sábado, 22 de março de 2014

Freira dá música ao júri italiano do 'The Voice' e espera um telefonema do Papa - 22 de Mareço de 2014

Freira dá música ao júri italiano do 'The Voice' e espera um telefonema do Papa

21 de Março, 2014

O mais recente talento musical do 'The Voice' é uma freira. A Irmã Cristina Scuccia, de 25 anos, surpreendeu o público e até o júri do programa italiano, com uma actuação brilhante do tema 'No one', da cantora norte-americana Alicia Keys.

"Eu tenho um dom e vim partilhá-lo convosco", explicou a Irmã Cristina, perante os aplausos do público. Questionada sobre o motivo pelo qual concorreu, voltou a arrancar sorrisos na plateia.

"Bem, não sei, espero talvez um telefonema do Papa Francisco. Ele convida-nos a sair, a evangelizar, a dizer que Deus não nos tira nada, pelo contrário, dá-nos ainda mais. Eu estou aqui por isso".

Os jurados ficaram rendidos à actuação e tentaram convencer a freira a integrar as suas equipas. Mas o 'sortudo' acabou por ser o rapper italiano, J-Ax, por ter sido o "primeiro a virar a cadeira para a ouvir".

A resposta não tardou: "Nós os dois somos imbatíveis. E sabe porquê? Nós somos o diabo e a água benta. Venha comigo!", atirou o rapper.

Veja o vídeo aqui:

SOL

Tags: Música, Freira, Vida

_____________________

 

Transcrição por ANTÓNIO FONSECA

22-3-2014  -  16H55

sábado, 15 de março de 2014

SALAZAR ….NEM TUDO FOI MAU - 15 DE mARÇO DE 2014


Fernando Antonio Fonseca
partilhou a foto de Eduardo J. M. Ribeiro.

3 h ·

SÉRIE: DEDICADO ÀQUELES QUE AINDA DUVIDAM QUE O GAJO ESTÁ COMPLETAMENTE SENIL...<br /><br />CONDECORADO UM GRANDE PORTUGUÊS, segundo O CHÉ-CHÉ - Cavaco Silva !!!<br /><br />SÓ PODE ESTAR 100% CHONÉ !!! <br /><br />ESTA É MAIS UMA DAS VERGONHAS EM QUE ESTE SENHOR FOI PROTAGONISTA , É MESMO UM ESCÂNDALO NACIONAL !!!<br /><br />O PODER DITATORIAL PARTIDÁRIO ESTÁ EM GRANDE A FUNCIONAR..<br /><br />DARÁ PARA ACREDITAR ??? UM GRANDE PORTUGUÊS !!!<br /><br />Não acredito NISTO!!!!!!<br /><br />A biografia do Major Valentim dos Santos de Loureiro (Nasce em Calde, a 24 de Dezembro de 1938), empresário, político e dirigente desportivo português.<br /><br />Frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sem o terminar. Juntou-se ao exército sobre o regime Salazarista, tendo completado o curso da Academia Militar na especialidade de Manutenção Militar (normalmente designados por padeiros)! Já na Academia era conhecido pelas suas habilidades!<br /><br />Anos depois, já capitão, foi julgado e condenado em tribunal militar por andar a roubar no preço das batatas que comprava para o exército em Angola.<br /><br />Foi também condenado por roubar as rações do exército para lucro próprio (ficando posteriormente conhecido por muitos como o "Capitão Batata").<br /><br />Isto porque estava no aprovisionamento militar e desviava géneros e bens alimentares para vender para fora.<br /><br />Foi expulso, com desonra, do exército.<br /><br />Depois do 25 de Abril, e sem qualquer pedaço de vergonha, muito típica nele, pede a readmissão invocando que tinha sido expulso por motivos políticos, pedindo igualmente a promoção a major, cargo que ocupavam os seus colegas da Academia! Desdobra-se em contatos com os movimentos de libertação das colónias que parece conhecia bem (pudera!) e com o Conselho da Revolução !<br /><br />Por esse motivo, o oficial que apreciou o seu recurso e pedido de readmissão, com relutância aceita o pedido, mas impõe como condição para a promoção a major, se passar imediatamente à reserva, em virtude da vergonha de todo o seu processo, que nunca teve nada de política, mas sim de expulsão vergonhosa. <br /><br />É promovido e sai logo o que não era normal aos militares de carreira ! Por esse motivo é que hoje não está reformado como general ou no mínimo coronel!<br /><br />O seu processo militar, misteriosamente desapareceu ! Ninguém, ou talvez não, sabe para onde foi.<br /><br />Desviou, alegadamente, 40.000 contos do BCP com uma transação com um cheque em dólares americanos sobre um banco que não existia.<br /><br />Como cônsul "honorário" da Guiné-Bissau usou esse título para, alegadamente, falsificar certidões de nascimento de jogadores e potenciais jogadores de futebol, que comprou e vendeu numa tipologia de negócio pouco digna.<br /><br />O semanário Expresso, passa-lhe uma rasteira, a ele e ao filho (filho de peixe) e consegue que ambos lhe concedam uma entrevista, que eles esperam lhes seja favorável aos seus interesses políticos e não só!    <br />                                                                                                                                                          A jornalista, já não me recordo bem se uma se um, pespega no jornal toda a vida do homem, numa página inteira do semanário, desde os tempos de liceu, ouvindo vários dos antigos e atuais colegas!             <br />                                                                                                                                                            O major e o filho dizem que tudo o que foi publicado não passa de um chorrilho de mentiras (o usual em tais casos) e que vai processar de imediato o jornal e a jornalista !<br /><br />Não tenho conhecimento de nenhum processo de então ou que posteriormente tivesse entrado em qualquer tribunal.<br /><br />Distinguiu-se como dirigente desportivo, tendo sido presidente do Boavista F.C. entre 1972 e 1995 e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) até Agosto de 2006. Actualmente (2008), é presidente da Assembleia Geral da mesma instituição.<br /><br />Na política, foi militante do Partido Social-Democrata, tendo sido presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto.                                             <br /><br />Assumiu um papel ativo quando em 1993 aceitou ser candidato à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar, vencendo as eleições desse ano, e as de 1997 e 2001. <br /><br />Após ser desfiliado do PSD por ser acusado de práticas ilícitas enquanto autarca, venceu novamente as eleições de 2005, com a lista independente «Gondomar no Coração», que alcançou 57,5% dos votos (como dizia Brito Camacho (?) os ricos ao poder, são ricos roubam menos)! <br /><br />Ficaram célebres as campanhas que organizou, pela oferta de eletrodomésticos em troca de votos.<br /><br />Foi ainda Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 2001 e 2005 e Presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A. (administração cheia de dívidas).<br /><br />Em Julho de 2008 foi sentenciado a 3 anos de prisão com pena suspensa, no âmbito do processo judicial conhecido como Apito Dourado. <br /><br />Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por Cavaco Silva, por motivos referentes aos seus  "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". <br /><br />Um gesto inaceitável por parte de alguns, tendo em conta o  historial negro do indivíduo.<br /><br />Pelos Portugueses é considerado uma Vergonha Nacional, mas infelizmente pela classe política é um herói em virtude de pertencer à corja de políticos que temos. (diz-me com quem andas ...) <br /><br />Isto nada abona a favor do nosso país e mostra que somos um povo passivo que nada faz para o seu próprio bem futuro.<br /><br />"Há um século, no mínimo, era a forca... PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR.  <br /><br />Desculpem... tenho de IR vomitar<br /><br />O MEU PORTUGAL está ESPANTOSO & DESLUMBRANTE! E ADORO ESTE POVO QUE SE ALHEIA DESTAS MERDAS E PREFERE PIMBALHAR, FUTEBOLAR, TELENOVELAR E FAZER DE CONTA QUE NÃO É NADA COM ELE...

SÉRIE: DEDICADO ÀQUELES QUE AINDA DUVIDAM QUE O GAJO ESTÁ COMPLETAMENTE SENIL...

CONDECORADO UM GRANDE PORTUGUÊS, segundo O CHÉ-CHÉ - Cavaco Silva !!!

SÓ PODE ESTAR 100% CHONÉ !!!

ESTA É MAIS UMA DAS VERGONHAS EM QUE ESTE SENHOR FOI PROTAGONISTA , É MESMO UM ESCÂNDALO NACIONAL !!!

O PODER DITATORIAL PARTIDÁRIO ESTÁ EM GRANDE A FUNCIONAR..

DARÁ PARA ACREDITAR ??? UM GRANDE PORTUGUÊS !!!

Não acredito NISTO!!!!!!

A biografia do Major Valentim dos Santos de Loureiro (Nasce em Calde, a 24 de Dezembro de 1938), empresário, político e dirigente desportivo português.

Frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sem o terminar. Juntou-se ao exército sobre o regime Salazarista, tendo completado o curso da Academia Militar na especialidade de Manutenção Militar (normalmente designados por padeiros)! Já na Academia era conhecido pelas suas habilidades!

Anos depois, já capitão, foi julgado e condenado em tribunal militar por andar a roubar no preço das batatas que comprava para o exército em Angola.

Foi também condenado por roubar as rações do exército para lucro próprio (ficando posteriormente conhecido por muitos como o "Capitão Batata").

Isto porque estava no aprovisionamento militar e desviava géneros e bens alimentares para vender para fora.

Foi expulso, com desonra, do exército.

Depois do 25 de Abril, e sem qualquer pedaço de vergonha, muito típica nele, pede a readmissão invocando que tinha sido expulso por motivos políticos, pedindo igualmente a promoção a major, cargo que ocupavam os seus colegas da Academia! Desdobra-se em contatos com os movimentos de libertação das colónias que parece conhecia bem (pudera!) e com o Conselho da Revolução !

Por esse motivo, o oficial que apreciou o seu recurso e pedido de readmissão, com relutância aceita o pedido, mas impõe como condição para a promoção a major, se passar imediatamente à reserva, em virtude da vergonha de todo o seu processo, que nunca teve nada de política, mas sim de expulsão vergonhosa.

É promovido e sai logo o que não era normal aos militares de carreira ! Por esse motivo é que hoje não está reformado como general ou no mínimo coronel!

O seu processo militar, misteriosamente desapareceu ! Ninguém, ou talvez não, sabe para onde foi.

Desviou, alegadamente, 40.000 contos do BCP com uma transação com um cheque em dólares americanos sobre um banco que não existia.

Como cônsul "honorário" da Guiné-Bissau usou esse título para, alegadamente, falsificar certidões de nascimento de jogadores e potenciais jogadores de futebol, que comprou e vendeu numa tipologia de negócio pouco digna.

O semanário Expresso, passa-lhe uma rasteira, a ele e ao filho (filho de peixe) e consegue que ambos lhe concedam uma entrevista, que eles esperam lhes seja favorável aos seus interesses políticos e não só!
A jornalista, já não me recordo bem se uma se um, pespega no jornal toda a vida do homem, numa página inteira do semanário, desde os tempos de liceu, ouvindo vários dos antigos e atuais colegas!
O major e o filho dizem que tudo o que foi publicado não passa de um chorrilho de mentiras (o usual em tais casos) e que vai processar de imediato o jornal e a jornalista !

Não tenho conhecimento de nenhum processo de então ou que posteriormente tivesse entrado em qualquer tribunal.

Distinguiu-se como dirigente desportivo, tendo sido presidente do Boavista F.C. entre 1972 e 1995 e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) até Agosto de 2006. Actualmente (2008), é presidente da Assembleia Geral da mesma instituição.

Na política, foi militante do Partido Social-Democrata, tendo sido presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto.

Assumiu um papel ativo quando em 1993 aceitou ser candidato à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar, vencendo as eleições desse ano, e as de 1997 e 2001.

Após ser desfiliado do PSD por ser acusado de práticas ilícitas enquanto autarca, venceu novamente as eleições de 2005, com a lista independente «Gondomar no Coração», que alcançou 57,5% dos votos (como dizia Brito Camacho (?) os ricos ao poder, são ricos roubam menos)!

Ficaram célebres as campanhas que organizou, pela oferta de eletrodomésticos em troca de votos.

Foi ainda Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 2001 e 2005 e Presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A. (administração cheia de dívidas).

Em Julho de 2008 foi sentenciado a 3 anos de prisão com pena suspensa, no âmbito do processo judicial conhecido como Apito Dourado.

Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por Cavaco Silva, por motivos referentes aos seus "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores".

Um gesto inaceitável por parte de alguns, tendo em conta o historial negro do indivíduo.

Pelos Portugueses é considerado uma Vergonha Nacional, mas infelizmente pela classe política é um herói em virtude de pertencer à corja de políticos que temos. (diz-me com quem andas ...)

Isto nada abona a favor do nosso país e mostra que somos um povo passivo que nada faz para o seu próprio bem futuro.

"Há um século, no mínimo, era a forca... PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR.

Desculpem... tenho de IR vomitar

O MEU PORTUGAL está ESPANTOSO & DESLUMBRANTE! E ADORO ESTE POVO QUE SE ALHEIA DESTAS MERDAS E PREFERE PIMBALHAR, FUTEBOLAR, TELENOVELAR E FAZER DE CONTA QUE NÃO É NADA COM ELE...

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ANTÓNIO FONSECA

quinta-feira, 13 de março de 2014

NOTAS INCRÍVEÍS OU PELO MENOS ESTRANHAS - 13 de Março de 2014

21 cachorros de raça cruzada que vão fazer você se apaixonar  -  13 de Março de 2014


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Transcrição por

ANTÓNIO FONSECA

SALAZAR… NEM TUDO FOI MAU - 13 de Março de 2014

Apoio inteiramente a chamada de atenção que é feita aos ricos deste nosso país, aos financeiros, aos engenheiros, aos arquitectos, aos deputados, aos etc., e aos governantes (todos, mas mesmo todos -  desde o 25 do 4) seja feita com todos os ESSES e ERRES e com OS PONTOS NOS ÍS...), para que acabe esta pouca vergonha e para que se faça finalmente JUSTIÇA, para que os outros milhões de portugueses (classe média, baixa, e sem classe - ou seja - os que não têm absolutamente nada), possam viver daqui em diante com dignidade e frontalidade, para poder trabalhar e ganhar decentemente para se poderem sustentar a si e às suas famílias, sem se estarem a endividar dia a dia e a todo o mundo, sem quaisquer possibilidades de pagar as dívidas, nem de poder VIVER.

Acreditei que ao inscrever-me neste grupo (ou neste blogue) SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU, que as coisas ir-se-iam sabendo, que tudo correria em conformidade legal e moral para podermos ajudar a limpar PORTUGAL duma vez por todas - EMBORA COM A RESSALVA de que possivelmente EU não venha a assistir a isso tão breve como desejaria, dado que já não sou tão como novo na idade, como poderia parecer, e, portanto não sei por quanto tempo ainda poderei aqui andar... 

Bem, o que eu queria dizer é que contrariamente às palavras expressas pelo autor deste blogue no seu perfil, continuam a surgir por aqui diariamente INSULTOS, PALAVRÕES, MÁS EDUCAÇÕES, ETC., ETC. e apesar de ter sido dito que seriam apagadas as mensagens deste jaez, elas continuam a aparecer. Peço pois ao moderador (ou moderadores) do blogue que façam o possível para que estas mensagens deixem de aparecer com tanta frequência ou de modo definitivo, porquanto a sua permanência neste espaço, não ajuda nada para resolver os problemas, antes pelo contrário.

Desculpem-me este "puxão de orelhas" mas acho que é necessário haver um mínimo de seriedade e resolução para tratar de quaisquer assuntos, sem se ver, ler ou ouvir insultos a toda a hora e momento.

É ESTA A MINHA SUGESTÃO. Obrigado.

miscelania 014 

ANTÓNIO FONSECA

Post  em 13-3-2014  -  12,20 horas

quarta-feira, 12 de março de 2014

Processo Revolucionário em Curso - 11/12 de Março de 1975 - (39 anos)

Processo Revolucionário em Curso

11/12 de Março de 1975   -  (39 anos)

Cartaz de propaganda de 1975, de João Abel Manta.

O Processo Revolucionário em Curso – por vezes referido como "Período Revolucionário em Curso" ou, com mais frequência, apenas pela sigla PREC – designa, em sentido lato, o período de actividades revolucionárias, marcante na História de Portugal, decorrido durante aRevolução dos Cravos, iniciada com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e concluída com a aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 19761 . O termo, no entanto, é frequentemente usado para aludir ao período crítico do Verão Quente de 1975, com o seu antes e o seu depois, que culmina com o Golpe Militar de 25 de Novembro2 3 4 .

Num sentido mais restrito, designa a acção dos partidos, quadros militares e grupos de esquerda que, por entre efervescente agitação popular e alguma desordem5 , conduziam o processo político do pós 25 de Abril «rumo ao socialismo». No processo estavam envolvidos militantes de uma vasta franja do espectro partidário de esquerda, desde o Partido Socialista(PS) aos mais radicais, como o barulhento e maoista MRPP. Entre eles, apesar da contenda ideológica, havia coesão cerrada em torno dos ideais de Abril e a convicção de que uma verdadeira justiça social seria instalada em Portugal.

A par das ocupações de terras6 e casas abandonadas, da Reforma Agrária7 8 , de melhorias importantes como o estabelecimento do salário mínimo, o processo levaria ao desmantelamento de grupos económicos ligados ao regime deposto, entre os quais a CUF, à nacionalização de empresas consideradas de interesse público, na banca, seguros, transportes, comunicações, siderurgia, cimento, indústrias químicas, celulose. Fizeram-se «saneamentos» no aparelho do Estado e nos meios de comunicação, com vista a afastar elementos indesejáveis do velho regime, substituindo-os por elementos afectos às forças políticas dominantes. Houve-os de vários quadrantes, sendo voz corrente que o Partido Comunista Português (PCP) beneficiou em número (era um partido bem organizado), o que não se lhes pode censurar se tivermos em conta os números depois alcançados em cargos desses por outros partidos do poder.

O Caso República9 (que culmina com a edição do jornal República de 19 de maio e com o seu encerramento até 18 de Julho) dará que falar10 11 12 13 : não será só pretexto para acusar o PCP de manipular a comissão de trabalhadores que ocupou as instalações do jornal República e expulsou o seu director, osocialista Raul Rêgo, como também será um excelente motivo para que os órgãos de informação internacionais se debruçassem de novo sobre a situação em Portugal14 . Uma grande manifestação em frente da sede do jornal, em que participam os notáveis do PS, é organizada para dar voz ao caso. As instalações seriam depois recuperadas e usadas para o lançamento de um novo diário, A Luta 15 , que durante alguns anos se tornaria voz do Partido. É a partir deste caso que se eleva por seu lado a voz de Mário Soares que, em tons dramáticos, acusa o PCP, em suma os «comunistas» portugueses, de serem responsáveis pelo estado do país. O tema e o tom manter-se-iam por muito tempo em inúmeros discursos feitos por toda a parte. A esquerda portuguesa sairia profundamente debilitada deste controverso caso16 .

No centro e norte do país, no Verão Quente, somavam-se entretanto os atentados bombistas17 de grupos extremistas de direita (Exército de Libertação de Portugal [ELP], Movimento Democrático de Libertação de Portugal [MDLP],18Grupo Maria da Fonte) contra as sedes de partidos de esquerda. Assassinatos políticos seriam perpetrados com o envolvimento de elementos conservadores do clero19 20 21 .

Os partidos não marxistas recentemente fundados, como o Centro Democrático Social (CDS) e o Partido Popular Democrático (PPD), fazem-se então ouvir por vozes mediáticas, secundadas na província pela Igreja Católica. Mais que nunca, é decididamente o Poder22que está em causa, estando por isso em causa também o papel de Portugal na Europa.23 À esquerda, mais que nunca, paira o espectro do Chile de Pinochet. Ao centro e à direita receia-se uma ditadura bolchevique. Os EUA estão atentos:24 o futuro de Portugal joga-se em três continentes e os interesses estratégicos americanos estão lá metidos25 .

Já tinham dado um sinal do que poderia acontecer, fundeando no Tejo, em frente do Palácio de Belém, inícios de 1975, o porta-aviõesUSS Saratoga, durante a operação Locked Gate-75.26 da NATO. É Henry Kissinger, cumprindo os desígnios de Nixon27 , quem superintende nesse tipo de manobras28 . Secretário de Estado norte-americano, teve um papel determinante no golpe militar que derrubou o Presidente Salvador Allende a 11 de Setembro de 197329 , dando todo o apoio a Augusto Pinochet, frustrando violentamente o projecto de estabelecimento de um regime socialista democrático no Chile30 31 .

Estava agora de olho vivo em Portugal. Receava que a Revolução dos Cravos conduzisse o país a um perigo idêntico e fazia os seus cálculos. Tinha já travado conhecimento com Mário Soares (encontro em Washington com Costa Gomes e Mário Soares a 18 de outubro de 1974), de quem desconfia e em quem julga ver o Kerenski da Europa.32 Menos desconfiado é Frank Carlucci, o embaixador em Lisboa, futuro vice-director da CIA33 no seu regresso aos EU, que sabe bem que Soares, the only game in town34 é de confiança, um liberal astuto e alguém com grande ambição pelo poder.35 As estratégias de interferência dos EU em Portugal são delineadas desde os primeiros momentos da revolução. Kissinger cedo estabelece «planos de emergência, ou contingência, para o caso de Portugal cair nas mãos dos comunistas». Esses planos passam pela ocupação militar dos Açores, com vista à manutenção da Base das Lages, considerada bastião norte-americano inalienável, hipótese essa deixada em aberto, para qualquer eventualidade, numa reunião que tem em Janeiro de 1975 com o secretário da Defesa James Schlesinger.36

A Fonte Luminosa, em Lisboa, é o primeiro local onde Soares consegue reunir uma imensa multidão37 . O comício do PS na Praça Humberto Delgado no Porto, a 14 de agosto de 1975, em que Mário Soares e Salgado Zenha erguem clamores contra o perigo comunista (versão “tripeira” do comício “alfacinha” da Fonte Luminosa38 de 19 de julho de 1975), é notícia mediática nos EU (CBS). Nas imagens vê-se um mar de gente na Praça Humberto Delgado. Ali mesmo ao lado e à mesma hora, numa praça contígua à Rua Sá da Bandeira, é atacada por manifestantes, a tiros de pistola e cocktails molotov, a sede do partido de esquerda União Democrática Popular (UDP). Imagens dos assaltos ao Consulado de Espanha da Rua do Salitre, na noite de 26 de setembro e, a 27, à embaixada da Praça de Espanha39 durante uma manifestação da UDP, à mistura com outros manifestantes, em protesto pela execução de activistas bascos, é a primeira notícia a ir para o ar nos EU, na noite de 29 de Setembro. Coincide o que é dado a ver num caso e noutro, daí se concluindo que em Portugal há um perigo vermelho que se pode alastrar a Espanha, debilitada por uma economia ainda frágil e pelo estertor do regime franquista.40

A saída das forças militares do Regimento de Comandos da Amadora chefiadas por Jaime Neves41 no dia 25 de Novembro de 1975 travará o processo42 . O carismático líder da Revolução dos Cravos Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON, que não deseja confrontos, cede. O PCP, que bem conhece os limites do seu poder, decide não intervir. Isolados, os outros partidos da esquerda manifestam-se, mas por pouco tempo. Cai o V Governo Provisório liderado por Vasco Gonçalves 43 . Instalam-se os moderados do Grupo dos Nove 44 45 . Mudam-se os tempos e as vontades46 : o PS e o PPD (PSD) passarão a governar ao centro e em alternância, durante décadas. Esvai-se a revolução, só ficam os ideais. Do PREC, é tudo o que se mantém vivo47 .

Março - Abril de 1975[editar | editar código-fonte]

Vasco Gonçalves em 1982.

Mural da Liga Comunista Internacionalista (Portugal) (LCI).

Em fevereiro de 1975 surgem notícias da fundação de uma organização de extrema direita baseada em Espanha, ligada ao general Spínola, que teria como objectivo levar a cabo uma contra-revolução em Portugal. Vários jornais aludem a um golpe de estado planeado para Março78 . Começa a circular o boato de uma suposta Matança da Páscoa. Todos os oficiais «conotados com a reacção» (i.e., com António de Spínola) seriam eliminados por sectores ligados ao PCP.

Dando crédito a este boato, militares spinolistas pegam em armas e tentam, a 11 de março de 1975, fazer um golpe de Estado. Spínola assume o comando do golpe mas este falha79 . A «intentona reaccionária» (segundo a terminologia da época) é pretexto para que Vasco Gonçalves radicalize o Processo Revolucionário, apoiando-se no COPCON de Otelo Saraiva de Carvalho. Logo após este golpe falhado, os bancos são nacionalizados, bem como as seguradoras e, por arrasto, a “companhia dos tabacos”, a CUF, a Lisnave e outras grandes empresas80 .

Em Março-Abril é negociado pelo Conselho da Revolução81 e partidos políticos o Pacto MFA-Partidos. O pacto consagra «a continuação da revolução política, económica e social iniciada a 25 de abril de 1974, dentro do Pluralismo Político e da via socializante». Em grande medida imposto aos partidos, reserva para o Conselho da Revolução o papel central de direcção do país durante o período que se segue 82 .

A 25 de Abril de 1975 têm lugar eleições para a Assembleia Constituinte 83 . A esmagadora maioria da população portuguesa vota no PS – que se tinha tornado progressivamente mais liberal nas suas posições ou, como se diria anos mais tarde, tinha «enfiado o socialismo na gaveta» – e no PPD, actual PSD. O Partido Comunista Português vê-se assim com uma modesta representação na Assembleia Constituinte. Os diversos grupos marxistas surgidos com o 25 de abril (União Democrática Popular (UDP), Movimento de Esquerda Socialista (MES), Frente Socialista Popular (FSP), Liga Comunista Internacionalista (LCI), etc.) têm apenas votações residuais. OMRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses) é proibido de participar nas eleições

 

Mural de 1975 alusivo ao 25 de Abril.

Mural do PRP (1975).

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Para terminar, uma pergunta inocente ?

Porque não foi “decretado” Feriado Nacional – um destes dias (ou até os dois), a exemplo do que se fez com o 25 de Abril?

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ANTÓNIO FONSECA

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