Alexandre Dumas (pai)
Nota: Se procura seu filho, veja Alexandre Dumas, filho.
Alexandre Dumas | |
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Dumas em 1855 | |
Nome completo | Dumas Davy de la Pailleterie |
Nascimento | 24 de julho de 1802 Villers-Cotterêts, departamento de Aisne, República Francesa(hoje França) |
Morte | 5 de dezembro de 1870 (68 anos) Dieppe, departamento de Seine-Maritime, República Francesa(hoje França) |
Nacionalidade | francesa |
Género literário | romance, drama |
Movimentoliterário | romantismo e ficção histórica |
Magnum opus | Les Trois Mousquetaires (1844) Le Comte de Monte-Cristo (1844-45) |
Carreira musical | |
Período musical | 1819-1885 |
Alexandre Dumas, conhecido como Alexandre Dumas, Pai (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 — Puys, 5 de dezembro de 1870), foi um romancista francês. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris. Era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie-Césette Dumas. Seu pai foi Thomas Alexandre Davy de la Pailleterie, mais conhecido como General Dumas, grande figura militar de sua época.[1]
Carreira literária[editar | editar código-fonte]
Enquanto trabalhava em París, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829 foi produzida sua primeira peça, Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso de público. No ano seguinte, sua segunda peça, Christine, também obteve popularidade. Como resultado, tornou-se financeiramente capaz de trabalhar como escritor em tempo integral. Entretanto, em 1830, participou da revolução que depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França, alcunhado de Rei Cidadão.
Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada, com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidas por republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começava a se industrializar e, com uma economia em crescimento combinada com o fim da censura à imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.
Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a se dedicar aos romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta demanda dos jornais por romances seriados, em 1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.
Em 1840 casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter seus casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria seus passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é chamado Alexandre Dumas pai (Alexandre Dumas, père) e o outro Alexandre Dumas, filho (em francês, Alexandre Dumas, fils).
Alexandre Dumas, pai, escreveu romances e crônicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação do público francês e de outros países nos idiomas para os quais foram traduzidos. Alguns destes trabalhos foram:
- O Conde de Monte Cristo
- Os Irmãos Corsos
- Os romances de D'Artagnan:
- Os Três Mosqueteiros (Les Trois Mousquetaires, 1844)
- Vinte anos depois (Vingt Ans Après, 1845)
- O Visconde de Bragelonne (Le Vicomte de Bragelonne, 1847) - (do qual faz parte O Homem Com a Máscara de Ferro)
- Os romances Valois:
- A Rainha Margot (1845)
- A Dama de Monsoreau (1846)
- Os Quarenta e Cinco (1847)
- Memórias de um Médico
- Joseph Balsamo (1849)
- O Colar da Rainha (1850)
- Ange Pitou (1851)
- A Condessa de Charny (1853)
- O Cavaleiro de Maison-Rouge (1854)
- O Castelo de Eppstein
- Memórias de Garibaldi (1860)
Seu trabalho como escritor lhe rendeu muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por conta de seu alto gasto com mulheres e de seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam de sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, Napoleão III, e em 1851 Dumas teve que ir embora para Bruxelas para fugir de seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar em busca de aventuras e inspiração para mais histórias. Em março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas se envolveria na luta pela unificação da Itália, retornando a Paris em 1864.
Apesar do sucesso e das ligações aristocráticas de Alexandre Dumas, sua vida sempre foi marcada por ter ascendência negra. Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges, que chamava atenção para alguns aspectos raciais e para os efeitos do colonialismo. Apesar disso, atitudes racistas contrárias à sua posição legítima na história da França ainda bem depois de sua morte, 5 de dezembro de 1870.
Reconhecimento póstumo[editar | editar código-fonte]
Sepultado no local onde nasceu, o corpo de Alexandre Dumas ficou no cemitério de Villers-Cotterêts até 30 de novembro de 2002. Sob as ordens do presidente francês Jacques Chirac, seu corpo foi exumado e, numa cerimónia televisiva, seu novo caixão, carregado por quatro homens vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, foi transportado em procissão solene até o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde grandes filósofos e escritores da França estão sepultados.
Em seu discurso, o presidente Chirac disse: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos." Numa entrevista após a cerimônia, Chirac reconheceu o racismo que existiu, dizendo que um erro agora foi reparado, com o sepultamento de Alexandre Dumas ao lado dos companheiros autores Victor Hugo e Voltaire.
A honraria reconheceu que, apesar de a França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto Alexandre Dumas. Suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas, e inspiraram mais de 200 filmes.
Referências
- ↑ «Général Dumas». Dumaspere.com. La Société des Amis d'Alexandre Dumas. Consultado em 16 de Março Verifique data em:
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