sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

TEIXEIRA DE PASCOAES MORREU EM 1952 - 14 DE DEZEMBRO DE 2018

Teixeira de Pascoaes

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Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos
Teixeira de Pascoaes por António Carneiro
Pseudónimo(s)Teixeira de Pascoaes
Nascimento8 de novembro de 1877
AmarantePortugal
Morte14 de dezembro de 1952 (75 anos)
Gatão, Portugal
NacionalidadePortugal Português
CônjugeMaria
OcupaçãoPoeta
Influenciados
MovimentoliterárioRenascença Portuguesa
Magnum opusEmbriões
Pintura de Teixeira de Pascoaes, o Rio Tâmega e o Marão
Pintura de Teixeira de Pascoaes
Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante8 de novembro de 1877[1] — Amarante, Gatão14 de dezembro de 1952) foi um poeta e escritor português e um dos principais representantes do saudosismo[2]
.

Vida[editar | editar código-fonte]

Teixeira de Pascoaes nasceu no seio de uma família da aristocracia rural, com raízes em Amarante, sendo o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883 iniciou os estudos primários em Amarante e, em 1887, ingressou no Liceu dessa vila. Em 1895 muda-se para Coimbra, onde termina os seus estudos secundários — em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português — e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, passando o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a refletir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911 é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esses penosos anos dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências." [3]
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.[4] Trocou correspondência com Bernardo Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos, mais conhecido por Frei Bernardo de Vasconcelos, um jovem monge beneditino que era seu parente e amigo. Nunca se encontraram, mas tinham uma grande admiração e estima um pelo outro. Teixeira de Pascoaes diria, em carta a uma sua irmã, que Frei Bernardo de Vasconcelos foi "o maior e mais perfeito amigo que Deus me concedeu".
Teixeira de Pascoaes com o seu conterrâneo, o pintor António Carneiro, autor do ex-libris da Renascença Portuguesa.
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente.[5] No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoais morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952. O seu corpo encontra-se num jazigo no cemitério em frente à Igreja de São João Baptista de Gatão. A campa é rasa e tem inscritos versos que o autor propositadamente escreveu para ali figurarem: "Apagado de tanta luz que deu / Frio de tanto calor que derramou"[6].

Obra[editar | editar código-fonte]

Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Serões[7] (1901-1911), Atlântida[8] (1915-1920), Contemporânea[9] [1915]-1926, Revista de turismo [10] iniciada em 1916, Conímbriga [11] de 1923 e na 1ª série da revista Panorama [12] (1941-1949).
Teixeira de Pascoaes por Bottelho

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

Elegias (eBook)
O Pobre Tolo
  • 1925 - D. Carlos
Cânticos
Sonetos
  • 1949 - Versos Pobres

Prosa[editar | editar código-fonte]

  • 1915 - A Arte de Ser Português
  • 1916 - A Beira Num Relâmpago
  • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
  • 1921 - O Bailado
  • 1923 - A Nossa Fome
  • 1928 - Livro de memórias (autobiografia)
  • 1934 - S. Paulo (biografia romanceada)
  • 1936 - S. Jerónimo e a trovoada (biografia romanceada)
  • 1937 - O Homem Universal
  • 1940 - Napoleão (biografia romanceada)
  • 1942 - Camilo Castelo Branco o penitente (biografia romanceada)
Duplo passeio
  • 1945 - Santo Agostinho (biografia romanceada)
  • 1951 - Dois Jornalistas (Novela)

Conferências[editar | editar código-fonte]

  • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
  • 1922 - Conferência
A Caridade (conferência)
  • 1950 - Duas Conferências em Defesa da Paz
  • 1951 - João Lúcio (conferência, não professada mas publicada posteriormente, sobre o poeta olhanense)

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

  • 1923 - [13]A 12 de Abril de 1923, Pascoaes e Raul Brandão são eleitos para a Academia de Ciências de Lisboa. Júlio Dantas, David Lopes e Henrique Lopes de Mendonça (relator) assinam o parecer onde se afirma que «Pascoaes é da raça excelsa de poetas que têm como remotos antepassados Hesíodo e Lucrécio, e cuja suprema representação, nas auroras do romantismo, é porventura Shelley.»
  • 1942 - [14]O poeta do saudosismo foi nomeado para o Nobel da Literatura em 1942, 1943, 1944, 1947 e 1948, sempre por João António de Mascarenhas Júdice, visconde de Lagoa e membro da Academia Portuguesa na secção de Humanidades. O arquivo do comité Nobel não revela as obras em causa.

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • 1926 - Jesus Cristo em Lisboa (colaboração com Raul Brandão)
{{referências
[2] }}

Ver também[editar | editar código-fonte]

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