quinta-feira, 23 de novembro de 2017

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Pedro Santos Guerreiro
PEDRO SANTOS GUERREIRO
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22 de Novembro de 2017
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O governo disparou primeiro e parou depois. Pelo meio, fez contas - e chegou à lâmina do “não há dinheiro”. Ou, numa palavra hoje rasurada, austeridade.

Falamos dos professores: na semana passada, surpreendido pela ameaça dos sindicatos, o governo começou a fazer cedências em toda a linha às revindicações. Mas ontem, primeiro-ministro e Presidente da República ergueram a barreira do “não vai dar”. Até porque os professores não são os únicos funcionários públicos e qualquer cedência abre pressões sindicais de outras profissões. Já abriu.

O Presidente da República afirmou que não se pode “desbaratar” o “que deu tanto trabalho” a conseguir. Como escreve Pedro Sousa Carvalho no Eco, “Marcelo teve a coragem de dizer à frente de uma plateia repleta de professores aquilo que António Costa não teve: Não há dinheiro!”. Mas Marcelo garante que está alinhado com o primeiro-ministro. E está. Porque António Costa já então falara: é uma “ilusão a ideia de que é possível tudo para todos já”.

“Portugal não pode sacrificar tudo o que conseguiu do ponto de vista da estabilidade financeira, porque isso, no futuro, colocaria em causa o que foi até agora conquistado”, diz António Costa. Descubra as diferenças para Marcelo: “É uma ilusão achar que podemos voltar ao ponto antes da crise”. Sendo mais concreto, António Costa prosseguiu: é “impossível” refazer a história e recuperar carreiras antes congeladas.

Passos Coelho veio recordar: foi o Governo PS que congelou carreiras e determinou que o tempo “não contaria para futuro”. É uma maneira de o (ainda) líder do maior partido da oposição dizer que também está de acordo com não ceder às reivindicações dos professores. “O conflito com os professores mostra que, no passado e no presente, o PS também é um dos rostos da austeridade”, escreve Francisco Mendes da Silva, no Negócios.

O assunto é analisado na Comissão Política do Expresso desta semana. E em vários artigos de opinião hoje publicados. “Num dia o Governo dá, noutro o Governo tira”, escreve Pedro Ivo Carvalho, no JN. “Aberta a caixa de Pandora com a progressão na carreira dos professores, António Costa tenta, agora, mitigar o agigantamento de uma bola de neve que ele próprio precipitou pela montanha. Não era de esperar outra coisa: os militares, os oficiais de Justiça, enfim, qualquer classe profissional com mediano poder reivindicativo, quer beber do mesmo cálice adocicado dos docentes.”

“Depois de prometer meio mundo e o outro aos servidores do Estado, escancararam-se as portas a todas as reivindicações e todas as reivindicações tiveram direito a promessas que destruíram o balanço da orientação política até aqui mantida por António Costa e Mário Centeno”, analisa Manuel Carvalho, no Público, num texto intitulado “O governo a escangalhar-se”.

Esta sexta-feira, há greve na Saúde, como lembra o Negócios: apoiada pelos sindicatos da CGTP e da UGT, a paralisação parte da reivindicação das 35 horas de trabalho e as progressões na carreira de 40 mil pessoas em 2018.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Não houve candidatura, não houve sequer notícia sobre essa possibilidade, mas depois de saber-se que não ganhara a compita pela sede da Agência Europeia de Medicamento, o Porto conquistou a sede da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que assim sairá de Lisboa. Ontem, Rui Moreira foi “para casa satisfeito”. O Público explica que os quase 350 trabalhadores não sabiam de nada e marcaram para hoje um plenário.

“O Simplex também se exporta”, afirma Maria Manuel Leitão Marques ao Expresso Diário. Portugal passou a integrar o grupo de 15 estados da OCDE mais avançados em matéria de experimentação e inovação na Administração Pública.

“O governo vai aos poucos dando mais informação sobre as apostas que explicam o aumento previsto de 40% no investimento público em 2018”, analisa o Negócioscomboios, estradas e saúde explicam o disparo previsto no Orçamento do Estado.

“Bancos com accionistas espanhóis ganham espaço no crédito a empresas”escreve o Negócios em manchete. O Totta e o BPI aumentaram o volume do crédito a empresas, enquanto CGD, BCP e Novo Banco o têm reduzido.

As cadeiras na Altice não param quietas. Paulo Neves deixa a presidência da PT – e deixa de comandar a operação de compra da Media Capital – e é substituído por Cláudia Goya, que assim passa a ser “chairwoman”, deixando a presidência executiva da empresa que ocupava há cerca de quatro meses. Goya é sucedida por Alexandre Fonseca. O processo foi desencadeado depois de Michel Combes ter deixado de liderar a Altice, a 10 de novembro, como explica a jornalista Anabela Campos. O líder do grupo, Patrick Drahi, diz que "Portugal é uma das maiores apostas" da Altice no mundo.

Escritório de advogados de José luis Arnaut fatura cada vez mais com a empresa onde o ex-governante é administradorexplica o jornalista Miguel Prado. Em causa está a REN.

A Uber escondeu roubo de dados de milhões de clientes.

Adélio Mendes, conhece? Tem 53 anos, é engenheiro químico e professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), ganhou (mais) um prémio de inovação há cerca de um mês e acumula mais de 20 patentes de tecnologias pioneiras, maioritariamente ligadas ao desenvolvimento de energias limpas, entre as quais a propriedade intelectual mais cara transacionada em Portugal. O jornalista André Manuel Correia conta-lhe tudo.

O clima de Portugal está a ficar como o de Marrocos ou da Tunísiaescreve o JN. Que cita o ministro do Ambiente: “É uma tolice achar que o problema da seca se resolve no dia em que começar a chover”. Segundo o DN, a EDP está a gerir a poupança na produção de energia na Albufeira do Zêzere para que não falte água aos lisboetas. Em Matosinhos, prossegue o JN, desligou-se a rega automática de jardins.

O futebol português anda com a cabeça à roda. Há árbitros que querem fazer "greve" na próxima jornada do campeonato. Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros Profissionais (APAF), confirmou ao "Maisfutebol" que vários homens do apito estão a pedir dispensa dos jogos da 12ª jornada do campeonato devido ao "clima de suspeição sobre os árbitros no futebol português".

O FC Porto empatou (1-1) em casa do Besiktas, o que o deixa a depender apenas de si próprio para, na última jornada, garantir a continuidade na Liga dos Campeões. Na contra-crónica da Tribuna Expresso, Catarina Pereira, do Lá em Casa Mando Eu, escreve sobre “como tudo seria diferente se em vez de uma trivela à Quaresma não tivesse saído um alívio para canto dos outros à Herrera).

Três diários, dois óculos e uma caixa de cigarros: recuperados mais de 100 objetos roubados de John Lennon.


FRASES
“O que este Governo tem feito, de braço dado com o Bloco de Esquerda e o PCP, é distribuir benefícios por aqueles que maior capacidade reivindicativa têm.” André Veríssimono Negócios.

“O roubo de Tancos foi há quase cinco meses. Já se encontraram as armas, até se encontraram mais munições do que o Exército achava que tinha. Mas continuamos sem saber nada do que falhou para que o roubo tivesse acontecido.” David Dinisno Público.

“João Lourenço está a comportar-se como aqueles que eram vistos como terroristas”. Luaty Beirãono DN.

“Para não tentar ganhar, ia buscar o Lopetegui”Pinto da Costano JN.


O QUE EU ANDO A LER
Chama-se “Fábrica de Melancolias Suportáveis” e marca a estreia de Raquel Gaspar Silva na ficção.

A “poderosa estreia”, para citar o jornalista José Mário Silva, na revista E do Expresso deste sábado (disponível só para assinantes), num texto justamente intitulado “Ourivesaria sentimental”, sobre um “notável exercício narrativo sobre os poderes e os limites da memória”.

O romance abre com Carlota, criança, sentada num banco de igreja e espantada com o mundo (e o seu mundo), sentindo-se a voar “para trás e para a frente, bumerangue através do tempo”, entre as inapreensibilidades e os medos. Carlota será o centro de uma história familiar de várias gerações, desenvolvida a partir da construção (e inevitável reconstrução – e desconstrução) da sua memória, transportando-nos “para um meio rural que é descrito com extraordinária nitidez” (ainda palavras de José Mário Silva).

A realidade e a ficção ficam por aqui neste Expresso Curto. Mas prosseguem em tempo real no ExpressoTenha um dia bomPode ser que chova.
 
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