terça-feira, 6 de maio de 2014

FC Porto Pinto da Costa confirma: Lopetegui é o novo treinador - 6 de Maio de 2014

FC Porto Pinto da Costa confirma: Lopetegui é o novo treinador

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, confirmou hoje o que a imprensa já tinha adiantado: o espanhol Julen Lopetegui é o novo treinador dos ‘dragões’.

DESPORTO

Pinto da Costa confirma: Lopetegui é o novo treinador

DR

13:06 - 06 de Maio de 2014 | Por Patrícia Martins Carvalho

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Jorge Nuno Pinto da Costa reuniu hoje os jornalistas no Estádio do Dragão para anunciar o que a imprensa já tinha revelado.

 

Julen Lopetegui, ex-treinador da seleção espanhola de sub-21, é o novo treinador do FC Porto. O técnico assinou um contrato válido por três anos por, segundo o presidente, o clube depositar “máxima confiança” no seu trabalho. O português Rui Barros, “que já é da casa”, vai pertencer à equipa técnica.

“Fizemos um contrato de três anos porque queremos construir uma equipa sólida e com garantias de que nos próximos anos vai voltar a ser o que normalmente tem sido”, disse Pinto da Costa.

O presidente portista garantiu ainda que os ‘dragões’ querem “continuar a perder de vez em quando e não passar a ganhar de vez em quando”.

Na conferência de imprensa, Pinto da Costa dirigiu ainda umas palavras de agradecimento ao ainda técnico Luís Castro.

“Luís Castro, obrigado. Teve a coragem e o sacrifício que poucos teriam para abraçar esta missão com muita dignidade”, referiu o dirigente, dizendo ainda que o técnico voltará a comandar a equipa B.

Julen Lopetegui começou a carreira de treinador à frente do Rayo Vallecano, em 2003, onde permaneceu apenas um ano. Só quatro anos depois voltou a treinar, desta vez a equipa B do Real Madrid onde também ficou apenas durante um ano. Dos ‘merengues’ seguiu para a Real Federação Espanhola de Futebol para treinar os escalões jovens.

Nessas funções, conquistou dois títulos europeus, o primeiro pelos sub-19, em 2011, e o segundo com a equipa de sub-21, em 2013.

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ANTÓNIO FONSECA

In Memorian - Dr. MANUEL FORJAZ - 6 de Maio de 2014

Adriano Silva partilhou a foto de DESEMPREGADOS.

37 min ·

Partilha esta tocante carta escrita pelo recentemente falecido Dr. MANUEL FORJAZ <3<br /><br />"Exmo. Sr. Presidente do IPO,<br />Mui Ilustre Ministro da Saúde<br />Mui Ilustre Secretário de Estado da Saúde,<br /><br />1 - Os doentes com cancro. não são mortos com cancro. estão vivos; uns duram uns dias, outros meses, outros anos, outros para sempre;<br /><br />2 - Estarem vivos, significa poderem viver e experimentarem coisas maravilhosas, significa que a luta continua; significa também sempre alguma fragilidade e sensibilidade psicológica e emocional;<br /><br />3 - No tratamento passamos muitas horas no IPO, em consultas, análises, testes, operações, quimios e pela simples circulação a pé pelas instalações não conseguimos tapar os olhos ao sofrimento dos outros; pessoas com tubos aqui e acolá, carecas, acinzentadas, borbulhosas, a gemerem, em urros, etc etc.; e isto afecta-nos, retira-nos esperança, agrilhoa-nos ao nosso próprio sofrimento, faz-nos esquecer de viver;<br /><br />4 - Ora há pequenas coisinhas que poderiam ser feitas para melhorarem a vida de todos os que lá andamos, em particular nas salas de espera;<br /><br />5 - Proponho que contratem a Partners (MSTF) p.e., Pro-Bono, para vos desenhar e produzir uns cartazes - a espalhar por todo o IPO – com as coisas/regras de que podem e devem as pessoas falarem quando dividem espaços muito pequenos com outros doentes:<br />O que devem contar, promover essas peças:<br />Das histórias de sucesso, de pessoas que venceram ou vivem com a doença;<br />Das coisas boas que continuam a fazer dia a dia;<br />De que estar em tratamento significa que a luta continua;<br />Que hoje a medicina avançou muito e permite muitas vezes uma vida longa com a doença em quase completo conforto;<br />Que todas as doenças são diferentes e portanto não se extrapolem conclusões, gritando-as no meio dos corredores, pré-crucificando quem por lá passeia;<br />E das coisas de que absolutamente não devem falar:<br />Que a Joana tem 3 meses de vida; (até porque normalmente não é verdade, acho que a maioria das pessoas não quer imaginações e conjecturas sobre o tempo que lhe sobra)<br />Que o seu marido tem um tubo a sair de um rim;<br />Que o Pedro, teu primo sofre dores horríveis que já não têm analgésicos;<br />Que a Susana tem um saquinho;<br />Que a Tia Sofia de Aljustrel tem metástases e já não nada a fazer (o que em princípio também não é verdade, luta-se sempre até ao fim)<br /><br />Se além disso fizerem uns flyers, conseguirem meter nos televisores uns filmes do Charlot em vez do Relvas e Cia, aromatizarem o espaço purificando-o daquele intenso cheiro a hospital e enfermaria, meterem uma música de fundo entre a New Wave e Jason Mraz, seria perfeito.<br /><br />Quem precisar muito muito de falar sobre estes temas encontra óptimos psicólogos e psiquiatras no hospital que adoram ouvir estas coisas.....<br /><br />Há coisas tão simples!<br /><br />Quem combate, agradece,<br />Manuel Forjaz"<br /><br />ComPartilha, por favor, esta forte mensagem precisa chegar ao maior número de pessoas ;)

Partilha esta tocante carta escrita pelo recentemente falecido Dr. MANUEL FORJAZ

"Exmo. Sr. Presidente do IPO,
Mui Ilustre Ministro da Saúde
Mui Ilustre Secretário de Estado da Saúde,

1 - Os doentes com cancro. não são mortos com cancro. estão vivos; uns duram uns dias, outros meses, outros anos, outros para sempre;

2 - Estarem vivos, significa poderem viver e experimentarem coisas maravilhosas, significa que a luta continua; significa também sempre alguma fragilidade e sensibilidade psicológica e emocional;

3 - No tratamento passamos muitas horas no IPO, em consultas, análises, testes, operações, quimios e pela simples circulação a pé pelas instalações não conseguimos tapar os olhos ao sofrimento dos outros; pessoas com tubos aqui e acolá, carecas, acinzentadas, borbulhosas, a gemerem, em urros, etc etc.; e isto afecta-nos, retira-nos esperança, agrilhoa-nos ao nosso próprio sofrimento, faz-nos esquecer de viver;

4 - Ora há pequenas coisinhas que poderiam ser feitas para melhorarem a vida de todos os que lá andamos, em particular nas salas de espera;

5 - Proponho que contratem a Partners (MSTF) p.e., Pro-Bono, para vos desenhar e produzir uns cartazes - a espalhar por todo o IPO – com as coisas/regras de que podem e devem as pessoas falarem quando dividem espaços muito pequenos com outros doentes:
O que devem contar, promover essas peças:
Das histórias de sucesso, de pessoas que venceram ou vivem com a doença;
Das coisas boas que continuam a fazer dia a dia;
De que estar em tratamento significa que a luta continua;
Que hoje a medicina avançou muito e permite muitas vezes uma vida longa com a doença em quase completo conforto;
Que todas as doenças são diferentes e portanto não se extrapolem conclusões, gritando-as no meio dos corredores, pré-crucificando quem por lá passeia;
E das coisas de que absolutamente não devem falar:
Que a Joana tem 3 meses de vida; (até porque normalmente não é verdade, acho que a maioria das pessoas não quer imaginações e conjecturas sobre o tempo que lhe sobra)
Que o seu marido tem um tubo a sair de um rim;
Que o Pedro, teu primo sofre dores horríveis que já não têm analgésicos;
Que a Susana tem um saquinho;
Que a Tia Sofia de Aljustrel tem metástases e já não nada a fazer (o que em princípio também não é verdade, luta-se sempre até ao fim)

Se além disso fizerem uns flyers, conseguirem meter nos televisores uns filmes do Charlot em vez do Relvas e Cia, aromatizarem o espaço purificando-o daquele intenso cheiro a hospital e enfermaria, meterem uma música de fundo entre a New Wave e Jason Mraz, seria perfeito.

Quem precisar muito muito de falar sobre estes temas encontra óptimos psicólogos e psiquiatras no hospital que adoram ouvir estas coisas.....

Há coisas tão simples!

Quem combate, agradece,
Manuel Forjaz"

Com Partilha, por favor, esta forte mensagem precisa chegar ao maior número de pessoas

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Amigo ADRIANO SILVA estou a cumprir a minha parte, publicando a carta de Dr. MANUEL FORJAZ no meu blogue. Os melhores cumprimentos.

 

ANTÓNIO FONSECA.

SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU! - 6 de Maio de 2014

José Casimiro CarvalhoSALAZAR... NEM TUDO FOI MAU!

4 h ·

CRISE! QUAL CRISE!? ENQUANTO HOUVER PENSIONISTA, E VOTANTES…
Porque é que as televisões nada dizem sobre isto?
Têm medo dos seus 'patrões'?
Recebem 'ordens específicas' para nada dizerem que contrarie a 'versão oficial' do Governo?
Então, onde estão a 'ética jornalística e a liberdade de imprensa' que tanto dizem defender?

Há uma “injustiça de bradar aos céus” para com os pensionistas – disse Cadilhe
O antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe afirmou, terça-feira, que está a ser cometida uma “injustiça de bradar aos céus” sobre os pensionistas portugueses, que têm um direito equiparado a um título de dívida sobre o Estado.

“Quanto aos pensionistas, atenção, há aí uma injustiça de bradar aos céus. Porque os pensionistas que estão no regime contributivo, isto é, que passaram a sua vida ativa a contribuir, têm um verdadeiro direito sobre a República, são titulares de uma espécie de divida pública da República”
- disse Miguel Cadilhe durante um debate com o conselheiro de Estado Vítor Bento, no Palácio da Bolsa, no Porto.

O antigo ministro das Finanças do atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva (PSD), questionou como pode o Estado cumprir “toda a dívida pública perante os credores externos e internos, mas perante os pensionistas não cumprir essa outra espécie de dívida pública que advém de eles terem contribuído toda a vida”.
“Contribuíram não para pagar despesas públicas, mas para assegurar a sua previdência”, disse Miguel Cadilhe, elogiando o fator de sustentabilidade introduzido pelo antigo ministro do PS Vieira da Silva.

A quantos mais enviarem melhor.
É de facto uma pouca vergonha.

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Paulo Melo
SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU!

18 h ·

FEZ NO DIA 28 DE ABRIL 125 QUE NASCEU SALAZAR, UM DOS MAIORES ESTADISTAS, MORREU POBRE. TODOS SE INSURGIRAM CONTRA ELE, HOJE TODOS CHORAM POR ELE, GOVERNANTE MAIS HONESTO, AINDA NAO VI NENHUM DESDE O 25 DE ABRIL.

FEZ NO DIA 28 DE ABRIL 125 QUE NASCEU SALAZAR, UM DOS MAIORES ESTADISTAS, MORREU POBRE. TODOS SE INSURGIRAM CONTRA ELE, HOJE TODOS CHORAM POR ELE, GOVERNANTE MAIS HONESTO, AINDA NAO VI NENHUM DESDE O 25 DE ABRIL.

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ANTÓNIO FONSECA

Medina Carreira País precisa "de um Pinto da Costa" para impor a ordem - 6 de Maio de 2014

Notícias ao Minuto

 

Medina Carreira País precisa "de um Pinto da Costa" para impor a ordem

No programa de comentário semanal ‘Olhos nos Olhos', da TVI 24, Medina Carreira afirma que Portugal não tinha outra opção se não a saída limpa do programa de ajuda financeira, pois a Europa assim o exigia, e que se perde demasiado tempo a discutir a troika e o Documento de Execução Orçamental (DEO) quando esses não são os principais problemas que o país atravessa.

POLÍTICA

País precisa de um Pinto da Costa para impor a ordem

DR

22:23 - 05 de Maio de 2014 | Por Andrea Pinto

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O programa ‘Olhos nos Olhos’, da TVI24, foi esta segunda-feira dedicado às possíveis saídas que Portugal tem para recuperar financeiramente. Questionado sobre a decisão de sair de forma limpa da alçada da troika, Medina Carreira afirmou  que a decisão era mais que óbvia, embora ele “e todas as pessoas que sabem alguma coisa do assunto” defendessem a necessidade de um cautelar.

“O Governo foi por aqui porque teve que ir. Os países do centro da Europa não queriam mais este regime”, disse, referindo-se ao facto de países como a Alemanha não estarem dispostas a ajudar ainda mais Portugal.

Dito isto, o jurista criticou o facto de as pessoas perderem demasiado tempo a pensar e a falar de questões como a troika, quando existem situações mais graves no País, nomeadamente “o desemprego elevadíssimo, a estagnação económica ou o desequilíbrio demográfico”.

A culpa, diz, é do facto dos orgãos de comunicação social passarem “24 sobre 24 horas a falar disto”. “É necessário falar com as pessoas” e simplificar os dados porque “a sociedade vive atolhada de informação”, diz.

Para que a situação do País seja alterada defende que é necessário que os eleitores digam alguma coisa, algo que não crê que vá acontecer, até porque os eleitores continuam “convencidos de quem liquidou a sociedade foi este Governo quando  houve sucessivos anos em que se contribuiu para isto”.

"A população deve perceber que a energia tem que ser mais barata, que os tribunais nao podem fechar e que a educação deve ser melhor. O problema é que não aparecem dirigentes que percebam destas coisas", defende, colocando sobre os eleitores a obrigação de se manifestarem e agirem.

Este salienta, ainda, a necessidade de alguém capaz de liderar o País, como Pinto da Costa fez com o FC Porto. “O FC Porto devora tudo há cerca de 30 anos porque teve um dirigente capaz de pôr ordem no clube”, referiu, salientando a falta de dirigentes competentes a liderar Portugal.

Notícias ao Minuto

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ANTÓNIO FONSECA

segunda-feira, 5 de maio de 2014

SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU! - 5 de Maio de 2014


Fernando Pratas da Silva
SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU!

1 h ·

Maria Isabel tem 83 anos e é uma criminosa. O local do crime é o fogão, e assim foi durante muitos anos: vende bolo de laranja no café da zona. Sem recibo. E ainda consegue ir mais longe: usa os ovos das suas próprias galinhas. Juntamente com a filha, formam uma organização criminal. Eusébia, com 58 anos, produz uma pequena quantidade de queijo de cabra na sua própria cozinha que vende aos vizinhos a 1 euro a unidade. Um dos vizinhos, José Manuel, utiliza o antigo forno de barro que tem no quintal para cozer pão, faz uma quantidade a mais do que a que ele e a sua mulher necessitam para vender aos amigos, tentando assim complementar a pensão da reforma que recebe. Alguns dos habitantes mais idosos da aldeia apanham cogumelos e vendem-nos ao comprador intermediário. Novamente, sem passar recibo. Por sua vez, este intermediário distribui-os em restaurantes, passa recibo mas fá-lo pelo dobro do preço que pagou por eles. Marta, proprietária do café da zona, encomendou alface ao fornecedor mas acrescentou umas ervas e folhas de alface do seu próprio quintal. E se pedíssemos uma aguardente de medronho, típica da zona, quando a garrafa oficial, selada com o imposto fiscal, estiver vazia, o seu marido iria calmamente até à garagem e voltava a encher a garrafa com o medronho caseiro do velho Tomás. Podemos chamar a isto tradição, qualidade de vida ou colorido local – o certo é que em tempos de crise, a auto-suficiência entre vizinhos, simplesmente ajuda a sobreviver.<br /><br />O Alentejo é das regiões mais afetadas pela crise que de qualquer forma afectou todo o país. A agricultura tradicional está em baixo, a indústria é quase inexistente e os turistas raramente se deixam levar pela espectacular paisagem costeira da província. Os montes alentejanos perdem-se em ruínas. Quem pode vai embora, ficando apenas a população idosa a viver nas aldeias, e para a maior parte, o baixo valor que recebem de reforma é gasto em medicamentos, logo na primeira semana do mês. Inicialmente, as pessoas fazem o que sempre fizeram para tentar sobreviver de algum modo. Vendem, a pessoas que conhecem, o que eles próprios conseguem produzir. Não conseguem suportar os custos de recibos ou facturas. Para conseguir iniciar um negócio com licença, teriam de cumprir os requisitos e fazer grandes investimentos que só compensariam num negócio de maior produção.<br /><br />Ao contrário de Espanha, Portugal não negociou acordos especiais para quem tem pequenos negócios. As consequências: toda a produção em pequena escala - cafés, restaurantes , lojas e padarias que tornam este país atractivo - é de facto ilegal. Só existem duas hipóteses, ou legalizam o seu comércio tornando-se grandes produtores ou continuam como fugitivos ao fisco. Até agora e de certa forma, isto era aceitável em Portugal mas neste momento, parece que o governo descobriu os verdadeiros culpados da crise: o homem modesto e a mulher modesta como pecadores em matéria de impostos. Como resultado, as autoridades fecharam uma série de casas comerciais e mercados onde dantes eram escoadas os excedentes das parcas produções dos pequenos produtores e transformadores, que ganhavam algum dinheiro com isso, equilibrando a economia local.<br /><br />Há uns meses atrás, a administração fiscal decidiu finalmente fazer algo em relação ao nível de desemprego: empregou 1.000 novos fiscais. Como um duro golpe para a fraude fiscal organizada, a autoridade autuou recentemente uma prática comum na pequena Aldeia das Amoreiras: alguns homens tinham - como o fizeram durante décadas - produzido e vendido carvão. Os criminosos têm em média 70 anos, e os modestos rendimentos do carvão mal lhes permitia ir mais do que poucas vezes beber um medronho ou pedir uma bica.<br /><br />Não é benéfico acabar com os produtos locais e substituí-los por produtos industriais. Não para o Estado que, com uma população empobrecida, não tem capacidade para pagar impostos. E não é para a saúde: não são os produtos caseiros que levam a escândalos alimentares nestes últimos anos, mas a contaminação química e microbiana da produção industrial. Apenas grandes indústrias beneficiam desta política, uma política que chega mesmo a apoiar a crise. Sendo este um país que se submete cada vez mais a depender de importações, um dia não terá como se aguentar economicamente. É a realidade, até parece que a globalização venceu: os terrenos abandonados do Alentejo foram maioritariamente arrendados a indústrias agrícolas internacionais, que usam estes terrenos para o cultivo de olival intensivo e para a produção de hortícolas em estufas. Após alguns anos, os solos ficam demasiado contaminados. Em geral, os novos trabalhadores rurais temporários vêm da Tailândia, Bulgária ou Ucrânia, trabalham por pouco tempo e voltam para as suas casas antes das doenças se tornarem visíveis.<br /><br />Com a pressão da Troika, o governo está a actuar contra os interesses do próprio povo. Apenas há umas semanas atrás, o Município de Lisboa mandou destruir mais uma horta comunitária num bairro carismático da cidade, a "Horta do Monte" na Graça, onde residentes produziam legumes com sucesso, contando com a ajuda da vizinhança. Enquanto os moradores do bairro protestavam, funcionários municipais arrancaram árvores pela raiz e canteiros de flores, simplesmente para que os terrenos possam ser alugados em vez de cedidos. Mais uma vez, uma parte da auto-organização foi destruída pela crise. A maioria dos portugueses não aceita isto. No último ano e por várias vezes, cerca de 1 milhão de pessoas - o equivalente a 10% da população - protestou contra a Troika. Muitos demonstram a sua criatividade e determinação durante a desobediência civil: quando saiu a lei que os clientes eram obrigados a solicitar factura nos restaurantes e cafés, em vez de darem o seu número de contribuinte, 10 mil pessoas deram o número do Primeiro Ministro. Rapidamente isto deixou de ser obrigatório. Também há alguns presidentes de freguesias que não aceitam o que foi feito aos seus mercados. E assim os pequenos mercados locais de aldeia continuam mas com um nome diferente “Mostra de produtos locais”, “Mercado de Trocas”. Se alguém quer dar alguma coisa e de seguida alguém põe dinheiro na caixa dos donativos, bem... quem irá impedi-lo?!<br /><br />Existe um ditado fascinante: “quando a lei é injusta, a resistência é um dever”. É este o caso. Não são os pequenos produtores que estão errados mas sim as autoridades e quem toma as decisões - tanto moral como estrategicamente. É moralmente injustificável negar a sobrevivência diária dos idosos nas aldeias. E estrategicamente é estúpido. Um tesouro raro é destruído: uma região que ainda tem conhecimentos e métodos tradicionais, e comunidades com coesão social suficiente para partilhar e para se ajudarem entre si.<br /><br />Uma economia difundida globalmente e à prova da crise é o que aqui acaba por ser criminalizado: subsistência rural e regional - o poder de auto-organização de pessoas que se ajudam mutuamente, que tentam sustentar-se com o que cresce à sua volta. Ao enfrentar a crise, não existem razões para não avançarmos juntos e nos reunirmos novamente. Existem sim, todos os motivos para nos ajudarmos mutuamente, para escolhermos a auto-suficiência e o espírito comunitário rural. Podemos ajudar a suavizar a crise, pelo menos por agora – se não, no mínimo oferecemos um elemento chave para a resolver. Quanto mais incertos são os sistemas de abastecimento da economia global, mais necessária é a subsistência regional.<br /><br />Assim sendo, pedimos a todos os viajantes e conhecedores: peçam pratos caseiros e regionais nos restaurantes. Deixem que as omeletes sejam feitas por ovos que não foram carimbados nem selados. Peçam saladas das suas hortas. Mesmo em festas ou cerimónias, escolham os produtos de fabrico próprio, caseiros. Ao entrar numa loja ou café, anunciem de imediato que não vão pedir recibos ou facturas. Talvez em breve, os proprietários dos restaurantes se juntem a uma mudança local. Talvez em breve, um funcionário de uma loja será o primeiro a aperceber-se que a caixa de donativos na entrada traz mais lucro do que o registo obrigatório das vendas recentemente imposto. Talvez em breve, apareçam as primeiras moedas regionais como um método de contornar as leis fiscais.<br /><br />Texto: Leila Dregger

Maria Isabel tem 83 anos e é uma criminosa. O local do crime é o fogão, e assim foi durante muitos anos: vende bolo de laranja no café da zona. Sem recibo. E ainda consegue ir mais longe: usa os ovos das suas próprias galinhas. Juntamente com a filha, formam uma organização criminal. Eusébia, com 58 anos, produz uma pequena quantidade de queijo de cabra na sua própria cozinha que vende aos vizinhos a 1 euro a unidade. Um dos vizinhos, José Manuel, utiliza o antigo forno de barro que tem no quintal para cozer pão, faz uma quantidade a mais do que a que ele e a sua mulher necessitam para vender aos amigos, tentando assim complementar a pensão da reforma que recebe. Alguns dos habitantes mais idosos da aldeia apanham cogumelos e vendem-nos ao comprador intermediário. Novamente, sem passar recibo. Por sua vez, este intermediário distribui-os em restaurantes, passa recibo mas fá-lo pelo dobro do preço que pagou por eles. Marta, proprietária do café da zona, encomendou alface ao fornecedor mas acrescentou umas ervas e folhas de alface do seu próprio quintal. E se pedíssemos uma aguardente de medronho, típica da zona, quando a garrafa oficial, selada com o imposto fiscal, estiver vazia, o seu marido iria calmamente até à garagem e voltava a encher a garrafa com o medronho caseiro do velho Tomás. Podemos chamar a isto tradição, qualidade de vida ou colorido local – o certo é que em tempos de crise, a auto-suficiência entre vizinhos, simplesmente ajuda a sobreviver.

O Alentejo é das regiões mais afetadas pela crise que de qualquer forma afectou todo o país. A agricultura tradicional está em baixo, a indústria é quase inexistente e os turistas raramente se deixam levar pela espectacular paisagem costeira da província. Os montes alentejanos perdem-se em ruínas. Quem pode vai embora, ficando apenas a população idosa a viver nas aldeias, e para a maior parte, o baixo valor que recebem de reforma é gasto em medicamentos, logo na primeira semana do mês. Inicialmente, as pessoas fazem o que sempre fizeram para tentar sobreviver de algum modo. Vendem, a pessoas que conhecem, o que eles próprios conseguem produzir. Não conseguem suportar os custos de recibos ou facturas. Para conseguir iniciar um negócio com licença, teriam de cumprir os requisitos e fazer grandes investimentos que só compensariam num negócio de maior produção.

Ao contrário de Espanha, Portugal não negociou acordos especiais para quem tem pequenos negócios. As consequências: toda a produção em pequena escala - cafés, restaurantes , lojas e padarias que tornam este país atractivo - é de facto ilegal. Só existem duas hipóteses, ou legalizam o seu comércio tornando-se grandes produtores ou continuam como fugitivos ao fisco. Até agora e de certa forma, isto era aceitável em Portugal mas neste momento, parece que o governo descobriu os verdadeiros culpados da crise: o homem modesto e a mulher modesta como pecadores em matéria de impostos. Como resultado, as autoridades fecharam uma série de casas comerciais e mercados onde dantes eram escoadas os excedentes das parcas produções dos pequenos produtores e transformadores, que ganhavam algum dinheiro com isso, equilibrando a economia local.

Há uns meses atrás, a administração fiscal decidiu finalmente fazer algo em relação ao nível de desemprego: empregou 1.000 novos fiscais. Como um duro golpe para a fraude fiscal organizada, a autoridade autuou recentemente uma prática comum na pequena Aldeia das Amoreiras: alguns homens tinham - como o fizeram durante décadas - produzido e vendido carvão. Os criminosos têm em média 70 anos, e os modestos rendimentos do carvão mal lhes permitia ir mais do que poucas vezes beber um medronho ou pedir uma bica.

Não é benéfico acabar com os produtos locais e substituí-los por produtos industriais. Não para o Estado que, com uma população empobrecida, não tem capacidade para pagar impostos. E não é para a saúde: não são os produtos caseiros que levam a escândalos alimentares nestes últimos anos, mas a contaminação química e microbiana da produção industrial. Apenas grandes indústrias beneficiam desta política, uma política que chega mesmo a apoiar a crise. Sendo este um país que se submete cada vez mais a depender de importações, um dia não terá como se aguentar economicamente. É a realidade, até parece que a globalização venceu: os terrenos abandonados do Alentejo foram maioritariamente arrendados a indústrias agrícolas internacionais, que usam estes terrenos para o cultivo de olival intensivo e para a produção de hortícolas em estufas. Após alguns anos, os solos ficam demasiado contaminados. Em geral, os novos trabalhadores rurais temporários vêm da Tailândia, Bulgária ou Ucrânia, trabalham por pouco tempo e voltam para as suas casas antes das doenças se tornarem visíveis.

Com a pressão da Troika, o governo está a actuar contra os interesses do próprio povo. Apenas há umas semanas atrás, o Município de Lisboa mandou destruir mais uma horta comunitária num bairro carismático da cidade, a "Horta do Monte" na Graça, onde residentes produziam legumes com sucesso, contando com a ajuda da vizinhança. Enquanto os moradores do bairro protestavam, funcionários municipais arrancaram árvores pela raiz e canteiros de flores, simplesmente para que os terrenos possam ser alugados em vez de cedidos. Mais uma vez, uma parte da auto-organização foi destruída pela crise. A maioria dos portugueses não aceita isto. No último ano e por várias vezes, cerca de 1 milhão de pessoas - o equivalente a 10% da população - protestou contra a Troika. Muitos demonstram a sua criatividade e determinação durante a desobediência civil: quando saiu a lei que os clientes eram obrigados a solicitar factura nos restaurantes e cafés, em vez de darem o seu número de contribuinte, 10 mil pessoas deram o número do Primeiro Ministro. Rapidamente isto deixou de ser obrigatório. Também há alguns presidentes de freguesias que não aceitam o que foi feito aos seus mercados. E assim os pequenos mercados locais de aldeia continuam mas com um nome diferente “Mostra de produtos locais”, “Mercado de Trocas”. Se alguém quer dar alguma coisa e de seguida alguém põe dinheiro na caixa dos donativos, bem... quem irá impedi-lo?!

Existe um ditado fascinante: “quando a lei é injusta, a resistência é um dever”. É este o caso. Não são os pequenos produtores que estão errados mas sim as autoridades e quem toma as decisões - tanto moral como estrategicamente. É moralmente injustificável negar a sobrevivência diária dos idosos nas aldeias. E estrategicamente é estúpido. Um tesouro raro é destruído: uma região que ainda tem conhecimentos e métodos tradicionais, e comunidades com coesão social suficiente para partilhar e para se ajudarem entre si.

Uma economia difundida globalmente e à prova da crise é o que aqui acaba por ser criminalizado: subsistência rural e regional - o poder de auto-organização de pessoas que se ajudam mutuamente, que tentam sustentar-se com o que cresce à sua volta. Ao enfrentar a crise, não existem razões para não avançarmos juntos e nos reunirmos novamente. Existem sim, todos os motivos para nos ajudarmos mutuamente, para escolhermos a auto-suficiência e o espírito comunitário rural. Podemos ajudar a suavizar a crise, pelo menos por agora – se não, no mínimo oferecemos um elemento chave para a resolver. Quanto mais incertos são os sistemas de abastecimento da economia global, mais necessária é a subsistência regional.

Assim sendo, pedimos a todos os viajantes e conhecedores: peçam pratos caseiros e regionais nos restaurantes. Deixem que as omeletes sejam feitas por ovos que não foram carimbados nem selados. Peçam saladas das suas hortas. Mesmo em festas ou cerimónias, escolham os produtos de fabrico próprio, caseiros. Ao entrar numa loja ou café, anunciem de imediato que não vão pedir recibos ou facturas. Talvez em breve, os proprietários dos restaurantes se juntem a uma mudança local. Talvez em breve, um funcionário de uma loja será o primeiro a aperceber-se que a caixa de donativos na entrada traz mais lucro do que o registo obrigatório das vendas recentemente imposto. Talvez em breve, apareçam as primeiras moedas regionais como um método de contornar as leis fiscais.

Texto: Leila Dregger

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