quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

CAMARATE - 1980-2014 (34 ANOS DEPOIS) - 4 de Dezembro de 2014



Meus Amigos:


Lamentavelmente e como já venho dizendo há 34 anos, este ACIDENTE, DESASTRE, ou ASSASSÍNIO (é para mim e muita gente, a certeza absoluta) - dado que existem provas concludentes de que Francisco Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa, seus acompanhantes e os dois pilotos não foram vítima de Acidente como alguém nos quis fazer crer, logo a partir do dia 4 de Dezembro de 1980, mas sim vítimas dum atentado que, se calhar, era destinado a uma só pessoa, mas em que foram apanhadas mais 6 pessoas:

Há (ou houve) também indivíduos presos que confessaram a sua participação na colocação de explosivos no avião, mas nunca se quis descobrir o ou os culpados deste CRIME, porque isso iria levantar muita poeira e sujar muita gente que ainda detém os cordelinhos do poder e não só, apesar de alguns já terem morrido ou também assassinados lentamente para não dar nas vistas.

Por acaso, ou não, parece que a Justiça está a recuperar a sua seriedade, pelo menos ultimamente e muito recentemente (há apenas alguns dias) com a prisão (SEM MEDO) de algumas pessoas influentes que terão tido ou continuam a ter influência em muitos casos, nomeadamente de corrupção, fuga ao fisco, etc., etc.

Permito-me pois esperar desta renovada Justiça que ajam "sem medo" também para se saber a verdade acerca do que aconteceu em Camarate - Lisboa há 34 anos. Que descubram e castiguem os culpados que ainda devem existir, pelo menos alguns, pois que outros já terão morrido. 

Faço votos para que este CRIME e outros que têm sucedido - principalmente todos os que surgiram após o 25 de Abril de 1974 - sejam eles crimes de morte, de corrupção, de fuga ao fisco, de usurpações, etc., - embora muitas vezes, os culpados possam já ter morrido, mas ao menos fica-se a saber tudo.

Confesso que não estou à espera que de repente se descubra tudo, porque isso é impossível, e também quase de certeza não o será nos tempos mais próximos, pelo menos enquanto eu cá estiver.

Mas tenho fé que meus filhos ou os meus netos, um dia vejam toda a VERDADE.

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Para recordar - apesar da recordação não ser muito boa - passo a transcrever um artigo da WIKIPEDIA.COM sobre o


http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

Acidente de Camarate

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Acidente de Camarate

Cessna 421 similar ao avião destruído.
Sumário
Data4 de dDezembro de 1980
Causafalha mecânica devido a má manutenção / suspeita de bomba à bordo
LocalPortugal CamarateLisboa
OrigemAeroporto da Portela, Lisboa
DestinoAeroporto de Pedras Rubras,Porto
Passageiros5
Tripulantes2
Mortos7
Feridos0
Sobreviventes0
Aeronave
ModeloEstados Unidos Cessna 421
Operadorparticular
PrefixoYV-314P
Primeiro voo1969
Acidente de Camarate, também conhecido como Atentado de Camarate1 ou Caso Camarate2 foi um desastre aéreo ocorrido a 4 de Dezembro de 1980, no qual a queda de um avião Cessna sobre o bairro das Fontaínhas, em Camarate, a Norte de Lisboa, vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros três passageiros e os dois pilotos do avião.
O caso começou a ser investigado no próprio dia do acidente, tendo prescrito, de forma inconclusiva, em Setembro de 2006. Em Novembro do mesmo ano um antigo segurança declarou em entrevista ter colocado um engenho explosivo da sua autoria a bordo da aeronave, embora a intenção fosse somente a de assustar os ocupantes. O engenho teria sido posteriormente alterado por forma a fazer explodir o avião. Uma vez que o caso havia prescrito, apesar destas declarações, o segurança não pôde ser julgado. Contudo, não há provas forenses conclusivas quanto à real existência do dito engenho explosivo nem da sua eventual detonação3 .

Acidente[editar | editar código-fonte]

Na noite de 4 de Dezembro de 1980, durante a campanha presidencial do general Soares Carneiro, candidato pela Aliança Democrática (AD), o ministro da Defesa português, Adelino Amaro da Costa tinha disponível uma aeronave Cessna a fim de deslocar-se ao Porto, onde iria assistir ao encerramento da campanha. Tendo Soares Carneiro alterado o local de encerramento da campanha para Setúbal, para onde se dirigiu acompanhado de Freitas do Amaral. O então primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, que também se dirigia para o Porto acompanhado da sua companheira Snu Abecassis, desmarcou os bilhetes da TAP que tinha reservado e aceitou o convite de Amaro da Costa, embarcando a bordo do Cessna juntamente com este, sua mulher Maria Manuel Simões Vaz da Silva Pires, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, António Patrício Gouveia, e os dois pilotos do aparelho. Pouco depois de levantar voo, o avião incendiou-se e despenhou-se sobre o bairro das Fontaínhas, zona residencial vizinha da pista do Aeroporto da Portela, calculando-se que o impacto no solo ocorreu 26 segundos depois da descolagem3 . O avião Cessna tinha entretanto embatido em cabos de alta-tensão, perdendo velocidade e acabando por se despenhar e incendiar sobre uma casa do bairro das Fontaínhas. Testemunhos contraditórios colocam em cima da mesa a hipótese de atentado, alegando algumas testemunhas oculares terem visto o Cessna a incendiar-se aquando do impacto final contra as habitações e outras testemunhas que o aparelho já se encontrava em chamas durante o voo, antes ainda do primeiro embate contra os cabos de alta-tensão3 . Morreram os sete ocupantes do aparelho, não se tendo registado vítimas entre os moradores do bairro, apesar de cinco habitações e três automóveis terem sido danificados4 .

Investigação[editar | editar código-fonte]

No próprio dia do acidente, a 4 de Dezembro de 1980, foi instaurado um inquérito preliminar, dirigido pelo Ministério Público e investigado pela Polícia Judiciária, o qual foi concluído com relatório publicado a 9 de Outubro de 1981, considerando que não havia indício de crime e que os autos deveriam aguardar, por mera cautela, a produção de melhor prova2 .
A 12 de Outubro de 1981, a fim de que toda a dúvida fosse dissipada, o procurador-geral da República determinou que as investigações deveriam prosseguir na modalidade de "inquérito público", o qual foi determinado pelo Ministério Público a 16 de Fevereiro de 1983 que ficasse a aguardar produção de melhor prova, corroborando a posição sustentada pela Polícia Judiciária. Uma primeira comissão parlamentar de inquérito foi instituída, e na sequência do trabalho por ela realizado, a 15 de Julho de 1983 o Ministério Público requereu a abertura de instrução preparatória, solicitando a inquirição dos Deputados que tinham composto aquela comissão, a fim de "esclarecerem todos os elementos novos e suplementares susceptíveis de conduzir à mais completa verdade material". A partir desta altura a investigação transitou do Ministério Público para o juiz de instrução criminal, passando também a Polícia Judiciária a actuar na estrita dependência funcional daquele juiz.2
Apenas passados mais de cinco anos foram completadas as inquirições e audições aos Deputados, tendo a Assembleia da República recusado autorização relativamente a dois depoimentos. A 18 de Fevereiro de 1988, e não tendo ainda sido completadas, pelo juiz de instrução criminal, aquelas inquirições, foram juntas aos autos, a pedido do Ministério Público, os relatórios e actas das primeira, segunda e terceira comissões parlamentares de inquérito, promovendo ainda dez séries de diligências de que constavam:
  1. A realização de várias peritagens, com a formulação de quesitos e a indicação de peritos, tendo em vista a despistagem de vestígios de explosivos nos destroços do avião e no vestuário das vítimas;
  2. A obtenção de esclarecimentos técnicos sobre o significado da presença de partículas metálicas nos pés do piloto e outros aspectos do foro médico-legal;
  3. A reavaliação do estudo do perfil do voo;
  4. O reexame da peritagem sobre o rasto de fragmentos.
No mesmo requerimento, o Ministério Público promoveu nova deslocação a Portugal do National Transportation Safety Board dos Estados Unidos da América e a constituição de uma equipa pericial multidisciplinar, incluindo os ramos aeronáutico, de explosivos, patologia legal e radiologia forense, tendo sugerido o pedido de cooperação do governo inglês, sendo o requerimento deferido pelo juiz de instrução criminal2 .
A instrução preparatória foi encerrada em 8 de Maio de 1990, tendo o Ministério Público concluído pela não existência de indícios de atentado mas propondo, por cautela, que os autos aguardassem a produção de melhor prova. Por despacho de 17 de Maio de 1990, o juiz de instrução criminal concordou, no essencial, com a posição do Ministério Público e decidiu que o processo ficasse a aguardar a produção de melhor prova2 .

Comissões de inquérito[editar | editar código-fonte]

O parlamento português já nomeou 10 comissões de inquérito para averiguar as causas e circunstâncias em que, no dia 4 de dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes.
Concluídos os trabalhos da quarta comissão parlamentar de inquérito, em 11 de Outubro de 1991, o Ministério Público analisou o relatório e as actas e requereu a sua junção aos autos. Considerando não existirem elementos novos ou relevantes, concluiu, no entanto, que a Polícia Judiciária deveria proceder à recolha e ao tratamento de informação criminal com base em notícias que circulavam, ainda que sem suporte na investigação. O juiz de instrução criminal, por despacho de 20 de Janeiro de 1992, analisou a prova e determinou o arquivamento dos autos, considerando implicitamente que não se justificavam as cautelas do Ministério Público, face à inexistência absoluta de indícios de crime2.
A 2 de Maio de 1995, de posse de alguns elementos relativos aos trabalhos da quinta comissão parlamentar de inquérito, o Ministério Público requereu a reabertura da instrução preparatória e, em 5 e 10 de Maio, promoveu a realização de novas diligências que foram consideradas, juntamente com as que o juiz determinara oficiosamente. No decurso do mesmo ano familiares das vítimas foram admitidos como assistentes no processo, tendo a instrução preparatória sido encerrada em 6 de Novembro de 1995 pelo juiz de instrução criminal. A 10 de Novembro de 1995, perante o valor e o significado das provas, globalmente consideradas, o Ministério Público promoveu que os autos continuassem a aguardar a produção de melhor prova2 .
Os assistentes reclamaram para o Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa e para a Procuradoria-Geral da República, sendo as reclamações desatendidas. Em 17 de Novembro de 1995, os assistentes deduziram acusação particular contra quatro indivíduos, tendo sido aperta a instrução contraditória em 23 de Novembro de 1995 pelo juiz de instrução criminal, esclarecendo que o tinha feito por imperativo legal e não por considerar que existissem quaisquer indícios de crime, tendo sido indeferidas grande parte das diligências requeridas pelos assistentes. A 9 de Janeiro de 1996, o juiz de instrução criminal, divergindo do parecer do Ministério Público, considerou prescrito o procedimento criminal contra três arguidos, tendo o Ministério Público recorrido deste despacho a 22 de Janeiro de 1996, o qual teve provimento negado peloTribunal da Relação. Do acórdão do Tribunal da Relação, o Ministério Público recorreu, a 10 de Julho de 1997, para o Supremo Tribunal de Justiça que não conheceu do recurso. A instrução contraditória foi encerrada a 15 de Novembro de 1996, tendo o Ministério Público mantido a posição anterior, de que os autos deveriam aguardar a produção de melhor prova2 .
A 13 de Dezembro de 1996, os assistentes deduziram acusação definitiva, o qual processo foi remetido ao juiz competente para a pronúncia. Este, em despacho circunstanciado de mais de 700 páginas, a 16 de Abril de 1998, rejeitou a acusação dos assistentes, por considerar não haver nenhum indício de crime, e ordenou o arquivamento do processo. Os assistentes interpuseram recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, para onde os autos subiram em 28 de Setembro de 1998. Os trabalhos da 6ª comissão parlamentar de inquérito foram concluídos a 6 de Julho de 19992 . Apenas esta sexta comissão sustentou a tese de atentado no acidente de Camarate5 .
A 28 de Junho de 2001 foi aprovada por maioria na Assembleia da República, a pedido do PSD, a constituição de uma sétima comissão de inquérito ao acidente de Camarate6 . Esta comissão de inquérito foi interrompida já depois de terem começado as audições, devido à demissão do então primeiro-ministro António Guterres e a dissolução da Assembleia da República pelo Presidente Jorge Sampaio5 .
A 16 de Maio de 2002 o pedido de criação da oitava comissão de inquérito para investigação do acidente de Camarate deu entrada na Assembleia da República, por iniciativa do PSD e do CDS-PP5 . Em Dezembro de 2004 o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito ao acidente de Camarate, Nuno Melo, anunciou que a Assembleia da República vai debater esta quinta-feira a suspeita de uma nova ligação entre a venda ilegal de armas a países como o Irão ou aIndonésia e o acidente de Camarate. Um relatório da Inspecção-Geral das Finanças apontava para "negócios pouco claros de venda de armas a países como a Indonésia, o Irão, a Guatemala, e a Argentina, que tinham sido proibidos pelo então Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa". Em causa está um montante equivalente a pelo menos 35 milhões de euros do Fundo de Defesa do Ultramar, montante esse que desapareceu. Nuno Melo, também deputado do CDS-PP, da coligação governamental, disse também que "há pessoas com altas responsabilidades de Estado, que tinham, nos termos da lei, a tutela máxima sobre o Fundo, e que terão de explicar o que aconteceu"7 . José Ribeiro e Castro, também do CDS-PP, sublinhou ainda que, entre a quarta e a oitava Comissão de Inquérito Parlamentar ao acidente de Camarate, a Assembleia da República "concluiu sempre pela existência de crime" no acidente que vitimou o antigo chefe do Governo Francisco Sá Carneiro e o seu ministro da Defesa Amaro da Costa8 .
A oitava em 2004, presidida pelo centrista Nuno Melo, não chegou ao fim devido à dissolução da Assembleia da República. A nona comissão de inquérito foi interrompida pela dissolução do Parlamento em 2011
A décima é presidida pelo deputado do PSD José Matos Rosa, que tem como vice-presidentes Raul Almeida, pelo CDS-PP, e António Braga, pelo PS e tomou posse em Janeiro de 20139 . Esta comissão de inquérito espera que os serviços secretos dos Estados UnidosAlemanha e Reino Unido possam fornecer provas concretas sobre e tragédia de Camarate. Assim foram pedidos às embaixadas destes países informações, após várias pessoas terem afirmado - em audições à porta fechada - que polícias secretas, como a Stasi, tinham uma forte presença no país no início da década de oitenta, podendo ter informações sobre o caso Camarate10 11 .

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
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ANTÓNIO FONSECA

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 2 de Dezembro de 2014

Macroscópio – Regresso ao quadro geral: como vai a Europa?‏

Macroscópio – Regresso ao quadro geral: como vai a Europa?

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Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
De vez em quando precisamos de levantar os olhos da nossa agenda mais doméstica para olhar para o que se está a passar na Europa. Afinal é cada vez mais evidente que o nosso destino depende de decisões que são tomadas a muitos milhares de quilómetros de Lisboa. Para o bem e para o mal.
 
Desde esta segunda feira que a Europa tem um novo presidente do Conselho Europeu: Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polónia, sucedeu a Van Rompuy e, como se escreveu no Observador, “as diferenças entre o novo presidente e o seu antecessor foram visíveis desde o dia um”. Enquando Van Rompuy “exerce o seu poder nos bastidores e nos tempos livres se dedica a escrever poesia japonesa”, Tusk “nunca se coíbe de partilhar as suas opiniões e defender as suas posições políticas, que geralmente são firmes”.
 
Para perceber melhor o que pode mudar na política europeia com a chegada a Bruxelas deste polaco vale a pela ler a entrevista que deu a semana passada ao Financial Times. Eis uma passagem, onde ele evoca as suas raízes familiares e em Gdansk e o que isso molda a sua forma de pensar:
“If you grow up in a multicultural or multilingual family, and if you feel the story of Gdansk, and the whole story of your ancestors . . . I remember I felt, even as a 12-year-old, that nothing is simple in life or in history. I was immune, even as a child, to every kind of simplification. And I realised, as a politician, as an adult, it was the best to be immune to every kind of orthodoxy, of ideology and most importantly, nationalism.”
 
Já o Wall Street Journal, num editorial intitulado “Polish Candor for Europe”, defende a ideia de que numa Europa que enfrenta “’difficult times’ ahead, as President Tusk said, at least it has a leader who seems to see clearly the dangers”. Para suportar essa ideia cita várias vezes Donald Tusk. Por exemplo:
As a Pole who grew up in politics through the anti-Communist Solidarity movement, Mr. Tusk hasn’t forgotten Europe’s recent dalliances with repression. “The threats” to the EU come from inside and outside, said Mr. Tusk in remarks Monday taking the EU post. “Not only are euroskeptics questioning the EU’s value, the Union has enemies. Politics has returned to Europe. History is back. And such times need leadership and political unity.”
 
Ao mesmo tempo que, à cabeça da União Europeia, se completa a renovação das lideranças, em alguns países também há novidades. Talvez as mais relevantes venham de França, onde Nicolas Sarkozy acaba de regressar ao primeiro palco da política ao ser eleito para presidente do grande partido da direita, a UMP. No entanto, como nota Teresa de Sousa no Público, “A longa marcha de Sarkozy pode não ser triunfal”. Nesse texto nota que na sua campanha ele se distanciou “de novo da Europa, ‘que não foi criada para se intrometer em tudo, e cujas competências devem ser reduzidas’. Nada de muito diferente de David Cameron.”Porém, acrescenta, um dos seus problemas é que “a realidade europeia é hoje muito diferente. A Europa “rendeu-se” às políticas da chanceler, pouco disposta a fingir uma entente com uma França que os alemães tratam cada vez pior. François Hollande já teve de fazer inversão de marcha, esquecendo o que disse na campanha e anunciando um programa de reformas que Berlim, por via de Bruxelas, lhe exige todos os dias.”
 
Com uma óptica diferente, céptica relativamente a muitas opções europeias, os editorialistas do Wall Street Journal também notaram as novas críticas de Sarkozy a Bruxelas. Só que… “France’s former president makes a good point about Brussels, but Paris is the bigger problem”. Pequeno extracto:
Mr. Sarkozy’s gambit is a half-step in the right direction. Contrary to Ms. Le Pen’s overheated rhetoric, the EU is no “European Soviet Union.” But it is infuriatingly unaccountable to voters. Blurred lines of responsibility between the EU and national governments make it too easy for politicians to evade responsibility for bad policies. Supranational courts routinely nullify the decisions of elected officials. And an army of regulatory busybodies feels empowered to meddle in too many aspects of Europeans’ social and economic lives.
 
Já o foco da britânica Spectator foram os problemas domésticos do antigo Presidente da França: “Is Nicolas Sarkozy headed back to the Elysée – or to jail?” Com o estilo directo que caracteriza esta que é a mais antiga revista em publicação contínua de todo o mundo, nota que “He is implicated in six criminal investigations, including charges of corruption and influence-peddling. In response he claims to be ‘a wounded animal hunted by Socialist judges’. The similarities with Silvio Berlusconi are striking.”Berlusconi? O paralelo é forte.
 
Olhando agora mais para a periferia da Europa, chamo a atenção para um tema que parece ter caído no esquecimento: a troika ainda não saiu de Atenas; e Atenas ainda necessita da ajuda dos empréstimos da troika. Para perceber o que se está a passar recomendo a síntese da Spiegel, “The Greek Patient: Europe Debates Third Bailout Package for Athens”. Por um lado, no que toca às negociações com a Grécia, “Progress is slow and tedious, and German Finance Minister Wolfgang Schäuble believes it has to be safeguarded with a third bailout package for Greece”. Por outro lado, as negociações podem complicar-se devido à situação interna no país: “Chatzimarkakis, the special envoy to Greek Foreign Minister Evangelos Venizelos, is currently calling on the Europeans to also bring populists with the leftist Syriza party to the negotiating table. The party is leading in all election polls with its fundamental opposition to the troika.”
 
De um outro país periférico, mas bem mais a norte, também nos chegam notícias relativamente surpreendentes. Refiro-me à Finlândia, que pode ser o país da zona euro a crescer menos em 2015. Tony Baber, no Financial Times, considera mesmo que “Economic chill set to make Finland the sick man of Europe”. Só que aqui as razões para a crise são bem diferentes – o que não quer dizer que sejam mais fáceis de superar. Ei-las:
Some causes of Finland’s difficulties are easy to identify. One is the decline of Nokia, the mobile phone company that contributed about a quarter of Finland’s economic growth between 1998 and 2007. Another is the slump in Finland’s pulp and paper industry. Finland’s manufacturing sector lost 76,000 jobs in the six years up to 2012 – a big number for a nation of only 5.4m. A third factor is the accelerating economic weakness of Russia, driven by falling oil prices and symbolised by its tumbling rouble. Russia is Finland’s largest trading partner, but Finland has signed up to EU sanctions imposed on Moscow over its actions in Ukraine. 
 
Mas os problemas da Europa não são apenas económicos. Ou institucionais. Há que não esquecer os grandes desafios políticos e geopolíticos. Por isso vos recomendo um magnífico texto de Mario Vargas Llosa no El Pais, “Ucrania: la pasión europea”. É um texto que nos permite olhar para a União Europeia pelos olhos de quem está fora dela: “Quienes se sienten desmoralizados con la construcción de la Unión Europea deberían ir a Ucrania; verían cómo este proyecto concita una enorme ilusión en muchos millones de ucranios”. É também um texto que inspira esperança:
Visitar esta casa, este país, aunque sea sólo por cinco días, me entristece, me alegra, me subleva. Una visita tan corta le llena a uno la cabeza de imágenes confusas y sentimientos exaltados. Pero de una cosa estoy seguro: los ucranios son ahora libres y a Vladímir Putin le costará muchísimo arrebatarles esa libertad
 
Antes de terminar, e este Macroscópio já vai longo, apenas duas breves referências a outras leituras. Primeiro para chamar a atenção para a entrevista de José Silva Pinto ao jornal i. Muito novo foi ministro de Marcello Caetano, depois conselheiro e amigo de Presidentes, muitos anos militante do PS. Agora que editou um livro - "Não se sai do pântano a nadar" - fala de tudo, com a franqueza e a crueza de quem tem quase 80 anos. A segunda sugestão vai para a continuação da controvérsia entre Ferreira Fernandes e João Miguel Tavares, com mais um artigo deste último: “As 50 sombras de Fernandes” (não confundir com este Fernandes que se assina, claro).
 
E por hoje é tudo. Bom descanso e boas leituras.
 
 
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OBSERVADOR HORA DE FECHO - 2 de Dezembro de 2014

Hora de Fecho: Obrigações do BES compradas e vendidas via Panamá‏

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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Presidente da KPMG Portugal, Sikander Sattar, fez uma longa exposição na comissão de inquérito e concluiu que o trabalho no BES "extravasou" muito o âmbito da auditoria.
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Vítor Bento disse esta terça-feira que o governo não recusou "taxativamente" a ajuda pública. Mas saiu de uma reunião com Maria Luís Albuquerque "com a impressão" de que havia "pouca disponibilidade".
LIGA DOS CAMPEÕES 
Administração da RTP diz que cumpriu o que devia, citando contrato de concessão feito pelo Governo. Cinco diretores de informação e programação perguntam à ERC quais são os poderes da CGI.
CONGRESSO DO PS 2014 
"Um erro". Maioria absoluta não é alcançável só falando com a esquerda, alertam ex-dirigentes, que se mostram surpreendidos com posição de António Costa.
ANTÓNIO COSTA 
"Não como criancinhas ao pequeno-almoço". Foi António Costa quem o disse. Os anos à frente dos destinos de Lisboa documentam a experiência de um político combativo, cuja principal arma é a ironia.
GOVERNO 
O primeiro-ministro considerou hoje que não é o momento de "contar espingardas", esperando que a nova liderança do PS dê "estabilidade" e "força" ao partido para assumir compromissos para futuro.
CIGARROS ELETRÓNICOS 
Cientistas ainda estão a debater quais podem ser os efeitos dos cigarros eletrónicos para a saúde. Mas surge agora o receio de que este esteja a ser um veículo para passar vírus informáticos.
EMPREENDEDORISMO 
Depois de ter sido selecionada para o programa de aceleração da Bayer, a PharmAssistant vai testar a caixa de medicamentos inteligente na Alemanha, em parceria com a farmacêutica germânica.
CHEFES DE ESTADO 
Mário Soares responsabiliza Cavaco Silva por permitir as políticas "neoliberais" e antidemocráticas" do Governo, durante o descerramento de uma placa com o seu nome numa rua e praça da Amadora.
GESTÃO DE CARTEIRAS 
Ulisses Pereira, o investidor mais conhecido nos fóruns financeiros, perdeu as rédeas das carteiras dos clientes. Os prejuízos chegam aos 90%. Antes dizia que era razoável ganhar 10% a 15% por ano.
Opinião

Manuel Villaverde Cabral
Sócrates esteve presente durante todo o congresso e, pelo que se disse na maior parte dos discursos e pelos nomes do novo secretariado do PS, o seu fantasma continuará a assombrar o partido e o país.

José Milhazes
A visita do Papa Francisco a Istambul e os seus encontros com o Patriarca de Constantinopla não permite criar ilusões: a chave para a aproximação entre católicos e ortodoxos está em Moscovo.

Rui Ramos
A semana passada vimos toda a oligarquia, da esquerda à direita, colaborar para conter o escândalo da prisão de um ex-primeiro ministro. Foi a mais brilhante operação política em 40 anos de democracia

José Manuel Fernandes
Costa continua sem concretizar políticas e sem dizer como vai pagar o fim da austeridade, mas tal não evitará que lhe cobremos pelas ilusões que vai criando, sobretudo quando opta por virar à esquerda

Paulo de Almeida Sande
Afinal o que quer o Reino Unido? Que mensagem retirar da nova linguagem sobre a imigração? E como prevenir a irreversibilidade da ameaça de “britexit”?
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