Alfaiates
Nota: Para outros significados, veja Alfaiate (desambiguação).
Alfaiate (em francês: Tailleur) é o profissional especializado que exerce o ofício da Alfaiataria, uma arte que consiste na criação de roupas masculinas (terno, costume, calça, colete, etc.) de forma artesanal e sob medida, ou seja, exclusivamente de acordo com as medidas e preferências de cada pessoa, sem o uso padronizado de numeração preexistente.[1]
Outras funções atribuídas ao Alfaiate:
- Estilista: Feitio de roupas femininas de talhe masculino (costumes, paletós, terninhos, tailleurs, etc.).
- Figurinista: Criar, organizar os figurinos, conservá-los em bom estado e auxiliar os artistas a vesti-los em espetáculos teatrais, novelas, shows, filmagens ou apresentações de TV.
Atualmente, o termo Alfaiataria também é utilizado para caracterizar roupas, mesmo que industrializada, que apresentam o corte característico das roupas masculinas produzidas artesanalmente, com cortes retos e precisos e tecidos clássicos.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
A palavra Alfaiate, assim conhecida na língua portuguesa, é derivada do árabe alkhayyát, do verbo kháta que significa coser.
Entre as variações linguísticas dessa palavra são utilizadas as expressões:
- Xastre ou também alfaiate, na Galiza
- Tailor, na língua inglesa
- Tailleur, na França
- Sarto, na Itália
- Sastre, na Espanha (derivadas do latim sartor, sarcire, cujo significado é coser).
Termos relacionados[editar | editar código-fonte]
- Alfaiataria: Oficina/Loja de alfaiate.
- Coser: Costurar, unir à mão com pontos de agulha.
Modistas
Os modistas (também chamados modistae ou gramáticos especulativos) foram os membros de uma escola de filosofia gramatical conhecida como Modismo, ativa no norte da França, Alemanha, Grã-Bretanha e Dinamarca nos séculos XIII e XIV. Sua influência foi muito menos sentida na parte sul da Europa, onde a tradição de oposição da assim chamada "gramática pedagógica" nunca perdeu sua preponderância.
História[editar | editar código-fonte]
Guilherme de Conches, Pedro Elias e Ralf de Beauvais, também referidos como "gramáticos especulativos" precedem o próprio movimento modista.
A filosofia modista foi primeiro desenvolvida por Martinho de Dácia (morto em 1304) e seus colegas em meados do século XIII, embora fosse se elevar à proeminência somente após sua sistematização por Tomás de Erfurt décadas depois em seu tratado De modis significandi seu grammatica speculativa, provavelmente escrito na primeira década do século XIV. Até o início do século XII, assumia-se que esta obra era de autoria de João Duns Escoto. Amplamente reproduzida e comentada na Idade Média, permanece como o livro-texto mais completo da gramática especulativa modista. A autoria equivocada surgiu da afinidade natural da gramática especulativa de Erfurt com a metafísica de Escoto.
Teoria dos modos[editar | editar código-fonte]
A filosofia dos modistas, conforme indicado pelo seu nome, foi baseada sobre uma teoria dos "modos" de significar na linguagem que era tripartida: modos de ser (modi esssendi), modos de entender (modi intelligendi) e modos de significar (modi significandi). Para os modistas, as várias partes do discurso foram vistas como representando a realidade em termos desses modos. Os modi esssendi são objetivamente qualidades existentes num objeto de entendimento; os modi intelligendi, os meios de entendimento para representar os modi esssendi; e os modi significandi, meios da gramática para representar os modi intelligendi na linguagem. Isso corresponde à teoria semântica tripartida de Aristóteles das palavras representando conceitos que representam objetos.
Opondo-se ao nominalismo, eles afirmavam que a análise da gramática da língua ordinária era a chave para a metafísica. Para os modistas, as formas gramaticais, os modi significandi dos verbos, substantivos e adjetivos compreendem a profunda estrutura ontológica da linguagem, que objetivamente reflete a realidade. Sua obra predisse o conceito de gramática universal, sugerindo que as regras gramaticais universais podem ser extraídas de todas as línguas vivas. Roger Bacon pode ter dado a inspiração do movimento com sua observação de que todas as línguas são construídas sobre uma gramática comum, um fundamento compartilhado de estruturas linguísticas ancoradas ontologicamente. Ele argumentava que a gramática é substancialmente a mesma em todas as línguas, ainda que possa sofrer variações acidentais entre as línguas.
Influências[editar | editar código-fonte]
Há paralelos entre a gramática especulativa e fenomenologia, um fato que foi captado cedo por Martin Heidegger, que escreveu seu primeiro livro Die Kategorien-und Bedeutungslehre des Duns Scotus, sobre o tratado de Tomás de Erfurt (àquela época, erroneamente atribuído a Duns Escoto).
Modistas[editar | editar código-fonte]
- Martinho de Dácia, De modis significandi (após 1255)
- Boécio de Dácia, De modis significandi sive Quaestiones super Priscianum majorem (c. 1270)
- João de Dácia, Summa grammatica (1280).
- Simão de Dácia, Domus gramaticae (1255-1270).
- Rodolfo Brito, Quaestiones super Priscianum minore (c. 1300)
- Tomás de Erfurt, Tractatus de modis significandi seu grammatica speculativa (antes de 1310)
- Siger de Courtrai, Summa modorum significandi (1320).
Referências
Referências
- ↑ alfaiate in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2018. [consult. 2018-08-16 21:09:46]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/alfaiate
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