quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OBSERVADOR

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia......houve novidades sobre o Orçamento: o Observador sabe que o Governo espera que a economia só cresça 1,2% este ano. Ou seja: há um corte de um terço nas previsões feita no Orçamento para 2016 e no Programa de Estabilidade. Como escreve o Nuno André Martins, é "pior que o pior cenário".

Jerónimo de Sousa está a fazer-se difícil: voltou a garantir que o sentido de voto do PCP no Orçamento ainda não está decidido. Numa entrevista ao jornal Avante!, assegurou também que o congresso do partido não lhe vai dar um n.º 2 e fez uma previsão: por causa das pressões da União Europeia, "vão acentuar-se as contradições no seio do próprio PS, com um desfecho imprevisível".

À esquerda, a marcação é cerrada. Depois de Jerónimo de Sousa ter há dias defendido uma subida de pensões, Catarina Martins defendeu agora (adivinharam) uma subida de pensões, argumentando que "a recuperação de rendimentos" deve chegar a "todas as gerações".

Depois da rejeição do acordo de paz em referendo, milhares de colombianos participaram numa "marcha do silêncio" em Bogotá. Vai haver uma tentativa de renegociar os termos do acordo.


Informação relevanteO monge guerreiro chega a secretário-geral da ONU. António Guterres deve ser indicado hoje ao começo da tarde pelo Conselho de Segurança para o cargo mais importante das Nações Unidas (e depois pela Assembleia-geral). No Observador, o seu único biógrafo, Adelino Cunha, autor do livro António Guterres - Segredos do Poder, faz o elogio do percurso do ex-primeiro-ministro português. E lembra algumas das suas frases, como aquela que usou para responder a criticas ao seu catolicismo: "Não rezo tanto como se diz por aí. Devia até rezar mais".

Foi tudo muito rápido. Quando se soube que na votação de ontem Guterres tinha tido 13 votos a favor e zero contra percebeu-se que o jogo tinha acabado. Kristalina Georgieva, que apareceu nos últimos dias como a mulher de Leste que ia derrotar o português, deu-lhe os parabéns no Twitter. E seguiram-se os telefonemas de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Costa. A enchente de informação foi tão grande que, no Observador, abrimos um liveblog para seguir tudo em direto ao longo da tarde e da noite.

Os jornais estrangeiros começaram logo a tentar perceber quem é o homem que vai liderar a ONU nos próximos anos. O El Español fala no seu "humanismo discreto", o ABC nas suas "maneiras suaves", o The Independent diz que se trata de "um líder eficaz", o Le Monde (claro) lembra que ele é "francófono", o Wall Street Journal, que apoiou outro candidato, fala em "caráter forte" e em "carisma", o Frankfurter Allgemeine diz que é "um excelente orador". São só elogios. Sim, excepto num país: o búlgaro Trut, escrevendo sobre a derrota das duas candidatas do país, constatou o óbvio: "Não é mulher, nem é da Europa de Leste".

E agora, o que espera Guterres no imediato? Resposta curta: três desafios e uma enorme dor de cabeça. Se prefere uma resposta longa, ela está aqui.

Foi o primeiro 5 de Outubro de Marcelo - e, por isso, o Rui Pedro Antunes andou sempre atrás dele. Houve afetos (como não?), homenagens e ofertas de azeite. E ainda um telefonema ao amigo António, que, talvez tenham ouvido falar, vai agora mudar de emprego.
O discurso oficial propriamente dito durou apenas sete minutos, mas tem uma história por trás e alguns recados. O Vítor Matos descodificou-o.

Ontem foram conhecidos mais dois relatórios do FMI. O Fundo não foi simpático para a banca portuguesa: está entre as piores da Europa na exposição ao crédito malparado, nos rácios de capital e na rentabilidade. Nem para a economia: espera que tenhamos um défice nos 2,9% até 2021 (será o pior registo da zona euro).

Hoje, no Observador, Helena Garrido escreve sobre os problemas da banca europeia em "O teste Deutsche Bank": "Fingir que não há nenhum problema na banca foi um pecado da Alemanha, Itália e Portugal. Por cá estamos agora melhores do que há um ano".

Ainda no FMI, novidades de Vítor Gaspar. O diretor do departamento de assuntos fiscais do Fundo Monetário Internacional defendeu a reestruturação da dívida da Grécia.

O novo Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) abriu e a ponte pedonal fechou: uma enchente de visitantes obrigou a polícia a encerrar a pequena ponte junto ao também novo Museu dos Coches por medo de que a estrutura cedesse. Mais uma informação: a entrada no MAAT vai ser gratuita até março.

Snowden, parte II? O FBI deteve um funcionário da agência de espionagem NSA acusado de ter roubado material "top secret". Harold Martin, de 51 anos, teria desviado, entre outras coisas, uma lista de códigos usados para entrar em redes de governos estrangeiros.


Os nossos Especiais
Um nome é importante? Raio de pergunta: claro que sim, especialmente se esse nome for Elena Ferrante, a escritora mais misteriosa da actualidade. Afinal, qual o nome verdadeiro por detrás daquele pseudónimo? Há várias teorias, mas Carlos Maria Bobone não se perde nessas minudências. O crítico literário do Observador escreve sobre os anónimos, os pseudónimos e os heterónimos que ficaram na história.


Notícias surpreendentes
António Lobo Antunes, Ruy Cinatti e uma investigação sobre o massacre de Wiriamu. Em outubro há muitos, muitos livros a sair (exacto: vem aí o Natal) e a Rita Cipriano escreve sobre os principais.

Como é que se fazem algumas das fotografias com mais "gostos" nas redes sociais? Bem: não é como imagina. Nessas imagens, há pernas suspensas por fios, pais a segurarem em bebés que parecem voar ou cadeiras que desaparecem. Os truques estão todos aqui.

Quando estamos a conduzir devemos limitar-nos a conduzir. Parece simples, mas os portugueses não concordam. Um estudo concluiu que, quando estamos ao volante, gostamos também de enviar SMS, de tomar o pequeno-almoço, de gerir a agenda e, no caso das mulheres, de pôr a maquilhagem.

Em Inglaterra, surgiu uma nova forma de escapar aos radares: com um botão, a matrícula original é substituída por outra e, assim, evitam-se as multas. Não se evitam problemas: quem for apanhado pode ser condenado a dois anos de cadeia.

Esta semana estreou "A Rapariga no Comboio", que adapta ao cinema o thriller de Paula Hawkins. O crítico do Observador Eurico de Barros dá-lhe duas estrelas por ser um filme "mais laborioso e previsível do que habilidoso e intrigante".
Mais dois filmes para ver: "Um Editor de Génios" é "uma oportunidade perdida para fazer um bom filme"; e "A Filha" é "a boa surpresa desta semana".

Não há imortalidade. Esqueça: não há. Um estudo publicado na revista Nature que analisou dados demográficos de 40 países defende que os seres humanos só podem chegar, no máximo, aos 125 anos. A pessoa mais velha de sempre tinha 122.

Este último texto servirá para o manter acordado, agora que esta newsletter fez as vezes do seu despertador. Hoje vai haver muitas notícias sobre a ida de Guterres para a ONU, por isso vá passando por aqui, onde terá todas as novidades.
Até já!
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