Enquanto dormiaPrecisamente na altura em que nos questionávamos, aqui no Observador, sobre se os
"rumores de Grexit foram exagerados", o
BCE decidiu pôr pressão total sobre o novo Governo grego, anunciando que
não vai aceitar mais dívida grega como garantia para financiar os bancos do país. O motivo?
“Não é possível esperar-se nesta altura que a revisão do programa seja concluída com sucesso”.
Yanis Varoufakis já reagiu em comunicado, argumentando que
“esta decisão coloca pressão no Eurogrupo para concluir rapidamente um novo acordo entre a Grécia e os seus parceiros que beneficie as duas partes”. Ontem, ainda antes da decisão, havia já notícias referindo que a Grécia
pode ficar sem dinheiro em duas semanas.
Aqui no Observador
vamos seguir este dia aqui, em liveblog, para que possa seguir ao detalhe a reação (que está a ser dura) dos mercados, mas também o telefonema de Tsipras a Draghi e a reunião de Varoufakis com Wolfgang Schauble, ministro alemão das Finanças.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse a um jornal alemão não acreditar numa
"solução militar" para a Ucrânia. Ao mesmo tempo, no Senado, o novo chefe do Pentágono foi mais claro na defesa de que os Estados Unidos devem
fornecer armas à Ucrânia para combater os separatistas pró-russos. Hoje mesmo,
John Kerry vai a Kiev para avaliar a situação no terreno.
A liderança política de Rotherham, no norte de Inglaterra, demitiu-se em bloco na sequência de um
escândalo sexual que ocorreu entre 1997 e 2013 na cidade
onde cerca de 1.400 raparigas, menores, foram espancadas, violadas e utilizadas para tráfico sexual. Um relatório independente concluiu que as autoridades locais “não são aptas”, tendo sido incapazes de prevenir a exploração sexual das 1.400 raparigas por grupos de homens sul-asiáticos.
Uma notícia mais animadora:
a Google e o Twitter chegaram a um acordo para que o motor de busca passe a incluir tweets. Veremos até que ponto vai ser útil ou se tornará uma pesquisa num caos.
Informação relevanteComeço hoje com o dilema do
tratamento para a Hepatite C, que ontem levou Paulo Macedo a ouvir a
indignação de um doente,
o obrigou a justificar-se - pressionando a farmacêutica que cobra uma fortuna pelo medicamento
a baixar drasticamente o preço - e levou, depois,
a oposição a pedir a demissão do ministro da Saúde (e Passos Coelho a defendê-lo).
Esta noite, o
presidente do Infarmed admitiu ter "demorado alguns dias" a definir os critérios para dar acesso gratuito aos 100 doentes prioritários,
garantindo que o processo está agora em marcha. No DN, o constitucionalista Reis Novais sugere que os doentes vão para tribunal contra o Estado, para forçar uma distribuição generalizada. E conta-se que o laboratório que tem a vida das pessoas nas mãos baixou para 24 mil euros o preço de cada tratamento (os links ainda não estão disponíveis).
Por aqui,
o José Manuel Fernandes fez um texto explicando as várias dimensões deste enorme problema moral, onde é impossível encontrar consensos.
Ainda no plano da Saúde, registe que
Passos Coelho abriu ontem a porta a que os médicos se possam formar no setor privado, um passo muitas vezes falado mas nunca concretizado em Portugal.
Na Justiça, o DN diz esta manhã que o Governo vai dar
autonomia aos juízes e à PGR para que possam gerir as horas extra e despesas dos magistrados, uma forma de responsabilizar todos pelos atrasos judiciais criticados no início da semana num relatório da ONU.
Sobre o
caso Sócrates, é o JN quem adianta um passo: há mais suspeitos a serem investigados - para já não identificados. E é com isso que o juiz Carlos Alexandre justifica o perigo de perturbação do inquérito que o levou a decretar a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro (o link ainda não está disponível). Pelo meio, o Público levanta a
hipótese de a PGR abrir um inquérito sobre as palavras de Mário Soares, por possível "ameaça" contra Carlos Alexandre.
Os jornais de hoje fazem passagem obrigatória pelos
dados divulgados ontem sobre o desemprego, com abordagens diversas. O Público destaca que
só "um quinto dos que deixaram o desemprego voltaram a trabalhar"; o Económico que
"Portugal ainda desperdiça 1,2 milhões de trabalhadores"; e o Negócios que
"Portugal recuperou um em cada dez empregos perdidos". A pergunta final será esta: afinal, os números são bons ou maus? O editor de economia do Negócios respondeu
assim.
Há novidades também sobre o
Novo Banco, com a notícia de que
os primeiros resultados só serão conhecidos em Março (mas com a perspetiva de um alívio nas contas).
Ontem,
na comissão de inquérito, João Moreira Rato relevou que
saíram seis mil milhões do BES até ao dia da resolução, admitindo ter sido surpreendido pela solução implementada pelo Banco de Portugal.
Fecho este bloco com a
entrevista que António Costa deu ao Público, onde diz que nunca defendeu a renegociação da dívida como "única e necessária" solução - mas
admitindo o caminho de uma negociação do capital da dívida pública. O líder do PS já fala em "involução" do Syriza.
Os nossos especiaisSó 3% dos fundos de investimento merecem o seu dinheiro, concluiu o David Almas, depois de (respire fundo antes de ler) ter examinado todos os 3.365 fundos disponíveis aos portugueses.
Um a um, durante quatro semanas de trabalho e com critérios bem definidos. Ora veja, porque conselhos destes não vai ler muitos.
Queria a bola só para ele. Para resolver. E, com 14 anos, até já "parava" quando a perdia. Cristiano Ronaldo faz hoje 30 anos. Quem jogou com, e contra ele, ainda tem mitos e histórias novas para contar. O Diogo Pombo foi ouvir os que se cruzaram com ele lá cedo, no início da carreira, e mostra-lhe
como o miúdo até as sessões de espiritismo no quarto liderava.
O que pode impedir Guterres de chegar ao topo da ONU?Na semana em que voltaram as certezas sobre o objetivo primeiro de Guterres, a Catarina Falcão foi ouvir o que se diz nos bastidores das Nações Unidas. Ouviu, por exemplo, Colum Lynch – jornalista que acompanha a organização em permanência em Nova Iorque -, que antecipa uma “batalha trabalhosa” ao português.
Eis porquê.
Notícias surpreendentes
Ele tem fascinado meio mundo - e não necessariamente pelo seu plano de salvamento da Grécia. Yanis Varoufakis é o ministro das Finanças mais informal da história,
tão informal que é possível copiar o estilo. Quer saber como (e quanto custa)? Aqui está o nosso guia de moda.
Na Polónia é uma mulher que está a agitar o mundo político. Chama-se Magdalena Ogorek (um apelido que significa Pepino), tem
uma experiência inversamente proporcional à sua beleza e há quem diga que, mesmo assim, pode fazer renascer a esquerda polaca. Ora veja porquê.
Mudando de agulha (enfim, mais ou menos), queria falar-lhe deste estudo da Universidade de Oxford, que nos fala de uma outra maneira de saber se o(a) nosso(a) parceiro(a) tem tendência para a traição. Uma pista: está mesmo à mão e não é preciso andar a espiar ninguém.
É só usar o dedo.
Termino com uma adivinha: Quem é que já ganhou com o caso mais escaldante do cinema deste ano - o "50 sombras de Grey", agora transposto do livro?
A resposta certa passa por... Portugal.
Se não gostou do livro, deixo-lhe
este site como recomendação final (ele 'adivinha' o que vai gostar de ler a seguir). E isto dá-me a deixa certa para me despedir, por hoje.
Tenha um dia feliz! Na
nossa companhia, para ir sabendo o que se passa pelo mundo.
Até já!