segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

MSN - LUSA - SYRIZA e PODEMOS - 26 DE JANEIRO DE 2015

Grécia/Eleições: Vitória do Syriza vai fazer chegar "um novo tempo" também a Espanha - Podemos



Lusa



Madrid, 26 jan (Lusa) - O líder do Podemos, Pablo Iglesias, considerou hoje que as eleições na Grécia marcam "um tempo novo" que também "chegará à Espanha", mas ressalvou que a vitória do Syriza não garante um triunfo do seu partido nas eleições espanholas.
“Suponho que se recordam do 'apocalipse' que alguns vaticinavam caso Tsipras ganhasse as eleições. Não aconteceu, o sol voltou a nascer na Grécia, um sol de esperança, e os mecanismos da democracia funcionaram com normalidade”, afirmou o secretário geral do Podemos, que compareceu ao lado de Tsipras numa das últimas ações de campanha na Grécia.
No domingo, numa primeira reação à previsível vitória, Iglesias tinha deixado um aviso ao chefe do governo espanhol e líder do PP: "Vamos enviar uma mensagem a Mariano Rajoy: 'tic tac, tic tac, tic tac...' A 31 de janeiro começa a contagem decrescente. O Podemos não nasceu para protestar. Não nascemos para ir a tertúlias, nascemos para ganhar e vamos ganhar as eleições ao PP".
Ainda assim, Pablo Iglesias refreou hoje qualquer triunfalismo no seu partido, referindo que Espanha e Grécia são muito diferentes e que a vitória do Syriza não garante o triunfo ao Podemos nas eleições marcadas para este ano em Espanha.
"Vamos ter um ano muito difícil, vamos ter de trabalhar 'jogo a jogo', num contexto diferente do grego", ressalvou Iglesias numa conferência de imprensa, sublinhando que nem o Podemos deu a vitória ao Syriza, nem o Syriza dará a vitória ao Podemos.
Os partidos habitualmente no arco do poder em Espanha, o PP e o PSOE (socialistas espanhóis), desvalorizam um possível contágio da vitória do Syriza nas eleições gregas.
No discurso de encerramento da Convenção Nacional do PP, no domingo de manhã, Rajoy tinha dito que a Espanha não pode alinhar "na roleta russa dos populismos", mas hoje - já depois da votação grega - o ministro da Economia, Luis de Guindos foi mais claro.
Em entrevista hoje ao jornal económico Expansión, o ministro disse que a Espanha não é comparável à Grécia porque "conseguiu evitar um resgate", pelo que os cidadãos acabarão por valorizar a estabilidade política" e a "recuperação económica".
Já o PSOE recusou comparações com a Grécia, mas também por outras razões: pela queda dos socialistas gregos do PASOK.
"A Grécia não é a Espanha, o PASOK não é o PSOE e o Syriza não é o Podemos", sintetizou a presidente da delegação socialista espanhola no Parlamento Europeu, Iratxe García.
Os comunistas da Izquierda Unida (IU) foram pelo sentido exatamente oposto, afirmando que se sentem parcialmente responsáveis pela vitória do Syriza, porque o apoio da formação política espanhola ao partido de Alexis Tsipras "já vem de longe".
JUAN CARLOS CARDENAS/EFE© EPA / JUAN CARLOS CARDENAS JUAN CARLOS CARDENAS/EFE
"Não há qualquer dúvida que as eleições [na Grécia] terão influência nas eleições de Espanha", declarou hoje o coordenador da IU, Cayo Lara.
Alexis Tsipras tomou hoje posse como primeiro-ministro da Grécia após a vitória nas eleições legislativas de domingo do Syriza, que acordou uma aliança de governo com os nacionalistas Gregos Independentes.
O novo primeiro-ministro prestou juramento perante o chefe de Estado grego, Karolos Papoulias.
O Syriza conquistou 36,34% dos votos nas eleições de domingo, ganhando 149 lugares no parlamento, menos dois do que o necessário para ter a maioria absoluta. Os gregos independentes obtiveram 4,75% dos votos, conquistando 13 deputados.
NVI (APN)// EL
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ANTÓNIO FONSECA

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