domingo, 22 de novembro de 2020

FAIXA DE GAZA - INÍCIO DE MAIS UM CESSAR FOGO - (2012 - 22 DE NOVEMBRO DE 2020

 

Faixa de Gaza

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قطاع غزة
Qiṭāʿ Ġazzah

Faixa de Gaza
Flag of Palestine.svg
Coat of arms of the Palestinian National Authority.svg
BandeiraBrasão de armas
Gentílico: gazita ou gazeu[1]

Localização Faixa de Gaza

Mapa da Faixa de Gaza mostrando as áreas urbanas, campos de refugiados e pontos de travessia na fronteira.
Cidade mais populosaGaza
Língua oficialárabe
GovernoAutoridade Nacional
 - PresidenteAziz Duwaik
 - Primeiro-ministroIsmail Haniya
Área 
 - Total365 km² 
População 
 - Estimativa para 20141 816 379 hab. 
 - Densidade5046 hab./km² 
PIB (base PPC)Estimativa de 2014
 - TotalUS$ 1,35 bilhão* 
 - Per capitaUS$ 6 100 
Fuso horário(UTC+2)
 - Verão (DST)(UTC+3)
Cód. Internet.ps
Cód. telef.+970

Faixa de Gaza (em árabeقطاع غزة Qiṭāʿ ĠazzahIPA: [qɪˈtˤɑːʕ ˈɣazza]) é um território palestino[2][3][4][5] composto por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste e no norte (51 km). O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados.[6]

A população da Faixa de Gaza é de cerca de 1,7 milhão de pessoas.[7] Apesar da maior parte da população ter nascido na Faixa de Gaza, uma grande porcentagem se identifica como refugiados palestinos,[8] que fugiram para Gaza durante o êxodo palestino que ocorreu após a Guerra árabe-israelense de 1948. A população é predominantemente muçulmana sunita. Com uma taxa de crescimento anual de cerca de 3,2%, a Faixa de Gaza tem a sétima maior taxa de crescimento demográfico do mundo,[7] além de ser um dos territórios mais densamente povoados do planeta. A área sofre uma escassez crônica de água e praticamente não tem indústrias.[9] A infraestrutura é precária, e quase nada foi refeito após os bombardeios israelenses de 2008-2009.[10] A designação Faixa de Gaza deriva do nome da sua principal cidade, Gaza, cuja existência remonta à Antiguidade.

A Faixa de Gaza adquiriu suas fronteiras atuais com o fim dos combates da guerra de 1948, confirmado pelo Acordo de Armistício entre Israel e Egito em 24 de fevereiro de 1949.[11] O Artigo V do Acordo declarou que a linha de demarcação não era para se tornar uma fronteira internacional. Primeiramente, a Faixa de Gaza foi oficialmente administrada por um governo completamente palestino estabelecido pela Liga Árabe em setembro de 1948. A partir da dissolução desse governo em 1959, a Faixa de Gaza tornou-se uma área diretamente administrada por um governador militar egípcio até 1967.

Israel anexou e ocupou a Faixa de Gaza durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em conformidade com os Acordos de Oslo, assinados em 1993, a Autoridade Palestina se tornou o órgão administrativo que governa os centros populacionais palestinos. Israel manteve o controle do espaço aéreo, das águas territoriais e das fronteiras, além da fronteira com o Egito. Em 2005, o governo israelense retirou-se do território ocupado .[12] Desde julho de 2007, depois das eleições parlamentares palestinas de 2006 e da Batalha de Gaza, o Hamas tem controlado de facto a administração da área. Após a desocupação militar e a retirada dos assentamentos de colonos judeus do território palestino, Israel bombardeou a Faixa de Gaza em 20082012 e 2014. Esses ataques resultaram em milhares de mortos, sobretudo entre a população civil, além produzirem severos danos à infraestrutura local.

História

Controle otomano, britânico e israelense

Durante centenas de anos, o Império Otomano dominou Gaza, até que o território - junto com o restante da Palestina - passou para o controle dos britânicos, no final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Durante a primeira Guerra árabe-israelense, que conduziu à criação do Estado de Israel, Gaza absorveu um quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas que hoje fazem parte de Israel.[9][13]

Israel ocupou a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e a Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, promoveu o assentamento de centenas de milhares de judeus nos territórios ocupados. Em agosto de 2005, no entanto, o governo israelense, liderado por Ariel Sharon ordenou remoção de toda presença permanente de Israel no território palestino de Gaza e de quatro colônias no norte da Cisjordânia.[12]

Principais conflitos

2008 e 2012

Explosão em Gaza, em 12 de janeiro de 2009, depois de um ataque aéreo da Força Aérea Israelense durante a "Operação Chumbo Fundido".

Em 27 de dezembro de 2008,[14] caças israelenses F-16 lançaram uma série de ataques aéreos contra alvos em Gaza após o colapso de uma trégua temporária entre Israel e o Hamas.[15] As Forças de Defesa de Israel disseram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, a instruiu a se preparar para uma operação de seis meses antes do seu início, utilizando planejamento de longo prazo e de inteligência.[16] Vários lugares que estavam sendo usados ​​como depósitos de armas foram atingidos: delegacias de polícia, escolas, hospitais, mesquitas, armazéns da ONU, vários edifícios do governo do Hamas e outras construções.[17] Israel disse que o ataque foi uma resposta aos ataques de foguetes do Hamas ao sul de Israel, que totalizavam mais de 3.000 até 2008 e que se intensificaram durante as semanas que antecederam a operação. Equipes médicas palestinas afirmaram que pelo menos 434 palestinos foram mortos e cerca de 2.800 ficaram feridos, sendo muitos civis e um número desconhecido de membros do Hamas, nos primeiros cinco dias de ataques israelenses em Gaza. A FDI negou que a maioria dos mortos fossem civis, fornecendo evidências de que o Hamas deliberadamente escondia suas armas e combatentes em "mesquitas, pátios de escolas e casas de civis" para deter um ataque e explorar as regras de combate de Israel.[18] O governo israelense começou uma invasão terrestre da Faixa de Gaza em 3 de janeiro de 2009 e rejeitou muitos pedidos de cessar-fogo, até os dois lados declararem um cessar-fogo unilateral.[19][20]

Míssil sendo lançado pelo Hamas contra Israel.

Cerca de 1.100 e 1.400[21] palestinos e treze israelenses foram mortos durante os 22 dias de conflito.[22] Depois de Israel declarar o cessar-fogo, o Hamas prometeu continuar a batalha se as forças israelenses não deixassem a Faixa de Gaza.[23]

O conflito danificou ou destruiu dezenas de milhares de casas,[24] 15 dos 27 hospitais de Gaza e 43 de suas 110 unidades de cuidados primários de saúde,[25] 800 poços de água,[26] 186 estufas[27] e quase todos as suas 10 mil fazendas familiares;[28] deixando 50.000 desabrigados,[29] 400.000 a 500.000 sem água corrente,[29][30] um milhão sem eletricidade[30] e resultando em grave escassez de alimentos.[31] Em fevereiro de 2009, a disponibilidade de alimentos voltou aos níveis pré-guerra, mas houve falta de produtos frescos devido aos danos sofridos pelo setor agrícola.[32]

Em 14 de novembro de 2012 as hostilidades recomeçaram com o lançamento de centenas de mísseis pelo Hamas contra o sul de Israel durante quatro dias consecutivos[33] e com o início da "Operação Coluna de Nuvem", como resposta do governo israelense.[34]

2014

Alcance dos mísseis lançados a partir da Faixa de Gaza
Ver artigo principal: Operação Margem Protetora

Uma escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho de 2014. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo em Jerusalém. Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Os ataques israelenses causaram a morte de 1.100 palestinos.

Em 23 de julho de 2014, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos HumanosNavi Pillay, denunciou que os ataques do Exército israelense contra Gaza poderiam constituir crimes de guerra. "Os exemplos que acabo de mencionar [ataques israelenses contra civis indefesos] mostram que a lei humanitária internacional foi violada até um alcance que poderiam constituir crimes de guerra", afirmou. Navi falou perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que na mesma data realizou uma sessão especial sobre a incursão israelense. Navi destacou que civis e suas casas não devem ser alvos militares, argumento que já havia sido usado pela ONG humanitária Human Rights Watch, e qualificou como "inaceitável" o lançamento de foguetes de áreas densamente povoadas, como presumivelmente faz o grupo islamita Hamas, "no entanto, a lei internacional é clara: as ações de uma parte não absolvem à outra de sua responsabilidade de respeitar suas obrigações sob a lei internacional". A alta comissária fez um especial alerta sobre a morte de crianças nestes ataques. Navy reiterou a todas as partes do conflito "Israel, Hamas e outros grupos armados palestinos" que apliquem a lei internacional e deixem de ter como alvo os civis. Ela lembrou que desde 12 de junho Israel deteve mais de 1.200 palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que muitos deles foram postos em detenção administrativa, ou seja, estão presos sem qualquer acusação. "Na Cisjordânia, Israel continua expandindo assentamentos, demolindo casas palestinas, usando excessivamente a força, abusando de forma contínua e violando constantemente os direitos humanos da população", informou a alta representante.

Ruínas de Beit Hanoun após um bombardeio israelense

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou em 23 de julho de 2014 uma resolução que condena Israel por sua ofensiva militar contra Gaza e também cria uma comissão própria para investigar crimes e violações do direito internacional na empreitada. Entre os 47 países-membros do conselho, a resolução foi aprovada por 29 votos favoráveis — todos os países latino-americanos, incluindo o Brasil, apoiaram a proposta — e 17 abstenções (AlemanhaItáliaFrança e Reino Unido permaneceram neutros). Os Estados Unidos foram os únicos a se opor à proposta, assinalando que o conteúdo do documento é "destrutivo" e que em nada contribui para o fim das hostilidades. Em termos gerais, o documento pede que Israel detenha imediatamente sua operação na Faixa de Gaza, especialmente os ataques contra os civis. Além disso, reivindica a suspensão do bloqueio contra Gaza, para que seja possível a entrada segura de ajuda humanitária e comércio de bens no território. Sobre a comissão investigadora, o documento destaca que terá personalidade independente e internacional, e que deve viajar de forma urgente aos territórios palestinos para realizar sua investigação. Suas indagações deverão cobrir o período desde o dia 13 de junho, além de incluir a identificação dos responsáveis dos crimes e recomendar medidas para que sejam julgados por seus atos. "Tudo isto com o propósito de evitar e pôr fim à impunidade, e garantir que os responsáveis prestem contas", indica a resolução.[35][36]

Geografia

Imagem de satélite da Faixa de Gaza em 2005.

A Faixa de Gaza está localizada no Oriente Médio (31° 25′ N, 34° 20′ L). Tem 51 quilômetros de fronteiras com Israel e uma fronteira de 11 km com o Egito, perto da cidade de RafahKhan Yunis está localizada a 7 km a nordeste de Rafah e várias cidades ao redor de Deir el-Balah estão localizadas ao longo da costa entre ela e a Cidade de GazaBeit Lahia e Beit Hanoun estão localizadas ao norte e ao nordeste da Cidade de Gaza, respectivamente. O complexo de assentamentos israelenses de Gush Katif costumava existir nas dunas adjacentes a Rafah e Khan Yunis, ao longo da margem sudoeste dos 40 quilômetros da costa mediterrânica do território. A praia de Al Deira é um local popular para os surfistas.[37]

território palestino tem um clima árido, com invernos suaves e secos e verões quentes e sujeitos à seca. O terreno é plano ou levemente ondulado, com dunas próximas à costa. O ponto mais alto é 'Awdah (Joz Abu 'Auda), a 105 metros acima do nível do mar. Os recursos naturais incluem terras cultiváveis ​​(cerca de um terço da tira é irrigada) e, recentemente, descobriu-se reservas de gás natural na área. Entre os problemas ambientais estão a desertificaçãosalinização da água doce; tratamento de esgoto precário; doenças transmitidas pela água; degradação do solo e o esgotamento e contaminação dos recursos hídricos subterrâneos. A Faixa de Gaza é largamente dependente da água de Wadi Gaza, que também serve como um recurso para Israel.[38]

Demografia

Vista de Gaza, a maior cidade do território.

A população da Faixa de Gaza é de 1.428.757 habitantes (dados de julho de 2006). Cerca de 60% da população é composta por refugiados chegados nas duas vagas geradas pelas guerras de 1948-1949 e de 1967;[39] os restantes são populações nativas.[40] Quase toda a população habita as cidades, das quais se destacam GazaKhan YunisRafah e Dayr al-Balah. Outras cidades menores são Beit HanounAbasan al-KaberaJabaliyaBeit Lahiya, sendo que são poucas as fazendas, devido à falta de espaço. Por causa disso, praticamente todos os alimentos consumidos na região são importados de outros locais.

A Faixa de Gaza tem uma das populações mais jovens do planeta, com 48,1% da população enquadrada na estrutura etária entre os 0 e os 14 anos. A taxa de crescimento anual da população é de 3.71% e a esperança média de vida é de 71,97 anos.

A maioria dos habitantes da Faixa de Gaza são muçulmanos sunitas, com uma minoria cristã.[41] A língua predominante no território é o árabe, seguida do hebraico - antigamente muito falado, hoje tende a não ser aprendido pelos jovens (falar hebraico em Gaza não é bem visto); o inglês é compreendido por alguns habitantes,sendo crescente a sua aprendizagem.

Grande Mesquita de Gaza em 2007.

Religião

islamismo é a religião de 99,8% da população, que segue o ramo sunita do islã. Os outros 0,2% são adeptos do cristianismo, população que tende a diminuir. Nem todas as pessoas são muito religiosas, mas ultimamente Gaza como um todo está se tornando mais influenciada pela religião. Depois que o Hamas venceu as eleições de 2006, assumindo efetivamente o poder em 2007, havia prometido não impor a religião aos habitantes de Gaza, mas vem forçando a adoção de preceitos religiosos pelos cidadãos. Advogadas, por exemplo, passaram a ser obrigadas a usar o hijab nos tribunais, para cobrir os cabelos.[42] Cabeleireiros do sexo masculino são proibidos de cortar os cabelos de mulheres,[43]

O número de cristãos na Faixa de Gaza é estimado entre 2.500 e 5.000, muitos deles idosos. A grande maioria é greco-ortodoxa, e há cerca de 300 católicos (rito latino).[44] Em 1894, havia 196.500 cristãos árabes na Palestina (incluindo o atual Estado de Israel). De 13% da população, eles passaram a menos de 2% hoje.[45][46]

Política, administração e fronteiras

Controle da Autoridade Palestina

Os Acordos de Oslo definiram a Autoridade Palestina como a autoridade administrativa da Faixa de Gaza (exceto dos assentamentos israelenses e de áreas militares) em 1994. Depois da retirada israelense em 12 de setembro de 2005, a Autoridade Palestina tinha autoridade administrativa completa na Faixa de Gaza.[47]

Controle do Hamas (2007-presente)

Bandeira do grupo Hamas, que atualmente controla o território palestino.

Em 2006, o partido Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas. Desde junho de 2007, o partido assumiu efetivamente o controle da Faixa de Gaza, após confronto armado com o Fatah.[48] O espaço aéreo e o acesso marítimo à Faixa de Gaza são atualmente controlados pelo Estado de Israel, que também ocupou militarmente o território entre junho de 1967 e agosto de 2005.

Eleição legislativa palestina na Faixa de Gaza[49].
DistritosHamasFatahVotos válidos
Gaza Norte35 78146,95 %31 55941,41%76 212
Gaza74 81656,70 %48 32836,64 %131 894
Deir el Balah26 55043,87 %28 68147,39 %60 518
Khan Younis35 07043,96 %38 38448,11 %79 786
Rafah20 78540,39 %27 39553,23 %51 461
Total193 00248,27 %174 34743,60 %399 871

Fronteiras

Um dos túneis usados na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

O território da Faixa de Gaza é cercado por muralhas, tanto do lado egípcio quanto israelense. Em 2010, Israel anunciou a construção de uma barreira de mais de 100 quilômetros, ao longo da fronteira com o Egito, bloqueando metade da linha de separação entre os dois países.[50] "Esta é uma decisão estratégica para garantir o caráter judaico e democrático do Estado de Israel", declarou o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.

Desde 2009, o governo egípcio também está construindo uma barreira subterrânea de aço, que deverá ter 11 km de extensão e chegar a uma profundidade de 18 metros, visando impedir que túneis clandestinos possam romper o isolamento da Faixa de Gaza. A fronteira entre o Egito e Israel tem 255 quilômetros, e as duas cercas previstas vão cobrir quase a metade dessa extensão.[51] As Nações Unidas estimam que até 80% do que é importado pela Faixa - desde xampú até automóveis - chega por meio dos túneis.[52]

Bloqueio militar

Ver artigo principal: Bloqueio à Faixa de Gaza
Mapa do território palestino com as restrições nas fronteiras terrestres e aquáticas impostas pelo governo de Israel

bloqueio à Faixa de Gaza continuou após a Operação Chumbo Fundido, embora Israel permitisse ajuda humanitária médica em quantidades limitada. A Cruz Vermelha afirmou que o bloqueio prejudicou a economia e provocou uma escassez de medicamentos e equipamentos básicos, como analgésicos e filmes de raio-x.[53]

O diretor do Shin Bet (Agência de Segurança de Israel), Yuval Diskin, não se opôs a flexibilização das restrições comerciais, mas disse que os túneis de contrabando para a Península do Sinai e um porto aberto na Faixa de Gaza colocariam em perigo a segurança nacional. De acordo com Diskin, o Hamas e a Jihad Islâmica tinham contrabandeado mais de "5.000 foguetes com um alcance de até 40 quilômetros." Alguns dos foguetes poderiam chegar até os subúrbios da área metropolitana de Tel Aviv.[54] Mark Regev, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, descreveu as ações de Israel como "sanções", não um bloqueio, mas um consultor jurídico para Gaza da UNRWA, chamou o bloqueio de "uma ação que descumpre a lei internacional".[55]

Em julho de 2010, primeiro-ministro britânicoDavid Cameron, criticou o bloqueio israelense, dizendo que "bens humanitários e de pessoas devem fluir em ambas as direções. Gaza não pode e não deve ser autorizada a permanecer como um campo de prisioneiros."[56] Em resposta, o porta-voz da embaixada israelense em Londres, disse: "O povo de Gaza são os presos da organização terrorista Hamas. A situação em Gaza é o resultado direto do governo e das prioridades do Hamas."

As Forças de Defesa de Israel (FDI) controlam rigorosamente as viagens dentro da área dos pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza e fechou a sua fronteira com Gaza. O ambiente de segurança dentro de Gaza e ao longo de suas fronteiras, incluindo a sua fronteira com o Egito e seu litoral, é perigoso e instável.[57]

Barreira israelense na fronteira com Faixa de Gaza.

Enfrentando a crescente pressão internacional, Egito e Israel diminuíram as restrições na fronteira em junho de 2010, quando a passagem de Rafah do Egito para Gaza foi parcialmente aberta pelo governo egípcio. O Ministério das Relações Exteriores do país disse que a travessia permaneceria aberta principalmente para as pessoas, mas não para o abastecimento.[58] Israel anunciou que iria permitir a passagem de bens civis, mas não de armas e itens que poderiam ser usados ​​para fins ambíguos.[59]

Em janeiro e fevereiro de 2011, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) realizou uma avaliação dos efeitos das medidas para aliviar as restrições de acesso.[60] Eles concluíram que apenas a flexibilização não resultaria em uma melhora significativa na subsistência da população do território.[60] Eles descobriram que a "natureza fundamental das restrições remanescentes" e os efeitos de três anos de rigoroso bloqueio impediram uma melhora significativa nos meios de subsistência e apelaram para Israel abolir completamente o bloqueio, incluindo a remoção de restrições à importação de materiais de construção e às exportações de bens e de acabar com a proibição geral sobre o movimento de pessoas entre Gaza e a Cisjordânia através de Israel, com o objetivo de cumprir com o que eles descreveram como obrigações humanitárias internacionais e de direitos humanos.[60]

Economia

Campus da Universidade Islâmica de Gaza.

A economia de Gaza se deteriorou desde o fim da Segunda Intifada, devido tanto a densidade populacional de Gaza quanto as restrições de segurança impostas ao território. A política de cerco de Israel, ampliada após o Hamas ter chegado ao poder em 2007, levou a altos níveis de pobreza e desemprego, além de um colapso quase total do setor privado, que era fortemente dependente de mercados de exportação. A população é em grande parte dependente de ajuda humanitária, principalmente de agências da Organização das Nações Unidas (ONU).[61]

No entanto, uma flexibilização da política de cerco imposta por Israel em 2010 resultou em uma melhora de alguns indicadores econômicos, mas exportações regulares provenientes da Faixa de Gaza ainda estão proibidas.[61] De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), a economia da Faixa de Gaza melhorou em 2011, com um queda no desemprego e um aumento do PIB. O tenente-coronel Kobi Gertzvolf, da FDI, afirma que novos shoppings abriram e que a indústria local está se desenvolvendo. O tenente-coronel Gertzvolf afirma que o crescimento econômico tem levado à construção de hotéis e um aumento na importação de carros.[62] O desenvolvimento em larga escala tem sido possível graças à livre circulação das mercadorias em Gaza através do cruzamento de Kerem Shalom e de túneis clandestinos construídos na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. A taxa atual de caminhões que entram em Gaza através de Kerem Shalom é de 250 por dia. Este número varia dependendo do nível de interferência das mercadorias trazidas do Egito para Gaza através de túneis. O aumento na atividade de construção levou a uma escassez de trabalhadores da construção civil. Para compensar o déficit, os jovens do território estão sendo enviados para estudar e trabalhar na Turquia.[63]

Infraestrutura

Aeroporto Internacional Yasser Arafat, em Rafah, destruído pelas forças israelenses em 2001-2002.

A Faixa de Gaza tem uma pequena e pobre rede de estradas e uma simples rede ferroviária ligando o norte ao sul do território palestino. Esta, no entanto, encontrava-se abandonada nos últimos anos.

O Aeroporto Internacional de Gaza (posteriormente renomeado Aeroporto Internacional Yasser Arafat) foi inaugurado a 24 de novembro de 1998, mas suas atividades foram encerradas em outubro de 2000 por ordem do governo de Israel. Em 2001, a pista do aeroporto foi destruída pelas Forças de Defesa de Israel, inviabilizando seu funcionamento.[64] A Faixa de Gaza possui um heliporto.

Ver também

Referências

  1.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_gent%C3%ADlicos
  2.  «Palestinian Territories». U.S. Department of State. Consultado em 6 de abril de 2009
  3.  «Occupied Palestinian Territory». European Commission. Consultado em 6 de abril de 2009
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  5.  «Country profile: Israel and Palestinian territories». London: BBC. 15 de dezembro de 2009. Consultado em 6 de abril de 2009
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  26.  «MIDEAST: Attack on Water Brings Sanitation Crisis - IPS». Ipsnews.net. 18 de junho de 2009. Consultado em 12 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2010
  27. http://postconflict.unep.ch/publications/UNEP_Gaza_EA.pdf
  28.  [1]
  29. ↑ Ir para:a b «Gaza 'looks like earthquake zone'»BBC News. 20 de janeiro de 2009
  30. ↑ Ir para:a b «Gaza: Humanitarian situation»BBC News. 30 de janeiro de 2009
  31.  «Launches Emergency Food Distributions to Families in Gaza | WFP | United Nations World Food Programme - Fighting Hunger Worldwide». WFP. Consultado em 12 de dezembro de 2010
  32.  «Gaza Emergency F

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