sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

OBSERVADOR - 24 DE JANEIRO DE 2020

Observador 360º

360º

Fotografia de Dulce NetoDulce Neto
editora executiva
Sexta-feira, 24 janeiro 2020
Enquanto dormia…
… Isabel dos Santos já tinha voado para fora de Portugal depois de uma visita-relâmpago a Lisboa, aumentava o número de mortos causado pelo coronavírus chinês que está a pôr o mundo sob alerta (ainda que não oficialmente) e repetia-se mais uma noite no processo do impeachment do Presidente dos Estados Unidos com os democratas a dizerem que o comportamento de Trump “envergonharia até o Presidente Nixon”. Aqui ao lado, o Atlético de Madrid protagonizava uma histórica desilusão ao ser afastado da Taça do Rei por uma equipa da terceira liga, enquanto o Liverpool seguia na sua impressionante carreira triunfal ao vencer o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo. Mas uma outra surpresa chegou de madrugada: Serena Williams foi eliminada do Open da Austrália à terceira ronda. À porta temos mais um fim de semana com agenda política: o CDS escolhe o novo líder. Mesmo não se deixando inquietar pelo Relógio do Apocalipse, use a pausa no trabalho (se for caso disso) e escolha uma ou mais das nossas oito sugestões para aproveitar o sábado e o domingo.

Luanda Leaks: a visita de Isabel dos Santos, a saída de três administradores da NOS, e como o Barclays recusou financiar o homem mais rico de Portugal

E ao quinto dia de Luanda Leaks, sucederam-se as repercussões do escândalo que está a abalar o império construído pela filha do ex-Presidente angolano. Isabel dos Santos fez uma visita- relâmpago a Portugal, diz o Jornal de Notícias. Chegou na quarta-feira com passaporte angolano (e partiu ontem à hora da reunião dos procuradores gerais portugueses e angolanos) para dar plenos poderes aos seus advogados na venda do EuroBic e para participar na decisão a renúncia de três administradores não executivos da NOS indicados por ela. A mulher mais rica de África mantém-se na empresa que controla a operadora, mas um impasse pode desfazer a parceria.
  • As parcerias com a filha de José Eduardo dos Santos nem sempre foram vantajosas ou inócuas para as empresas portuguesas. Os documentos do Luanda Leaks indicam como receberam a desconfiança da banca internacional só porque tinham capital de Angola. E nem o homem mais rico de Portugal escapou, como conta a jornalista Ana Suspiro. O Barclays recusou financiar a Amorim Energia, acionista da Galp, porque a Sonangol era investidora.
  • Ontem o procurador geral da república angolano esteve reunido com a homóloga portuguesa mas, contrariamente ao que fez à chegada a Lisboa, quando disse aos jornalistas que vinha a Portugal “pedir ajuda para muita coisa”, saiu da reunião sem dizer uma palavra.
  • Quem não acredita mesmo nesta colaboração é Adriano Parreira, o ex-embaixador de Angola na ONU que apresentou várias queixas à Procuradoria Geral da República portuguesa. Na entrevista à RTP — em que falou de um email do advogado Paulo Amaral Blanco que oferecia um contentor de paracucas (doce angolano) a Cândida Almeida, ex-chefe do Departamento Central de Investigação e Ação Penal — foi avisando: “A PGR portuguesa não vai ajudar. Nunca o fez”.
  • Já a agir estará a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A presidente, Gabriela Figueiredo Dias, disse que “iniciou ações de supervisão concretas”, pois a informação divulgada no Luanda Leaks “é de enorme relevo para a CMVM”.
  • O dia de ontem foi ainda marcado pela notícia da morte do gestor de conta de Isabel dos Santos. Nuno Ribeiro da Cunha foi encontrado sem vida na noite anterior.
  • A empresária angolana parece não contar com grande ajuda dos meios irmãos. Depois de Coreón Du, foi a vez de Tchizé dos Santos sair a terreiro. Primeiro, a ex-deputada do MPLA queixou-se de que estava a ser pressionada a vender as suas participações em empresas angolanas e ameaçada para ficar calada; depois instou Isabel dos Santos a devolver 75 milhões de dólares ou euros ao país. É que “Angola é de todos”.
  • Isabel dos Santos, que contratou uma empresa de lobbying ligada à campanha de Donald Trump, também não ficou calada. Em entrevista à Reuters, negou acusações de corrupção e de desvio de fundos e voltou repisar: “As alegações são extremamente enganadoras e falsas”. Mas não se livrou de um documentário da BBC que lhe chamou “bilionária corrupta”.
  • E se andava intrigado para saber como é que o consórcio de jornalistas tinha analisado 715 mil documentos, tem aqui a resposta: usou inteligência artificial.

O coronavírus que vem das cobras e está a pôr o mundo de sobreaviso

Amanhã começa o Ano Novo Chinês, o do Rato. Só que celebração desta vez rima com preocupação. E a culpa é do coronavírus que já matou 26 pessoas na China e se está a espalhar a uma velocidade inesperada. As festividades que movimentam mais de três milhões de chineses são por isso uma dor de cabeça acrescida. Pequim e Macau já cancelaram a maioria dos programas, estão dez cidades sob quarentena, e não é para menos. Este vírus, que vem das cobras, é parecido com o que matou 800 pessoas em 2002 e pode infetar até 4.000 em Wuhan. Aqui, onde foi inicialmente detetado, não há gente nas ruas e já faltam legumes nas lojas, relata o treinador português que vive nesta cidade com mais população que Portugal. Apesar de haver registo de casos em mais sete países para além dos territórios de Hong Kong e Macau, a Organização Mundial de Saúde decidiu ser ainda cedo para emitir um alerta de emergência internacional. Mas qual é o pior cenário?  A jornalista Marta Leite Ferreira explica tudo aqui.

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O CDS fixou-se em André Ventura como se a concorrência do Chega tivesse sido a razão do seu descalabro eleitoral. Não foi, e o CDS precisa de um líder que lhe faça esquecer Ventura.
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O aprofundamento da especialização do trabalho e troca revelará múltiplas vantagens comparativas fornecendo oportunidades para todos, o que vale para as trocas internacionais e para as interpessoais.
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O escândalo da família «dos Santos» está para lavar e para durar e cria um novo ciclo de mudança na história de Angola, não pelo fim da corrupção em si mas pelo fim da impunidade dos que a praticam.
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As empresas que obtêm excelente performance no médio prazo são as que cultivam, em primeiro lugar, a Criação de Valor para o Cliente, por contraposição daquelas para quem os números são a única bíblia

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