quarta-feira, 3 de julho de 2024

DIA INTERNACIONAL SEM SACOS DE PLÁSTICO - 3 DE JULHO DE 2024

 

Saco de plástico

Saco de plástico

Um saco de plástico ou sacola de plástico é um objeto fabricado em plástico e utilizado para transportar pequenas quantidades de mercadorias. Introduzidos na década de 1970, os sacos de plástico depressa se tornaram muito populares, especialmente através da sua distribuição gratuita nos supermercados e outras lojas. São também uma das formas mais comuns de acondicionamento dos resíduos domésticos e, através da sua decoração com os símbolos das marcas, constituem uma forma barata de publicidade para as lojas que os distribuem. Os sacos plásticos podem ser feitos de polietileno de baixa densidade, polietileno linear, polietileno de alta densidade ou de polipropilenopolímeros de plástico não biodegradável, com espessura variável entre 18 e 30 micrômetros. Anualmente, circulam em todo o mundo entre 500 a 1000 bilhões destes objetos.

O saco de plástico é uma forma muito utilizada pelo homem e também muito prejudicial para o meio ambiente. Este serve de transporte para alimentos, mercadorias e objetos diversos. São práticos para o homem, porém péssimos para o ambiente. Por isso, algumas pessoas têm reduzido o seu consumo, utilizando sacolas retornáveis para compras e sacos feitos de jornal para colocar o lixo de cestos da cozinha e do banheiro.

Fabricação

Os sacos de plástico são obtidos pelo processo de produção de polímeros denominado extrusão e inflação. É extrudido um tubo oco de paredes finas, que é então inflado com pressão de ar; forma-se um fluxo contínuo que obtém uma película de filme plástico que, quando arrefecida, pode ser enrolada e depois impressa e termo soldada. O saco mais corrente, denominado "bretelle", tem um custo aproximado de 1 centavo.

Problemas ambientais

Ver artigo principal: LixoDetrito marinho

Os sacos de plástico não são formas de transporte inócuas para o ambiente por dois motivos essenciais: o elevado número de sacos produzidos por ano (cerca de 150 por pessoa por ano) e a natureza não biodegradável do plástico com que são produzidos. Além disso, a manufactura do polietileno faz-se a partir de combustíveis fósseis e acarreta a emissão de gases poluentes.

Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam a sua vida em lixeiras, ou como resíduos ou como contentores de desperdícios. Na verdade estes objetos ocupam apenas cerca de 0,3% do volume acumulado nas lixeiras. Mesmo assim, dada a sua extrema leveza, se não forem bem acondicionados os sacos de plástico têm a tendência de voar e espalhar-se pelo meio ambiente. Esta situação pode provocar outros tipos de poluição.

Quase todos os sacos de plástico não acondicionados em lixeiras acabam, mais cedo ou mais tarde, por chegar aos rios e aos oceanos. Os ambientalistas chamam a atenção para este problema e citam o fato de milhares de baleiasgolfinhostartarugas-marinhas e aves marinhas morrerem asfixiadas por sacos de plástico. O caso ocorreu em 2002, quando uma baleia anã deu à costa da Normandia com cerca de 800 kg de sacos de plástico encravados no estômago.

Perspectivas sobre os sacos plásticos

Sacos de cimento.

Em países como a Irlanda, que foi o primeiro a tomar medidas sobre a produção descontrolada de sacolas de plásticos ao introduzir o PlasTax em 2002, um imposto que cobra 0,15  ao consumidor por cada saco distribuído, têm-se vindo a diversificar as ideias para restringir a circulação e distribuição de sacos. O resultado da iniciativa irlandesa foi a angariação de cerca de 23 milhões de euros para serem investidos em projectos ambientais e uma redução no consumo de 90%. O Reino Unido encontra-se de momento a estudar a hipótese de aplicar legislação semelhante. Na Alemanha, os sacos de plásticos são pagos pelo consumidor em todos os supermercados e é habitual o uso de sacos de pano reutilizáveis ou caixas de cartão.

No Brasil, o uso de sacos de plástico é generalizado e na maioria das lojas é distribuído gratuitamente. Segundo a Associação Brasileira de Supermercado (Abras) o número de unidades consumidas pela população brasileira em 2012 foi de aproximadamente 12 bilhões, ou 0,2% dos resíduos sólidos do país. Em 2011, o consumo teria sido de 13,2 bilhões de sacolas.[1]

Em Itália, que consumia cerca de 25% dos sacos de plástico da Europa, a distribuição de sacos de plástico nas superfícies comerciais está proibida a partir de 1 de janeiro de 2011.[2] O governo italiano aposta nos sacos biodegradáveis ou de papel.

Outros países da Europa procuram ensaiar soluções para reduzir o uso.

Em Portugal, em 15 de dezembro de 2010, foi aprovado um projeto de lei proposto pelo PSD que obriga a uma redução de 90% no fornecimento de sacos nos supermercados até 2016, e outro do PS para aplicar um "sistema de desconto mínimo" no valor de pelo menos 1% a partir de 5€ de compras a quem prescinda totalmente dos sacos de plástico fornecidos gratuitamente pelas superfícies comerciais.[2]

Uma taxa de dez cêntimos sobre os sacos de plástico entrou em vigor a 15 de fevereiro de 2015 e pretendia reduzir a utilização de 466 sacos por habitante e por ano, uma das mais elevadas da Europa, para 50 sacos. A medida integrada na Fiscalidade Verde e avançada pelo ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, tem como objetivo principal contribuir para o decréscimo da quantidade plásticos que estão a poluir o ambiente. As previsões apontavam para a recolha de 40 milhões de euros como resultado da aplicação desta taxa em 2015, e o valor recebido foi de 1,5 milhões de euros.[3]

Em alguns países africanos, o problema chegou a tais proporções que na África do Sul o saco de plástico foi apelidado de flor nacional por Mohammed Valli Moosa, o Ministro do Turismo e Ambiente. Este país introduziu recentemente uma lei que torna ilegal o uso de sacos com menos de 30 micrómetros, uma medida destinada a torná-los mais caros e fomentar a reutilização.

Em todo o mundo são já muitas as cidades onde o uso do saco de plástico foi banido para as compras normais. O portal de informação Plastic Free Times, detido pela Plastic Pollution Coalition (PPC), elaborou um mapa de toda as cidades que já os baniram e ainda as cidades onde há uma taxa pela utilização de sacos, ou onde são proibidas as garrafas de plástico.[4].

Na arte

No filme American Beauty, de Sam Mendes, uma das suas imagens mais emblemáticas, simbolizando talvez a beleza efêmera dos instantes.(marcada, ainda assim, por um objeto conotado com o consumismo típico da sociedade dos Estados Unidos), é a gravação, por uma das personagens, de um saco de plástico que esvoaça num movimento circular junto a uma parede.

Soluções

Foram desenvolvidos materiais plásticos biodegradáveis que prometem, a um custo um pouco maior, resolver o problema ambiental causado pelos sacos comuns. Consta que um saco plástico comum pode demorar cerca de 100 anos (dependendo da exposição à luz ultravioleta e outros fatores) para se decompor enquanto que o novo material levaria cerca de 60 dias

Em São Paulo, empresas produzem o produto com plástico biodegradável a partir de polímeros do álcool. O setor de biotecnologia do IPT desenvolveu um plástico derivado, por ação de uma bactéria, do açúcar de cana.

fungo Pestalotiopsis microspora é capaz de alimentar-se de materiais plásticos compostos à base de poliuretano.[5] [6]

A fábrica da BASF em Ludwigshafen, na Alemanha, dobrará a partir de 2006 a produção de seu plástico biodegradável, o Ecoflex.

Como uma grande alternativa contra o consumo excessivo de sacolas de plástico, é a utilização de sacolas retornáveis ou sacolas ecológicas, confeccionada em sua maioria em algodão cru e outros tecidos.

Ver também

Referências

  1.  Dados Associação Brasileira de Supermercado
  2. ↑ Ir para:a b Público. «Itália proíbe sacos de plástico para compras a partir de 1 de Janeiro». Consultado em 31 de dezembro de 2010
  3.  «Taxa dos sacos de plástico captou 1,5 milhões, previsão era de 40 milhões de euros»
  4.  greensavers.sapo.pt (24 de agosto de 2012). «Veja o mapa de todas as cidades do mundo que já baniram sacos de plástico». 24 de agosto de 2012. Consultado em 27 de agosto de 2012
  5.  (em português) Tecmundo - Descoberto fungo que sobrevive comendo plástico e que pode ajudar a salvar o planeta. Acessado em 12/03/2012.
  6.  (em inglês) American Society for Microbiology - Biodegradation of Polyester Polyurethane by Endophytic Fungi. Acessado em 12/03/2012.

Ligações externas

SÃO TOMÉ - APÓSTOLO - 3 DE JULHO DE 2024

 


Tomé, o Apóstolo

 Nota: "São Tomé" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja São Tomé (desambiguação).
Tomé, o Apóstolo
São Tomé o Apóstolo, Diego Velázquez
ApóstoloMártir e Dídimo
Nascimento?
Galileia, na Palestina
Mortec. 72
próximo a Madras (Índia)
Veneração porIgreja CatólicaIgreja OrtodoxaIgreja Anglicana e algumas Igrejas Protestantes
Principal temploBasílica de São Tomé (em Chennai, na Índia)
Festa litúrgica3 de julho
21 de dezembro (até 1925)[1]
AtribuiçõesGêmeos, seu dedo sobre as Chagas, lança (pelo martírio), esquadro (por sua profissão como pedreiro), vendas (por sua falta de fé).
Padroeirodos arquitetospedreiros, cegos (da fé), dos juízesgeógrafosgeólogosgeometristas e da Índia, entre outros
 Portal dos Santos

Tomé, São Tomé Apóstolo, também conhecido como São Tomás ou, em grego, Dídimo, foi um dos doze apóstolos originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos sinóticos (Mateus 10:3Marcos 3:18Lucas 6:15) e os Atos dos apóstolos, havendo pouco registro além.

Nome e identidade

Alguns teólogos têm mantido discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé. Tomé ou Tomás não era propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gêmeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום), e posteriormente traduzida para o grego Dídimo (Didymus). Essa palavra aparece composta com o prenome Judas nalguns trechos bíblicos. Muito se discute de quem esse Judas Tomé seria irmão gêmeo. Outros, inclusive, acreditam se tratar de Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de Tadeu. Essa suspeita é reforçada por não haver um consenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze apóstolos, havendo indicativos no Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.

Fato é que a tradição católica e ortodoxa, bem como fortíssimos indícios indianos dos católicos nativos de Malabar, apoiam a existência deste apóstolo, sua missão evangelizadora e seu martírio. De fato, no século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a cripta do santo, suas relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado. Acrescente-se a isto que todos os antigos martirológios mencionam a ida de São Tomé à Índia, sua pregação e seu martírio, transpassado por lanças empunhadas por hindus.[carece de fontes]

O Santo apostólicamente hoje reconhecido pela igreja, já foi alvo também e objeto de 'más especulações', e alguns ultrajes formais. Por tempos, era referido como um santo 'incrédulo', já que relata a sua narrativa histórica no contexto cristão, que "arrependeu-se amargamente e chorou, ao conferir com seus próprios olhos, as chagas abertas de Cristo".

Por isto, era tatado como "O Santo Incrédulo do Senhor", ou, "Aquele que necessitava "Ver para Crer".

Tal ato, era inaceitável por muitos ortodóxicos e pelas igrejas contextuantes da época, porém, como relatam os evangelhos, foi Cristo quem o escolheu, e o chamou de Apóstolo.

Outros rumores, tratam também esta questão da 'incredulidade' do santo, como um caso em que o santo provavelmente, estaria sendo alvo, 'obcecado' e 'persuadido' por espíritos das trevas (que não provinham de Deus), e que o cercavam, torturavam e o cegavam, cotidianamente, reduzindo sua fé, tanto que, muito provavelmente por esta razão, Cristo após ressuscitado, apareceu-lhe, e concedeu-lhe a "graça" de "crer", consolando-o ao lhe dizer: "Pois, são Bem-aventurados os que creram, sem ter visto!"

Diz-se que deste instante, São Tomé passou a crer, e não duvidou mais.

Daí também a importância em buscarmos enxergar bem as situações, perto ou longe, e o êxito em conceituar a advertência cristã que diz: "Quem tem olhos para ver, veja!".

Um fato recente e muito curioso também, foi quando após o tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo que guarda suas supostas relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto. Uma antiga tradição afirmava que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas, que jamais o ultrapassariam. Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias. Isto deixou os sacerdotes hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquelas plagas. [carece de fontes]

Outros nomes

Evangelho de Tomé presente na biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia: Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou. Tradições sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou Jude Tomé. Alguns dizem ter visto nos Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo Judas Tadeu, irmão de Tiago. No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.

Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que, no Livro de Tomé o Adversário, parte dos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão: Agora, haja visto que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.[2]

Tomé nos Evangelhos

No Evangelho de João

São Tomé aparece numas poucas passagens no Evangelho de João. Em João 11:16, quando Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à Judeia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: "Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele". Alguns interpretam isso como uma antecipação ao conceito teológico paulinista de "morrer com Cristo".

Ele também fala na Última Ceia, em João 14:5. Jesus assegura, a seus discípulos, que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato. Jesus retruca a ele aos pedidos de Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai.

A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24–29, quando ele duvida da ressurreição de Jesus e afirma que necessita sentir Suas chagas antes de se convencer. Essa passagem é a origem da expressão "Tomé, o Incrédulo" bem como de diversas tradições populares similares, tal como "Fulano é feito São Tomé: precisa ver para crer". Após ver Jesus vivo, Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado "Tomé, o Crente".[3]

Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram as sementes do cristianismo pela Grécia e RomaMarcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à Índia, tendo sido o primeiro dos Católicos Orientais. Como "prova" das passagens de São Tomé pelo mundo, são-lhe atribuídas formas e marcas em pedras que se assemelham a pegadas, algumas de tamanho gigantesco. É o caso, por exemplo, da lenda sobre a "pegada" no Pico de Adão.

Assunção de Maria

De acordo com A passagem de Maria, um texto da Alta Idade Média atribuído a José de Arimateia, Tomé foi a única testemunha da Assunção de Maria aos céus. Os outros apóstolos foram miraculosamente transportados a Jerusalém para observar sua morte. Tomé, que já estava na Índia, após o funeral fora transportado à tumba dela, onde testemunhou o corpo de Maria subir aos céus, jogando-lhe seu cinto. Numa inversão à imagem de ceticismo vinculada a Tomé, os outros apóstolos é que duvidaram de seu relato até verem a tumba vazia e o cinto.[4] O recebimento do cinto por Tomé é representado várias vezes na arte medieval e pré-Tridentina.

Síria

Tomé tem um papel na lenda do rei Abgar V de Edessa (Urfa), por ter enviado Tadeu de Edessa para pregar na cidade mesopotâmica (hoje síria) de Edessa após sua Ascensão.[5] Santo Efreu, que também conta essa lenda, escreveu uma fábula na qual o demônio grita:

(...) A qual terra devo me refugiar do justo?
Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.
Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.
Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.[6]

A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo Efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX. Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia a Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto em Índia quanto em Edessa. Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido. As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.

Durante o século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos. Nos anos de 380, Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (Itineraria Egeriae):

Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, nos dirigimos diretamente à igreja e memorial de São Tomé. Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si. A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.

Índia

Eusébio de Cesareia[7] cita Orígenes como quem afirma ter sido Tomé o apóstolo dos partos, mas Tomé é mais conhecido como missionário na Índia por meio dos Atos de Tomé, escritos em torno do ano 200.

As várias denominações da moderna da Igreja oriental dos Cristãos de São Tomé atribuem suas origens à sua tradição oral, datada de fins do século II, que alega ter Tomé chegado a Maliankara, próxima à vila de Moothakunnam, na região de Paravoor Thaluk, em 52. Esse vilarejo está localizado a 5 km de Kodungallur, no Estado indiano de Querala, e contém as igrejas dedicadas a São Tomé popularmente conhecidas como Ezharappallikal (Sete igrejas e meia). Essas igrejas estão em CranganorCoulãoNiranamNilackal (Chayal), KokkamangalamKottakkayal (Paravoor), Palayoor (Chattukulangara) e Thiruvithamkode – a meia-igreja.

América

Durante os primeiros séculos da colonização europeia na América, vicejou-se a lenda de que São Tomé teria miraculosamente vindo ao novo continente e estabelecido contato com os indígenas. Novamente, como "prova" da passagem do santo, diversos sinais tidos como pegadas seriam atribuídos a Tomé. Basicamente, a figura da mitologia indígena Sumé (um homem branco que teria visitado o continente americano em tempos pré-colombianos) foi identificada e fundida com São Tomé.

Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em seu Visões do Paraíso, essa seria uma das poucas crenças relacionadas à América cuja origem se dá entre os portugueses, ao passo que os espanhóis teriam mitificado a América com a edenização, criando diversas lendas para "corroborar" essa ideia, como a terra das Amazonas e a fonte da juventude (Juventia). Para o autor, isso denotaria o caráter religioso da missão portuguesa e o caráter civilizatório da espanhola. Ainda segundo Holanda, a suposta falta de mitos relacionados à nova terra entre a população portuguesa denotaria sua falta de interesse pela América, mais interessada em extrair recursos das costas e concentrar esforços em benfeitorias mais lucrativas, na Índia e na África.

Referências

  1.  A festa de São Tomas na Igreja Católica foi movida de 21 de dezembro para 3 de Julho por forma a acomodar a de São Pedro Canísio, canonizado em 1925.
  2.  Turner, John D. The Book of Thomas Arquivado em 30 de janeiro de 2016, no Wayback Machine.(NHC II,7 138,7-138,12). Retrieved September 10, 2006.
  3.  Faith and Character of Apostle Thomas by Dr. Mathew Vellanickal and many other articles in St. Thomas Christian Encyclopaedia, ed. G. Menachery
  4.  The Passing of Mary
  5.  Eusébio, História Eclesiástica 1.13; III.1
  6.  Medlycott 1905, ch. ii
  7.  (Historia Ecclesiastica, III.1)

Ver também

Ligações externas

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