Guarda
Nota: Para outros significados, veja Guarda (desambiguação).
Catedral - Sé da Guarda | |
Gentílico | Guardense; Egitaniense[1] |
Área | 712,1 km² |
População | 42 541 hab. (2011) |
Densidade populacional | 59,7 hab./km² |
N.º de freguesias | 43 |
Presidente da câmara municipal | Álvaro Amaro (PSD |
Fundação do município (ou foral) | 1199 |
Região (NUTS II) | Centro |
Sub-região (NUTS III) | Beiras e Serra da Estrela |
Distrito | Guarda |
Província | Beira Alta |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | 27 de Novembro (Foral) |
Código postal | 6300 e 6301 |
Sítio oficial | www.mun-guarda.pt |
Municípios de Portugal |
A Guarda é a mais alta cidade portuguesa (1056m de altitude), com 26 565 habitantes no seu perímetro urbano, capital do distrito da Guarda, situada na região estatística do Centro e sub-região das Beiras e Serra da Estrela. É sede de um município com 712,1 km² de área e 42 541 habitantes (censos de 2011), subdividido desde a reorganização administrativa de 2012/2013 em 43 freguesias.[2] O município é limitado a nordeste pelo município de Pinhel, a leste por Almeida, a sudeste pelo Sabugal, a sul por Belmonte e pela Covilhã, a oeste por Manteigas e por Gouveia e a noroeste por Celorico da Beira. O seu distrito tem uma população residente de 173 831 habitantes. Situada no último contraforte Nordeste da Serra da Estrela, a 1056 metros de altitude, sendo a cidade mais alta de Portugal.
Possui acessos rodoviários importantes, como a A25, que a liga a Aveiro e ao Porto, bem como à fronteira, dando ligação direta a Madrid; a A23, que liga a Guarda a Lisboa e ao Sul de Portugal, bem como o IP2, que liga a Guarda a Trás-os-Montes e Alto Douro, nomeadamente a Bragança.
A nível ferroviário, a cidade da Guarda possui a linha da Beira Baixa (encerrada para obras de modernização com abertura prevista para o ano 2020) e a linha da Beira Alta, que se encontra completamente eletrificada, permitindo a circulação de comboios regionais, nacionais e internacionais, constituindo "o principal eixo ferroviário para o transporte de passageiros e mercadorias para o centro da Europa", com ligação a Hendaye (França, via Salamanca-Valladolid-Burgos).
O ar, historicamente reconhecido pela salubridade e pureza, foi distinguido pela Federação Europeia de Bioclimatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título de primeira "Cidade Bioclimática Ibérica". Além de ser uma cidade histórica e a mais alta de Portugal, a Guarda foi também pioneira na rádio local, sendo mesmo a Rádio Altitude considerada a primeira rádio local de Portugal. As suas origens prendem-se com a existência de um sanatório dedicado à cura da tuberculose.
Toda a região é marcada pelo granito, pelo clima contrastado de montanha e pelo seu ar puro e frio que permite a cura e manufatura de fumeiro e queijaria de altíssima qualidade. É também a partir desta região que vertem as linhas de água subsidiarias das maiores bacias hidrográficas que abastecem as três maiores cidades de Portugal: para a bacia do Tejo que abastece Lisboa, para a Bacia do Mondego que abastece Coimbra e para a bacia do Douro que abastece o Porto. Existe mesmo na localidade de Vale de Estrela (a 6 km da cidade da Guarda) um padrão que marca o ponto triplo onde as três bacias hidrográficas se encontram.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica habitavam a região da Guarda povos lusitanos. Entre os quais os igeditanos, os lancienses opidanose os transcudanos. Estes povos unidos sob uma autêntica federação viriam a resistir à romanização durante dois séculos. Ao contrário dos latinizados, estes povos não consumiam vinho, mas antes cerveja de bolota. A sua arma de eleição era a falcata - uma espada curva - que facilmente quebrava os gládios romanos devido à sua superioridade metalúrgica. Os seus deuses pagãos diferiam também dos romanos, podem ainda hoje encontrar-se algumas inscrições religiosas lusitanas em santuários como o Cabeço das Fráguas.
Durante muito tempo os historiadores julgaram que a Cividade dos Igeditanos (Egitânia) se localizava na Guarda mas mais recentemente chegou-se à certeza que tal localização era em Idanha-a-Velha. Daqui que o gentílico de egitanienses se enraizou. No entanto, existe dúvida se a Guarda foi realmente Egitânia. Confinando com os terrenos dos igeditanos, a norte estavam os dos lancienses opidanos cuja capital, a Cividade Lância Opidana, foi referida a curta distância da atual localização da Guarda.
Esta teoria foi defendida acerrimamente pelo General João de Almeida (influente militar português, herói das campanhas de África, natural da Guarda), o que levou alguns críticos a menosprezá-la, no entanto, todas as pesquisas seguintes indicam a sua veracidade. Já o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro sobranceiro ao Rio Mondego, o Castro de Tintinolho.
Após o período romano seguiram-se períodos de ocupação por parte dos visigodos, mais tarde pelo reino das Astúrias e também pela civilização islâmica. Só após o processo da reconquista é atribuído o foral, reconfirmando definitivamente a importância da cidade e da região.
O rei Dinis I e D. Isabel estiveram na cidade mês e meio após casarem. O rei sancionou os «Costumes da Guarda» e viria a preparar a guerra com Castela, resolvida com o tratado de Alcanizes.
«A cidade dos 5 F's»[editar | editar código-fonte]
A explicação mais conhecida e consensual do significado do epíteto de «cidade dos 5 F's» diz que estes significam Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa.[3][4][5][6][7] A explicação destes efes tão adaptados posteriormente a outras cidades é simples:
- Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a sua força;
- Farta: devido à riqueza do vale do Mondego;
- Fria: a proximidade à Serra da Estrela e o facto de estar situada a uma grande altitude explicam este F;
- Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como Rei;
- Formosa: pela sua natural beleza.
Ainda relativamente ao «4º F» da Cidade, é sintomática a gárgula voltada em direção a nascente (ao encontro de Espanha): um traseiro, em claro tom de desafio e desprezo. É comum ver turistas procurando essa Gárgula específica, recentemente apelidada de "Fiel".
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes[8] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
33 006 | 36 280 | 40 205 | 41 910 | 44 010 | 41 909 | 43 314 | 47 862 | 51 468 | 48 994 | 39 741 | 40 360 | 38 765 | 43 822 | 42 541 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário[9] | ||||||||||||
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1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 14 181 | 14 816 | 14 177 | 14 678 | 15 799 | 15 617 | 14 233 | 11 105 | 9 028 | 7 282 | 6 809 | 5 833 |
15-24 Anos | 7 901 | 8 128 | 7 563 | 8 253 | 8 851 | 9 814 | 8 399 | 6 195 | 7 219 | 5 789 | 6 126 | 4 409 |
25-64 Anos | 17 016 | 18 267 | 17 316 | 17 659 | 20 060 | 21 836 | 22 076 | 17 455 | 18 155 | 18 846 | 22 721 | 23 426 |
= ou > 65 Anos | 2 172 | 2 337 | 2 462 | 2 972 | 3 114 | 3 902 | 4 286 | 4 490 | 5 958 | 6 585 | 8 166 | 8 873 |
> Id. desconh | 40 | 86 | 212 | 92 | 209 |
(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)
Orago[editar | editar código-fonte]
A Virgem da Assunção é a Padroeira da Guarda.
Não é por acaso que:
- Por cima da entrada principal, ao centro, está a estátua da Virgem da Assunção, ladeada pelas torres sineiras com a heráldica de D. Pedro Vaz Gavião.
- O altar-mor (da Sé Catedral), atribuído a João de Ruão e mandado fazer ca. 1553 pelo bispo D. Gregório de Castro, é composto por um retábulo com uma centena de figuras esculpidas (do Antigo e do Novo Testamento) em pedra de Ançã. Um dos painéis centrais é ocupado por uma estátua invocando Nossa Senhora da Assunção.
- Segundo Adriano Vasco Rodrigues, é uma "“imagem em granito da Senhora da Assunção, padroeira da Guarda.”
(Fonte: ‘A Catedral da Guarda, motivo de orgulho!’, de Adriano Vasco Rodrigues, em GuardaViva Boletim Municipal, Nº 1, página 21)
- “Fachada principal virada a oeste, sendo visível um primitivo remate em pena angular, sendo rasgada por portal em arco abatido, com cogulhos internos, que se entrelaçam, dando origem a uma nicho com mísula e baldaquino, onde se integra a imagem de Nossa Senhora da Assunção; é ladeado por dois colunelos finos, assentes em bases altas com toros e escócias, surgindo, nos intercolúnios, mísulas ornadas por folhagem protegidas por baldaquinos; o colunelo exterior prolonga-se sobre o nicho da Virgem, em arco canopial, com cogulhos internos e externos, sendo flanqueado por dois possantes gigantes, constituídos por amplas bases, de onde saem feixes de colunas torsas, rematando em pináculos também torsos e com florão.”
- “Na Estatística Paroquial, é referido que a paróquia da Sé, de Nossa Senhora da Assunção, era um priorado apresentado pelo bispo local.”
- "...no centro a Virgem da Assunção, padroeira da cidade da Guarda.”
(Fonte: MONOGRAFIA ARTÍSTICA DA GUARDA, Adriano Vasco Rodrigues, 2ª edição, 1977, página 98, 2º parágrafo)
- “Diocese da Guarda (Diœcesis Ægitaniensis) - Padroeiro: Nª Senhora da Assunção”
- "Num nicho central, vê-se a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Guarda."
(Fonte: Património & Turismo, Distrito da Guarda 1999 [(REGISTOS: Ministério da Justiça, Empresa Jornalística Nº 222033, ICS (Titularidade) Nº 122034] , página 46)
- "Paróquia: Guarda; Orago: Nossa Senhora da Assunção"
Cronologia[editar | editar código-fonte]
- 200 000 000 a.C. - Impacto de um meteoro a NE da atual cidade da Guarda, formando-se uma cratera complexa de 35 km de diâmetro.[10]
- 139 a.C. - Viriato é assassinado, provavelmente no Cabeço das Fráguas nas proximidades da atual cidade da Guarda.
- 1199 - Em 27 de Novembro, fundação da cidade da Guarda – através de carta foral de D. Sancho I – com o propósito de servir de centro administrativo, de comércio e de defesa da fronteira da Beira contra os Reinos da Meseta do centro da Península Ibérica: primeiro, o Reino de Leão; depois, o Castela e finalmente, Espanha. Foi este propósito que deu origem ao nome de Cidade da Guarda.
- 1202 - Criação da Diocese da Guarda, transferida de Idanha, a antiga e importante cidade romana da Egitânia, que foi largamente abandonada no tempo das invasões e lutas contra os mouros, já que a sua situação em plena fronteira e localização difícil de defender a expunham quer a mouros quer a cristãos. A cidade da Guarda foi fundada em posição muito mais fácil de defender, o que lhe permitiria tirar à Idanha a posição de centro principal da Beira Interior.
- 1203 - D. Martinho Pais é Bispo da Guarda.
- 1255 - Criação das Feiras de S. João.
- 1281 a 1282 - D. Dinis realiza as Cortes da Guarda.
- 1333 - Homens bons da Guarda solicitam a D. Afonso IV a redução das rendas.
- 1379 - D. Fernando autoriza o Bispo D. Afonso Correia II a criar o Colégio para estudantes pobres.
- 1384 - O alcaide-mor do castelo da Guarda Álvaro Gil Cabral (trisavô de Pedro Álvares Cabral) recusa-se a entregar as chaves da cidade a D. João I de Castela.
- 1385 - D. João, o Mestre de Avis, aloja-se na cidade.
- 1405 - D. João I ordena que os judeus usem uma estrela vermelha de seis pontas ao peito, estranhamente mais tarde vem recuar revogando essa mesma lei após abusos das autoridades.
- 1435 - Nasce Frei Pedro da Guarda.
- 1450 - Litígio entre o Bispo, a Câmara da Guarda e D. Afonso V, devido à entrada de vinho de fora da cidade.
- 1459 - 1476 - O Bispo da Guarda explora ferrarias em Caría auxiliado por biscaínhos, especializados em fundições.
- 1462 - D. Afonso V concede ao Bispo da Guarda o direito de explorar minas de chumbo, prata, ouro, estanho, cobre e outros metais.
- 1465 - D. Afonso V realiza novas Cortes na Guarda.
- 1475 - O príncipe D. João (futuro Rei D. João II) reúne Conselho na Guarda para reunir tropas que participarão na batalha de Toro.
- 1476 - Em Janeiro o príncipe parte da Guarda chegando a Ciudad Rodrigo no dia 24 desse mesmo mês.
- 1492 - Expulsão dos judeus de Espanha. Aumenta exponencialmente a população judia da Guarda.
- 1493 - Rui de Pina delineia o Tratado de Tordesilhas na Guarda e parte em embaixada para Castela. Deste episódio sobrou ainda nos dias de hoje a expressão que nos diz que «O Brasil nasceu na Guarda».
- 1496 - É dada ordem para a conversão ou expulsão dos judeus, levando ao aparecimento dos chamados cristãos-novos e do cripto-judaísmo na região.
- 1499 - O Papa autoriza o Bispo da Guarda a fundar três Mosteiros onde quiser.
- 1500 - A 12 de Maio dá-se o primeiro Sínodo Diocesano da Guarda.
- 1519 - D. Manuel I concede isenções fiscais aos moradores da Guarda.
- 1530 - A 5 de Outubro o Rei D. João III nomeia D. Fernando como Duque da Guarda.
- 1540 - Concluídas as obras da Catedral da Guarda, tal como hoje se conhece.
- 1541 - O Inquisidor Cardeal D. Henrique, autoriza o Reitor da Universidade de Coimbra a fazer inquisição no Bispado da Guarda, a sul do Tejo.
- 1543 - Iniciam-se as perseguições da inquisição na Guarda.
- 1580 - O Bispo da Guarda D. João de Portugal torna-se partidário da independência e opositor da dominância filipina, vindo mais tarde a combater em Alcântara ao lado do D. António o Prior do Crato, vindo a morrer no cárcere em 1592 às ordens de Filipe II de Espanha.
- 1582 - É adotado o calendário gregoriano na diocese Egitaniense.
- 1582 - Pedro Telésio é mestre de música na Sé da Guarda.
- 1597 - Início dos trabalhos das novas Constituições do bispado da Guarda.
- 1614, 1615 e 1617 - Guerra entre bandos na Guarda.
- 1655 - Intensificada a exploração de Estanho nas minas da Guarda.
- 1670 - Matias de Sousa Vilas Lobo ensina música na Guarda.
- 1674 - Sínodo diocesano para regulamentar os dízimos. Este irá produzir levantamentos populares em Idanha-a-Nova.
- 1697 - Ano de fome em toda a região da Guarda.
- 1704 - Encontram-se na Guarda, D. Pedro II e o Arquiduque Carlos d'Áustria, envolvidos na guerra de sucessão de Espanha.
- 1727 - A 19 de Junho morre, com 103 anos, a Madre Mariana de S. Miguel no Convento de Sta. Clara. A 26 de Junho, pelas 14h, a cidade sofre uma trovoada com pedras de dimensões nunca vistas, dois raios caem na Catedral causando danos no interior.
- 1730 - O Bispo da Guarda, D. João de Mendonça, funda em Castelo Branco o Recolhimento de Santa Maria Madalena
- 1730 a 1735 - Intensifica-se a perseguição aos judeus, aumentam as marcas cruciformes na judiaria da Guarda.
- 1733 - Morre António de Sequeira e Albuquerque com 103 anos, fora Cónego da Sé durante 86 anos.
- 1744 - A 6 de Julho o Rei D. João V pede ao Bispo da Guarda que lhe sejam remetidos os rendimentos do Cabido.
- 1749 - Grande cheia no Mondego inunda a povoação de Porto da Carne e terrenos marginais.
- 1753 - A 23 de Agosto o Rei D. José proíbe o Bispo da Guarda de dar ordens aos oficiais de justiça seculares, ou de os ameaçar de excomunhão.
- 1755 - Sente-se o terramoto de Lisboa na Região, que causa graves danos em Pinhel.
- 1757 - A 6 de Dezembro o Rei D. José adverte o Bispo da Guarda quanto às punições destinadas a eclesiásticos que colaboram com o contrabando, escondendo-os nas igrejas.
- 1762 - Estado de Guerra na região, ataques dos Espanhóis a Castelo Rodrigo e Almeida. O Rei D. José pede ao Bispo da Guarda para prevenir os eclesiásticos que as suas casas poderiam ser requisitadas para albergar militares.
- 1773 - A 16 de Fevereiro o Marquês de Pombal manda abolir finalmente os atestados de limpeza de sangue e queimar os cadastros de cristãos-novos.
- 1774 - A 12 de Abril o Papa Clemente XIV separa o território do Arcediago de Seia do Bispado de Coimbra e integra-o na Guarda.
- 1801 - O Marquês de Alorna derruba parte da muralha da Guarda para construir o Forte Velho, a 3 km da cidade.
- 1808 - As tropas francesas comandadas por Loisin entram na cidade da Guarda.
- 1810 - A Cidade sofre a 3ª invasão francesa.
- 1811 - A 16 de Abril as tropas francesas veem se obrigadas a abandonar a cidade devido à batalha de Fuentes de Oñoro que viriam a perder em 5 de Maio.
- 1812 - A 16 de Maio o Estado fornece sementes de milho pela população para reparar os prejuízos da Guerra com os franceses.
- 1829 - Em Janeiro regista-se uma "intensa vaga de frio que faz congelar os ovos e a aguardente". (para que isto ocorra são necessárias temperaturas inferiores a -23 °C).
- 1833 - O Bispo absolutista D. José Pacheco e Sousa abandona a cidade que só voltará a ter bispo em 1858.
- 1835 - Novo derrube de secções da muralha para construção do cemitério.
- 1839 - Destruição da porta da Covilhã e da torre das freiras.
- 1855 - Criação do Liceu da Guarda.
- 1866 - O Governador Civil Sande e Castro intervém para que se crie o Montepio Egitaniense.
- 1868 - Criado aquele que se pensa ser o 1º jornal da Guarda: «O Egitaniense».
- 1871 - Nasce Carolina Beatriz Ângelo.
- 1876 - Fundação da Companhia dos Bombeiros Voluntários da Guarda.
- 1881 - É extinta a Diocese de Pinhel e incorporada na diocese da Guarda.
- 1882 - A 4 de Agosto D. Luís I e D. Maria Pia são recebidos solenemente na Guarda por ocasião da Inauguração da linha da Beira Altaentre a Guarda e Vilar Formoso, junto da fronteira com Espanha.
- 1883 - Nasce Ladislau Patrício.
- 1885 - Morre a última freira do convento de Sta. Clara, que é posteriormente entregue à Misericórdia para a instalação de um hospital. Inicia-se dos trabalhos de ligação com a Linha da Beira Baixa.
- 1887 - O Governador Civil D. João de Alarcão intercede e consegue a criação do Asilo de mendicidade Distrital.
- 1889 - Criação do Asilo da Infância desvalida.
- 1894 - Conferência de S. Vicente Paulo (Intervenção do Bispo D. Tomaz G. de Almeida)
- 1895 - Integração da Guarda na 5ª Brigada através dos corpos de Infantaria nº 12, 21 e 23. Construção do Mercado fechado com arte em ferro.
- 1896 - Eletrificação da Guarda, sendo concessionário Francisco de Pinto Balsemão.
- 1897 - Criação da Escola Normal(Magistério Primário).
- 1899 - Começam obras de restauro da catedral (Arq. Rosendo Carvalheira e Mestre Valentim).
- 1901 - A 30 de Dezembro a Sé Catedral é decretada monumento nacional.
- 1902 - Câmara da Guarda gasta 387.000$00 no abastecimento de água para a freguesia de Vela.
- 1904 - Fundada a Caixa Económica da Guarda, por João Caetano Salvado.
- 1907 - A 18 de Maio chegam à Guarda D. Carlos I e D. Amélia para inaugurar o Sanatório Sousa Martins.
- 1910 - Implantação da República, saudada com grande entusiasmo pela população da cidade.
- 1911 - Durante um baile no Regimento de Infantaria n.º 12 o soalho abate provocando vários feridos com fraturas, especialmente entre as senhoras.
- 1921 - A Câmara Municipal tem direito a imprimir moeda (cédulas camarárias).
- 1922 - O ex-aluno do Liceu da Guarda, Sacadura Cabral, inicia a 1ª travessia do Atlântico Sul.
- 1926 - Início da Ditadura militar.
- 1929 - A 26 de Fevereiro falece Augusto Gil.
- 1931 - Sai o último nº (938) do jornal "O Combate", foi seu diretor o poeta José Augusto de Castro.
- 1934 - Morre no Tarrafal o General Adalberto Gastão de Sousa Dias, heroico defensor da Democracia. É transportado para a Guarda e depositado sem honras fúnebres num jazigo do cemitério municipal.
- 1937 - O Jornal democrático "Distrito da Guarda" é encerrado pela censura.
- 1940 - Chegam à Guarda refugiados da Segunda Guerra Mundial, começam a sentir-se o racionamento de alimentos.
- 1941 - Ciclone derruba milhares de árvores no Distrito.
- 1942 - Inaugurado o Hotel Turismo.
- 1946 - Reabre a escola do magistério primário.
- 1951 - A 11 de Novembro falece Salvador do Nascimento, a cidade presta honras fúnebres.
- 1956 - Entra em funcionamento a Escola Comercial e Industrial da Guarda.
- 1963 - As Indústrias Lusitanas Renault instalam-se na Guarda.
- 1967 - Morre Ladislau Patrício.
- 1974 - O Regimento de Infantaria adere desde a primeira hora ao MFA.
- 1976 - Acordos da Guarda - entre Portugal e Espanha.
- 1977 - Celebra-se na Guarda o "Dia das Comunidades Lusíadas" com a presença do Pres. da República General Ramalho Eanes e Membros do Governo.
- 1978 - Criada na Guarda a Associação de Amizade Portugal-Israel.
- 1979 - Geminação da cidade com Safed.
- 1983 - Criação da Escola Superior de Saúde da Guarda - Nasce o Instituto Politécnico da Guarda.
- 1988 - Em Março - Presidência aberta sendo presidente Dr. Mário Soares.
- 1995 - Abílio Curto abandona a Presidência da Câmara Municipal, cargo que exercia desde 1976.
- 1999 - Celebração do VIII centenário do Foral Sanchino, com a presença do Presidente Jorge Sampaio. É criado o Centro de Estudos Ibérico.
- 2001 - D. José Saraiva Martins ascende a Cardeal.
- 2010 - O histórico Hotel Turismo é encerrado. A Câmara Municipal da Guarda acorda vender o edifício ao Turismo de Portugal.
- 2010 - Encerramento da Delphi, à data uma das maiores empregadoras da região.
- 2011 - O último Governador do Distrito, Santinho Pacheco é exonerado pelo Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho.
- 2013 - A coligação PSD/CDS ganhou a autarquia da Guarda
- 2014 - A cidade é, novamente, palco das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com a Presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Lendas[editar | editar código-fonte]
Segundo uma lenda, no tempo da Reconquista, havia uma jovem Ana apaixonada por Alfonso III das Astúrias que seguiu o rei, vestida de soldado. Depois duma batalha, o rei descobriu o segredo de Ana e emocionado, mandou construir um castelo para Ana viver, tornando-se a guardiã daquelas terras.
Geografia[editar | editar código-fonte]
A Guarda é sobranceira ao Vale do Mondego, insere-se no último contraforte Norte da Serra da Estrela é a cidade mais alta de Portugal, quanto à altitude da área urbana do município, com altitude máxima de 1.056 metros.
Fruto desta altitude é também o curioso facto de esta região pertencer a três bacias hidrográficas - Mondego, Douro e Tejo, contribuindo desta forma para os recursos hídricos das regiões de Lisboa, Porto e Coimbra. O Ponto de confluência das três bacias localiza-se na povoação de Vale de Estrela nas imediações da Guarda.
Clima[editar | editar código-fonte]
O clima na cidade da Guarda é temperado, com influência mediterrânica, visto que no verão há uma curta estação seca. O mês mais quente é Julho, com temperatura média de 19,7 °C, e o mês mais frio é Janeiro, com média de 4 °C. O mês mais chuvoso é Dezembro, com pluviosidade média de 150,6 mm, e o mês mais seco é Agosto, com média de escassos 10,4 mm. A temperatura média anual é de 11,1 °C e a pluviosidade média anual é de 914,2 mm. É considerada uma das cidades mais frias de Portugal, experimentando algumas vezes por ano precipitações de neve.
As temperaturas inferiores a -10 °C ocorrem com alguma frequência, havendo inclusivamente registos históricos datados de Janeiro de 1829 que parecem indicar temperaturas inferiores a -20 °C (ver secção cronologia).
[Esconder]Dados climatológicos para Guarda (1981-2010) | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 15,2 | 17,6 | 23,0 | 24,5 | 30,8 | 33,7 | 38,3 | 34,6 | 36,0 | 27,0 | 21,3 | 17,1 | 38,3 |
Temperatura máxima média (°C) | 6,8 | 8,6 | 11,4 | 12,4 | 16,4 | 21,2 | 25,1 | 25,0 | 21,1 | 15,0 | 10,0 | 7,8 | 15,1 |
Temperatura média (°C) | 4,0 | 5,5 | 7,7 | 8,4 | 12,3 | 16,2 | 19,7 | 19,5 | 16,3 | 11,4 | 7,5 | 5,3 | 11,15 |
Temperatura mínima média (°C) | 1,2 | 2,3 | 3,7 | 4,6 | 7,7 | 11,3 | 14,0 | 13,9 | 11,9 | 8,3 | 5,0 | 2,9 | 7,2 |
Temperatura mínima recorde (°C) | -10,8 | -6,2 | -8,8 | -4,5 | -1,8 | 1,2 | 4,4 | 4,9 | 1,8 | -0,6 | -7,5 | -6,7 | -10,8 |
Precipitação(mm) | 104,8 | 71,2 | 59,4 | 86,7 | 86,3 | 33,9 | 18,2 | 10,4 | 58,2 | 107,4 | 127,1 | 150,6 | 914,2 |
Dias com neve | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 |
Fonte: Instituto Português do Mar e da Atmosfera (1981–2010)[11](Records: 1971-2010) 26 de fevereiro de 2013 | |||||||||||||
Fonte #2: Climate Zone (Dias de neve - média 2010 a 2014) [12] 26 de fevereiro de 2013 |
Organização administrativa[editar | editar código-fonte]
Até 2013, a cidade da Guarda era oficialmente constituída pelas freguesias urbanas da Sé, São Vicente e São Miguel, entretanto unidas numa só (Freguesia da Guarda), embora efetivamente a malha urbana abarque também as freguesias de Vale de Estrela, Maçainhas, Alvendre, Arrifana, Casal de Cinza e Panoias de Cima (estas últimas apenas parcialmente).
Freguesias[editar | editar código-fonte]
Desde a reorganização administrativa de 2012/2013,[2] o concelho da Guarda está dividido em 43 freguesias:
Até 1 de janeiro de 2002, fazia também parte do município a freguesia do Vale de Amoreira, a qual entretanto foi transferida para o vizinho concelho de Manteigas.
Cidades geminadas[editar | editar código-fonte]
- A cidade da Guarda está geminada com cinco cidades:[13]
Política[editar | editar código-fonte]
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PS | CDS-PP | PPD/PSD | APU/CDU | AD | PSD-CDS | |||||||
1976 | 33,56 | 3 | 31,22 | 2 | 21,66 | 2 | 4,89 | - | ||||
1979 | 54,28 | 4 | AD | AD | 3,00 | - | 37,17 | 3 | ||||
1982 | 57,34 | 5 | 4,15 | - | 32,81 | 2 | ||||||
1985 | 52,44 | 4 | 31,75 | 3 | 3,53 | - | ||||||
1989 | 52,81 | 4 | 6,47 | - | 33,43 | 3 | 2,67 | - | ||||
1993 | 52,34 | 4 | 5,30 | - | 34,49 | 3 | 3,25 | - | ||||
1997 | 56,29 | 4 | 4,08 | - | 32,12 | 3 | 2,98 | - | ||||
2001 | 47,65 | 4 | 2,97 | - | 42,46 | 3 | 1,98 | - | ||||
2005 | 52,51 | 4 | 4,55 | - | 33,84 | 3 | 1,78 | - | ||||
2009 | 55,79 | 5 | 5,15 | - | 28,33 | 2 | 2,68 | - | ||||
2013 | 30,39 | 2 | PPD/PSD | CDS-PP | 3,89 | - | 51,43 | 5 | ||||
2017 | 23,35 | 2 | 5,59 | - | 61,20 | 5 | 2,11 | - |
Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]
Data | % | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
CDS-PP | PS | PPD/PSD | PCP | UDP | AD | APU/CDU | FRS | PRD | PSN | BE | PAN | PàF | |
1976 | 32,13 | 30,32 | 18,64 | 3,55 | 1,23 | ||||||||
1979 | AD | 36,73 | APU | 0,82 | 49,51 | 5,49 | |||||||
1980 | FRS | 0,78 | 51,23 | 4,82 | 35,15 | ||||||||
1983 | 18,78 | 46,20 | 23,27 | 0,34 | 4,84 | ||||||||
1985 | 16,46 | 30,28 | 27,44 | 0,82 | 5,15 | 13,00 | |||||||
1987 | 5,44 | 29,41 | 53,28 | CDU | 0,25 | 3,15 | 2,12 | ||||||
1991 | 5,42 | 36,29 | 48,61 | 2,39 | 0,81 | 1,80 | |||||||
1995 | 10,49 | 52,62 | 30,69 | 0,41 | 2,12 | 0,35 | |||||||
1999 | 10,35 | 47,71 | 33,22 | 3,44 | 1,45 | ||||||||
2002 | 9,86 | 39,83 | 42,50 | 2,35 | 1,79 | ||||||||
2005 | 6,89 | 51,79 | 27,27 | 3,00 | 4,71 | ||||||||
2009 | 11,48 | 36,44 | 30,78 | 3,55 | 10,99 | ||||||||
2011 | 13,34 | 28,59 | 41,35 | 3,89 | 4,68 | 0,81 | |||||||
2015 | PàF | 33,83 | PàF | 4,11 | 10,23 | 1,51 | 41,73 |
Património arquitetónico e arqueológico[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado na Guarda
A cidade tem vários monumentos arquitetónicos, na sua maioria situados no centro histórico:
- Sé Catedral da Guarda
- Igreja de São Vicente
- Igreja da Misericórdia
- Portas da cidade (do Sol, da Erva, Del Rei e Falsa)
- Torre dos Ferreiros
- Torre de Menagem (Castelo da Guarda)
- Muralhas da cidade
- Capela de Nossa Senhora do Mileu
- Estação arqueológica da Póvoa de Mileu
- Capela de São Pedro de Verona
- Paço Episcopal
- Paços do Concelho
- Solar do Alarcão
- Solar dos Póvoas
- Antigos Paços do Concelho
- Pelourinho da Guarda ou Cruzeiro da Guarda
- Judiaria da Guarda
- Casa do Alpendre
- Casas dos Magistrados
- Hotel Turismo da Guarda
- Convento de São Francisco da Guarda ou Convento do Espírito Santo
- Antigo Colégio do Roseiral
- Complexo do ex-Sanatório Sousa Martins ou Hospital da Guarda
- Chafariz de Santo André
- Castro do Jarmelo
- Castro de Tintinolho
- Solar da Rua do Encontro
- Cabeço das Fráguas
- Anta de Pêra do Moço
- Ponte antiga de Valhelhas
- Pelourinho de Valhelhas
- Igreja Matriz de Aldeia Viçosa
No centro histórico da Guarda encontram-se vários edifícios com marcas mágico-religiosas: um estudo de Novembro de 2006, editado pela Sociedade Pólis Guarda e pela autarquia local, identifica 48 marcas cruciformes em edifícios da zona da Judiaria.
Património natural[editar | editar código-fonte]
Encontram-se classificadas como árvores de interesse nacional:
- Todo o Arvoredo do Hospital da Guarda
- Castanheiro de Guilhafonso
Mais património natural da região:
- Cão da Serra da Estrela - sem dúvida um dos mais interessantes canídeos de Portugal
- Teixos da Serra da Estrela
- Lobo Ibérico - as últimas alcateias livres a sul do Douro situam-se nesta região
- Vale Glaciar de Manteigas
- Orografia granítica, com afloramentos frequentes e por vezes com dimensões monumentais
- Carvalhais de Carvalho Negral
- Soutos e Castinçais
- Possível Cratera de 35 km de diâmetro[10]
- Linha de festo tago-duriense que define as vertentes das bacias hidrográficas do Tejo e do Douro, na freguesia de Panoias de Cima[14]
O Concelho encontra-se parcialmente inserido no Parque Natural da Serra da Estrela
Associações recreativas e desportivas[editar | editar código-fonte]
Durante muitos anos, o principal clube desportivo da cidade, com notório ecletismo, foi a Associação Desportiva da Guarda que entretanto se extinguiu. Em seu lugar apareceu o clube Guarda Desportiva Futebol Clube, que se dedicou apenas ao futebol.
Outros clubes que se têm destacado neste desporto são o Mileu-Guarda Sport Clube e o NDS(Núcleo Desportivo e Social), este sobretudo nas camadas jovens. Clubes que se têm destacado fora do âmbito do futebol são o Clube de Montanhismo da Guarda, e o Centro de Desporto e Cultura do Pinheiro no atletismo.
A cidade tem ainda diversas associações culturais e recreativas, dentre as quais, a Associação de Desenvolvimento Carapito S. Salvador.
Existe ainda o Grupo Desportivo e Recreativo das Lameirinhas (GDRL) que se destaca no âmbito do futsal, no escalão nacional de seniores, possuindo também uma equipa B e escalões de iniciação. O clube tem também escalões juvenis de basquetebol feminino.
Infraestruturas e acessibilidades[editar | editar código-fonte]
O Concelho é servido por uma boa rede viária:
- A25 (auto-estrada) - Liga a cidade a Espanha e a Aveiro
- A23 (auto-estrada) - Liga a cidade ao ao sul (Torres Novas) pelo interior do país. É também a principal ligação a Lisboa, com confluência na A1 (auto-estrada).
- IP2 (Itinerário principal) - Liga a cidade ao ao Norte (Bragança) pelo interior do país, sendo que o troço até Trancoso é com perfil de Auto-estrada (4 vias).
- IP5 - Aquando da inauguração da A25, foi desqualificado da rede nacional de estradas. Usado ainda para ligação a algumas freguesias limítrofes.
- EN16
- EN18
- EN221
- EN233
Ferrovias[editar | editar código-fonte]
Na Guarda passam ainda as seguintes linhas ferroviárias:
- Linha da Beira Alta - Figueira da Foz - Guarda - Vilar Formoso (via Pampilhosa)
- Linha da Beira Baixa - Entroncamento - Guarda (via Castelo Branco)
Após o abandono do projeto do TGV português devido à crise económica mundial, o governo português anunciou em 2011 a requalificação da linha da beira alta para bitola europeia de forma a permitir a circulação de mercadorias em velocidade alta a partir dos portos do norte de Portugal para o centro da Europa.
Plataforma logística e outras[editar | editar código-fonte]
No Concelho existe a PLIE - Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, uma área infraestruturada de raiz com cerca de 100 hectares, de cariz logístico-industrial onde a atividade de armazenagem e produção tem condições ótimas do ponto de vista da distribuição Ibérica, não só pela confluência das várias vias rodoviárias e ferroviárias, mas também pela posição intermédia entre Lisboa-Madrid e Aveiro-Madrid, sendo de todas as passagens fronteiriças aquela que proporciona o menor e mais rápido trajeto em direção ao centro da Europa.
No Concelho existe a barragem do Caldeirão, importante infraestrutura para o abastecimento de água e produção de energia. A barragem foi também feita com o intuito de ser um pólo de atração turística.
Economia[editar | editar código-fonte]
Antes do 25 de Abril, a grande maioria do concelho habitava em aldeias e vivia da agricultura de subsistência. Com a democracia, começou a haver uma deslocalização dos meios rurais para a cidade e as pessoas começaram a trabalhar no sector dos serviços e da indústria. Houve grandes fábricas, como a Renault e a Gartêxtil, ambas já desaparecidas.
Os 14 municípios do distrito da Guarda possuirão um total de 15 521 empresas, das quais 4 189 estarão sediadas no concelho da Guarda.[15]
Atualmente (2010), a crise paira na indústria desta cidade gerando milhares de desempregados: a principal empregadora a Delphi, fechou em 31 de dezembro de 2010,despedindo os últimos 321 trabalhadores (chegou a ter cerca de 3 mil trabalhadores). No entanto existem outras empresas do mesmo sector que poderão absorver alguns desses trabalhadores. Outros exemplos de empresas relevantes são a GELGURTE, Coficab, Dura Automotive, SODECIA metalurgia entre outras.
A boa situação geográfica do concelho e as boas acessibilidades fazem da Guarda um excelente local para o armazenamento e transporte de mercadorias de Portugal para o resto da Europa (e vice-versa), nesse sentido entidades privadas em conjunto com a Câmara Municipal criaram a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) que é uma plataforma transfronteiriça que procura dinamizar a economia regional e a captação de fluxos e investimentos industriais.
Turismo e gastronomia[editar | editar código-fonte]
O turismo é também uma aposta da Guarda. Os principais pontos turísticos da cidade são:
- Museu da Guarda
- Sé Catedral da Guarda
- Museu da Tecelagem dos Meios
- Teatro Municipal da Guarda
Atualmente, o concelho tem vários hotéis que aproveitam a proximidade com a Serra da Estrela, com as Aldeias Históricas e com a região do vinícola do Douro que posicionam a Guarda como base ideal para a descoberta desses destinos. A gastronomia do concelho é muito diversificada, com destaque para o Caldo de Grão, o Bacalhau à Conde da Guarda, Bacalhau à Lagareiro, o Cabrito Assado, as Morcelas da Guarda e o Arroz Doce.
Política[editar | editar código-fonte]
Presidentes da Câmara após o 25 de Abril:
- Vítor Cabeço (1976) - renuncia a favor de Abílio Curto
- Abílio Curto (1976-1995) - é afastado por ser arguido num processo judicial
- Maria do Carmo Borges (1995-2005) - renuncia para assumir o cargo de Governadora Civil do Distrito da Guarda
- Álvaro Guerreiro (2005) - termina o mandato de Maria do Carmo Borges
- Joaquim Valente (2005-2013)
- Álvaro Amaro (2013-2017) - eleito pela coligação PSD/CD
Guardenses ilustres[editar | editar código-fonte]
O concelho da Guarda foi o berço de várias personalidades, entre as quais:
- Adriano Vasco Rodrigues
- Álvaro Gil Cabral
- Álvaro de Castro
- Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Póvoas
- Carolina Beatriz Ângelo
- Cónego Manuel Joaquim Geada Pinto
- D. Jerónimo Rogado de Carvalhal e Silva
- D. João de Oliveira Matos
- Fausto Lopo Patrício de Carvalho
- Fernando Carvalho Rodrigues
- Francisco Saraiva da Costa Refoios
- Frei Pedro da Guarda
- General João d'Almeida
- João Coito
- João dos Prazeres
- Cardeal Saraiva Martins
- Ladislau Patrício
- Ribeiro Sanches
- Rui de Pina
- Veiga Simão
Filhos adotivos da Guarda[editar | editar código-fonte]
A Guarda, ao longo dos tempos, foi acolhendo individualidades que, pela sua relevância e ligação à Cidade, perduram na alma Guardense.
- Augusto César Ferreira Gil - É deste autor a popularíssima peça poética "Balada da Neve" que escreveu na Guarda.
Educação[editar | editar código-fonte]
Na Guarda, existem vários estabelecimentos de ensino, entre os quais:
Ensino superior
- IPG (Instituto Politécnico da Guarda) (público)
- Instituto Superior de Administração, Comunicação e Empresas (privado)
Ensino secundário
- Escola Secundária c/ 3º CEB da Sé
- Escola Secundária Afonso de Albuquerque
Ensino privado
- Ensiguarda
- Instituto de S. Miguel
- Colégio da Cerdeira
- Conservatório de Música de S. José da Guarda
A cidade da Guarda tem um total de 21 escolas.
Gentílico[editar | editar código-fonte]
Alguns autores acham que o gentílico da Guarda não é guardense, mas egitaniense. A palavra deriva de Egitânia, o nome latino de Idanha, e tem a ver com o facto de a diocese da Idanha (atualmente a pequena aldeia de Idanha-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova), ter sido transferido para a Guarda.
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