sábado, 18 de abril de 2015

PRINCIPETITO BLOG - 18 DE ABRIL DE 2015

PríncipeTito Blog‏

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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

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Posted: 17 Apr 2015 03:30 PM PDT

Posted: 17 Apr 2015 12:30 PM PDT

Posted: 17 Apr 2015 08:00 AM PDT

Posted: 17 Apr 2015 03:00 AM PDT

Pensionistas e reformados - 18 de ABRIL DE 2015


Pensionistas e reformados
Assunto: Miguel Cadilhe diz o seguinte sobre os Pensionistas
ATÉ MIGUEL CADILHE APONTA O DEDO!!!!
Tal é o clamor!!!!...
Afinal não são só BAGÃO FÉLIX, MANUELA FERREIRA LEITE, SILVA LOPES e tantos outros a colocarem-se ao lado dos pensionistas e reformados.
Miguel Cadilhe diz o seguinte sobre os Pensionistas:
CRISE! QUAL CRISE!? ENQUANTO HOUVER PENSIONISTA, E VOTANTES…
Porque é que as televisões nada dizem sobre isto?
Têm medo dos seus 'patrões'?
Então, onde estão a 'ética jornalística e a liberdade de imprensa' que tanto dizem defender?
Há uma “injustiça de bradar aos céus” para com os pensionistas – disse Cadilhe.
O antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe afirmou, terça-feira, que está a ser cometida uma “injustiça de bradar aos céus” sobre os pensionistas portugueses, que têm um direito equiparado a um título de dívida sobre o Estado.
“Quanto aos pensionistas, atenção, há aí uma injustiça de bradar aos céus. Porque os pensionistas que estão no regime contributivo, isto é, que passaram a sua vida activa a contribuir, têm um verdadeiro direito sobre a República, são titulares de uma espécie de divida pública da República”
- disse Miguel Cadilhe durante um debate com o conselheiro de Estado Vítor Bento, no Palácio da Bolsa, no Porto.
O antigo ministro das Finanças do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva (PSD), questionou como pode o Estado cumprir “toda a dívida pública perante os credores externos e internos, mas perante os pensionistas não cumprir essa outra espécie de dívida pública que advém de eles terem contribuído toda a vida”.
“Contribuíram não para pagar despesas públicas, mas para assegurar a sua previdência”, disse Miguel Cadilhe, elogiando o factor de sustentabilidade introduzido pelo antigo ministro do PS Vieira da Silva.
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Os Governos da Europa em crise, jamais tocaram na condição económica dos PENSIONISTAS,
O GOVERNO PORTUGUÊS teve a desfaçatez de endireitar as contas do erário público, valendo-se das pensões dos REFORMADOS e PENSIONISTAS, sem terem sequer tocado nos seus salários de privilegiados políticos, ...
Retiraram, , de forma inconstitucional, sem cumprimento das leis, dos acordos e protocolos firmados, que eliminaram o País da classificação de um Estado de Direito!
A quantos mais enviarem melhor.
É de facto uma pouca vergonha.
  • Manuela Marques O problema é que não temos um governo. Temos um jardim escola de meninos ricos, que nunca souberam o que é a vida (onde é que eu já ouvi isto) . São uma vergonha e então os dois principais do governo para mim são a visão do inferno. O vice parece que não vive neste planeta. E o PR haja paciência.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

FOI HÁ 260 ANOS !!! - TERRAMOTO DE LISBOA - (1755) - 17 DE ABRIL DE 2015


589.879 visualizações
Bom dia
Hoje mostramos aqui mais uma reconstituição, desta feita do terrível terramoto de 1755, feita pelo Smithsonian Channel
(vídeo em inglês)
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Good Morning
Today we show here another reconstitution, this time of the terrible 1755 earthquake in a small video made by the Smithsonian Channel
(audio in english)

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 17 DE ABRIL DE 2015

Macroscópio – Alguns textos surpreendentes, para um melhor fim-de-semana‏

Macoscópio – Alguns textos surpreendentes, para um melhor fim-de-semana

Para: antoniofonseca40@sapo.pt
 


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


 
Fim-de-semana, logo oportunidade para recuperar alguns textos variados, mas interessantes, que fui deixando para trás nestes dias e que escapam a uma catalogação fechada. Textos para ajudar a preencher as leituras destes dias mais livres (em princípio).
 
Comecemos pela imprensa portuguesa e, aí, por uma entrevista do jornal i, a com Ricardo Sá Fernandes publicada sábado passado: O PS é um partido minado pela cultura do favor e pela promiscuidade. Nela fala de pedofilia, do actual governo e da actual oposição, mas é a par te relativamente à Maçonaria – o advogado é um maçon assumido – que vou citar:
Eu sou cristão e sou maçon, é nos valores do cristianismo e da maçonaria que eu me inspiro. Agora, eu sei que as instituições da Igreja como as da maçonaria são instituições humanas, com muitas imperfeições, onde é também preciso deixar entrar o sol. (…) [Mas ] Se eu detectasse situações de corrupção no quadro da maçonaria, obviamente que a denunciaria à justiça profana. (…) Sou, primeiro, cidadão, e só depois maçon.
 
Continuando com textos publicados ainda no passado fim-de-semana, há um que é de leitura indispensável: a investigação de Helena Matos sobre as condições em que muitos por tugueses tiveram de regressar de Moçambique em 1974 e 1975: Chamaram-lhes retornados. Mesmo para quem tem alguma memória desses dias, há revelações surpreendentes (e chocantes), em especial sobre a forma como se comportaram as autoridades portuguesas e o seu máximo responsável, Vítor Crespo. Dele guarda-se a imagem de um moderado, que no PREC até integrou o “grupo dos nove”, alguém com uma imagem que contrastava com a Rosa Coutinho, o responsável pela transição em Angola. No entanto foi esse Vítor Crespo que, entre outros documentos legislativos de teor autoritário, assinou um que desafia todos os princípios do Estado de Direito. É assim que Helena Matos o recorda:
A culminar esta produ&ccedi l;ão legislativa a 2 de Novembro [de 1974] é publicado também o 12/74, que depois de considerar que certas garantias individuais “só podem realizar-se inteiramente num clima de completa estabilidade social” determina que “os detidos supeitos de prática de crime contra a descolonização não beneficiarão de habeas corpus”.
Um texto legislativo que dispensa comentários, mas apenas uma das muitas histórias recuperadas neste trabalho que relembra um drama que, na época, se quis ignorar (e que ainda hoje raramente é invocado).
 
Salto agora para o Diário Económico e para a interessante perspectiva de João Cardoso Rosas sobre um dos debates que nos ocupou ao longo desta semana, o das políticas de estímulo à natalidade: A cegueira agora é permanente. Para aquele cientista político, “Para além de ineficazes e ineficientes, as medidas de incentivo à natalidade são imorais. Aquilo que temos no mundo é um excesso de nascimentos, não um défice. A população mundial é já excessiva para a sustentabilidade do planeta em termos ambientais. Por isso as medidas de apoio à natalidade adoptadas pelos Estados são um caso típico do conflito moral entre o carácter global dos problemas que enfrentamos e a natureza local das soluções que tendemos a propor.” Que fazer então para combater o evidente desequilíbrio demográfico de países como o nosso? Com mais imigração: “Não é preciso defender visões idealistas sobre as migraç ões - a chamada tese das "fronteiras abertas" - para justificar políticas activas de imigração no nosso contexto. Podemos partir da perspectiva dita tradicional e mesmo nacionalista, afirmando a possibilidade do Estado e da sociedade escolherem com critério quem deve e quem não deve entrar. Não é demasiado difícil definir os grupos de imigrantes que interessam ao país, em função das suas qualificações, mas também dos seus valores culturais e da facilidade da sua integração.”
 
Continuando a falar de migrações, mas gora numa perspectiva muito diferente, regresso ao Observador para referir o texto em que Rui Ramos reflecte sobre o que se está a passar no Mediterrâneo, Mar de mortos. Depois de referir o fluxo de migrantes que o atravessam, muitos nele morrendo, para chegar à Europa, constata porém que “nenhum sistema de integração, por melhor que seja, pode prevenir a marginalidade e sobretudo a rejeição identitária da sociedade de acolhimento”. A solução não está, contudo, em "desmantelar os nossos Estados nacionais, em nome de um qualquer multiculturalismo, para supostamente melhor hospedar as diásporas, [pois isso] talvez não sirva senão para criar espaços povoados de tribos sem nada em comum, a não ser a desconfiança mútua. O nacionalismo deixou de ter boa imprensa. Mas as nações europeias, como base de solidariedade e cooperação entre os indivíduos, são uma aquisição demasiado p reciosa, e a sua defesa não deveria ser deixada a demagogos e a populistas.
 
Vou agora até ao Público e ao texto desta semana do eurodeputado do PS Francisco Assis, O tempo democrático é sempre o tempo da acção precária. É uma reflexão com pontos interessantes sobre a evolução dos conceitos de liberdade e democracia, e que termina com uma constatação e uma recomendação:
Há dias atrás encontrei por acaso uma bela definição da democracia traduzida na ideia de que o tempo democrático é sempre o tempo da acção precária. Provavelmente, em nenhuma outra área do humano a contingência adquire tanta importância. Por tu do isto deveríamos desenvolver um grande esforço para que o período que antecede os próximos actos eleitorais seja marcado por um debate verdadeiramente livre e o mais possível descomprometido, aberto à intervenção de todos, seja qual for a respectiva proveniência, estatuto cívico-político ou posicionamento ideológico.
Deixo agora os sites portugueses para mais algumas sugestões de leitura, começando por uma mais política e mais provocatória: trata-se do textoPolitical Correctness Is Devouring Itself, publicado por Nick Cohen na Standpoint. Eis como o autor não poupa nem palavras, nem adjectivos:
The first wave of political correctness came in the ear ly 1990s, when the American Left was on its knees after the collapse of the Berlin Wall and triumph of capitalism. So risible was its condition, its chosen candidate for the US presidency was Bill Clinton, a shifty politician of no fixed conviction who had been pretty much bought by Wall Street. With no possibility of changing the world, campus radicals retreated into themselves and decided to change the university instead. Now they are in retreat again. Despite the Crash, the Occupy movement has fizzled out, and the American Left’s apparent candidate is Hillary Clinton, a shifty politician of no fixed conviction, who has been pretty much bought by Wall Street. And with today’s retreat come all the 1990s’ problems of speaking in private PC codes (…). With the retreat comes the pathetic insistence on reforming language rather than reforming society, and the old seductive delusion that you can censor your way to a better tomorr ow.
 
(Pequena nota à margem e a propósito: sobre o tema do domínio de certos sectores intelectuais nos meios académicos, Maria de Fátimo Bonifácio escreveu, no Público, em Uma ou duas coisas que Carvalho da Silva devia saber, que “A fatal indefinição do estatuto epistemológico das ciências sociais permitiu e incentivou a transformação da Universidade num local de catequização ideológica.”)
 
Mudando de registo ideológico, mas mantendo-nos nas ciências sociais, interessou-me bastante este texto do Guardian: I watch therefore I am: seven movi es that teach us key philosophy lessons. O diário inglês desafiou vários fisósofos – Julian Baggini, Christine Korsgaard, Ursula Coope, Peter Singer, Susan Haack, Kenneth Taylor e Slavoj Žižek – a reflectiem sobre vários filmes. Isto por que “The dilemma in chilling new drama Force Majeure raises philosophical quandaries, but it’s not the first film to do so.MementoIda and It’s A Wonderful Life all address the Big Questions”.
 
Guardei para o fim desta selecção de fim-de-semana um texto do historiador John Lukacs publicado na New York Review of Books, Monsters Together, sobre o livro The Devils’ Alliance: Hitler’s Pact with Stalin, 1939–1941. Lukacs é um historiador maravilhoso, autor de obras de referência e também de pequenas jóias, como Cinco Dias em Londres, Maio 1940 (Aletheia, 2007), onde conta os bastidores das discussões no governo inglês entre os que, depois da derrota em França, o país hesitou entre procurar um acordo com Hitler ou continuar a guerra, um debate de que Churchill, como sabemos, saiu vitorioso. Nesta sua interessante recensão ele resume o que se passou nos 22 meses em que Hitler e Estaline foram aliados, do pacto Molotov/Ribbentrop até ao início da Operação Barbarossa. Pequeno extracto:
Stalin ordered many friendly gestures toward Germany, including speeding up the deliveries of Soviet products there. He did not in the least react to a warning from Churchill about a prospective German attack against the Soviet Union. During the ten days before the Nazi inva sion—all kinds of information about the German threat notwithstanding—Stalin did his best or, rather, his worst, to affirm his faith in Hitler and in Germany. I do not know of a single instance of such abject behavior (for that is what it was) by a statesman of a great power. The German attack shocked Stalin into silence at first. (Molotov’s words after the German declaration of war were also telling: “Did we deserve this?”) Stalin’s first orders for the Soviet army were not to respond at all. It took him hours after the invasion—until noon—before he ordered the army to resist.
 
Despeço-me por hoje, com desejos de um bom fim-de-semana. O Macroscópio regressa na próxima segunda-feira. Até lá. 
 
 
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - "LEMBRA-SE DE ARTUR BAPTISTA SILVA ? - 14 DE ABRIL DE 2015

ARTUR BAPTISTA DA SILVA

Lembra-se de Artur Baptista da Silva? “Tudo o que eu disse se concretizou”, diz ele agora

Ficou famoso por se apresentar como economista da ONU e criticar o Governo e a UE pela gestão da crise. Fomos ouvir o que tem a dizer hoje. Aqui está ele, igual a ele próprio: Artur Baptista da Silva.
Reinaldo Rodrigues / Global Imagens
Artur Baptista da Silva está há dois anos e quatro meses em silêncio, mas dificilmente alguém não se lembrará dele. Apresentava-se como “coordenador do programa para o desenvolvimento da ONU”, levava um cartão em inglês, com letras grandes onde se podia ler United Nations Development Programme – com um número de telemóvel e um endereço gmail, para quem o quisesse contactar. Foi convidado para uma conferência no Grémio Literário, depois deu uma entrevista ao Expresso e foi até convidado a ir à televisão. O título da entrevista no jornal era sonante: “Se Portugal não negociar já, irá fazê-lo daqui a seis meses de joelhos”.
Dois anos depois, o que diz Baptista da Silva sobre o estado do país? “De tudo o que afirmei, tudo se confirmou”, afirmou ao Observador, numa conversa telefónica esta terça-feira. “O memorando não acabou nada”, acrescenta.
Recuemos ao final de dezembro de 2012. E ao que dizia o “coordenador” da ONU sobre o estado do país, então em pleno resgate financeiro.
“As Nações Unidas estão muito preocupadas porque a Europa funciona como uma divisória entre o Norte de África e o Médio Oriente. Até agora tem sido uma zona de perfeita estabilidade social e de paz. Neste momento o que as Nações Unidas preveem é que, no curto prazo, haja uma implosão social forte. As autoridades europeias reagiram à crise com austeridade. Isto é um paradigma que só pode levar ao empobrecimento. É este paradigma que tem que ser mudado rapidamente – e é por isso que as Nações Unidas resolveram intervir, através de um diagnóstico para o sul da Europa, dizendo que por aqui não há solução.”
Tudo isto foi dito numa entrevista que nunca foi para o ar. Foi feita pela TVI, depois de Baptista da Silva ter apresentado um estudo, feito por ele e mais seis “economistas da ONU” sobre os “efeitos da austeridade nos países do sul da Europa”. Mas acabou no arquivo da televisão quando apareceram dúvidas sobre o seu currículo.

Artur, hoje: Portugal, a Europa e a Grécia

A tese de Baptista da Silva sobre a condução europeia da crise está hoje como estava em 2012. Na altura, quando esteve no estúdio do Expresso da Meia-Noite, apresentava-a assim: “Pensámos em Nova Iorque (sede na ONU): é a primeira vez que se combate uma recessão aumentando os impostos e cortando os rendimentos. A única vez que vimos isso foi há 30 anos na América do Sul e há 20 na Ásia. O que aconteceu é evidente – é uma cópia do que aconteceu nesses países.”
Na época, explicava que a Alemanha tinha enganado a Comissão Europeia e os países da UE, salvando um banco seu com dinheiros europeus a baixíssimo preço. Agora, diz assim: “Há um Estado que agiota os outros e o resto da Europa desde a formação do euro”. Quem? A Alemanha, claro.
Hoje, aos olhos de Artur Baptista da Silva, Portugal está igual ao que era nessa altura. “O país não se autonomizou, continua acorrentado aos pró-nazis financeiros. Dizem que o Portugal até aforra dinheiro. Eu quando ouvi e percebi que nenhum jornal desmentiu estive quase para ir ao sindicato dos jornalistas pedir dinheiro, para investir com dinheiro dos outros. E depois ficava com o lucro e eles com o crédito. É o que a Alemanha está a fazer. Não acha que é um bom negócio? Comprar dívida a migalhas e vender com 3% de lucros?”
E daí a conversa segue para a Grécia e para as negociações que correm com os ministros das Finanças da zona euro. “Só apareceu um governo grego – com ministros de pseudo esquerda, a fazer contas”. Porquê ‘pseudo esquerda?’ – perguntou o Observador. “Porque colam logo libelos às pessoas: é um criminoso, um burlão, de extrema-esquerda, diminuem sempre as pessoas”.
“O ministro das Finanças da Grécia (Yanis Varoufakis), que conheço muito bem, é um moderado, muito inteligente, um técnico de finanças públicas do melhor que há no mundo. É um génio. E viu o que lhe fizeram? Só se interessam com a foto dele a almoçar com a família, para o desacreditar e negociar com ele de forma desigual. É como se estivesse a negociar com parceiros que dizem: ‘se não fazes, vais ter que pagar daqui a três semanas’. Como encostar uma espada no seu corpo e dizer: ‘agora vais negociar'”.

A culpa da Europa – e a proposta de renegociar a dívida 

E é aqui que Baptista da Silva volta à tese que expandiu, com grande impacto público, na televisão.
“Há uma guerra económica e financeira que a Alemanha faz desde há 20 anos. Quando entrámos no euro, era como uma corrida de ciclismo. É evidente que chegámos à meta com 20 anos de atraso. Mas isso não tem nada a ver com o povo português, com o que come e o que faz. Tem a ver com o que nos impuseram e os que nos têm governado o terem aceite a comer e calar. Como o sr. Aníbal. Como o sr. Medina Carreira, que foi o pior ministro das Finanças de sempre e ainda ontem na TVI estava a dizer como se deve fazer”, sentencia Baptista da Silva.
E agora, o que defende que o país possa fazer? “Como se faz? Rebobinando! Afinal como se chegou aqui? Ou foram os governantes gregos que sozinhos enganaram os gregos? Não, foi com a conivência da UE. Os governantes foram desonestos porque estavam sem saber como fazer – e tiveram as autoridades europeias a aconselhar. Como o outro sr., o coitado que está em Évora como preso 44, que foi aconselhado e disse: ‘Invista! É preciso que a economia não pare de crescer. Agora ninguém vai ligar ao défice durante três anos. E depois veja o que lhe fizeram'”.
No Expresso da Meia-Noite, era também assim que lia o que aconteceu ao Governo de José Sócrates, nos anos entre a crise financeira de 2008 e o resgate financeiro: “Era Bruxelas que dizia ‘este projeto é prioritário e é indispensável ao crescimento sustentado da economia’. Portugal dizia que já tinha um endividamento alto. E foram as autoridades europeias que disseram: ‘Existem sindicatos bancários que podem importar estes capitais, dando como garantia os fundos estruturais que estão concedidos por aprovação dos projetos. Este caminho é da responsabilidade das autoridades europeias. Porque estes países precisavam de crescer desesperadamente.”
Em 2012, a ideia de Baptista da Silva era, então, aproveitar a negociação que estava em curso com a Grécia de um perdão parcial da dívida, para forçar uma negociação com Portugal e melhorar as condições do país. Tudo isto tinha sido já “apresentado” pela ONU às instituições europeias, ao Governo e aos parceiros sociais. E com uma proposta concreta: uma renegociação com a Europa da dívida pública, sobretudo daquela dívida que dizia “imputada ao cofinanciamento nacional de projetos comunitários” e que garantia ascender a 41% da dívida.
“Vamos separar estes 41% da dívida e as autoridades têm que a tratar de forma diferente: ‘Estas foram verbas que foram para cumprir o vosso programa, não o nosso. Separamos essa parte da dívida, financiamo-la a dez anos. E permitir que o BCE financie, apenas durante o período de assistência, refinanciando aquela dívida. Só isso ultrapassaria os seis mil milhões de euros'”.
Mas, um dia depois, o mediatismo de Artur Baptista da Silva virou do avesso. Começaram a sair notícias a pôr em causa a sua credibilidade. Chegou até uma resposta da ONU: “De acordo com a nossa pesquisa interna, podemos informar que nem o senhor Artur Baptista da Silva é um empregado do PNUD, nem nós estamos a par de nenhum estudo dessa natureza produzido pelo PNUD”.
O homem que dizia ter sido nomeado pelo próprio secretário-geral da ONU, e que tinha recebido o prémio “Feelings” da UNESCO (que a TVI dizia depois nunca ter constado da página), que tinha uma tese chamada “Growth, inequality and poverty” (que os media na altura disseram ter sido escrita por Martin Ravallion, do Banco Mundial), doutorado na Milton Winsconsin University (que não existe), deputado da Constituinte e ex-secretário de Estado de um governo socialista sem registos públicos de tais factos, teria até sido condenado em 1993, por várias penas de burla.

“Pior do que este governo não haverá”

Zangado com os que qualifica como “delinquentes mediáticos”, a que diz que colocou “vários processos enquanto tinha dinheiro”, o homem que brilhou nos media em 2012 ainda se questiona se “era preciso ser um Nobel para decidir que os países vendessem dívida diretamente ao BCE”.
“Expliquei o que temos de fazer há três anos e chamaram-me todos os nomes, menos santinho – colegas seus ao serviço de interesses económicos bem conhecidos. Com base em factos reais e documentados. Eu e mais 300 pessoas pelo mundo fora.”
Haverá, na perspetiva de Baptista da Silva, esperança para o país, agora que vêm aí eleições? Pouca, responde ele: “Os partidos estão reféns dos aparelhos e estes dos interesses. Com estes partidos não há hipótese de dar a volta às finanças públicas. Não podemos fazer nada a não ser empobrecer alegremente.” Mas uma coisa deixa claro. “Pior do que este Governo não haverá. É uma questão de experimentar”, afirma, embora acrescentando que “a experimentar dá-se sempre cabo dos mais fracos. Está escrito em todos os manuais de psicologia.”
Falando nisso, sobra a Artur Baptista da Silva um pesar: “Neste país não há a possibilidade de dizer a verdade. Num país dominado por clientelas políticas e mediáticas. Até disseram que tinha falsificado coisas e tudo. Mas eu não fui condenado e outras pessoas foram.”
Na conversa com o Observador, sem que conseguíssemos saber o que tem feito Baptista da Silva nestes dois anos, ficou por dar uma outra resposta à pergunta seguinte: Não foi condenado em quê? E quem foi condenado, afinal? Batista da Silva agradeceu o telefonema e desligou nesse momento.
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ANTÓNIO FONSECA

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