Fronteira Espanha-Portugal
Fronteira Espanha-Portugal | |
---|---|
Ponte Internacional do Guadiana. Do lado esquerdo Portugal (Algarve) e do lado direito Espanha (Andaluzia) | |
Delimita: | Portugal Espanha |
Comprimento: | 1214 km Posição: 62 |
Características: | Uma das mais antigas fronteiras do mundo |
Criação: | 1143 |
Traçado atual: | 1926 |
Tratados: | Tratado de Alcanizes, Tratado de Badajoz, Tratado de Lisboa, Convénio de Limites, Congresso de Viena |
A fronteira Portugal-Espanha, conhecida pelo epíteto de A Raia (em castelhano: La Raya; em galego: A Raia), é a linha que divide os territórios de Portugal e Espanha. É a fronteira mais antiga da Europa, com alguns limites estabelecidos desde o tempo do Condado Portucalense e do Reino de Leão.
De uma forma mais ampla, a raia é igualmente o espaço geográfico, de um e de outro lado da fronteira política, em que as populações partilham elementos históricos, linguísticos, culturais e económicos.
Localização[editar | editar código-fonte]
A fronteira luso-espanhola estende-se desde a foz do rio Minho, a norte, até à foz do rio Guadiana, a sul, ao longo de mais de 1200 km. Acompanha cursos de água (raia húmida), ou é assinalada em terra por pontos notáveis ou marcos fronteiriços (raia seca).
Distritos portugueses raianos, do noroeste para sul:
Províncias espanholas raianas, de norte para sul:
- Pontevedra ( Galiza)
- Ourense ( Galiza)
- Zamora ( Castela e Leão)
- Salamanca ( Castela e Leão)
- Cáceres ( Estremadura)
- Badajoz ( Estremadura)
- Huelva ( Andaluzia)
Rios da raia[editar | editar código-fonte]
História[editar | editar código-fonte]
A história da raia está associada à história da Reconquista na parte ocidental da Península Ibérica. Os acontecimentos determinantes são o Tratado de Zamora, em 1143, que assinala o nascimento de Portugal como reino independente e o Tratado de Alcanizes, em 1297, que estabelece no essencial as fronteiras de Portugal.
As últimas alterações prenderam-se com a questão de Olivença, na sequência da Guerra das Laranjas (1801) —– alteração contestada por Portugal —–, com a extinção do Couto Misto, dos povos promíscuos na raia seca, das contendas de Arronches e de Ouguela (Tratado de Limites de 1864) e com a resolução da questão da Contenda de Moura (Convénio de Limites de 1926).
A questão de Olivença continua a ser um assunto pendente. Espanha não cumpriu o acordado no Congresso de Viena e o território de Olivença não foi restituído. Assim continuam por colocar os marcos delimitadores de fronteira entre a confluência do rio Caia com o rio Guadiana e a confluência da ribeira de Cuncos com o rio Guadiana com a numeração de 802 a 899 correspondentes ao território de Olivença.
Tratados importantes[editar | editar código-fonte]
- Tratado de Zamora (1143)
- Tratado de Badajoz (1267)
- Tratado de Alcanizes (1297)
- Tratado de Badajoz (1801)
- Congresso de Viena (1815)
- Tratado de Lisboa (1864)
- Convénio de Limites (1926)
A língua portuguesa na raia[editar | editar código-fonte]
Outras línguas e dialectos raianos[editar | editar código-fonte]
Povoações transraianas[editar | editar código-fonte]
- Rio de Onor, em Trás-os-Montes
- Marco, no Alto Alentejo
- Soutelinho da Raia, em Trás-os-Montes
- Cambedo, em Trás-os-Montes
- Lama de Arcos, em Trás-os-Montes
- Castro Laboreiro, no Alto Minho
- Caia (Elvas), no Alto Alentejo
Fortalezas e castelos raianos[editar | editar código-fonte]
Os castelos medievais foram os primeiros marcos fronteiriços. Somente a partir do século XVI passou a haver um registo centralizado dos limites efectivos do reino.
Pontes da raia[editar | editar código-fonte]
- Ponte Internacional do Baixo Guadiana
- Ponte Internacional do Guadiana
- Ponte Rodo-Ferroviária de Valença
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- GARCÍA, Eusebio Medina. "Orígenes históricos y ambiguedad de la frontera hispano-lusa (La Raya)". Revista de Estudios Extremeños, 2006 Tomo LXII. Número II Maio-Agosto
- MARTÍN, José Luis Martín. "La tierra de las contiendas: notas sobre la evolución de la raya meridional en la Edad Media". Norba. Revista de historia, 2006. Volume 16
Sem comentários:
Enviar um comentário