quarta-feira, 11 de março de 2020

OBSERVADOR - 11 DE MARÇO DE 2020

Observador 360º

360º

Fotografia de Nuno VinhaNuno Vinha
Editor de Economia
Quarta-feira, 11 março 2020
Enquanto dormia…
… a Comissão Europeia lançou um fundo de 25 mil milhões para contrariar o efeito do coronavírus na economia. Este fundo destina-se a ações urgentes no sector da saúde, apoio às pequenas e médias empresas, ao mercado laboral e “outros sectores vulneráveis da economia”, anunciou em Bruxelas a presidente da Comissão, a alemã Ursula Von der Leyen. O impacto do coronavírus na economia e nos mercados nos últimos dias pode também ter tido um efeito decisivo para o fim da compra da TVI pela Cofina. O grupo de Paulo Fernandes anunciou esta madrugada que não conseguiu fazer o aumento de capital de 85 milhões de euros, condição que considerava essencial para a compra da Media Capital (a dona da TVI). Nos Estados Unidos, Joe Biden deu um passo decisivo para a nomeação como candidato democrata para as presidenciais, ao vencer as primárias democratas no decisivo Estado do Michigan (e também no Mississipi e no Missouri).

Portugal está pronto para uma situação como em Itália? Não, mas…

Portugal reagiu tarde demais? Há alarmismo? Estamos realmente prontos para fazer frente à doença? A jornalista Marta Leite Ferreira fez estas e outras perguntas a 6 especialistas portugueses em virologia, infecciologia e pneumologia e as respostas variam. Para alguns, Portugal já devia estar a seguir (há vários dias) as medidas de prevenção anunciadas nas últimas horas pelo governo e pelas autoridades de Saúde. Mas para outros, poderemos estar no bom caminho se aprendermos com os erros de Itália e Espanha, e sobretudo com o bom exemplo de países como a Coreia do Sul. Todos concordam num ponto: não estamos preparados para uma epidemia como a italiana. Nem nós, nem verdadeiramente ninguém.

Excedente? Em altura de coronavírus não se deveria pensar em excedentes

A opinião é do economista Ricardo Reis, em entrevista ao jornalista Edgar Caetano. “O Governo tem é de abrir os cordões à bolsa” para proteger as pessoas do coronavírus. “É para isso mesmo que serve a dívida” – considera o professor da London School of Economics – “não é para alguns dos disparates que foram feitos nos últimos 30 anos”. E se já antes do surto de Covid-19 a economia europeia estava a dar claros sinais de desaceleração, a crise sanitária atual – aliada à interligação entre as economias europeias – faz com que o cenário de recessão económica na Europa seja um “cenário provável”, diz Ricardo Reis.

Açambarcamento nos supermercados, confusão nas prisões e outras histórias

  • O apelo surgiu da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas: “A última coisa que queremos é que vá toda a gente aos supermercados.” Mas, apesar de “ligeiro”, o aumento da procura em supermercados é já evidente. Nas farmácias, o cenário é idêntico. A Carolina Branco e a Maria Barbosa contam o que está a ser feito para travar o açambarcamento.
  • Mães de quarentena com os filhos, cafés vazios, prateleiras no supermercado desfalcadas, corrida às farmácias e igrejas fechadas. O Covid-19 está a mudar os dias de quem vive e trabalha em Felgueiras, uma localidade que se transformou numa “cidade fantasma”. Até os funerais agora são diferentes, como conta a jornalista Maria Martinho.
  • Nas prisões portuguesas aumenta a confusão por causa do coronavírus. O sindicato dos guardas prisionais fala de uma enorme desordem, devido ao pouco que foi feito para cumprir o plano de contingência aprovado a 17 de fevereiro. E receia motins. Nos últimos dias já houve “levantamento de rancho” (presos que se recusam a comer) no Porto e em Braga.
  • A rápida propagação do surto de coronavírus (também em Portugal) tem dado trabalho extra aos técnicos da Direção-Geral de Saúde. E quando uma pessoa é internada por suspeita de estar infetada com o vírus, começam a trabalhar noutras direções: aquela pessoa pode ter contagiado outras? A Rita Porto foi saber como é o trabalho dos “Detetives” da DGS.
  • E em Itália, o país europeu mais fustigado pelo surto, os hospitais estão à beira do colapso. A escassez de material e de médicos faz com que haja doentes que não estão a ser tratados, como conta o João Francisco Gomes. No norte do país, região mais afetada, os médicos estão mesmo a ser forçados a escolher entre quem tratar e quem deixar morrer.
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Mães de quarentena com os filhos, cafés vazios, prateleiras no supermercado desfalcadas, corrida às farmácias e igrejas fechadas. O Covid-19 está a mudar os dias de quem vive e trabalha em Felgueiras.

A NOSSA OPINIÃO

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O modelo socialista e centralista falhou na promoção da mobilidade social. Temos um país onde cada vez mais nascer no sítio certo, na família certa e no bairro certo vai determinar o futuro de cada um
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Com países como Portugal ou a Itália, ainda muito endividados, é o momento ideal para uma intervenção radical do BCE, que devia garantir a liquidez necessária às empresas através de emissão de moeda.
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Questiono-me se Marcelo Rebelo de Sousa terá tido tempo para encher a despensa com umas boas dúzias de concidadãos para abraçar e beijar nestes dias em que não poderá sair à rua.
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As emendas à Constituição já faziam prever um cenário de reforço do poder autoritário e ditatorial na Rússia. E para que tudo fique “perfeito” elas incluem a proclamação da “fé em Deus” do povo russo.
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Abnegação, altruísmo e renúncia para combater o vírus que afecta os mais fracos e enfrentarmos a crise económica que se adivinha. O que a modernidade quis esquecer teremos de ir buscar ao fundo de nós
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Para que haja uma redução na utilização do transporte individual o que é mais eficiente é condicionar a sua utilização através do preço ou da criação de áreas reservadas apenas a transportes públicos.

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