A Generali que detém a Tranquilidade, a Açoreana e a Logo, tornou-se acionista do Banco CTT injetando 25 milhões de euros como já tinha avaçado o Expresso

Tranquilidade fica com 8,7% do capital Banco CTT e fecha acordo de distribuição de seguros
Tranquilidade fica com 8,7% do capital Banco CTT e fecha acordo de distribuição de seguros© Expresso

Os CTT- Correios de Portugal e a Tranquilidade, do grupo Generali, chegaram a acordo para a distribuição de seguros de vida e de ramos reais através da rede do grupo CTT, por períodos renováveis de 5 anos.

De acordo com a Tranquilidade esta aliança é reforçada pela entrada no capital do Banco CTT através de um aumento de capital de 25 milhões de euros, como avançou o Expresso quinta-feira passada, ficando com 8,71% da instituição.

A operação estará concluída depois da luz verde dos reguladores, quer dos seguros, quer da banca, esperando os CTT que a mesma esteja aprovada antes do final de 2023.

Com este negócio a seguradora tem "a ambição de consolidar a sua posição no mercado segurador português".

No comunicado enviado pelos CTT à CMVM, um pouco antes da meia-noite deste domingo, os Correios sublinham que "o aumento de capital irá reforçar a posição de capital do Banco CTT com um impacto positivo de aproximadamente 240 pontos base, no rácio de capital CET1 pro-forma fully loaded reportado a 30 de junho de 2022", assim como “suportar o desenvolvimento do Banco CTT”.

No mesmo comunicado, os CTT afirmam que os Acordos de Distribuição de Seguros contemplam um preço fixo por parte da Tranquilidade/Generali. "Seguros de 1 milhões de euros e 9 milhões de euros aos CTT e ao Banco CTT, respetivamente, a ocorrer durante os seis anos iniciais, e potenciais pagamentos adicionais dependentes do desempenho alcançado ao longo da vigência dos contratos.

No comunicado da Tranquilidade divulgado também este domingo, a seguradora sublinha que "esta aliança pressupõe a distribuição de seguros de vida e de ramos reais da Tranquilidade, Grupo Generali pelos CTT e pelo Banco CTT, através de contratos de distribuição de longo prazo, com períodos de exclusividade renováveis de cinco anos".

O presidente executivo da Tranquilidade, Pedro Carvalho afirma que esta parceria é um "passo importante" que permite ao grupo " reforçar a sua dimensão no próximo triénio de forma significativa e alterar o atual paradigma do mercado segurador nacional, através da introdução de soluções seguradoras inovadoras e de última geração”.

E, acrescenta estar "muito satisfeitos por ter o Grupo CTT e o Banco CTT como parceiros de longo prazo e contribuir para a sua expansão, aproveitando as sinergias previstas no acordo e beneficiando da sua forte presença em todo o território nacional, através de uma rede de retalho física extensa e de uma plataforma digital de última geração”.

Do lado dos Correios de Portugal, para João Bento presidente executivo do grupo CTT “esta parceria vai permitir-nos oferecer aos nossos clientes uma gama mais ampla e inovadora de produtos de seguros, juntamente com uma das principais seguradoras europeias, acelerando assim o crescimento do nosso negócio de seguros".

Prossegue referindo, "estamos satisfeitos por ter a Generali Seguros como nosso parceiro e co-acionista de longo prazo no Banco CTT.”

Já Luís Pereira Coutinho, presidente executivo do Banco CTT afirma: “esta transação representa um passo importante na execução do plano estratégico do Banco CTT, à medida que alargamos a proposta de valor para os nossos clientes com uma ampla oferta de produtos de seguros vida e não vida. Iremos aplicar o montante do aumento de capital em novas iniciativas de negócio, que irão acelerar a estratégia de crescimento sustentável do Banco CTT.”

Tranquilidade quer mais clientes CTT

No âmbito deste acordo estratégico com os CTT e o Banco CTT, a Tranquilidade quer ganhar novos clientes, sobretudo, " no ramo vida e aumentar consideravelmente o seu volume de negócios".

Para os CTT e o banco esta parceria permite alargar a sua oferta na área dos seguros e arrecadar mais comissões.

O comunicado da Tranquilidade recorda ainda que desde 2015 quando a empresa foi comprada pela Apollo, a Tranquilidade "passou por um período de reorganização interna e reestruturação financeira, tendo depois crescido de uma forma orgânica e por aquisição de outras seguradoras, que culminou com a aquisição e posterior integração no Grupo Generali".

Os resultados semestrais de 2022 ainda não foram divulgados, mas segundo os últimos resultados em 2021 a seguradora terminou o ano com um volume de negócios de 1.140 milhões de euros, dos quais 1.060 milhões na atividade Não Vida e os restante 80 milhões de euros na área Vida".

Para a Tranquilidade o facto de o Banco CTT assentar a sua atividade na rede de balcões dos CTT em todo País - tem atualmente mais de 600 mil clientes e um serviço fortemente suportado por ferramentas digitais de última geração, combinando, assim, o digital com a presença física, é importante para o crescimento da venda dos seguros comercializados pelo grupo.

Recorde-se que o Banco CTT abriu ao público em março de 2016 e tem hoje depósitos de clientes no valor de mais de 1.000 milhões de euros, bem como mais de 1.000 milhões de euros de créditos concedidos.

A Tranquilidade e o Grupo Generali foram assessorados pela Arcano Partners, como assessora financeira exclusiva, e pela Morais Leitão, como assessora jurídica.

Já os CTT e o Banco CTT tiveram como assessor financeiros a Rothschild & Co e como assessor jurídico a Vieira de Almeida & Associados.