O Exército russo prepara-se para retirar a população da cidade de Kherson devido a uma contraofensiva da Ucrânia.

Pessoas na fila para votar no referendo sobre a anexação de territórios ocupados pela Rússia.
Pessoas na fila para votar no referendo sobre a anexação de territórios ocupados pela Rússia.© Anadolu Agency

O Exército russo prepara-se para retirar a população da cidade de Kherson, capital da região anexada pela Rússia no sul da Ucrânia, devido a uma contraofensiva de Kiev, anunciou, esta terça-feira, o comandante das forças russas no país vizinho.

"O Exército russo assegurará, antes de mais, a evacuação segura" de Kherson, onde os ataques ucranianos contra infraestruturas civis "representam uma ameaça direta à vida dos habitantes", disse o general Sergey Surovikin ao canal público de televisão russo Rossiya 24, acrescentando que a situação na cidade é "muito difícil".

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Governador de Kherson apela aos civis para deixarem a região

O governador de Kherson, na Ucrânia, voltou a apelar aos civis para deixarem a região e disse que algumas zonas serão evacuadas.

Vladmir Saldo alertou para o risco de bombardeamentos russos que poderão danificar a barragem de Nova Kakhovka, próxima do rio Dnipro.

Nas últimas semanas, as forças russas em Kherson terão sido afastadas entre 20 a 30 quilómetros.

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A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que, esta terça-feira, entrou no seu 237.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.