http://bs.serving-sys.com/BurstingPipe/adServer.bs?cn=tf&c=20&mc=click&pli=12550538&PluID=0&ord=13
http://observador.pt/perfil/jmf1957/
** Macroscópio
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Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!
Foi um fim-de-semana com duas eleições importantes na Europa. Na Andaluzia ia verificar-se até que ponto o bi-partidarismo PSOE/PP que tem sido o pilar da democracia espanhola (e da governabilidade do país) podia ser posto em causa pela emergência do Podemos e, também, do Ciudadanos. Em França temia-se que, depois da vitória nas eleições europeias, a Frente Nacional repeti-se a proeza nas eleições cantonais, até porque era essa a indicação das sondagens. Já iremos a ambas as eleições, pois merecem alguma reflexão. É que, como escrevia Jorge Almeida Fernandes no Público, o cenário era preocupante: “Da França à Andaluzia: à espera de tempestades”. (http://www.publico.pt/mundo/noticia/da-franca-a-andaluzia-a-espera-de-tempestades-1689856?page=-1)
Não posso contudo deixar de começar por referir a continuação do debate sobre o tema da chamada “lista VIP”. Os comentadores-políticos do fim-de-semana lá trataram de aproveitar para as pauladas do costume - Paulo Núncio "vale zero em termos de autoridade" (http://observador.pt/2015/03/22/marcelo-considera-paulo-nuncio-vale-zero-termos-autoridade-politica/) , sentenciou Marcelo Rebelo de Sousa, Lista VIP "é novela de má qualidade" (http://observador.pt/2015/03/21/lista-vip-marques-mendes-diz-que-e-novela-de-ma-qualidade/) , já tinha antes proclamado Marques Mendes –, isto apesar de o debate até ter sido relativamente variado e interessante no resto da comunicação social.
(Pequena nota à margem: Maria João Avilez, dedica a segunda metade do texto que hoje editou no Observador - Recordações de um político [Alberto João Jardim] que acaba sozinho (http://observador.pt/opiniao/recordacoes-de-um-politico-que-acaba-sozinho/) – à forma como, na generalidade da comunicação social, se trata a actualidade política e económica, criticando em especial o registo dos políticos/comentadores: “O ar do país mediático está saturado de acusações. Não se faz mediação, acusa-se; não se informa, julga-se; não se esclarece, diz-se mal. De tudo e a eito. Perguntadores, mediadores, esclarecedores ou… exclusivamente advogados de acusação? A suspeita e a desconfiança têm praticamente lugar cativo, utiliza-se um considerável grau de má-fé e consome-se por vezes porções de ódio.” Polémico, directo, e a não deixar de ler.)
Entre o que foi publicado sobre a tal lista VIP, destaco alguns textos cujos argumentos vale a pena conhecer:
* Fernandes Ferreira, um advogado que foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no último governo de António Guterres e é hoje presidente da Associação Fiscal Portuguesa, defendeu em entrevista ao Diário Económico que “Pessoas em funções públicas têm de ser especialmente protegidas”. (http://economico.sapo.pt/noticias/pessoas-em-funcoes-publicas-tem-de-ser-especialmente-protegidas_214511.html) Depois explica porque não lhe “faz especial confusão que o sistema informático tenha um sistema de alertas para pessoas que, em função dos cargos que ocupam, são especialmente escrutinadas, e para que os funcionários que têm acesso a essas informações pessoais fiquem sujeitos a alguns tipos de alerta. Desde que isso seja legalmente possível e controlado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).”
* Rui Ramos, aqui no Observador, em A lista VIP: o que é uma coisa séria? (http://observador.pt/opiniao/a-lista-vip-o-que-e-uma-coisa-seria/) , mostrou-se preocupado, não com a “magna” questão da demissão ou não-demissão do secretário de Estado, mas por a “lista VIP” nos ter lembrado “que o Estado português tem pelo menos uma coisa em comum com Polichinelo: a incapacidade de guardar segredos”. Ora sucede que “um Estado sem segredo, com o que o Estado hoje sabe sobre cada
um de nós, significaria a abolição oficial da privacidade em Portugal, e não há liberdade sem o direito de ser deixado em paz”.
* Miguel Sousa Tavares, no Expresso, no texto A caminho da sociedade policial (http://leitor.expresso.pt/#library/expresso/semanario2212/primeiro_2212/opiniao/OPINIAO-MIGUEL-SOUSA-TAVARES-1) (link para assinantes), procurou responder à pergunta dos “demagogos armados em falsos ingénuos, se são todos iguais perante a lei como é que alguns têm direito a protecção do segredo e outros não? Resposta: justamente porque todos devem ser iguais perante a lei. E, se nenhum funcionário das Finanças ou qualquer jornalista do “Correio de Manhã” está interessado em saber qual a situação fiscal do Zé dos Anzóis, imaginem o sem-fim de possibilidades que se abrem ao “jornalismo de investigaç�A3o” ou à simples tentação de devassa alheia, se, em vez do Zé dos Anzóis, se tratar de um ministro ou qualquer outra figura mediática! Porém, sucede que a Constituição não diz que todos têm direito à sua privacidade, menos as figuras públicas: diz “todos” — e “todos” são todos, sem exc
epção alguma. É justamente, porque — e isto, sim, é que é intolerável — qualquer funcionário das Finanças pode aceder aos dados de qualquer contribuinte (…), que, se não existe, devia existir a tal “lista VIP”.
* No blogue Quarta República, em A Lista II (http://quartarepublica.blogspot.pt/2015/03/a-lista-ii.html) , Pinho Cardão mostrou-se revoltado com a forma como tinha decorrido a inquirição parlamentar de alguns altos quadros da administ
ração pública: “Por parte de alguns Deputados não ouvi questões, mas processos de intenção, não ouvi perguntas, mas insistência em certezas não comprovadas, mas convenientes, não percebi vontade de esclarecimento, mas chicana pessoal e política. E vi Deputados interrogantes que demonstravam completa e absoluta ignorância do funcionamento de qualquer instituição, pública ou privada. (…) Já sabia que os membros do Governo são achincalhados em qualquer audição parlamentar; chegou agora a vez dos altos responsáveis da administração pública. Uma completa irresponsabilidade.”
* Referência final, sobre este tema, ao texto de Paulo Ferreira, de novo no Observador, Escrutínio ou devassa? (http://observador.pt/opiniao/escrutinio-ou-devassa/) , onde defende que “Num Estado de Direito o escrutí
nio do que quer que seja não pode assentar na devassa de dados pessoais que estão à mercê de qualquer funcionário à margem de um procedimento formal e justificável.” De facto, “Mal de nós se o escrutínio fiscal dos contribuintes – dos ricos e poderosos que alegadamente constam dessa lista informal a qualquer outro cidadão anónimo – partir de uma qualquer motivação momentânea de um qualquer funcionário que hoje se lembra de ver como param as contas de um ministro, amanhã de um deputado da oposição e no dia seguinte do mal encarado vizinho da frente, à margem de qualquer procedimento formal e devidamente justificado.”
Vamos agora às eleições de ontem, não porque exista já muita reflexão sobre os seus resultados, mas porque se sentiu algum alívio: Marine Le Pen não ganhou em França (ht
tp://observador.pt/2015/03/22/primeiras-projecoes-dao-vitoria-sarkozy-nas-eleicoes-departamentais-francesas/) , o Podemos acabou por ficar num distante terceiro lugar (http://observador.pt/2015/03/22/andaluzia-psoe-ganha-eleicoes-podemos-em-terceiro/) numa região, a Andaluzia, que, em princípio, lhe era favorável. Aqui ficam algumas referências.
Gideon Rachman, no Financial Times, faz uma reflexão em que junta elementos de várias eleições, mas com foco especial nas francesas, para concluir que Growth alone will not stabilise Europe (http://www.ft.com/intl/cms/s/0/1d0ae830-d149-11e4-98a4-00144feab7de.html?siteedition=intl#axzz3V30TOeOj) . De facto, como sublinha, “a sense of economic crisis is only one source of the support for the political extremes in France. Fear of immigration and anger about elite corruption have bolstered the FN — and driven the rise of fringe political movements i
n Italy, Germany and the UK.”
As preocupações com a evolução da França são grandes, tão grandes que, este fim-de-semana, o Telegraph noticiava que France is Europe's 'big problem', warns Mario Monti (http://www.telegraph.co.uk/finance/economics/11486817/France-is-Europes-big-problem-warns-Mario-Monti.html) . O argumento do antigo primeiro-ministro de Itália é o seguinte: “France is the big problem of the European Union because the whole construct has been leveraged on the foundation of a solid Franco-German entente. If it isn’t there then there is a poor destiny for Europe,” said Mr Monti. “We’ve seen that the strong axis is no longer so strong.”
Sobre a leitura das eleições andaluzas, escolho um texto do El blog de El Español (http://www.elespanol.com/) , o blogue que vai criando expectativa para o próximo projecto informativo de Pedro
J. Ramirez, o antigo, e controverso, director do El Mundo, um projecto editorial que deverá conhecer a luz do dia lá mais para o fim do ano. A análise é de Daniel Basteiro: Cinco lecciones que nos dejan las andaluzas para el año electoral (http://www.elespanol.com/actualidad/cinco-lecciones-que-nos-dejan-las-elecciones-andaluzas/) . E são elas: 1. Fin del bipartidismo: es Susana y los demás; 2. Moreno y Rajoy muerden el polvo; 3. Resucita la geometría variable; 4. Ciudadanos, la llave; ni rastro de UpyD e 5. Podemos puede pero no tanto.
Como este Macroscópio já vai longo e ainda tenho mais um tema, abandonamos por aqui as leituras pós-eleitorais. O tema que me falta é a morte de uma figura ímpar, muito por boas razões, mas também por algumas más: refiro-me à morte de Lee Kuan Yew, o fundador da Singapura (http://observador.pt/2015/03/23/morreu-lee-kuan-yew-fundador-
da-singapura/) . Faço-o porque o exemplo daquele pequeno território tem vindo a ser muito estudado e citado, mesmo em obras como The Fourth Revolution: The Global Race to Reinvent the State (http://books.google.pt/books/about/The_Fourth_Revolution.html?id=ngbnnQEACAAJ&redir_esc=y) , escrita por dois responsáveis da influente The Economist, John Micklethwait e Adrian Wooldridge. Apenas algumas referências: os obituários do Financial Times, Lee Kuan Yew, Singapore’s founding father, 1923-2015 (http://www.ft.com/cms/s/0/24145cfe-b89d-11e2-869f-00144feabdc0.html) (no mesmo FT, ver também Lee Kuan Yew: Patriarch’s paternalism symbolised by gum ban
(http://www.ft.com/cms/s/0/e42ff1f6-ce03-11e4-9712-00144feab7de.html) ); do Telegraph, Lee Kuan Yew, Asian statesman (http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/11437131/Lee-Kuan-Yew-Asian-statesman-obituary.html) , do New York Times, Lee Kuan Yew, Founding Fath
er and First Premier of Singapore, Dies at 91 (http://www.nytimes.com/2015/03/23/world/asia/lee-kuan-yew-founding-father-and-first-premier-of-singapore-dies-at-91.html) (no mesmo NYT, In Lee Kuan Yew, China Saw a Leader to Emulate (http://sinosphere.blogs.nytimes.com/2015/03/23/in-lee-kuan-yew-china-saw-a-leader-to-emulate/) ) e Wall Street Journal, Lee Kuan Yew, Singapore’s Founding Father, Dies at 91 (http://www.wsj.com/articles/lee-kuan-yew-singapores-founding-father-dies-at-91-1427056223) (e também, mas só para assinantes, Lee Kuan Yew vs. the News (http://www.wsj.com/articles/melanie-kirkpatrick-lee-kuan-yew-vs-the-news-1427064934?mod=rss_Opinion?mod=hp_opinion) ).
Despeço-me por hoje, com a suspeita que amanhã regressaremos ao tema da Grécia, mas sempre com desejos de bom descanso e boas leituras.
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<p style="font-family:Arial;font-size:13px; line-height:15px; color:#9B9B9B; margin:12px 0 0 0;">Por José Manuel Fernandes, Publisher</p>
<p style="m
argin-top:10px; margin-bottom:25px; font-family:Georgia, Times; font-size:22px;">Boa noite!</p>
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Foi um fim-de-semana com duas eleições importantes na Europa. Na Andaluzia ia verificar-se até que ponto o bi-partidarismo PSOE/PP que tem sido o pilar da democracia espanhola (e da governabilidade do país) podia ser posto em causa pela emergência do Podemos e, também, do Ciudadanos. Em França temia-se que, depois da vitória nas eleições europeias, a Frente Nacional repeti-se a proeza nas eleições cantonais, até porque era essa a indicação das sondagens. Já iremos
a ambas as eleições, pois merecem alguma reflexão. É que, como escrevia Jorge Almeida Fernandes no Público, o cenário era preocupante: <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=834035d3c9&e=eee5eda6f5">“Da França à Andaluzia: à espera de tempestades”.</a><br>
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Não posso contudo deixar de começar por referir a continuação do debate sobre o tema da chamada “lista VIP”. Os comentadores-políticos do fim-de-semana lá trataram de aproveitar para as pauladas do costume - <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=407786df3a&e=eee5eda6f5">Paulo Núncio "vale zero em termos de autoridade"</a>, sentenciou Marcelo Rebelo de Sousa, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10
117d74627360c12ca&id=25cf315cb5&e=eee5eda6f5">Lista VIP "é novela de má qualidade"</a>, já tinha antes proclamado Marques Mendes –, isto apesar de o debate até ter sido relativamente variado e interessante no resto da comunicação social.<br>
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(Pequena nota à margem: Maria João Avilez, dedica a segunda metade do texto que hoje editou no Observador - <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=3dcc960946&e=eee5eda6f5">Recordações de um político [Alberto João Jardim] que acaba sozinho</a> – à forma como, na generalidade da comunicação social, se trata a actualidade política e económica, criticando em especial o registo dos políticos/comentadores: “<em>O ar do país mediático está saturado de acusaçõ
es. Não se faz mediação, acusa-se; não se informa, julga-se; não se esclarece, diz-se mal. De tudo e a eito. Perguntadores, mediadores, esclarecedores ou… exclusivamente advogados de acusação? A suspeita e a desconfiança têm praticamente lugar cativo, utiliza-se um considerável grau de má-fé e consome-se por vezes porções de ódio.” </em>Polémico, directo, e a não deixar de ler.)<br>
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Entre o que foi publicado sobre a tal lista VIP, destaco alguns textos cujos argumentos vale a pena conhecer:
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<li>Fernandes Ferreira, um advogado que foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no último governo de António Guterres e é hoje presidente da Associação Fiscal Portuguesa, defendeu em entrevista ao Diário Económico que <a href="http://observador
.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=06cb60b5fe&e=eee5eda6f5">“Pessoas em funç&o
tilde;es públicas têm de ser especialmente protegidas”.</a> Depois explica porque não lhe “<em>faz especial confusão que o sistema informático tenha um sistema de alertas para pessoas que, em função dos cargos que ocupam, são especialmente escrutinadas, e para que os funcionários que têm acesso a essas informações pessoais fiquem sujeitos a alguns tipos de alerta. Desde que isso seja legalmente possível e controlado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD)</em>.”</li>
<li>Rui Ramos, aqui no Observador, em <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=d3ce77d8c1&e=eee5eda6f5">A lista VIP: o que é uma coisa séria?</a>, mostrou-se preocupado, não com a “magna” questão da demissão ou não-demissão do secret
ário de Estado, mas por a “lista VIP” nos ter lembrado “<em>que o Estado português tem pelo menos uma coisa em comum com Polichinelo: a incapacidade de guardar segredos</em>”. Ora sucede que “<em>um Estado sem segredo, com o que o Estado hoje sabe sobre cada um de nós, significaria a abolição oficial da privacidade em Portugal, e não há liberdade sem o direito de ser deixado em paz</em>”.</li>
<li>Miguel Sousa Tavares, no Expresso, no texto <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=9d38b09b75&e=eee5eda6f5">A caminho da sociedade policial</a> (link para assinantes), procurou responder à pergunta dos “<em>demagogos armados em falsos ingénuos, se são todos iguais perante a lei como é que alguns têm direito a protecção do segredo e outros não? Resposta: just
amente porque todos devem ser iguais perante a lei. E, se nenhum funcionário das Finanças ou qualquer jornalista do “Correio de Manhã” está interessado em saber qual a situação fiscal do Zé dos Anzóis, imaginem o sem-fim de possibilidades que se abrem ao “jornalismo de investigação” ou à simples tentação de devassa alheia, se, em vez do Zé dos Anzóis, se tratar de um ministro ou qualquer outra figura mediática! Porém, sucede que a Constituição não diz que todos têm direito à sua privacidade, menos as figuras públicas: diz “todos” — e “todos” são todos, sem excepção alguma. É justamente, porque — e isto, sim, é que é intolerável — qualquer funcionário das Finanças
pode aceder aos dados de qualquer contribuinte (…), que, se não existe, devia existir a tal “lista VIP”.</em></li>
<li>No blogue Quarta República, em <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=04766d2ad3&e=eee5eda6f5">A Lista II</a>, Pinho Cardão mostrou-se revoltado com a forma como tinha decorrido a inquirição parlamentar de alguns altos quadros da administração pública: “<em>Por parte de alguns Deputados não ouvi questões, mas processos de intenção, não ouvi perguntas, mas insistência em certezas não comprovadas, mas convenientes, não percebi vontade de esclarecimento, mas chicana pessoal e política. E vi Deputados interrogantes que demonstravam completa e absoluta ignorância do funcionamento de qualquer instituição, p&uacut
e;blica ou privada. (…) Já sabia que os membros do Governo são achincalhados em qualquer audição parlamentar; chegou agora a vez dos altos responsáveis da administração pública. Uma completa irresponsabilidade.</em>”</li>
<li>Referência final, sobre este tema, ao texto de Paulo Ferreira, de novo no Observador, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=668c4173c4&e=eee5eda6f5">Escrutínio ou devassa?</a>, onde defende que “<em>Num Estado de Direito o escrutínio do que quer que seja não pode assentar na devassa de dados pessoais que estão à mercê de qualquer funcionário à margem de um procedimento formal e justificável.” </em>De facto, “<em>Mal de nós se o escrutínio fiscal dos contribuintes – dos ricos e poderosos que alega
damente constam dessa lista informal a qualquer outro cidadão anónimo – partir de uma qualquer motivação momentânea de um qualquer funcionário que hoje se lembra de ver como param as contas de um ministro, amanhã de um deputado da oposição e no dia seguinte do mal encarado vizinho da frente, à margem de qualquer procedimento formal e devidamente justificado</em>.”</li>
</ul>
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Vamos agora às eleições de ontem, não porque exista já muita reflexão sobre os seus resultados, mas porque se sentiu algum alívio: <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=0d85768538&e=eee5eda6f5">Marine Le Pen não ganhou em França</a>, o <a href="http://observador.us8.list-manage2.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=cafeabffa5&e=eee5eda6f5">Podemos aca
bou por ficar num distante terceiro lugar</a> numa região, a Andaluzia, que, em princípio, lhe era favorável. Aqui ficam algumas referências.<br>
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Gideon Rachman, no Financial Times, faz uma reflexão em que junta elementos de várias eleições, mas com foco especial nas francesas, para concluir que <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=56a4d00403&e=eee5eda6f5">Growth alone will not stabilise Europe</a>. De facto, como sublinha, “<em>a sense of economic crisis is only one source of the support for the political extremes in France. Fear of immigration and anger about elite corruption have bolstered the FN — and driven the rise of fringe political movements in Italy, Germany and the UK.”</em><br>
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As preocupações com a evolução da França são grandes,
tão grandes que, este fim-de-semana, o Telegraph noticiava que <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=c5906b9b6d&e=eee5eda6f5">France is Europe's 'big problem', warns Mario Monti</a>. O argumento do antigo primeiro-ministro de Itália é o seguinte: “<em>France is the big problem of the European Union because the whole construct has been leveraged on the foundation of a solid Franco-German entente. If it isn’t there then there is a poor destiny for Europe,” said Mr Monti. “We’ve seen that the strong axis is no longer so strong.</em>”<br>
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Sobre a leitura das eleições andaluzas, escolho um texto do <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=097c5bf334&e=eee5eda6f5">El blog de El Español</a>, o blogue que vai criando expectativa para o próximo projecto informativo de Pedro J. Ramirez, o antigo, e controverso, director do El Mundo, um projecto editorial que deverá conhecer a luz do dia lá mais para o fim do ano. A análise é de Daniel Basteiro: <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=742358ab17&e=eee5eda6f5">Cinco lecciones que nos dejan las andaluzas para el año electoral</a>. E são elas: <em>1. Fin del bipartidismo: es Susana y los demás</em><em>; 2. Moreno y Rajoy muerden el polvo; 3. Resucita la geometría variable; 4. Ciudadanos, la llave; ni rastro de UpyD </em>e<em> 5. Podemos puede pero no tanto.</em><br>
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Como este Macroscópio já vai longo e ainda tenho mais um tema, abandonamos por aqui as leituras pós-eleitorais. O tema que me falta é a morte de uma figura ímpar, muito por boas razões, mas também por algumas má
;s: refiro-me à morte de <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=ce52736329&e=eee5eda6f5">Lee Kuan Yew, o fundador da Singapura</a>. Faço-o porque o exemplo daquele pequeno território tem vindo a ser muito estudado e citado, mesmo em obras como <a href="http://observador.us8.list-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=e082be798d&e=eee5eda6f5">The Fourth Revolution: The Global Race to Reinvent the State</a>, escrita por dois responsáveis da influente The Economist, John Micklethwait e Adrian Wooldridge. Apenas algumas referências: os obituários do Financial Times, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=c8b17639e1&e=eee5eda6f5" title="Lee Kuan Yew, Singapore’s founding father, 1923-2015">Lee Kuan Yew, Singapore’s founding father, 1923-2015</a> (no mesmo FT, ver também <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=551022391d&e=eee5eda6f5" title="Lee Kuan Yew: Patriarch’s paternalism symbolised by gum ban">Lee Kuan Yew: Patriarch’s paternalism symbolised by gum ban</a>); do Telegraph, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=bd72eac9f7&e=eee5eda6f5">Lee Kuan Yew, Asian statesman</a>, do New York Times, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=f6c164bb74&e=eee5eda6f5">Lee Kuan Yew, Founding Father and First Premier of Singapore, Dies at 91</a> (no mesmo NYT, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=24efa3f688&e=eee5eda6f5">In Lee Kuan Yew, China Saw a Leader to Emulate</a>) e Wall Street Journal, <a href="http://observador.us8.l
ist-manage1.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=0bb355606a&e=eee5eda6f5">Lee Kuan Yew, Singapore’s Founding Father, Dies at 91</a> (e também, mas só para assinantes, <a href="http://observador.us8.list-manage.com/track/click?u=dd553a10117d74627360c12ca&id=c12aa9f87d&e=eee5eda6f5">Lee Kuan Yew vs. the News</a>).<br>
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Despeço-me por hoje, com a suspeita que amanhã regressaremos ao tema da Grécia, mas sempre com desejos de bom descanso e boas leituras.<br>
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