quarta-feira, 26 de agosto de 2015

OBSERVADOR - 360º .- 26 DE AGOSTO DE 2015





                 
                               
               

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia 

O Presidente da Comissão Europeia publicou um artigo em vários jornais europeus, incluindo no Observador, com críticas aos líderes da UE que não adotaram as medidas já propostas em matéria de asilo e de refugiados. E com um apelo em tom de desagrado: “A Europa não pode rodear-se de uma muralha para se proteger dos migrantes”. Deixo-lhe o link para a notícia que fizemos, com o contexto necessário, e para o artigo de Jean-Claude Juncker ("Um apelo à coragem coletiva").

Na China, a bolsa de Xangai conseguiu evitar mais um dia de queda, depois do banco central ter descido as taxas de juro pela quinta vez em menos de um ano. O primeiro-ministro chinês tentou também acalmar os investidores, prometendo reformas e recordando o "enorme mercado interno" do país - mas não evitou as notícias no Financial Times que o dão como o elo mais fraco, caso a derrocada não pare no curto prazo (notícia com acesso para assinantes). Na China a conversa é outra: as notícias sobre a queda da bolsa foram quase inexistentes.

No Brasil, um magistrado do Tribunal Superior Eleitoral pediu ao Ministério Público que investigue uma empresa que recebeu 384 mil euros da campanha eleitoral de Dilma Rousseff. A dita empresa não explica que serviços prestou - e foi criada a dois meses das eleições de há um ano.

Aqui perto, em Paris, o Ministério Público decretou a prisão preventiva do cidadão marroquino que disparou a bordo de um comboio de alta velocidade na sexta-feira. Há provas de que o suspeito viu vídeos jihadistas na internet e o juiz acredita que ele tinha "intenções terroristas".

O autoproclamado Estado Islâmico resolveu divulgar as imagens que mostram como destruiu, em Palmira, património que é de toda a humanidade. Fica o registo, para percebermos do que esta gente é capaz.

Informação relevante
Uma boa notícia, em tempo útil: Mais de metade dos emigrantes 'lesados do BES' já chegou a acordo com o Novo Banco. Segundo a Renascença e o Negócios, cerca de 3.500 clientes já acordaram uma solução que lhes garante pelo menos 60% do capital investido, numa solução que teve aval do Banco de Portugal - que estará na reta final para vender o banco.
Na banca não há só boas notícias: o BPI vai fechar mais 25 balcões (pode ver quais aqui) e o BCP admite processar o governo polaco, por causa de uma lei polémica de que já falámos aqui no Observador.

No rumo das legislativas, António Costa jogou ontem em casa (para não dizer que jogou pelo seguro, que podia ser mal interpretado): passeou pelas ruas de Lisboa a exibir obras e a falar francês, na descrição tipo Jogos sem Fronteiras que a Liliana Valente escolheu para a nossa reportagem.
Pelo meio, Costa prometeu aplicar mil milhões de euros em requalificação urbana - e já teve resposta do ministro Moreira da Silva, que veio dizer que tem três mil milhões destinados a isso mesmo.

O outro ponto quente da campanha foram os dados de ontem da execução orçamental, que o Governo aproveitou para acenar com alguma devolução de IRS em 2016. Aqui foi o PS a responder à letra - sendo que o mais importante é ter em conta os quatro riscos para o cumprimento das metas, que estão destacados no Económico.

Pelo meio, ficou uma pergunta retórica de Maria Luís Albuquerque ao PS ("Como é possível?"), sendo que depois a ministra admitiria não ter lido na íntegra o programa do PS.

Falando em retórica, anote estes registos: o "encantado!" com que Portas recebeu Heloísa Apolónia, dos Verdes; o "abusam" de Costa para a maioria; o "lamentamos" das televisões para os líderes que não se entendem quanto ao debate a cinco; o "não hollandizável" com que o líder da JS fala de Costa; e o "pide reformado" com que um comunista brindou Paulo Portas.

Ontem à noite, foi a vez de Leonor Beleza ir à Universidade de Verão do PSD. E levou consigo uma frase interessante: “Não é só aceitável o que é público”.

Ainda sobre a campanha, duas notas mais: dizer-lhe que os três distritos com mais cruzinhas são Aveiro, Braga e Viana do Castelo; e contar-lhe que o PS é quem mais vai gastar em... cartazes, ao passo que a coligação vai gastar mais em brindes.

Mudo de agulha: a Santa Casa da Misericórdia apresentou uma queixa-crime contra uma ex-diretora, suspeita de entregar a empresas do marido serviços que acabaram por nem ser feitos. A história é contada pelo Público.

No DN, conta-se que a Ordem dos Médicos e os administradores hospitalares estão perante um dilema: limitar ou não os horários dos médicos internos?

Já no setor da Educação, é o JN quem aponta um problema de atraso de dois meses no pagamento de bolsas - devido à alteração do sistema informático. O problema está agora resolvido. 

Os nossos Especiais
De um lado é a igreja, do outro é um bordel (e no meio está a crise). Assim é o antigo Convento da Nossa Senhora da Conceição, em Montemor-o-Novo. O dono diz que é só "uma casa de namorados". E o padre diz isto, assim: "Não sou eu que mando". O João de Almeida Dias foi lá espreitar, seguindo os passos do Manuel e do Zeca. A reportagem é requintada, mas tem um daqueles avisos que vemos em alguns filmes e discos: Parental advisory - explicit content. Agora que está avisado, corra a ler :)

O romance nasceu aos coices e aos pinotes. Não, aqui não há aviso para linguagem explícita, mas há um para viciados em clássicos. Assinalando 50 anos de existência, as Publicações D. Quixote reeditaram o livro que lhes dá nome e colocaram-no à venda por 10 euros. O José Carlos Fernandes não perdeu a oportunidade: "Quem imagine que D. Quixote é um clássico venerando, uma obra fundadora, sim, mas datado, não suportando a comparação com o estilo desempoeirado e vivo do romance moderno, labora num grande equívoco." Os exemplos e a obra recuperada estão aqui.

Notícias surpreendentes
Se espreitar o top das músicas mais vendidas do iTunes na Áustria, vai deparar-se com algo incomum. No pódio — logo após o tema Sugar, do produtor alemão Robin Schulz — surge Schweigeminute (Traiskirchen). O nome, em português, significa “Minuto de Silêncio”. E não havia melhor nome para esta faixa pois, na realidade, é exatamente isso que ela é: um minuto de silêncio. Não pense que é um disparate: o motivo não podia ser melhor e mais atual.

Incomum é também a nova aposta da H&M: roupa reciclada, numa iniciativa que pretende reduzir o impacto da indústria da moda no planeta. Há para homem e para mulher.

Como estamos a chegar ao final de agosto, a Ana Dias Ferreira achou que era boa ideia dizer-lhe o que vai estar na moda este outono: eis 15 tendências dos desfiles para a vida real.

Na vida real, eu aproveito para lhe dizer que serei substituído aqui no 360º, nos dois próximos dias, pelo João Cândido da Silva. Os meus 12 anos de casamento servem-me de pretexto para descansar e, sim, namorar.
Se quiser seguir o exemplo, tem bom pretexto também: Portugal está na rota dos 25 melhores sítios para casar, namorar, enfim, para ser feliz. O melhor é aproveitar.

Já sabe: nestes dias mantenha-se a par das notícias aqui no Observador. E mantenha um bom sorriso na boca.

Até já!
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ANTÓNIO FONSECA

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