Carro com forças de paz russas atacado no Nagorno-Karabakh. “Há militares mortos”, diz o Kremlin
Um veículo que transportava soldados das forças de manutenção de paz russas no Nagorno-Karabakh foi atacado esta quarta-feira. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, há vítimas mortais entre os militares.
“A 20 de setembro, quando regressava de um posto de observação do contingente russo de manutenção da paz perto da aldeia de Dzhanyatag, um veículo que transportava militares russos foi alvo de fogo de armas ligeiras. Em consequência do bombardeamento, os militares russos que se encontravam no veículo foram mortos”, pode ler-se na nota publicada pelo governo russo no Telegram.
A mesma fonte adiantou que estão já no local investigadores russos e azeris.
O incidente ocorre horas após as forças separatistas do Nagorno-Karabakh e as autoridades azeris terem chegado a um acordo de cessar-fogo, após os ataques desta terça-feira, que mataram mais de 30 pessoas e feriram centenas.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão já confirmou que as forças arménias em Karabakh concordaram em "depor as armas, abandonar as posições de combate e postos militares e desarmar completamente", e que todas as armas e equipamentos pesados estavam a ser entregues ao exército do Azerbaijão.
Os separatistas aceitaram também negociar a reintegração com o Azerbaijão a partir de quinta-feira, noticiou a agência francesa AFP. “Foi alcançado um acordo sobre a retirada das unidades e dos militares restantes das forças armadas arménias (...) e sobre a dissolução e o desarmamento completo das formações armadas do Exército de Defesa do Nagorno-Karabakh”, disseram os separatistas.
Tanto as autoridades locais em Stepanakert como em Baku confirmaram que os representantes se irão reunir em Yevlakh, no Azerbaijão, na quinta-feira, para completar as negociações.
O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Paruyr Hovhannissyan, afirmou que os arménios da região de Nagorno-Karabakh poderão "num mundo ideal" viver sob o domínio do Azerbaijão, mas a história torna difícil imaginar essa situação, por isso é essencial estabelecer um diálogo. Em entrevista à Reuters, este responsável admitiu que a ofensiva do Azerbaijão oprimiu os separatistas.
Ambos os lados disseram que o acordo foi mediado por uma força local de manutenção da paz russa que foi destacada na região desde o início da guerra em 2020.
Cerca de 120 mil arménios étnicos vivem no enclave do Sul do Cáucaso, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão. Há três anos, o Azerbaijão recapturou áreas dentro e ao redor de Karabakh e na terça-feira exigiu a rendição total.
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