sábado, 16 de junho de 2018

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Consumismo, entretenimento e fé: o que os jovens realmente buscam nas redes sociais?

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Devoto “de Nossa Senhora de Fátima e do silêncio”: o católico técnico de Portugal

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EXPRESSO

Martim Silva
MARTIM SILVA
DIRETOR-EXECUTIVO
 
Um ano de Pedrógão, os riscos dos telemóveis nas escolas, o show de Ronaldo (os meus destaques)
16 de Junho de 2018
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Bom dia,
na manhã depois de Cristiano Ronaldo ter feito uma exibição superlativa no jogo de Portugal frente à Espanha, em Sochi, Rússia, para o Mundial de Futebol, é impossível não destacar vários olhares sobre a partida em que o português marcou três golos e se tornou apenas o quarto futebolista da história a conseguir marcar em quatro fases finais (depois de Pelé, Seeler e Klose).

Um jogo com (quase) tudo o que queremos, é o título da crónica de jogo da Lídia Paralta Gomes, enviada do Expresso à Rússia. Texto que termina assim: "começar um Mundial frente a Espanha com um hat-trick é só para imortais. E Ronaldo, mais uma vez, parece querer isto mais do que qualquer outra pessoa à face da Terra."

A Espanha é Espanha, Ronaldo é Ronaldo. E isto quer dizer o seguinte: fiquem lá com a bola que ele fica com os golos. É assim que a partida foi analisada na Tribuna do Expresso.

Ele é o melhor - e não é apenas pelos golos, é outro dos títulos da Tribuna que hoje pode ler.


Amanhã faz um ano da terrível tragédia dos incêndios de Pedrógão Grande.

No Expresso de hoje pode ler um conjunto de artigos sobre a data, sobre como estamos hoje preparados para enfrentar os incêndios florestais, além de um artigo com declarações do Presidente da República e uma entrevista a Tiago Oliveira, o presidente da unidade de missão de combate aos fogos.

Mas deixem-me destacar aqui o impactante documentário/reportagem/investigação que a Christiana Martins, das jornalistas do Expresso que mais escreveram sobre isto no último ano, e Joana Beleza, coordenadora multimédia do jornal, realizaram. Chama-se "A Máquina do Tempo: Pedrógão um ano depois" e pode ser lido/visto aqui.

O tema faz também capa da Revista do Expresso de hoje. Aí pode ler a reportagem Depois do Fogo, a Força: As pessoas de Pedrógão Grande não baixam os braços. Perderam familiares e património, mas a região tenta reagir. Há novos negócios, gente que escolhe ir para lá viver. Depois da surpresa das mortes, o espanto da vida
 
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Aulas depois das aulas: As explicações estão a tornar-se uma forma de educação. Fora da escola, individualmente ou em grupo, a maioria dos estudantes passa pelo menos uma hora da sua semana com os livros à frente

Entrevista a Jorge Molder: "Só num quarto escuro se pode ver a luz”

Até as meias estão a ficar inteligentes: Uma peúga pode esconder segredos técnicos, nanotecnologia, chips e fibras especiais. Investir, inovar, diferenciar são os três mandamentos num negócio em crescimento

O inferno de arrendar 
casa em Lisboa e no Porto: O Expresso foi à procura das casas que cabem no orçamento médio de uma família portuguesa. Tinha €700 para gastar. O título do artigo revela tudo. Eis um problema que não pára de crescer e de se agravar.

Voar para Lisboa já (lhe) custa o dobro em taxas: As taxas nos aeroportos portugueses dispararam desde que a ANA foi privatizada no final de 2012 e concessionada à francesa Vinci — e as companhias aéreas não são as únicas visadas: os passageiros também pagam mais, em taxas que passam despercebidas no preço final de cada bilhete.

Cada vez mais escolas estão a proibir os telemóveis na escola. Em França a proibição já se tornou lei. Por cá as coisas tomam um rumo diferente. Eis um tema que seguramente interessa a muitos de nós.
"Da mesma forma que invadiram a sociedade, os telemóveis também passaram a estar presentes nas escolas e a afetar os comportamentos dos alunos. Para muitos professores, é mais um fator de perturbação com que têm de lidar, numa luta desigual entre a matéria que têm de ensinar e o maravilhoso mundo da internet, das aplicações, dos jogos e dos chats que os alunos encontram nos seus dispositivos móveis. Proibir ou não é agora a discussão."
 
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Estes são apenas alguns dos temas que pode ler no Expresso esta semana. São os meus destaques. Leia o jornal e vai seguramente encontrar outros motivos de interesse. Para a semana estamos de volta.
Boas leituras
 
Gostou do Express

OBSERVADOR

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Manhã de sábado

As principais notícias do dia
Bom dia!
MUNDIAL 2018 
Remates feitos à zona indefensável da baliza; coxas maiores do que o normal; o veloz tempo de reação; e as chuteiras feitas em computador. O que torna Ronaldo tão eficaz naqueles golos.
MUNDIAL 2018 
Griezmann e Mbappé são titulares na seleção francesa, tal como Paulo Pogba, que mereceu a confiança de Didier Deschamps apesar da época abaixo das expectativas no Manchester United.
MUNDIAL 2018 
Segundo a FIFA, o árbitro do Portugal-Espanha recorreu a "uma verificação" do lance que levou ao primeiro golo de Espanha, mas sem visionar o videoárbitro. O VAR ainda não foi usado no Mundial.
MUNDIAL 2018 
Maravilhoso, monstro, Messias, marciano. Ou, simplesmente, Ronaldissimo. O mundo está rendido à noite de Ronaldo no dia em que pode ter resolvido o problema do Fisco. Mas ainda havia mais para contar.
MUNDIAL 2018 
Piqué a falar mais do que os outros juntos. Ramos a evitar comentários. Thiago e Diego Costa à conversa com brasileiros. Ronaldo com mais uma saída de génio. Como foi a zona mista do Portugal-Espanha.
MUNDIAL 2018 
Noite de loucos em Sochi: Portugal esteve duas vezes na frente, Espanha fez a reviravolta mas permitiu empate. Ganhou aquele que mudou uma era no jogo: Ronaldo. A crónica de Bruno Roseiro.
MUNDIAL 2018 
O capitão português marcou um golo logo no início do jogo e celebrou-o de uma forma diferente do habitual. Primeiro fez girar o dedo no ar, depois mexeu no queixo. O que é que isso quer dizer?
MUNDIAL 2018 
O jogo desta sexta-feira foi o melhor do Mundial até agora. A exibição de Ronaldo não deixou ninguém indiferente e o português é o principal destaque nos jornais em Portugal e Espanha.
FOGO DE PEDRÓGÃO GRANDE 
Gina Antunes perdeu a filha e a mãe no fogo: "Aquela imagem está sempre na minha cabeça. Para mim, todos os dias são 17 de junho, aquele malvado dia que nunca devia ter acontecido".
METEOROLOGIA 
Cinco concelhos do distrito de Faro e um do distrito de Beja em risco muito elevado de incêndio, avança o IPMA, que prevê ainda céu pouco nublado ou limpo e uma pequena subida da temperatura máxima.

Opinião

Djaimilia Pereira de Almeida
A caligrafia é uma técnica humana que acompanha o pensamento. O que perdemos ao deixarmos de ser capazes de pensar com as mãos e de transmitir às mãos aquilo em que estamos a pensar?

Rui Ramos
A presidência de Trump teve o efeito de trazer para a luz do dia o sectarismo e a vulgaridade de uma elite despeitada por os cidadãos americanos terem votado contra as suas instruções.

Miguel Alvim
Como nos casos BPN, BPP, BES/NOVO BANCO/PT, no processo Casa Pia ou na tentativa do assalto ao poder de José Sócrates, também no Sporting a solução eficiente acabará por ser judiciária.

Helena Garrido
A infantilização dos portugueses tem sido o pior contributo da actual solução de Governo para o país. Uma herança do Estado Novo que algumas elites parecem adorar.

Paulo Tunhas
A polícia da linguagem que por aí anda e não perde nunca a ocasião de apontar o dedo a presumíveis culpados aproxima-se, num arcaísmo, de um entendimento das palavras próximo do pensamento mítico.
Seja um Observador /premium
Mais pessoas vão 
Abu Dhabi e Dubai, dois dos sete emirados que formam os Emirados Árabes Unidos, serão os responsáveis por construir o primeiro hyperloop do mundo. Trata-se de um revolucionário e ultramoderno sistema de transporte em massa que vai ligar as duas cidades em um tempo recorde de apenas 12 minutos. Para viajar de uma cidade à outra, o tempo normal para o percurso é de duas horas de carro.
E se você está se perguntando do que se trata esse hyperloop, é essencialmente um grande tubo maciço onde os vagões (são vagões como os de trem, mas menores e não estarão conectados uns aos outros) podem viajar entre dois ou mais destinos. Dentro desse tudo, o ar pressurizado terá apenas uma fração da quantidade de ar de seu entorno.
 
Isso é necessário para reduzir o atrito e, dessa forma, as cápsulas terão a capacidade de movimento muito mais rápida através do tubo. As cápsulas não estarão presas em nenhum tipo de trilho, mas sobre uma espécie de ‘almofada’ de ar. Para se ter uma ideia do quão revolucionário isso vai ser, a velocidade de viagem entre Abu Dhabi e Dubai será de nada menos que surpreendentes 1.223 quilômetros por hora.
Embora ainda esteja em andamento, um estudo de viabilidade para esse novo sistema de transporte está sendo dirigido pela Hyperloop One, a maior empresa de tecnologia do mundo que desenvolve, junto com a Roads and Transport Authority, empresa de Dubai ligada ao governo responsável pelo transporte no país.
 
No próximo ano, um protótipo do hyperloop deverá ser construído em um sistema de grande escala no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, para ver se este transporte também pode ser criado e utilizado naquele país.
Veja no vídeo abaixo como funcionará este transporte:
Conteúdo e imagens: TechCrunch
https://youtu.be/tFdlhlmQ-ek

quinta-feira, 14 de junho de 2018

FOI HÁ CINCO ANOS - 30 DE MAIO DE 2018




https://accounts.google.com/SignOutOptions?hl=pt-PT&continue=https://www.blogger.com/blogger.g%3FblogID%3D8307462482912591642&service=blogger




FOI A 30 DE MAIO DE 2013.

 COMPLETARAM-SE 5 ANOS EM 30 DE MAIO ÚLTIMO, QUE INICIEI MAIS ESTE BLOGUE 
"VAMOS LÁ SABER COMO É..."


SÓ HOJE É QUE DEI CONTA DA PASSAGEM DESTE ANIVERSÁRIO, MOTIVO PORQUE APENAS AGORA LHE FAÇO REFERÊNCIA, DAÍ AS MINHAS DESCULPAS AOS MEUS LEITORES E TAMBÉM O MEU AGRADECIMENTO PROFUNDO A TODOS OS QUE ME VÊM SEGUINDO  

**************

APROVEITO A OCASIÃO PARA RE-PUBLICAR A NOTA DE APRESENTAÇÃO.




Número 1/2013





APRESENTAÇÃO

Meus amigos:

Vou tentar dar início a um blogue diferente do SÃO PAULO (e Vidas de Santos) que venho publicando diariamente desde 7 de Novembro de 2008 e que decidi que seria destinado primordialmente a Assuntos de carácter religioso, nomeadamente da Igreja Católica, tais como vidas de santos, temas vicentinos, temas de discussão litúrgicos, morais, e só de vez em quando, outros assuntos que nada tenham a ver propriamente com a Igreja e os católicos, como temas sociais, políticos ou .desportivos.

O referido blogue continuará a ser editado diariamente com os mesmos temas já citados e este passará a debruçar-se não só sobre os temas sociais, políticos, desportivos, etc., sempre que eu queira dizer algo. Não sei se conseguirei manter esta actividade com carácter diário, mas irei fazer o possível - já que assuntos, infelizmente não irão faltar de certeza. A questão é eu ter tempo e disposição para os escrever.

Para já vou começar por tentar esclarecer-me e esclarecer os meus eventuais leitores sobre coisas que existem mas sobre as quais nós desconhecemos quase na sua totalidade.

Lembrei-me de procurar hoje a primeira opção:

O que é a Assembleia da República; Para que serve? Quem são e quantos são os deputados? O que fazem? Quanto ganham? 

Não vou fazer aqui denúncias de nomes. Se as pessoas quiserem saber os seus nomes, poderão ir ao site da AR e procurem.

Eu apenas vou escrever aqui as generalidades, ou seja, só mencionarei os valores que ganha cada um, na AR e noutra actividade qualquer que tenham. Nomes não porei. Podem estar descansados.

Posteriormente, poderei aquilatar da justeza sobre o que cada um recebe relativamente àquilo que faz. Não sou delator, nem polícia, apenas quero saber o que se passa.

************************

Este blogue destina-se a procurar saber muitas das coisas que todos nós desconhecemos, e  que nos dificultam a vida. 

Depois de as sabermos, poderemos talvez actuar com toda a legitimidade e legalidade para tentar resolver os problemas que se nos antepõe a todo o momento.

Não sou eu que resolverei os problemas, mas vou procurar ajudar as pessoas a conseguirem obter os seus objectivos de maneira lógica, legal e isenta de ódios políticos, clubísticos, religiosos e outros.

Muitas ou quase todas as coisas que tenciono aqui colocar diariamente, também não as conheço pessoalmente, neste momento, mas à medida que as for pesquisando espero que possam ajudar a resolver as questões.

Com os votos de que valha a pena vou iniciar esta tarefa.

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ANTÓNIO FONSECA

DIA MUNDIAL DO DADOR DE SANGUE - 14 DE JUNHO DE 2018

 o dia escolhido é uma homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner (14 de junho de 1868 - 26 de junho de 1943), um imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e várias diferenças entre os diversos tipos sanguíneos.
Dia do Doador de Sangue

Quem pode doar sangue?

Para doar sangue, a pessoa deve estar enquadrada dentro de algumas características específicas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS):
  • Homem ou mulher;
  • Entre 16 e 68 anos;
  • Ter acima de 50 quilos;
  • Não ter Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, AIDS (HIV), HTLV;
  • Estar bem alimentado e descansado;
  • Esperar entre 90 e 180 dias após o parto para mulheres grávidas;
  • Se estiver gripado, esperar no mínimo 7 dias após a recuperação para poder doar;
  • Após uma doação, as mulheres devem esperar 90 dias para fazê-lo novamente; enquanto os homens devem esperar 60 dias.

Brasil

No Brasil, segundo a campanha #PartiuDoarSangue, apenas 1,8% da população se dispõe a doar sangue, enquanto o ideal seria 5%.
Esse cenário vem mudando com as sucessivas campanhas de esclarecimento junto à população para que aumente no número de doadores de sangue em todo país.

DIA MUNDIAL CONTRA A DOR, 14 DE JUNHO DE 2018, NTRA A DOR, 14 DE JUNHO DE 2018

Dia Mundial de Luta contra a Dor: Entrevista ao Dr. Paulo Pina, especialista em Medicina Interna e no tratamento da dor


Hoje, dia 14 de junho é dia "Dia Mundial de Luta contra a Dor" e o Dr. Paulo Pina, médico especialista em Medicina Interna e membro da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos e da Clínica de Dor do IPOLFG, EPE, diz que “a presença de dor crónica impede o ser humano de um direito constitucional: o exercício da sua cidadania plena”‏. Leia a entrevista na íntegra aqui no Notícias do Nordeste. 

De que forma é que a dor afeta a população portuguesa?

A população portuguesa é profundamente afetada pela presença de dor, mormente pela dor crónica (DC), aquela que persiste há mais de 3 meses.

O impacto da DC é grande e pode ser interpretado do ponto de vista individual, relacional, laboral, económico, etc. Como a existência continuada de uma dor há mais de 3 meses conduz ao aparecimento de uma constelação de sintomas - ansiedade, tristeza, irritabilidade, perda de líbido, desesperança, insónia, entre outros – o mais correto é falar-se de uma doença crónica chamada “síndrome dolorosa crónica” (SDC).

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A presença de dor pode afetar a pressão arterial, as frequências respiratória e cardíaca, a glicémia, ou seja, a presença de dor afeta o normal funcionamento do corpo.

Assim se entende que a presença de uma dor afeta a totalidade do ser humano e o seu bem-estar. Ficam comprometidas, por vezes, as atividades básicas de vida (higiene pessoal, vestir/despir, comer, por exemplo) e as instrumentais (fazer compras, limpar a casa, etc.). O ser humano com dor persistente perde, além da sua harmonia interna, a sua função gregária, tendendo para o isolamento social.

São gastos mais de 3000 milhões de euros no combate à SDC. Os custos indiretos (baixas médicas e falta de produtividade) representaram mais de 740 milhões de euros em 2010 relativos a problemas de dores nas articulações e das costas (desde a região cervical até a lombar). A presença de uma DC impede o seu humano de um direito constitucional: o exercício da sua cidadania plena.

Há números relativos à população que sofre de dor crónica?

A DC afeta quase 4 em cada 10 portugueses adultos. Se nos concentrarmos nas pessoas com 65 anos ou mais então 6 em cada 10 indivíduos desse grupo tem DC.

Quais são as patologias que mais provocam dor crónica?

Muitas pessoas pensam que a principal causa de dor moderada a intensa em Portugal é o cancro. Estão enganados. O verdadeiro flagelo que atenta contra a saúde dos portugueses é a DC causada por problemas nas distintas articulações do corpo, quer as artroses (deformações) quer as artrites (inflamações); fragilidade da massa óssea (osteoporose); e perturbações nas vértebras (como as hérnias, p.e.).

Como é que a dor pode ser avaliada/medida?

Para se entender como a dor pode ser avaliada é importante que os portugueses entendam – parafraseando Fernando Pessoa – que “a dor que deveras sentem nem sempre é dor”. O que quer isto dizer? Certas vezes a dor pode não afetar os ossos, músculos ou vísceras da maneira como estamos habituados a senti-la desde a infância; aquilo que vulgarmente chamamos “mal”, “dor” ou “pressão”. Alguns doentes podem não sentir nada disso: podem apenas ter “ardor”, “formigueiro”, “moinha”, “vidrinhos”, “descargas elétricas” que vão e vêm, etc. Todos estes são descritivos de DC e o doente (ainda que não os sinta como dor) deve ser instruído a comunicá-los, sem receio, ao seu enfermeiro ou médico de família. Por conseguinte, tentando congregar estes aspetos, em 1979, a dor foi definida como sendo “uma sensação ou uma experiência emocional desagradável”. Para alguns doentes a sua maleita não é bem dor; é o tal desconforto, desagrado, que o próprio e/ou a família desprezam.

A Direcção-Geral da Saúde tem feito um grande esforço para divulgar algumas estratégias para mensurar a DC nas consultas de cuidados primários e nos hospitais. São usadas escalas unidimensionais que apenas medem a dor, como as numéricas simples (pontuadas de zero a dez, o valor máximo) e as qualitativas (avaliando a dor como: ausente, ligeira, moderada, intensa e insuportável). Nas crianças são usadas escalas de faces com 5 expressões desde o choro até ao riso. Nas populações com défices de comunicação ou de compreensão (bébés, dementes, por exemplo) existem as escalas comportamentais que indiretamente predizem a dor sentida (vocalizações, expressão facial, posição corporal e comportamentos, consolo possível). Há ainda escalas multidimensionais que para além da avaliação da dor verificam o impacto desta nas atividades de vida diária (como sono, alimentação, marcha, comunicação, etc.).

Quais as principais estratégias de combate à dor que são utilizadas hoje em dia nos hospitais e unidades de cuidados primários portugueses?

Os hospitais têm políticas de controlo da dor e muitos tiveram campanhas sobre a “dor como 5.º sinal vital”. Existem protocolos de dor aguda no pós-operatório imediato, os quais estão desenhados principalmente por anestesiologistas.

Todavia os doentes internados em distintos serviços hospitalares, mesmo doentes intervencionados que já não estão sob a observação direta da anestesiologia, e doentes de algumas especialidades médicas sem necessidade cirúrgica podem ter a dor não totalmente controlada. Certos poderão ter alta com medicação analgésica insuficiente ou ausente. Outros mantém-se em consultas de diferentes especialidades com tratamentos pouco idóneos.

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É certo que existem nos hospitais as Consultas/Clínicas/Unidades de Dor mas que não podem receber todos os casos, seguindo apenas os doentes complexos, sendo utilizadas técnicas mais específicas (como os bloqueios de nervos periféricos e centrais).

Qualquer médico de qualquer especialidade deve saber tratar a dor e não ter receio de usar analgésicos com potência fraca (se a dor é ligeira a moderada) e com potência superior (se a dor é intensa).

Compete aos profissionais de saúde dos hospitais educar os doentes que o adágio “a dor não mata mas mói” é verdade mas não tem sentido no século XXI. A dor inevitável (aquela que o doente considera moderada a intensa, que nunca a esquece e que afeta todas as suas funções humanas) pode e deve ser combatida. Também há que dizer aos doentes que alguma dor pode ser inevitável pois está associada a um dano (fratura, ferida, artrose, etc.) mas este tipo de dor deve ser ligeiro de intensidade e nunca intenso. É totalmente desajustado um doente afirmar que “a dor é imensa… mas há-de passar!” e é negligente o profissional que perante esta expressão de sofrimento nada faz. O profissional de saúde deve ter uma solicitude perante a dor do outro e fazer tudo para ela ser controlada, nunca a banalizando.

Já nos cuidados de saúde primários (CSP), a dor não é um indicador de qualidade obrigatório. É obrigatória a avaliação da dor apenas no seio das equipas de cuidados continuados integrados.

Há poucos protocolos de tratamento da dor na “sala de curativos”, dependendo o tratamento não de normas mas de opinião de cada profissional em relação ao caso. É urgente a existência de protocolos analgésicos uniformes nos CSP.

No futuro deveria haver consultas básicas de dor nos CSP. O controlo da dor deveria começar nos CSP e apenas os casos refratários deveriam ser encaminhados para as consultas de dor hospitalares.

A gestão da DC passa por medicação oral e transdérmica segundo a OMS e não pelo uso repetido de injeções intramusculares. Mais de 80% dos casos de DC podem ser geridos com medicação que se vende nas farmácias de bairro.

É oneroso (tempo, transporte, incómodo) para um doente ter que ir ao hospital mais próximo a uma consulta de dor.

Os médicos e os enfermeiros de família treinados (formação e estágios) poderiam ser a ponte para a resolução da maioria dos casos de DC na comunidade.

A causa da dor deve ser sempre conhecida antes de iniciar um tratamento, ou pode tratar-se uma dor cuja origem não é detetável?

A pergunta é ambivalente. Obviamente que para melhor tratar um doente tenho que saber qual o problema que existe para adequar as estratégias e os medicamentos. Há que saber a causa da dor. Esta aparece em exames complementares de diagnóstico.

Os analgésicos existem para combater a dor (fenómeno subjetivo de sofrimento individual, intransmissível, incomparável por único) e não a causa de dor (dano objetivável ou estímulo ou lesão, que pode ser similar ou comparável em vários indivíduos, por exemplo, grau de artrose ou de osteoporose).

A maioria dos doentes com DC já tem a causa de dor mais do que conhecida e ainda não está a ser exposto a um tratamento exemplar. Por alguma razão todos os medicamentos para a dor – divulgados em diversos programas de TV por meio de figuras públicas – têm bastante saída comercial. No meu entender não pela sua maravilha científica mas pela promessa feita: retirar a dor, que é o que o doente mais procura, e cuja resolução está nas mãos dos profissionais de saúde.

As estratégias de combate à dor são apenas farmacológicas ou há abordagens alternativas que os médicos podem/devem considerar?

Todas as medidas que distraiam o ser humano do seu sofrimento são bem-vindas.
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Assim como todas as medidas que validam a presença da sua dor. O doente tem que se sentir apoiado. O pior é não acreditar na dor do doente. O primeiro passo é ouvir, esclarecer, recomendar: como evitar os fatores que agravam a dor (posicionamentos corporais, uso de sapatos apertados, etc.) e como beneficiar de tudo o que possa atenuá-la (sestas, cintas, ligaduras, almofadas, pensos atraumáticos, por exemplo).

O objetivo é iludir/confundir o sistema nervoso para que ele não identifique com dor um determinado fenómeno. Por isso às vezes aplicamos calor com relaxante muscular. Outras vezes aplicamos frio nas lesões mais recentes e agudas. Estes agentes físicos têm sido usados desde há dezenas de anos.

Outras medidas passam por “confundir” o ponto doloroso com massagem terapêutica, medidas de relaxamento, acupunctura, electroestimulação nervosa transcutânea, etc.

Algumas medidas visam também controlar a dor com medidas mais cognitivas e comportamentais como a imagética (ensinar ao doente a pensar numa imagem agradável quando chega a dor), os pensamentos construtivos e positivos, a hipnose, etc.

A arte-terapia com ajuda da música, da representação teatral, da pintura pode ajudar a trazer a dor à colação e ajustar medidas para o seu controlo.



ANTÓNIO FONSECA

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