria a única excepção a uma regra tida por adquirida: a da crítica severa, nos jornais e na opinião pública, de actos considerados atentados à liberdade de imprensa. Acrescentou mesmo:
Como estamos em Portugal e como se trata de António Costa, [o caso] foi apenas nota de rodapé durante um feriado. Imagine o que seria se o mesmo tivesse acontecido nos EUA, no Reino Unido ou em França. Ou, tão simplesmente, o que se diria caso o autor do SMS fosse Passos Coelho ou Miguel Relvas, em vez de António Costa. Quando a nossa disponibilidade para condenar ataques à liberdade de imp rensa é selectiva, algo está mal. E é por isso que não é fácil desempatar e decidir o que é mais grave neste episódio: se o próprio SMS de António Costa ou se o facto de ninguém se ter realmente importado.”
 
No caso deste Macroscópio, eu desempato: vou tratar do porquê de o caso não ter suscitado a celeuma que outros episódios semelhantes suscitaram. E faço-o por duas razões, uma pessoal e outra editorial. A pessoal remete para um episódio de que já me tinha esquecido totalmente, mas que um blogue recordou: em Fevereiro de 2008, num programa do Rádio Clube Português, António Costa também considerou que eu era “efectivamente uma pessoa desqualific ada”. Não sou de rancores, não me lembrava desse entrevista, há coisas que me entram por um ouvido e saem pelo outro, mas para que não se diga que trato deste tema no Macroscópio por ter velhas contas a ajustar (mesmo sendo agora Costa candidato a primeiro-ministro), passo à discussão editorial. E esta é quase tão antiga como a existência de imprensa livre: até que ponto são os jornalistas independentes? Mais recentemente, no mundo ocidental, essa questão tem tomado outra forma: até que ponto são os jornalistas de esquerda?
 
Eu sei que o tema é quase tabu em Portugal, mas o mesmo não sucede noutros países com tradições mais antigas de liberdade. Por isso começo a minha selecção de textos precisamente por um artigo de uma revista académica dos Estados Unidos, uma das mais p restigiadas nesta área, a Columbia Journalism Review:Journalism Should Own Its Liberalism - And then manage it, challenge it, and account for it (para os menos habituados à terminologia norte-americana, “liberalism” é forma como aí se designa o ser-se de esquerda). É um texto longo, com muitos dados e que merece ser lido com atenção. Como não podia deixar de ser numa revista académica, é um texto que cita estudos empíricos sobre o enviezamento para a esquerda da cobertura jornalística nos Estados Unidos. Pequeno extracto:
In a UCLA study of media bias, reporters were found to be substantially m ore liberal and more Democratic than the public at large. Hoyt, in a column last year, acknowledged this finding: “Being human, journalists do have personal biases, and a long line of studies has shown that they tend to be more socially and politically liberal than the population at large. There is no reason to believe Times journalists are any different.” If reporters were the only ones allowed to vote, Walter Mondale, Michael Dukakis, Al Gore, and John Kerry would have won the White House by landslide margins. More specifically, reporters and editors tend to be social liberals, not economic liberals. 
 
Há imensa bibliografia sobre este tema nos Estados Unidos, mas fiquemo-nos por aqui e regressemos a Portugal. Desta vez para citar duas crónicas que falam abertam ente desta realidade:
  • comecemos por Helena Matos que, num texto publicado no Observador em Outubro do ano passado, se interrogava: Os jornalistas são preguiçosos ou serão todos de esquerda? Nele defendia que “O que temos como elemento redutor e distorcivo de boa parte das notícias é uma outra coisa. Uma outra coisa que faz com que o problema não esteja no que escrevem sobre Passos, mas sim no que não escreveram sobre Sócrates. Ou que em algumas redacções tal só tenha acontecido por absoluta impossibilidade de evitar o assunto. Tal como o problema não é o que escrevem sobre os cortes nos salários, mas sim que em quarenta anos de democracia se contem pelos dedos das mãos as reportagens dignas desse nome so bre os sindicatos (…). Em conclusão, o problema não é de modo algum o que criticam e investigam, mas sim o que omitem sobre determinados líderes e o acriticismo com que brindam determinadas causas. Aqui sim pode falar-se de um favorecimento não necessariamente da área da esquerda, mas sim de quem lhe usa o ideolecto.
  • já Henrique Monteiro, num artigo recente no Expresso –Razões para duvidar do que parece evidente (link para assinantes) – fazia uma breve descrição do que, de alguma forma, era esse ideolecto: “há basicamente quatro assuntos que um jornalista não pode questionar sem sofrer uma espécie de bullying sob a forma de comentários nas redes sociais e por onde calha. Sem querer hierarquizá-los direi que são: os direitos dos animais, o facto das alterações climáticas serem provocadas pela ação do homem; a igualdade absoluta de género e a discriminação positiva de homossexuais e a absoluta probidade, correção e estudos superiores de José Sócrates.
 
Ora bullying nas caixas de comentários e nas redes sociais foi algo que não faltou a Rui Ramos que, neste jornal, se atreveu hoje a tocar noutra zona de vacas sagradas: Porque é que todos os humoristas são de esquerda? (houve até quem anunciasse já estar a escrever o texto do seu próximo programa de humor, que lhe será especialmente dedicado apesar de o autor t er citado apenas exemplos anglo-saxónicos e nem sequer ter entrado pela realidade portuguesa). É um texto que explora várias interpretações de que destaco esta, entre outras possíveis:
Outrora, um esquerdista sentiria a obrigação de estar organizado, de pertencer a um partido, a um sindicato, a um movimento. Hoje, o esquerdismo é virtual, está na rádio e na TV, na rede social, na coluna de jornal, na sala de aula, à mesa do restaurante. (…) Não exige qualquer mudança de comportamento pessoal, mas em contrapartida requer, como mais um sinal de distinção, a vocalização histérica do escárnio do sistema a que se pertence e que se serve. Como tal, é uma ideologia muito jeitosa para a classe média que resultou da escolarização, da urbanização e da nov a indústria de serviços, e que sabe combinar o que a direita lhe dá em termos de economia de mercado, e o que a esquerda lhe empresta em termos de boa consciência igualitária. A carteira à direita, a boca à esquerda.
 
Esta discussão, suspeito, só está a começar – isto se resistir e não for morta no ovo. E será necessariamente uma discussão da sociedade civil, não de órgãos como a ERC, e não apenas pelo seu assumido silêncio. Às vezes é bom ter memória e é isso que acontece num blogue onde André Azevedo Alves recordou a forma bem diferente como uma antiga responsável daquele organismo e professora na Escola Superior de Comunicação Social, se referiu a este caso e a um que envolveu Miguel Relvas. Leiam: chama-se O padrão Estrela Serrano de “regulação” da comunicação social.
 
Esta discussão chega também numa boa altura: domingo passado, 3 de Maio, celebrou-se, sob o signo da UNESCO, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Não aprecio especialmente “dias mundiais”, mas não posso deixar de notar a coincidência.
 
Tenham porém bom descanso, boas leituras e muitos anos de liberdade pela frente. Eu estarei de regresso amanhã. 

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ANTÓNIO FONSECA

EXPRESSO DIÁRIO - CORRECÇÃO - 4 DE MAIO DE 2015

CORREÇÃO: Os U2 voltam a Portugal... e o CDS volta a irritar-se com Passos‏

CORREÇÃO: Os U2 voltam a Portugal... e o CDS volta a irritar-se com Passos

 
 
05-05-2015
 
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Expresso
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CAMPANHA DA APAVLar doce lar? O catálogo da violência doméstica

Martim Silva
POR MARTIM SILVA
Editor-Executivo
CORREÇÃO: Os U2 voltam a Portugal... e o CDS volta a irritar-se com Passos
Hoje temos política. 
Mas deixem-me começar por uma notícia de última hora do Expresso Diário: os U2 vão regressar a Portugal para o ano… para mais que um concerto.

Agora vamos às coisas “sérias”. Ou, se preferirem, vamos a mais uma voltinha no carrossel... 

Passos lança uma biografia autorizada, solta umas facadas ao parceiro de coligação, não perdoa a Cavaco, diz que a saída de Gaspar era inevitável e "apaga" Miguel Relvas. "Já não há pachorra", afirma um dirigente do CDS ao Expresso Diário, verbalizando a irritação do partido com mais esta areiazinha colocada na engrenagem da coligação. Mas, com ou sem pachorra, os dois vão mesmo coligados às legislativas. Na segunda-feira após as eleições, logo se vê o que acontece.
O tema é assunto do dia na política e temos opinião para lhe dar. Ricardo Costa pergunta "Passos e Portas, a mesma luta?". 
Os temas da política são também mote para os textos de Henrique Monteiro (Dias Loureiro, Sócrates e outros exemplares), Daniel Oliveira (Como os políticos destroem a política) e Henrique Raposo (O sms socrático de António Costa).

Os portugueses que combatem nas fileiras terroristas do Estado Islâmico voltam hoje a ser tema, com um ângulo original (e exclusivo): a iniciativa de um conjunto de jovens estudantes nacionais que se juntaram para escrever uma "carta aberta a Ângela". Ângela é uma jovem portuguesa que fugiu para a Síria para se juntar ao EI.

No Diário de hoje, destaque ainda para uma entrevista a um luso-descente que é uma sumidade na luta contra o cancro nos EUA. Ronald de Pinho explica a sua investigação e como quer erradicar o cancro do mundo.

Amanhã, dia de aniversário (do Diário, não meu), voltamos a encontrar-nos por aqui. E não esqueça que esta semana e a próxima o Expresso Diário é de acesso livre e gratuito.

Ler o Expresso Diário


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ANTÓNIO FONSECA

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