sexta-feira, 29 de setembro de 2017

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Cristina Peres
CRISTINA PERES
JORNALISTA DE INTERNACIONAL
 
“Somos fortes, a audácia é a nossa única resposta”
27 de Setembro de 2017
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soberania europeia esteve no coração do discurso que o Presidente francês tinha preparado para proferir ontem para a audiência alargada a partir da Sorbonne, em Paris, para o mundo. O resultado das eleições alemãs pode não ter sido ideal para a mensagem que exortava a Alemanha a entrar na toada, mas Emmanuel Macron não vacilou nas suas convicções europeias. “Somos fortes, a audácia é a nossa única resposta”, os objetivos são claros: maior integração entre os Estados-membros, melhores condições para os cidadãos via “convenções democráticas”.

A percentagem obtida pela extrema-direita alemã complica a vida à chanceler Angela Merkel e à Europa. E até a Emmanuel Macron, que falou dois dias depois de a chanceler ter perdido espaço de manobra para acompanhar os seus planos para a reforma da União tal como a teria imaginado. O debate público que Macron imaginou lançar sobre a reforma da zona euro fazendo “eixo” com Berlim terá de passar agora por outras peneiras, em especial se os liberais do FDP fizerem parte da coligação que vai governar a Alemanha até 2021. Por enquanto, não é certo. Os liberais deixaram claro nas reuniões preliminares que não querem ser obrigados a coligar, comentando o seu líder, Christian Lindner, que nas fileiras dos Verdes o espectro ideológico é semelhante ao dos dois partidos irmãos CDU/CSU. Pelo lado dos Verdes, a líder Simone Peter vê na pretensão da CSU de estabelecer um número limite de refugiados e migrantes a linha vermelha do seu partido para coligar com liberais e conservadores.

Macron avançou pela Europa unida contra o terrorismo, criação de uma força de intervenção europeia até 2020, um orçamento comum de defesa, políticas comuns para a segurança, migrações, alterações climáticas e tecnologia… um programa a dez anos para esta Europa a “várias velocidades” que já existe e que é preciso assumir.

Em Berlim, a chanceler digere as perdas e o vice-chanceler e ministro dos Negócios estrangeiros, Sigmar Gabriel responde: “Só conseguiremos mais Europa com soluções comuns. O Presidente Macron mostrou que tem vontade de cumprir as tarefas europeias em conjunto e pode contar connosco para isso”. Neste artigo do “New York Times” analisa-se a erosão do centro (Expresso) e a fuga dos votos para os partidos dos extremos. Merkel já assumiu a responsabilidade pela polarização do eleitorado, depois das primeiras horas, os Verdes e os liberais do FDP querem consultar as bases bases dos seus respetivos partidos sobre a possibilidade de entraram na chamada coligação Jamaica (União+liberais+verdes). Ricardo Costa explica como é que a grande decisão de Merkel de acolher um milhão de refugiados lhe valeu as piores consequências.
 
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Já ouviu falar em “stresse oxidativo”? Fique a saber que é um estresse bom lendo aqui o que o Virgílio Azevedo escreveu sobre os avanços dos cientistas portugueses do Instituto de Medicina Molecular na luta contra a malária.

Por cánão perca a volta pela campanha para as eleições autárquicas proposta pela Mariana Lima Cunha através dos cartazes que cobrem outdoors e postes por todo o país. Vá mais além e leia as notícias e reportagens que o Expresso anda a fazer pelo país neste contra-relógio dos políticos até 1 de outubro aquiaquiaquiaqui...

Tancos: oiça o podcast de política que o Expresso preparou para si e consulte o destaque que o Público faz do assunto, incluindo uma lista dos “mistério de Tancos” e chamando a Azeredo Lopes “o ministro com o ‘lugar do morto’ na ‘geringonça’”.

Ministério Público arquiva processo por escutas telefónicas ilegais realizados pelos serviços de informações, escreve o Observador. O Público explica que António Costa impediu a investigação às secretas.

Leia aqui origem da guerra entre o Banco de Portugal e o ministro das Finanças, Mário Centeno: um super-regulador que irá controlar os os supervisores da banca, dos seguros e do mercado de capitais, explica o João Palma-Ferreira.

Lá fora, o cantinho do Trump está amplificado nestes dias. Pode quase dizer-se que o mundo roda em torno dele. Desde o ênfase que foi dado à resposta que os EUA deram ao Porto Rico após a devastação causada pelo furacão Maria, o mais destruidor dos últimos 90 anos, como descreve a Reuters; ao olho-por-olho, dente-por-dente da escalada de acusações via Twitter contra a Coreia do Norte, cujo chefe da diplomacia interpretou oficialmente como “uma declaração de guerra”... os EUA de Trump estão em todo o lado e o Presidente apoiou que fossem decretadas mais sanções a Pyongyang. As manobras militares norte-americanas respondem à letra às manobras norte-coreanas.
Em conferência de imprensa em conjunto com o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy,Donald Trump disse que gostaria de continuar a ver Espanha unida - “great country!” - e que teria sido muito mais fácil lidar com o referendo na Catalunha há, 20, 15, 10 ou 2 anos, agora é que é difícil. Assunto em que é tão versado como sobre a economia da Nambia.
Perante a emergência de assuntos tão estranhos por parte da administração Trump, Jason Burke, um jornalista do Guardian que conhece bem África e o Médio Oriente, escreveu este artigo delicioso sobre o conteúdo da lista de países cujos cidadãos estão proscritos pela administração Trump de entrar nos EUA. Se fosse fácil acabar com o Obamacare, os republicanos já o teriam certamente feito. A Vox explica como é que os republicanos podem ainda reavivar até à data limite de 30 de setembro a rejeição da herança da administração anterior, que incluiu uns bons milhões de norte-americanos num sistema de saúde.

No Reino Unido, o líder dos trabalhistas encerra a conferência anual do partido em Brighton com uma mensagem clara à primeira-ministra, Theresa May: “Componha-se ou afasta-se”. Jeremy Corbyn insiste que o seu partido está pronto e à espera para negociar o Brexit com a União Europeia.

A Irlanda marcou um referendo para meados de 2018, antes da visita ao país do Papa Francisco. O aborto vai a voto, e os irlandeses vãos decidir se recuam ou não em considerar que um feto, mesmo em estado muito prematuro, é um ser humano, o que impede atualmente qualquer prática de aborto. para

A Arábia Saudita pôs o segundo pé fora da caverna e autorizou ontem ao final do dia as mulheres a conduzirem automóveis. O rei Salomon ordenou a revogação do decreto real que proibia as mulheres de conduziremautorizando as que quiserem a que lhes seja passada uma carta de condução. Esta inovação perante uma das teimas mais firmes do Reino, que entrará em vigor em junho próximo, segue-se à primeira a fazer parte de um pacote de reformas que autorizou pela primeira vez a entrada de uma mulher num estádio desportivo. Na semana passada, um religioso saudita foi proibido de pregar que as mulheres não deveriam ser autorizadas a conduzir porque os seus cérebros encolhem para um quarto do tamanho do de um homem se forem às compras. Procura-se emoji de olhos em alvo!

O i escreve hoje sobre as relações entre Luanda e Lisboa destacando o facto de João Lourenço, o novo Presidente da República que sucede a José Eduardo dos Santos, ter riscado Portugal da lista dos países amigos.

O Presidente turco declarou estar disposto a deixar à fome os curdos iraquianos como medida punitiva pelo referido à independência agendado para segunda-feira.

FRASES
“Angola dará primazia a importantes parceiros, tais como os Estados Unidos da América, República Popular da China, a Federação Russa, a República Federativa do Brasil, a Índia, o Japão, a Alemanha, a Espanha, a França, a Itália, o Reino Unido, a Coreia do Sul e outros parceiros não menos importantes, desde que respeitem a nossa soberania”João Lourenço, Presidente da República de Angola no discurso de tomada de posse

“Há situações que, na fase judicial em que se encontram, deveriam ficar no recato dos tribunais e não na praça pública”António Martins da Cruz ao Negócios referindo “aspetos na área da justiça que estão a afetar as relações entre os dois países” comentando as declarações do Presidente angolano

“Hoje já não é preciso fazer corridas entre um burro e um Ferrari para vir de Odivelas a Lisboa”António Costa, primeiro-ministro a propósito das autárquicas

“Rajoy é o verdadeiro pai da independência da Catalunha”um estudante, a propósito do referendo para a independência da Catalunha

“Uma fábrica que importe matéria prima da Alemanha, por exemplo, paga a horas, mas depois de a transformar em artigo para vender, se o fizer em Portugal, vai demorar muito tempo a pagar”Luís Salvaterra, diretor da Intrum Justutia Portugal ao JN a propósito de os pagamentos do Estado terem passado a demorar mais 19 dias

O QUE ANDO A LER
Ando a ler 
muito, muito pouco que não tenha a ver com as eleições na Alemanha, sobre as quais já devo ter escrito um trilião de caracteres (pode consultar uma seleção deles aquiaquiaquiaqui e aqui, e rever aqui o direto do dia das eleições), e muito pouco, por isso mesmo, que não tenha sido escrito em alemão. Que me perdoem a falta de tempo para procurar versões em inglês de algumas belíssimas análises e reportagens escritas pelos meus colegas alemães. Deixo então aqui, em alternativa o link para a única coisa que tenho tido energia para ver nos 2,5 minutos livres que vou encontrando. É uma série a que estou literalmente colada desde que a descobri por acaso no Netflix, ainda que já tenha percebido que os que têm mais jeito do que eu veem tudo em streaming ou empresting ou robing ou descarregaring e, aparentemente com imenso sucesso. Trata-se de The Americans, uma série sobre espiões , coisa perfeita para uma pessoa que, como eu, cresceu a ver filmes e a ler livros de espionagem. KGB e FBI degladiam-se, boicotam-se e ajustam contas com os agentes duplos e triplos. Estamos nosEstados Unidos sob presidência de Ronald Reagan, período em que a que ficou designada como Guerra das Estrelas mudou os dados no final da Guerra Fria. Anos 80 com flashbacks para a década de 60, altura em que o casal protagonista foi treinado e infiltrado nos EUA para roubar segredos de Estado, de preferência os que digam respeito aos avanços do arsenal nuclear. A reconstituição é ótima e convincente, guarda-roupa, penteados, acessórios e decoração incluídos. E a banda sonora é um transporte para quem reconheça que pode trautear as letras que já nem sabia conhecer de cor. Não é nostalgia, não! É um grande guião. Mesmo!

Hoje o Curto termina aqui. Procure substância noticiosa atualizada ao longo do dia em www.expresso.pt até à síntese que lançaremos às 18h no Expresso Diário. Passe uma ótima quarta-feira, amanhã há mais!
 
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