Enquanto dormiaOs países da zona euro começaram a divulgar as estimativas de crescimento das respetivas economias, referentes ao terceiro trimestre, mas falar de crescimento pode ser um overstatement: o PIB da Alemanha cresceu 0,1% e o de França 0,3%. Mesmo assim, no caso francês os dados estão a ser olhados como uma surpresa positiva, segundo o Financial Times. Os dados de Portugal devem ser conhecidos às 10h.
O enviado dos EUA à Ucrânia avisou para o risco de a crise naquele país ficar fora de controlo, acusando a Rússia de violar o acordo de cessar-fogo assinado há dois meses. O Kremlinrespondeu exatamente na mesma medida.
A agência Standard&Poor's deu à dívida do Twitter uma classificação pior do que a da dívida pública portuguesa: BB-,abaixo de lixo. As ações da empresa caíram imediatamente, depois da crítica à política de aquisições feita em tempo de lucros pequenos.
O Governo americano está a espiar os telemóveis através de pequenos equipamentos colocados em aviões. Segundo o Wall Street Journal, essa tecnologia está a identificar milhares de aparelhos, mesmo quando estes estão desligados.
Informação relevante
A investigação desencadeada ontem à atribuição de Vistos Gold cobre as primeiras páginas do dia. Para além dos 11 suspeitos detidos, que hoje serão ouvidos por um juiz, há alguns detalhes adicionais a merecer destaque.
Vamos à restante atualidade, ponto a ponto, para não lhe tirar tempo:
Sugestões para o fim de semanaO futuro da música está nas nuvens. O Edgar Caetano foi explorar o que está a mudar no negócio musical (e saber como vamos ouvir música no futuro), concluindo que o caminho é mesmo o streaming a partir da internet. Para prazer do Spotify e azar de Taylor Swift. E o que é que isso quer dizer para nós, consumidores? É clicar e perceber.
No olho do furacão: uma manhã com metereologistas é o texto que resulta das horas em que o João Pedro Pincha foi passar no IPMA, o instituto que nos dá o tempo para os dias que se seguem. Diz-nos ele que eles, os que preveem o tempo, gostam de mexer com o nosso estado de espírito.
"As crianças têm medo da palavra divórcio", diz-nos Lúcia Bragança Paulino, a psicóloga infanto-juvenil com quem a Ana Cristina Marques foi conversar. “Isto é para sempre?”, “Fui eu que fiz alguma coisa?”, “Quando é que vou ver o pai ou a mãe?” e “Como é que vai ser o Natal?”. Há perguntas que precisam de ser feitas. E respondidas.
E porque a chuva não nos deve tirar o prazer, aqui ficam as nossas sugestões para um fim de semana em cheio, que a Sara Otto Coelho faz com recomendações para todo o país.
Notícias surpreendentesOs smartphones nem sempre nos dão boas notícias. A aplicaçãoFind My iPhone deu o rasto para que uma mãe descobrisse o seu filho numa... prisão.
Há uma nova aplicação que promete mudar a comunicação por mensagem, tornando-nos terrivelmente honestos. Ao contrário de todas as que conhecemos, esta mostra cada letra que escrevemos ao destinatário da mensagem, sem delay nem tempo para medir palavras. Para já, só existe para Android.
Tempo para medir a honestidade: Será que aquela capa com Kim Kardashian conseguiu quebrar a internet? A comparação com os resultados da primeira aterragem num cometa, vistas pelo Twitter, dão-nos uma resposta conclusiva.
Fico-me por aqui, desde já com os meus desejos de um dia ótimo e de um excelente fim de semana.
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Ah! E que a seleção de Portugal ganhe hoje.
Até já!
O enviado dos EUA à Ucrânia avisou para o risco de a crise naquele país ficar fora de controlo, acusando a Rússia de violar o acordo de cessar-fogo assinado há dois meses. O Kremlinrespondeu exatamente na mesma medida.
A agência Standard&Poor's deu à dívida do Twitter uma classificação pior do que a da dívida pública portuguesa: BB-,abaixo de lixo. As ações da empresa caíram imediatamente, depois da crítica à política de aquisições feita em tempo de lucros pequenos.
O Governo americano está a espiar os telemóveis através de pequenos equipamentos colocados em aviões. Segundo o Wall Street Journal, essa tecnologia está a identificar milhares de aparelhos, mesmo quando estes estão desligados.
Informação relevante
A investigação desencadeada ontem à atribuição de Vistos Gold cobre as primeiras páginas do dia. Para além dos 11 suspeitos detidos, que hoje serão ouvidos por um juiz, há alguns detalhes adicionais a merecer destaque.
- A PGR emitiu um comunicado garantindo que nenhum membro do Governo está a ser investigado. O DN refere, mesmo assim, que o MP entrou no gabinete do ministro da Administração Interna, procurando documentação sobre uma nomeação de um oficial de ligação do SEF para a China. Entre os arguidos há dois elementos ditos como próximos do ministro (que, segundo o Correio da Manhã, acabou por serapanhado nas escutas que foram feitas). O JN conta que Miguel Macedo colocou o lugar à disposição, mas que Passos Coelho o segurou.
- Houve também buscas no Ministério da Justiça (e uma detenção), sendo que Paula Teixeira da Cruz quer a demissão dos suspeitos.
- A investigação dedica-se agora aos negócios de familiares dos arguidos, segundo o Público com a mira posta nas ligações ao ramo imobiliário.
- Há também os necessários balanços dos vistos gold, quetriplicaram em cinco meses e já renderam ao Estado mais de mil milhões de euros desde que foram lançados por Paulo Portas, então MNE.
Vamos à restante atualidade, ponto a ponto, para não lhe tirar tempo:
- A privatização da TAP, agora numa versão de 66% do capital (com direito de opção para os 34% restantes sujeita a condições), deve estar concluída até ao final do primeiro semestre. O ministro António Pires de Lima, um dos centristas que no Governo defenderam uma venda parcial(como ontem explicou o Observador), justifica a menor ambição desta segunda tentativa com a necessidade de"prudência e aprendizagem". Segundo o Negócios, há pelo menos um antigo interessado que não se convenceu, German Efromovich.
- Na PT, o Económico diz esta manhã que os dois fundos de investimento que se juntaram numa OPA contactaram Miguel Pais do Amaral (curiosamente, também interessado na TAP). Mas ainda não há acordo fechado. A Oi pediu ontem uma revisão em alta das propostas - mostrando que tudo se encaminha para a venda da empresa. A possibilidade de tudo ser decidido numa assembleia-geral é grande, conforme explica o Jornal de Negócios.
- Há ainda um trabalho a merecer destaque no Jornal de Negócios, sobre as taxas cobradas pelo Estado, autarquias incluídas. As contas (que o jornal diz serem difíceis de escrutinar) apontam para um valor quatro vezes superior ao da sobretaxa do IRS, com uma subida significativa nos anos da troika. Isolando as câmaras, Lisboa é a recordista destacada, registando 33% destas receitas.
Sugestões para o fim de semanaO futuro da música está nas nuvens. O Edgar Caetano foi explorar o que está a mudar no negócio musical (e saber como vamos ouvir música no futuro), concluindo que o caminho é mesmo o streaming a partir da internet. Para prazer do Spotify e azar de Taylor Swift. E o que é que isso quer dizer para nós, consumidores? É clicar e perceber.
No olho do furacão: uma manhã com metereologistas é o texto que resulta das horas em que o João Pedro Pincha foi passar no IPMA, o instituto que nos dá o tempo para os dias que se seguem. Diz-nos ele que eles, os que preveem o tempo, gostam de mexer com o nosso estado de espírito.
"As crianças têm medo da palavra divórcio", diz-nos Lúcia Bragança Paulino, a psicóloga infanto-juvenil com quem a Ana Cristina Marques foi conversar. “Isto é para sempre?”, “Fui eu que fiz alguma coisa?”, “Quando é que vou ver o pai ou a mãe?” e “Como é que vai ser o Natal?”. Há perguntas que precisam de ser feitas. E respondidas.
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ANTÓNIO FONSECA
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Para que é que o Estado emite vistos Gold? E que resultados tiveram? Que problemas é que já trouxeram e que processo é este que envolve altos responsáveis do Estado? Um guia com o essencial do caso.
Buscas no Ministério da Administração Interna tiveram a ver com nomeação de Guadalupe Mégre. Ao final do dia, Macedo colocou lugar à disposição, mas Passos rejeitou.
As secretárias gerais do Ambiente e da Justiça pediram demissão logo depois de terem sido detidas. O presidente do Instituto de Registos e Notariado pediu para ser suspenso de funções.
Partido de Portas, o pai dos vistos Gold, elogia mecanismo criado em 2012: "O modelo é magnífico para captar investimento".
Filha do presidente do Instituto Nacional de Registos e Notariado tem empresa com cinco sócios, dois deles chineses. Um dos vários objetivos da empresa Golden Vista é vender imóveis.
Segundo o Correio da Manhã, o magistrado é alvo de um processo à parte. O Conselho Superior de Magistratura, contactado pelo Observador, desconhece qualquer processo contra o juiz.
Decisão foi anunciada pelo grupo, que diz ser "puramente dedicada a Deus" e para libertar os muçulmanos do que consideram ser a tirania do sistema financeiro mundial.
O Philae "aterrou" no cometa e até tirou fotografias. Mas há algo que não está a correr bem: o módulo está à sombra, só tem recebido hora e meia de luz solar e, por isso, não tem carregado as baterias
A atualidade em fotografias, os momentos que marcaram o mundo nas últimas 24 horas. O continente asiático vive uma onda de solidariedade, em Paris há um tigre à solta.
O primeiro dia será dominado pelo Banco de Portugal, com três responsáveis e serem ouvidos. Seguem-se os presidentes do ISP e CMVM na terça. Quarta é a vez de Teixeira dos Santos e Maria Luís.
Opinião
Miguel Tamen
As aparições públicas de pessoas experientes são aparições em que elas, por motivos logísticos e mesmo anatómicos, não podem exercer a sua experiência.
João Marques de Almeida
No fundo a maioria da oligarquia política portuguesa ainda acredita que a crise é passageira, e um dia o passado voltará, vestido de cor de rosa, e voltaremos a viver de crédito e a acumular dívidas.
David Dinis
José Sócrates não pode ser um tabu. Falar das políticas que aplicou antes do resgate é determinante para escolhermos o novo Governo. E sobre isso António Costa deu já sinais contraditórios.
José Manuel Fernandes
O episódio da Análise Social é instrutivo sobre o que se passa em certos meios académicos: a imposição por radicais de uma agenda ideológica, não académica, e a intimidação moral dos que se lhe opõem.
Paulo Tunhas
Seria errado interpretar o Editorial do “Avante!” de 6 de Novembro como uma manifestação de simples nostalgia do glorioso mundo da defunta RDA. Não é um fingimento útil: é uma crença absoluta.
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ANTÓNIO FONSECA
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JN - Jornal de Notícias
Maior coluna de aço inoxidável feita em Portugal a caminho do mar
14.11.2014 - 17:23
A coluna de aço apontada como a maior alguma vez fabricada em Portugal sai, esta sexta-feira, de Vale de Cambra, para ser transportada por terra até Cádis, em Espanha, destinada à extração de petróleo no mar. Tem 77 metros de comprimento, 1,50 de diâmetro e pesa 85 toneladas.
A viagem será feita por terra a uma velocidade máxima de 60 quilómetros por hora, primeiro entre Vale de Cambra e o nó da A1 nos Carvalhos, e daí até ao Algarve. "Todo o trajeto vai ser acompanhado por mais de 20 pessoas, entre batedores da Brigada de Trânsito da GNR, técnicos de uma transportadora especial, polícias portugueses e também espanhóis", adianta a fonte da Arsopi.
Pela sua dimensão excecional, nas estradas nacionais a movimentação da peça só é autorizada durante a noite; já em Espanha, só a permitem em horário diurno e nos dias úteis. "Por isso é que a coluna sai de Vale de Cambra hoje à noite, para chegar à fronteira com Espanha na segunda-feira de manhã e, a partir daí, seguir todo o dia em direção a Cádis", explica o entrevistado da metalúrgica.
O termo técnico da estrutura é "open drain caisson" e, na prática, consiste num tubo de aço inoxidável superduplex que será unido a outra coluna e depois instalado verticalmente no mar, numa plataforma off-shore em construção pela Dragados.
Ambas as colunas foram fabricadas na Arsopi, em Vale de Cambra, onde fonte dessa metalúrgica declarou à Lusa: "A peça que vai hoje para Espanha é o maior equipamento que alguma vez saiu da fábrica, tenho quase a certeza de que mais nenhuma empresa em Portugal faz colunas destas e, mesmo no mundo inteiro, só haverá uma meia dúzia a produzir material assim".
Uma vez chegada à plataforma da Dragados, a estrutura de 56,7 metros será sujeita a uma pintura anticorrosão e unir-se-á depois a outra coluna de 37 metros que a Arsopi já enviou para o local. "No alinhamento das duas, o desvio não pode ultrapassar nunca os 12 milímetros", realça a mesma fonte.
A extensão total desse "open drain caisson" será assim de quase 94 metros, dos quais três quartos estarão submersos. "Depois, a função da coluna é separar o petróleo que vem misturado na água", não diretamente a partir do leito do mar, mas sim dos volumes já acumulados nos tanques da plataforma.
Para corresponder às exigências da Dragados (que fonte de Arsopi aponta como "um dos líderes mundiais na construção de bases petrolíferas"), o fabrico da estrutura envolveu quase seis meses de trabalho em Vale de Cambra.
A encomenda terá um peso significativo na faturação da empresa, que exporta 85% da sua produção, mas o preço desta peça específica não é revelado. "Posso só dizer que é coisa para custar muitos milhões", conclui a fonte da metalúrgica.
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ANTÓNIO FONSECA
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Desta vez não resisti. A imagem de mais este Macroscópio vinha hoje no Telegraph. A ilustrar o texto de um dos mais iconoclastas cronistas de economia: Ambrose Evans-Pritchard. Os seus textos são quase sempre polémicos, às vezes torrenciais, capazes de suscitar sentimentos contraditórios, mas capazes de nos porem a pensar. O de hoje, apesar de vir ilustrado com uma imagem do Titanic, era sobre a relativa boa notícia de a zona Euro ter evitado a recessão. Chamava-se “Eurozone dodges recession but submerges in 'lost decade'”. A inspiração para o Titanic veio de uma citação do anterior ministro das Finanças de Itália, Stefano Fassina, para quem ““Titanic Europe” is heading for a shipwreck without a radical change of course.” Adversário do euro, Evans-Pritchard conclui o seu artigo de forma muito sombria:
The data for the eurozone are awful,” said Simon Tilford from the Centre for European Reform. “It is a sign of just how bad things have become that Europe’s leaders will jump on any glimmer of hope to justify policies that they still cling to doggedly. But the fact is that output is still several percent short of where it was in 2008, and massively short of where it should be. Moreover, we have probably passed the cyclical peak already,” he said. “The electorates in Italy and Spain have been stoical so far, but this is predicated on the belief that things will get better. There is a false sense of complacency about what will happen if this depression goes on for year after year,” he said.
Procurei este colunista quando lia as reacções aos dados económicos que foram ontem divulgados. Em Portugal, soube-se que a economia cresceu 0,2% no terceiro trimestre. Na zona euro o crescimento foi fraco, sendo que a Alemanha e França voltaram a crescer, mas pouco, enquanto a Itália entrou novamente em recessão. Deverão estas estatísticas justificar algum optimismo ou reforçar o nosso pessimismo? As opiniões não coincidem.
Richard Barley, no Wall Street Journal, num texto intitulado “Eurozone Growth Should Stay ECB’s Hand”, defendeu a ideia de que “unexpected Acceleration Should Damp Expectations of More Central-Bank Stimulus”. Partindo da ideia de que “the summer’s fears of a renewed eurozone economic collapse appear to have been greatly exaggerated”, Barley está moderadamente optimista:
Eurozone credit conditions are easing. And the fall in the euro, particularly if it continues, should help exporters. Some of these effects will take time to feed through to the real economy—but should make their presence felt in 2015. Structural reform remains vital, however, to boost long-term growth.
Já Philipp Hildebrand, no Financial Times, preferiu olhar para o copo meio vazio: “While third quarter GDP data in France surprised somewhat on the upside, Germany narrowly avoided sliding into a recession. From there things could easily get worse as debt overhangs keep growing, the global environment becomes less forgiving and radical political forces gain ground within the EU.” Pede por isso mais estímulos à economia, titulando: “Leaders must urge Juncker to steer Europe back on the road to recovery”.
Mas como hoje é sexta-feira, e vamos para fim-de-semana, não quero ficar pela economia. Na verdade, não fosse a imagem com que ilustro este Macroscópio, e talvez nem tivesse começado pela economia. Passemos por isso a outros temas, com outras sugestões de leitura mais substanciais.
Começo, como gosto sempre fazer, pelo Observador e por um dos vários especiais desta semana, um texto que suscitou muitos comentários e atraiu muitos leitores. Trata-se de um especial que já aqui referi e que assinala a passagem do quinto aniversário da morte do antigo guarda-redes do Benfica Robert Enke: “O guardião que tinha medo de falhar e ‘se culpava muito’”. Não é uma história de futebol, apesar de também se falar de futebol – é sobretudo a história de um homem em luta com as suas depressões.
Mudo radicalmente de tema e de ares para indicar uma entrevista com o mais famoso e mais controverso dos secretários de Estado dos EUA nas últimas décadas, Henry Kissinger. Publicada na Spiegel - 'Do We Achieve World Order Through Chaos or Insight?'–, a entrevista explora o mais recente livro daquele político que é, também, um académico, “A Ordem Mundial”. Trata-se, de resto, de um livro que chegará terça-feira às livrarias portuguesas e do qual o Observador editará um extrato, em pré-publicação, na próxima segunda-feira (esteja, portanto, atento ao nosso site). Quanto à entrevista à revista alemã, reparem nesta passagem, de puro “kissinguismo”:
SPIEGEL: In your book you argue that America has to make its decisions about war on the basis of what achieves the "best combination of security and morality." Can you explain what you mean by that?
Kissinger: No. It depends on the situation. What is our precise interest in Syria? Is it humanitarian alone? Is it strategic? Of course, you would always want to achieve the most moral possible outcome, but in the middle of a civil war you cannot avoid looking at the realities, and then you have to make the judgments.
SPIEGEL: Meaning that for a certain amount of time, for realistic reasons, we could be on the side of Bashar Assad fighting Islamic State?
Kissinger: Well, no. We could never fight with Assad. That would be a denial of years of what we have done and asserted. But frankly, I think we should have had a dialogue with Russia and asked what outcome we want in Syria, and formulate a strategy together.
Termino por hoje com uma sugestão bem diferente sobre um tema que me é especialmente caro, a liberdade de expressão. Faço-o para chamar a atenção para um texto de John O’Sullivan, um jornalista que conheço bem e por quem tenho grande estima e que escreveu no Wall Street Journal sobre “The New Threats to Free Speech”. Preocupado com algumas evoluções recentes, eis como descreve a situação:
Before the 1960s, arguments for censorship tended to focus on sexual morality, pornography and obscenity. The censors themselves were usually depicted as benighted moral conservatives—priggish maiden aunts. Freedom of political speech, however, was regarded as sacrosanct by all. As legal restraints on obscenity fell away, however, freedom of political speech began to come under attack from a different kind of censor—college administrators, ethnic-grievance groups, gay and feminist advocates. The new censors advanced such arguments as that “free speech can never be an excuse for racism.” These arguments are essentially exercises both in begging the question and in confusing it. While the principle of free speech cannot justify racism any more than it can disprove racism, it is the only principle that can allow us to judge whether or not particular speech is racist. Thus the censor’s argument should be reversed: “Accusations of racism can never be an excuse for prohibiting free speech.”
E por hoje tudo, ou quase, pois quero ainda chamar a atenção de todos aqueles que seguiram a polémica suscitada pelo texto doAvante sobre os 25 anos da queda do Muro de Berlim para duas peças jornalísticas bem interessantes: a conversa semanal, aqui no Observador, entre Jaime Nogueira Pinto e Jaime Gama, onde esta quinta-feira se falou, com surpresa, de algumas falhas dessa leitura mais ortodoxa; e a coluna de Francisco Assis no Público de ontem.
Só me resta desejar-vos um bom fim-de-semana, com muitas leituras.
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