Turbulência durante voo arremessa passageiros contra o teto
A maioria dos 297 passageiros do voo AR1133 estava a dormir quando, na quarta-feira à noite, uma forte turbulência sacudiu o avião, o que fez com que o aparelho descesse repentinamente. Os que não estavam a usar cinto foram arremessados contra o teto.
O incidente aconteceu durante o voo da Aerolíneas Argentinas que fazia a rota entre Madrid e Buenos Aires. Doze pessoas ficaram feridas, de forma mais ou menos grave. Nove foram tratadas devido a pequenos hematomas e outras três tiveram de ser levadas para um hospital após a aterragem às 4:30, segundo a companhia aérea.
O avião também sofreu danos internos “devido à colisão da cabeça dos passageiros com o teto”. Muitas malas caíram, bandejas e restos de bebidas ficaram espalhados pelo chão.
A empresa sublinhou que o sinal que pedia para colocar o cinto de segurança estava aceso e tinha sido feito o anúncio da turbulência, mas nem todos seguiram as indicações. No entanto, vários passageiros rejeitaram esta versão e negaram inclusive que a luz de aviso estivesse acesa.
O passageiro Adrián Torres contou ao El País a sua versão: “Estávamos a viajar há cerca de sete horas e estávamos quase todos a dormir porque naquela altura em Espanha seriam quase 3:00. O avião começou a mexer-se muito e eu comentei com os meus colegas: 'está muita turbulência, apertem o cinto'. Olhei para o pequeno sinal para ver se a luz para apertar o cinto de segurança estava acesa e vi que não, mas eu ia apertá-lo na mesma. Enquanto eu procurava o cinto, o avião apanhou uma turbulência maior e caiu não sei quantos metros, de repente disparámos em direção ao teto.”
Bueno pues hubieron unas turbulencias en las que no nos avisaron para ponernos el cinturón y todo el mundo salió volando. Hasta las azafatas por el pasillo.
Estos desperfectos en el avión están hechos con la cabeza. Las últimas 7 horas de vuelo una puta pesadilla. https://t.co/xXdzxYEXmO pic.twitter.com/g5wwmigeWL
— Adrianceitor (@adrianceitor_) October 19, 2022
"Tenho uma pequena contusão, mas um colega ficou paralisado durante três minutos e outro partiu o septo do nariz", contou Torres. De acordo com o seu relato, alguns médicos que viajavam no avião atenderam inicialmente os feridos, enquanto os demais passageiros contavam os minutos para a aterragem em Buenos Aires. “Ninguém voltou a dormir e ainda faltavam mais sete horas. Eu estava assustado e com dificuldade em movimentar-me”, acrescenta.
Segundo acidente na mesma data
Há exatamente quatro anos, em 19 de outubro de 2018, outro avião da Aerolíneas Argentinas também sofreu uma forte turbulência que deixou 15 pessoas feridas. Os 192 passageiros do voo entre Miami e Buenos Aires entraram numa zona de turbulência ao voar a uma altitude de 11.879 metros acima da cidade brasileira de Rio Branco, na selva amazónica. Nesse momento, a tripulação servia o lanche aos passageiros, que acabou espalhado pela cabine.
A companhia aérea explicou que a turbulência é um fenómeno comum durante os voos. Ocorre quando duas massas de ar de temperatura ou velocidade diferentes colidem. A turbulência pode produzir movimentos bruscos no avião de acordo com sua intensidade, embora "de forma alguma coloquem em risco a segurança da aparelho", garante a empresa.
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