Rússia compra material militar à Coreia do Norte
A Rússia está a comprar milhões de projéteis e foguetes de artilharia à Coreia do Norte, noticia hoje o New York Times, indicando que as sanções estão a dificultar o acesso de Moscovo aos mercados de armamento.
O jornal norte-americano cita documentos desclassificados pelos serviços de informações dos Estados Unidos, referindo que a Rússia tem sido obrigada a "recorrer a 'Estados párias' para se abastecer" de material militar indispensável para a campanha de Moscovo em território ucraniano.
A notícia do New York Times é publicada poucos dias depois de a Rússia ter recebido os primeiros envios de aparelhos voadores não tripulados (drones) de fabrico iraniano, alguns dos quais com problemas mecânicos, de acordo com fontes norte-americanas.
A notícia publicada hoje recorda que os funcionários governamentais dos Estados Unidos acreditam que a decisão da Rússia ao recorrer ao Irão e mais recentemente à Coreia do Norte é um sinal de que as restrições impostas às exportações estão a afetar a capacidade de Moscovo na obtenção de material de guerra.
O jornal refere que Washington não forneceu "detalhes sobre os documentos desclassificados pelos serviços de informações" pelo que não se conhece ainda de forma exata o tipo de armamento que está a ser adquirido por Moscovo em Pyongyang.
O New York Times ressalva que não há ainda informações sobre a quantidade das remessas e que os primeiros dados sobre os negócios com a Coreia do Norte ainda não foram confirmados por fontes independentes.
Mesmo assim, um funcionário da Administração dos Estados Unidos disse que além dos foguetes de artilharia de curto alcance e munições é possível que a Rússia tente comprar à Coreia do Norte "equipamento adicional".
"O Kremlin deveria sentir-se alarmado por ter de comprar seja o que for à Coreia do Norte", disse Mason Clark que dirige a secção Rússia no Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), um centro independente de análise norte-americano.
Antes do novo ataque da Rússia contra a Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, a Casa Branca começou a desclassificar os relatórios dos serviços de informações sobre os planos militares de Moscovo, recorda a notícia publicada hoje pelo New York Times.
O mesmo jornal publicou anteriormente várias notícias sobre "lutas internas no Exército russo" e os primeiros relatórios sobre a aquisição dos drones ao Irão.
Apesar das sanções internacionais, a Rússia mantém a atividade económica interna em virtude do elevado preço da energia que impôs aos vários mercados, em todo o mundo.
Mesmo assim, e de acordo com as fontes do New York Times, que não foram identificadas, referem que as sanções norte-americanas e europeias bloquearam a capacidade da Rússia na compra de armamento ou produtos eletrónicos usados em equipamentos militares.
Por outro lado, Washington esperava que a República Popular da China viesse a opor-se aos controles de exportação continuando a abastecer o Exército russo.
Nos últimos dias, fontes norte-americanas assinalaram que apesar de Pequim estar a comprar com desconto petróleo russo, o embargo às exportações para o Exército de Moscovo está a ser respeitado.
Segundo o New York Times, a República Popular da China não está a vender equipamento militar à Rússia, "até ao momento".
Leia Também: Donetsk estabelecerá "cooperação bilateral" com Coreia do Norte
Seja sempre o primeiro a saber. Sexto ano consecutivo Escolha do Consumidor e Prémio Cinco Estrelas para Imprensa Online. Descarregue a nossa App gratuita. iOS
Sem comentários:
Enviar um comentário