terça-feira, 6 de maio de 2014

In Memorian - Dr. MANUEL FORJAZ - 6 de Maio de 2014

Adriano Silva partilhou a foto de DESEMPREGADOS.

37 min ·

Partilha esta tocante carta escrita pelo recentemente falecido Dr. MANUEL FORJAZ <3<br /><br />"Exmo. Sr. Presidente do IPO,<br />Mui Ilustre Ministro da Saúde<br />Mui Ilustre Secretário de Estado da Saúde,<br /><br />1 - Os doentes com cancro. não são mortos com cancro. estão vivos; uns duram uns dias, outros meses, outros anos, outros para sempre;<br /><br />2 - Estarem vivos, significa poderem viver e experimentarem coisas maravilhosas, significa que a luta continua; significa também sempre alguma fragilidade e sensibilidade psicológica e emocional;<br /><br />3 - No tratamento passamos muitas horas no IPO, em consultas, análises, testes, operações, quimios e pela simples circulação a pé pelas instalações não conseguimos tapar os olhos ao sofrimento dos outros; pessoas com tubos aqui e acolá, carecas, acinzentadas, borbulhosas, a gemerem, em urros, etc etc.; e isto afecta-nos, retira-nos esperança, agrilhoa-nos ao nosso próprio sofrimento, faz-nos esquecer de viver;<br /><br />4 - Ora há pequenas coisinhas que poderiam ser feitas para melhorarem a vida de todos os que lá andamos, em particular nas salas de espera;<br /><br />5 - Proponho que contratem a Partners (MSTF) p.e., Pro-Bono, para vos desenhar e produzir uns cartazes - a espalhar por todo o IPO – com as coisas/regras de que podem e devem as pessoas falarem quando dividem espaços muito pequenos com outros doentes:<br />O que devem contar, promover essas peças:<br />Das histórias de sucesso, de pessoas que venceram ou vivem com a doença;<br />Das coisas boas que continuam a fazer dia a dia;<br />De que estar em tratamento significa que a luta continua;<br />Que hoje a medicina avançou muito e permite muitas vezes uma vida longa com a doença em quase completo conforto;<br />Que todas as doenças são diferentes e portanto não se extrapolem conclusões, gritando-as no meio dos corredores, pré-crucificando quem por lá passeia;<br />E das coisas de que absolutamente não devem falar:<br />Que a Joana tem 3 meses de vida; (até porque normalmente não é verdade, acho que a maioria das pessoas não quer imaginações e conjecturas sobre o tempo que lhe sobra)<br />Que o seu marido tem um tubo a sair de um rim;<br />Que o Pedro, teu primo sofre dores horríveis que já não têm analgésicos;<br />Que a Susana tem um saquinho;<br />Que a Tia Sofia de Aljustrel tem metástases e já não nada a fazer (o que em princípio também não é verdade, luta-se sempre até ao fim)<br /><br />Se além disso fizerem uns flyers, conseguirem meter nos televisores uns filmes do Charlot em vez do Relvas e Cia, aromatizarem o espaço purificando-o daquele intenso cheiro a hospital e enfermaria, meterem uma música de fundo entre a New Wave e Jason Mraz, seria perfeito.<br /><br />Quem precisar muito muito de falar sobre estes temas encontra óptimos psicólogos e psiquiatras no hospital que adoram ouvir estas coisas.....<br /><br />Há coisas tão simples!<br /><br />Quem combate, agradece,<br />Manuel Forjaz"<br /><br />ComPartilha, por favor, esta forte mensagem precisa chegar ao maior número de pessoas ;)

Partilha esta tocante carta escrita pelo recentemente falecido Dr. MANUEL FORJAZ

"Exmo. Sr. Presidente do IPO,
Mui Ilustre Ministro da Saúde
Mui Ilustre Secretário de Estado da Saúde,

1 - Os doentes com cancro. não são mortos com cancro. estão vivos; uns duram uns dias, outros meses, outros anos, outros para sempre;

2 - Estarem vivos, significa poderem viver e experimentarem coisas maravilhosas, significa que a luta continua; significa também sempre alguma fragilidade e sensibilidade psicológica e emocional;

3 - No tratamento passamos muitas horas no IPO, em consultas, análises, testes, operações, quimios e pela simples circulação a pé pelas instalações não conseguimos tapar os olhos ao sofrimento dos outros; pessoas com tubos aqui e acolá, carecas, acinzentadas, borbulhosas, a gemerem, em urros, etc etc.; e isto afecta-nos, retira-nos esperança, agrilhoa-nos ao nosso próprio sofrimento, faz-nos esquecer de viver;

4 - Ora há pequenas coisinhas que poderiam ser feitas para melhorarem a vida de todos os que lá andamos, em particular nas salas de espera;

5 - Proponho que contratem a Partners (MSTF) p.e., Pro-Bono, para vos desenhar e produzir uns cartazes - a espalhar por todo o IPO – com as coisas/regras de que podem e devem as pessoas falarem quando dividem espaços muito pequenos com outros doentes:
O que devem contar, promover essas peças:
Das histórias de sucesso, de pessoas que venceram ou vivem com a doença;
Das coisas boas que continuam a fazer dia a dia;
De que estar em tratamento significa que a luta continua;
Que hoje a medicina avançou muito e permite muitas vezes uma vida longa com a doença em quase completo conforto;
Que todas as doenças são diferentes e portanto não se extrapolem conclusões, gritando-as no meio dos corredores, pré-crucificando quem por lá passeia;
E das coisas de que absolutamente não devem falar:
Que a Joana tem 3 meses de vida; (até porque normalmente não é verdade, acho que a maioria das pessoas não quer imaginações e conjecturas sobre o tempo que lhe sobra)
Que o seu marido tem um tubo a sair de um rim;
Que o Pedro, teu primo sofre dores horríveis que já não têm analgésicos;
Que a Susana tem um saquinho;
Que a Tia Sofia de Aljustrel tem metástases e já não nada a fazer (o que em princípio também não é verdade, luta-se sempre até ao fim)

Se além disso fizerem uns flyers, conseguirem meter nos televisores uns filmes do Charlot em vez do Relvas e Cia, aromatizarem o espaço purificando-o daquele intenso cheiro a hospital e enfermaria, meterem uma música de fundo entre a New Wave e Jason Mraz, seria perfeito.

Quem precisar muito muito de falar sobre estes temas encontra óptimos psicólogos e psiquiatras no hospital que adoram ouvir estas coisas.....

Há coisas tão simples!

Quem combate, agradece,
Manuel Forjaz"

Com Partilha, por favor, esta forte mensagem precisa chegar ao maior número de pessoas

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Amigo ADRIANO SILVA estou a cumprir a minha parte, publicando a carta de Dr. MANUEL FORJAZ no meu blogue. Os melhores cumprimentos.

 

ANTÓNIO FONSECA.

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