Assassinato de John F. Kennedy
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Assassinato de John F. Kennedy | |
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O presidente Kennedy, sua esposa (Jacqueline) e o governador do Texas, John Connally, na limusine presidencial, minutos antes do assassinato. | |
Local | Dallas, Texas, EUA |
Data | 22 de novembro de 1963 (57 anos) 12h30min (UTC-6) |
Arma(s) | Carabina Paraviccini-Carcano calibre 6,5×52mm |
Mortes | John F. Kennedy |
Feridos | John Connally James Tague |
Responsável(is) | Lee Harvey Oswald |
O assassinato de John F. Kennedy, o trigésimo-quinto Presidente dos Estados Unidos, ocorreu na sexta-feira, dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas, Estados Unidos às 12h30 CST (18h30 UTC). Kennedy foi mortalmente ferido por um disparo enquanto circulava no automóvel presidencial na Praça Dealey. Foi o quarto presidente dos Estados Unidos a ser assassinado, e o oitavo que morreu no exercício do cargo.
Três investigações oficiais concluíram que Lee Harvey Oswald, um empregado do armazém Texas School Book Depository na Praça Dealey, foi o assassino. Uma delas concluiu que Oswald atuou sozinho e outra sugeriu que atuou com pelo menos um cúmplice. O assassinato sempre esteve sujeito a especulações e dúvidas, sendo origem de um grande número de teorias de conspirações.
Antecedentes
As eleições presidenciais seguintes eram em 1964, mas já no verão de 1963 o gabinete da presidência de Kennedy começava a planejar sua campanha de reeleição. Nas eleições anteriores, Kennedy tinha ganho por escassa margem nos estados do sul, e as sondagens atuais não lhe eram muito favoráveis, decidindo-se a viagem ao Texas para o outono de 1963, com o objetivo de aumentar a popularidade junto do eleitorado sulista. Dado que o vice-presidente Lyndon B. Johnson era texano, pensou-se que seria uma boa estratégia viajarem juntos ao estado do Texas. Kennedy pediu à sua mulher Jacqueline que o acompanhasse.
A viagem foi planejada para o outono, e começaria em 21 de novembro em Houston e San Antonio. O dia 22 de novembro seria dedicado a Fort Worth e às 13h00 iriam almoçar em Dallas.
Havia certa preocupação sobre a segurança porque o embaixador americano junto das Nações Unidas, Adlai Stevenson, tinha sido insultado e empurrado, como sinais de protesto, numa visita a Dallas no dia 24 de outubro. Para prevenir novas manifestações de protesto, a polícia de Dallas tinha preparado a maior operação policial da história da cidade.
Os planos previam que Kennedy viajasse desde o Aeroporto de Dallas Love Field numa limusine aberta, conversível. O carro em que viajou foi um Lincoln Continental de 1961. Estavam no carro junto com Kennedy, a sua mulher Jacqueline; o Governador do Texas John Bowden Connally, Jr., e sua mulher, Nellie; o agente do serviço secreto Roy Kellerman e o motorista William Greer.
O assassinato
Às 11h40, o "Air Force One" pousa no aeroporto Dallas Lovefield, depois de um curto voo que fez de Fort Worth. A comitiva presidencial desloca-se para o centro de Dallas. Durante o trajeto a comitiva tem que realizar várias paradas para que o presidente saúde as pessoas.
Às 12h30, a comitiva entra na Praça Dealey e avança pela rua Houston, e nesse momento atrasa-se 6 minutos.
Na esquina das ruas Houston e Elm, a comitiva deve realizar uma volta de 120º para a esquerda, o que obriga a redução da velocidade da limusine.
Depois de passar por Elm Street, fica em frente ao edifício do armazém de livros escolares do Texas, a uma distância de 20 metros do primeiro.
Logo a seguir, ao passar o armazém, ouviu-se o primeiro dos três disparos que alegadamente fariam Lee Harvey Oswald. Calcula-se que nesse momento a comitiva ia a uma velocidade de 15 km/h. A Comissão Warren concluiu posteriormente que um dos três disparos não atingiu o automóvel. Quase todos estão de acordo que Kennedy recebeu dois disparos e que o terceiro disparo, que o atingiu na cabeça, foi o mortal.
O primeiro disparo foi desviado por uma árvore e ricocheteou no cimento, chegando a ferir a testemunha James Tague. 3,5 segundos depois, dá-se o segundo disparo, que chega a Kennedy por trás e sai pela sua garganta, ferindo também o governador do Texas, John Connally. O presidente deixa de saudar o público e a sua esposa o encosta no assento. O terceiro disparo ocorre 8,4 segundos depois do primeiro disparo, precisamente quando o automóvel passava em frente da pérgula John Neely Bryan, feita de cimento. Quando o terceiro disparo atingiu a cabeça de Kennedy, Jaqueleen Kennedy reagiu saltando para a parte traseira do veículo. Clint Hill, agente dos serviços secretos, conseguiu alcançar a mala do carro na tentativa de ajudar o presidente.
Um cidadão de nome Abraham Zapruder, que filmava a comitiva presidencial, conseguiu captar no seu filme o momento em que Kennedy é alcançado pelos disparos. Este filme é parte do material que a Comissão Warren utilizou na sua investigação do assassinato.
Lee Harvey Oswald usou uma carabina Paraviccini-Carcano M91/38, de fabricação italiana, calibre 6,5 x 52 mm, com mira telescópica de 4X e mecanismo manual. A arma foi comprada pelo correio, através de um anúncio da loja Klein´s Sporting Goods de Chicago, Illinois, na revista American Rifleman, a um custo irrisório, mesmo para a época, de US$ 19,95.
Curiosamente, Lee Harvey Oswald não usou seu próprio nome para comprar esta arma, tendo preenchido a ordem de compra com o nome falso de A. Hidell.
Outros feridos
O Governador do Texas, John Bowden Connally Sr, ia no mesmo veículo, à frente do presidente, e também foi gravemente ferido, mas sobreviveu. A sua ferida ocorreu quase em simultâneo com o primeiro disparo que atingiu Kennedy (teoricamente como resultado da mesma bala, pelo que esta é conhecida como a "teoria da bala mágica", emanada pela Comissão Warren, embora isto não seja geralmente admitido sem polêmica). Supostamente, a ação da sua esposa de se dirigir para ele e fazê-lo cair sobre as suas pernas ajudou a salvar a sua vida dado que evitou em grande parte o pneumotórax. James Tague, um espectador e testemunha do crime, também ficou com uma pequena ferida na parte direita da face. Estava situado 82 m à frente do local onde Kennedy foi atingido.
Kennedy é declarado morto
Às 13h00 CST (19h00 UTC), a equipe médica do Parkland Hospital declarou oficialmente a morte do presidente Kennedy, com parada cardíaca, tendo-lhe sido administrada a unção dos enfermos. "Não tivemos nunca uma esperança de salvar a sua vida", declararam os médicos. A morte de Kennedy foi oficialmente anunciada às 13h38 CST (19h38 UTC). O governador Connally foi operado duas vezes de urgência nesse dia.
A Autópsia
Depois da chegada do avião presidencial (Air Force One) à Base Aérea Andrews, nos arredores de Washington, DC, o corpo de Kennedy foi trasladado para o Hospital Naval de Bethesda para autópsia.
A autópsia foi realizada por três médicos da Marinha com trinta oficiais militares como testemunhas. Dois agentes reformados do FBI que estavam presentes declararam que Kennedy tinha uma grande ferida no lado direito da cabeça, outra de aproximadamente 14 cm acima do lado direito da coluna, e uma terceira ferida no lado anterior da garganta perto do limite inferior do pomo de Adão (a Comissão Warren deu a mesma informação). O relatório do FBI sobre a autópsia foi realizado pelos agentes especiais Sibert e O'Neill.[1] Várias fotos e radiografias foram feitas durante a autópsia (algumas delas desapareceriam dos relatórios oficiais).
O funeral
Depois da autópsia no Hospital Naval de Bethesda, o corpo de Kennedy foi preparado para o enterro e trasladado para a Casa Branca, tendo sido exposto na Sala Leste durante 24 horas. No domingo seguinte ao crime, coberto com a bandeira dos EUA, foi trasladado para o Capitólio para uma vista pública. Nesse dia e noite, centenas de milhares de pessoas visitaram o corpo.
Representantes de 90 países, incluindo a União Soviética, assistiram ao funeral em 25 de Novembro (terceiro aniversário do seu filho JFK Jr.). Depois do funeral, realizado na Catedral de St. Matthew, foi trasladado em carruagem para o Cemitério de Arlington, onde foi enterrado.
O funeral foi oficiado pelo arcebispo de Boston, Richard Cardinal Cushing, amigo pessoal de Kennedy, que tinha casado John e Jacqueline, batizado seus dois filhos e oficiado o funeral do seu filho Patrick (falecido quinze semanas antes do pai).
Lee Harvey Oswald
Lee Harvey Oswald, suspeito de ter sido agente do serviço secreto cubano desde pelo menos novembro de 1962 e que viveu a na União Soviética por muitos anos, foi detido 80 minutos depois do assassinato por ter matado um oficial da polícia de Dallas, J. D. Tippit. Foi acusado da morte de Tippit e de Kennedy à última hora da tarde de 22 de Novembro. Oswald negou sempre ter disparado contra o presidente.
O caso de Oswald nunca foi julgado porque dois dias depois, enquanto era trasladado e custodiado pela polícia, Jack Ruby dispara sobre ele e mata-o.
Investigações oficiais
Polícia de Dallas
Depois da detenção de Oswald e da recolha de provas físicas na cena do crime, às 22h30 CST 22 de Novembro (04h30 UTC 23 de Novembro) é ordenado ao Chefe da Polícia de Dallas, Jesse Curry, por "gente de Washington", segundo as suas próprias palavras, enviar todo o material para o quartel-geral do FBI.
Investigação do FBI
O FBI foi a primeira autoridade a completar uma investigação oficial. Em 9 de Dezembro de 1963, apenas 17 dias depois do crime, o relatório do FBI foi entregue à Comissão Warren. O texto afirmava que somente três disparos foram realizados; o primeiro atingiu o presidente Kennedy, o segundo o governador Connally, e o terceiro a cabeça do presidente, matando-o. O FBI estabeleceu que Lee Harvey Oswald fora o autor dos três disparos.
A Comissão Warren
A primeira investigação oficial do assassinato foi estabelecida pelo presidente Lyndon B. Johnson em 29 de Novembro de 1963, uma semana depois do crime. Foi presidida por Earl Warren, então à frente da Corte Suprema dos Estados Unidos, conhecida universalmente (mas não oficialmente) como "Comissão Warren".
O relatório final da comissão foi publicado em Setembro de 1964, depois de 10 meses de investigação. Concluía-se que não se podiam encontrar provas persuasivas de uma conspiração interna ou externa que implicasse outras pessoas, grupos ou países, e que Lee Harvey Oswald atuara sozinho.
No entanto, muitas pistas acumulavam-se em torno da possibilidade de uma conspiração, pois muitos sugeriam que Lee Harvey Oswald fora agente da CIA. As teorias iniciaram-se com Victor Marchetti, que no seu livro "Cult of Intelligence" "(Culto da Inteligência)" descrevia os programas de agentes duplos onde supostamente estaria enquadrado Oswald.
Numa declaração à HSCA em 1978, James A. Wilcott, ex-oficial de finanças da CIA, afirmou que Oswald foi recrutado entre os militares pela CIA com o objetivo de colocar-se como agente duplo na URSS. Especificamente, foi agente da Office of Naval Intelligence.
Teorias sobre o assassinato de JFK
- Investigações oficiaisː
- 1964 Conclusões do relatório da Comissão Warren;
- 1978 Teoria da HSCA ("Comitê Seleto da Câmara sobre Assassinatos" ou "House Select Committee on Assassinations");
- 1998 Conclusões da ARRB (em preparação).
- Teorias da conspiraçãoː
- 1967 Investigação de Jim Garrison ;
- 1963-1999 Outras teorias da conspiração.
Outros protagonistas
- J. D. Tippit: Policial de Dallas, assassinado por Oswald no bairro de Oak Cliff depois do atentado.
- Capitão W. Fritz: Capitão da Polícia de Dallas encarregado da investigação.
- Jack Rubenstein: Empresário de salas de baile e assassino de Oswald. Jack Ruby era já conhecido pelas autoridades em 1947 quando serviu de testemunha a Richard Nixon durante a caça às bruxas mccarthista.[2] Este documento do FBI de 1947 recomenda que um indivíduo chamado Jack Rubenstein não deveria ser chamado a declarar perante o Comitê de atividades antinorteamericanas, já que trabalhava para o Congressista Richard Nixon (citação textual: "one Jack Rubenstein of Chicago should not be called to testify for the Committee on Unamerican Activities, for he is working for Congressman Richard M. Nixon"). De acordo com a Comissão Warren, Ruby teria ligações com Oswald, a máfia ou políticos dos EUA.
- Lyndon B. Johnson: à altura vice-presidente dos Estados Unidos .
- Jim Garrison: procurador de New Orleans. Em 1967 faria uma investigação sobre uma possível conspiração para assassinar Kennedy.
- James Files : Recentemente este indivíduo se auto-incriminou,[3] alegando que teria sido ele o responsável pelo disparo que assassinou John F. Kennedy. Afirmou também que Oswald não deu um tiro sequer.
Semelhanças com outras mortes presidenciais no cargo
Os presidentes dos EUA eleitos em intervalos de 20 anos e começando em 1840 com William Henry Harrison, morreram desempenhando o cargo (Harrison em 1841, Lincoln em 1865, Garfield em 1881, McKinley em 1901, Harding em 1923, Roosevelt em 1945). O assassinato de John F. Kennedy continuou este padrão.
A tentativa de assassinar Ronald Reagan (eleito em 1980), que sobreviveu a um disparo em Março de 1981, e o atentado com granada contra George W. Bush (eleito em 2000) em 2005 foram as exceções. Este padrão de mortes presidenciais é conhecido como a Maldição de Tecumseh.
Depois do assassinato de JFK, foram apontadas muitas semelhanças com o de Abraham Lincoln, mas nem todas são verdadeiras.[4]
Limusine
A limusine em que se encontrava John F. Kennedy, no momento do seu assassinato, atualmente, faz parte ao acervo do The Henry Ford Museum.[5]
Referências
Ligações externas
- «Galeria de Fotos»
- «JFK Lancer» (em inglês)
- «El Asesinato de Kennedy em castelhano»
- «Arquivos do Governo Federal. Comissão Warren» (em inglês)
- «Operação 40 ou 40 Assassinos" Relatório de um esquadrão da morte da CIA - Salvador Capote»
- «Familiar Faces In Dealey Plaza»
- «Fotos de assassinos de operação 40 em Plaza Dealey durante o assassinato de Kennedy»
- «entrevista com o investigador do assassinato de Kennedy, Wim Dankbaar»
- «James Files confessa ser o assassino de Kennedy»
- «Linha do tempo de Jack Ruby»
- «Did the Bushes help to kill Kennedy?»
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