Desporto
Por Bruno Roseiro, Editor de Desporto
Primeiro, o Sp. Braga. Que teve uma hora de jogo fantástica em Glasgow, que perdeu com o Rangers por 3-2 por quebrar fisicamente nos últimos 15 minutos, que tinha a eliminatória em aberto à mercê de mais um golo. Veio a segunda volta na Pedreira, Matheus ainda defendeu uma grande penalidade mas um golo de Ryan Kent acabou por marcar em definitivo um encontro ganho com mérito pelo conjunto orientado por Steven Gerrard.
Depois, o FC Porto. Que entrou mal em Leverkusen, que superou a “novela” da repetição de uma grande penalidade e marcou ainda um golo na derrota por 2-1 com o Bayer, que tinha a eliminatória em aberto à mercê de mais um golo. Veio a segunda volta no Dragão, Alario inaugurou o marcador no primeiro remate, a aposta numa defesa a três após o intervalo funcionou ao contrário e o golo de Marega foi das poucas notícias boas da noite em que os germânicos voltaram a bater os azuis e brancos agora por 3-1 e afastaram os portistas da Europa.
A seguir, o Sporting. Que conseguiu uma primeira parte de luxo em Alvalade, que mesmo depois de sofrer um golo ainda criou oportunidades, que tinha a eliminatória em aberto à mercê até de uma derrota pela margem mínima. Veio a segunda volta em Istambul, Vietto ainda anulou o avanço de 2-0 do Basaksehir ao intervalo mas dois golos de Visca nos descontos do tempo regulamentar e no final do prolongamento inverteram o cenário, com os leões a acumularem mais uma humilhante derrota (4-1) numa época que chegou ao fim (de vez) em fevereiro.
Por fim, o Benfica. Que sofreu na Ucrânia, que teve num penálti de Pizzi uma tábua de salvação no jogo que foi o quarto seguido sem triunfos (2-1), que tinha a eliminatória em aberto à mercê de mais um golo. Veio a segunda volta na Luz, Rúben Dias marcou nas duas balizas, Pizzi e Rafa colocaram por breves minutos os encarnados na frente mas o Shakhtar, aproveitando alguns erros defensivos, chegou ao empate (3-3) e afastou as águias.
Nas duas últimas edições da Liga dos Campeões sem presença de equipas portuguesas nos oitavos, pelo menos uma formação nacional chegou à final da Liga Europa. Agora, mesmo que a perspetiva de uma ida ao encontro decisivo fosse exagerada, pensava-se pelo menos na possibilidade de uns quartos, de umas meias. Ninguém se ficou a rir, Portugal acabou a chorar (sobretudo a nível de ranking da UEFA): todos acabaram eliminados nos 16 avos de final. Se esta fase começava com oito treinadores portugueses, hoje sobram apenas quatro e os que estão lá fora – além do Shakhtar de Luís Castro, a Roma de Paulo Fonseca que afastou o Gent, o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo que eliminou o Espanyol e o Olympiacos de Pedro Martins que foi ganhar fora ao Arsenal.
Agora, segue-se a 23.ª jornada do Campeonato. E com o objetivo de cada uma das formações superar quatro motivos muito particulares que levaram ao naufrágio: o Sp. Braga, que voltou a cair perante uma equipa mais intensa e com maior agressividade, desloca-se à Madeira para defrontar o Marítimo (domingo, 17h30); o FC Porto, que sentiu de novo dificuldades com um conjunto capaz de explorar as debilidades azuis e brancas nas transições defensivas, viaja até aos Açores para defrontar o FC Porto (segunda-feira, 19h30); o Benfica, que não consegue disfarçar os problemas defensivos também pela inadaptação de Weigl à identidade da equipa, recebe o Moreirense na Luz (segunda-feira, 20h45); o Sporting, um conjunto que revela muita instabilidade e onde falta qualidade, joga fora com o Famalicão tendo o Rio Ave em busca do quarto lugar (terça-feira, 20h). Antes, todos ganharam: Benfica em Barcelos, FC Porto ao Portimonense, Sp. Braga com o V. Setúbal, Sporting ante o Boavista.
Lá fora, onde Bruno Fernandes continua a brilhar pelo Manchester United (um golo e duas assistências com o Watford, mais um golo e envolvimento noutros dois com o Club Brugge), Diogo Jota marcou cinco golos em 100 minutos pelo Wolverhampton, Ronaldo festejou pelo 11.º jogo seguida na Serie A antes de ficar em branco com o Lyon e João Félix regressou após lesão com um golo, é uma semana de jogos grandes. Alguns destaques: Everton-Manchester United (Premier League, domingo às 14h), Aston Villa-Manchester City (final da Taça da Liga, domingo às 16h30), Juventus-Inter (Serie A, domingo às 19h45), Real Madrid-Barcelona (La Liga, domingo às 20h), Chelsea-Liverpool (Taça, terça-feira às 19h45) ou Juventus-AC Milan (Taça, quarta-feira, 19h45).
Da Europa para a América do Sul, Jorge Jesus continua a sua multiplicação de troféus e cumpriu no meio da festa do Carnaval o percurso de três vitórias em dez dias, conquistando um total de cinco títulos pelo Flamengo em pouco mais de três meses: depois da Taça dos Libertadores e do Campeonato, os cariocas ganharam a Supertaça do Brasil (3-0 ao Athl. Paranaense), a Taça Guanabara (2-1 ao Boavista) e agora a Recopa Sul-Americana (3-0 ao Independiente del Valle, depois do empate a dois alcançado no Equador da semana passada).
Nas modalidades, Portugal teve vários motivos de orgulho, da medalha de bronze de Maria Martins no scratch dos Mundiais de ciclismo de pista (primeira de sempre do ciclismo feminino em Mundiais de Elite) aos 19 pódios nos VIRTUS Campeonatos do Mundo de Pista Coberta de Atletismo Adaptado (deficiência intelectual) que arrancaram logo com dois ouros de Lenine Cunha, o atleta mais medalhado de sempre do desporto adaptado aos 37 anos. Nota ainda para o triunfo histórico do FC Porto frente ao campeão europeu Vardar que valeu a primeira qualificação de sempre para os oitavos da Liga dos Campeões de andebol (o Sporting ainda pode lá chegar) na semana em que goleou também o Benfica para o Campeonato antes do clássico em Alvalade (quarta-feira, 20h). O “Nem tudo o que vai à rede é bola” da Rádio Observador entrevistou a piloto Elisabete Jacinto.
A terminar, esta sexta-feira será talvez o último dia decisivo do julgamento do caso de Alcochete, com a audição de mais uma testemunha (Ângelo Girão) e três arguidos, entre os quais o antigo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho. No final de 35 sessões, ficará terminada a produção de prova. Depois, haverá uma pausa de uma semana antes das alegações finais. Antes, Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá, líder da Juventude Leonina, falou, reforçou a sua inocência em relação ao que se passou na Academia mas deixou muito mais nas entrelinhas. Poderá seguir tudo o que se passar no Tribunal de Monsanto ao longo do dia no Observador. Antes, para acompanhar o que se tem passado, poderá recordar o principal das testemunhas de defesa do ex-líder leonino nas 30.ª e 31.ª sessões e as explicações de mais de dez arguidos nos dias 32, 33 e 34 do julgamento.
EU, A TV E UM COMANDO
O JOGO EM PALAVRAS
PÓDIO
- 1
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O ADEUS
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