CAROS AMIGOS. SETEMBRO MOLHADO, FIGO ESTRAGADO
SÃO JOSÉ DE CUPERTINO.
JORGE SAMPAIO - POLÍTICO, PRIMEIRO MINISTRO E PRESIDENTE DE PORTUGAL - NASCEU EM 1939
DIA MUNDIAL DA MONITIRIZAÇÃO DA ÁGUA.
Atingido o número de 2 730 741 VISUALIZAÇÕES. Obrigado. Porto 18 de setembro de 2024. ANTONIO FONSECA
O Dia Internacional das Famílias é celebrado anualmente no dia 15 de maio. A data foi proclamado pela Assembleias Geral da Organização das Nações Unidas em 1993 com a resolução A/RES/47/237, e reflete a importância que a comunidade internacional atribui às famílias. O Dia Internacional oferece uma oportunidade para promover a conscientização sobre questões relativas às famílias e para aumentar o conhecimento dos processos sociais, econômicos e demográficos que afetam as famílias.[1][2]
Temas
Todos os anos, o secretário-geral da ONU anuncia um tema para o Dia Internacional das Famílias.[1]
Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu anticomunismo.
Casou a 26 de fevereiro de 1930 com Maria Iva Andrade (Leiria, 13 de maio de 1908 - Lisboa, 2 de janeiro de 2014), filha de Carlos Eduardo Tavares de Andrade, compositor modernista, fidalgo da Casa Real e senhor da Quinta da Cela Velha, em Alcobaça, e de Maria Luísa Theriaga Leitão. Tiveram três filhos: Humberto Ivo, Iva Humberta e Maria Humberta.[4]
Carreira militar e pública
Senhor de um carácter dinâmico, extrovertido e agressivo, Delgado destacou-se pela sua oposição à democracia parlamentar nos primeiros anos do regime, escrevendo um livro polémico, Da Pulhice do Homo Sapiens (1933, Casa Ventura Fernandes), onde ataca violentamente tanto os monárquicos como os republicanos, e onde manifesta a sua simpatia por Salazar e a sua obra. Em 1941, Humberto Delgado assumiu publicamente a sua simpatia por Hitler tendo publicado dois artigos na Revista Ar, em que teceu os seguintes elogios ao líder Nazi: “O ex-cabo, ex-pintor, o homem que não nasceu em leito de renda amolecedor, passará à História como uma revelação genial das possibilidades humanas no campo político, diplomático, social, civil e militar, quando à vontade de um ideal se junta a audácia, a valentia, a virilidade numa palavra”.[5][6]
Em 1952 foi nomeado adido militar na Embaixada de Portugal em Washington e membro do comité dos Representantes Militares da NATO. Promovido a general na sequência da realização do curso de altos comandos, onde obteve a classificação máxima, passa a Chefe da Missão Militar junto da NATO.
Regressado a Portugal foi nomeado Director-Geral da Aeronáutica Civil.
Os cinco anos que viveu nos Estados Unidos modificam a sua forma de encarar a política portuguesa. Convidado por opositores ao regime de Salazar para se candidatar à Presidência da República, em 1958, contra o candidato do regime, Américo Tomás, aceita, reunindo em torno de si toda a oposição ao Estado Novo.
Numa conferência de imprensa da campanha eleitoral, realizada em 10 de Maio de 1958 no café Chave de Ouro, no Rossio em Lisboa, quando lhe foi perguntado pelo célebre jornalista Mario Neves[8] que postura tomaria em relação ao Presidente do ConselhoOliveira Salazar, respondeu com a frase "Obviamente, demito-o!".
Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha com particular destaque para a entusiástica recepção popular na Praça Carlos Alberto no Porto a 14 de Maio de 1958.
Devido à coragem que manifestou ao longo da campanha perante a repressão policial foi cognominado "General sem Medo". Por outro lado, os seus detractores comunistas alcunharam-no de "General Coca-Cola", dizendo que estaria ao serviço da CIA.[9]
O acto eleitoral ocorreu a 8 de Junho de 1958. Surpreendentemente, apesar do esmagador apoio popular que recebera durante a campanha, Delgado perdeu com 23% dos votos, enquanto o impopular e apagado candidato de Salazar, Américo Tomás, foi eleito com 76,4% dos votos, o que imediatamente levantou a suspeita de uma generalizada fraude eleitoral, perpetrada pela PIDE e outros sequazes do regime.
Exílio e morte
Em 1959, na sequência da derrota eleitoral, vítima de represálias por parte do regime salazarista e alvo de ameaças por parte da polícia política, pediu asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois para o exílio nesse país.[10]
Convencido de que o regime não poderia ser derrubado por meios pacíficos promoveu a realização da Revolta de Beja, a qual veio a ser concretizada em 1962 e que visava tomar o quartel de Beja e outras posições estratégicas importantes de Portugal. O golpe, porém, fracassou.[11][12]
Assassinato pela PIDE
Pensando vir reunir-se com opositores ao regime do Estado Novo, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola em Los Almerines, perto de Olivença, em 13 de Fevereiro de 1965. Ao seu encontro, liderado pelo inspector Rosa Casaco foi uma brigada da PIDE, constituído pelo sub-inspector Ernesto Lopes Ramos, e pelos chefes de brigada Casimiro Monteiro e Agostinho Tienza em dois automóveis.
Chegados ao ponto de encontro, Monteiro, rapidamente, aproximou-se do general e, empunhando uma pistola com silenciador, disparou-lhe sobre a cabeça, matando-o logo. A secretária Arajaryr Campos, aterrorizada, começou a gritar e Tienza, com uma arma semelhante, também a matou. Os corpos foram transportados para as bagageiras dos carros e levados dali para perto de Villanueva del Fresno, junto a um caminho chamado Los Malos Pasos, cerca de 30 km a sul do local do crime, onde foram largados numa vala natural, cobertos com ácido sulfúrico e cal viva, e apressadamente enterrados. Os cadáveres viriam a ser descobertos semanas depois a 24 de Abril, por umas crianças que andavam a brincar na zona.
Mais tarde, Rosa Casaco afirmou ter sido surpreendido com as mortes, dizendo que o plano seria raptar o general, depois de o tornar inconsciente com clorofórmio, e levá-lo preso para Portugal para ser julgado por actos terroristas. Disse que Monteiro e Tienza teriam sido mandatados por chefias superiores da PIDE para matarem o general, sem que Casaco tivesse sido informado previamente.[13]
Em Janeiro de 1975 os seus restos mortais foram transferidos de Espanha até ao Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[14]
O sítio de Malos Pasos, onde se encontraram os restos mortais de Humberto Delgado de Arajaryr Campos, está assinalado e possui alguns memoriais. Em 1995 foi colocada, pela Comissão Internacional de Homenagem a Humberto Delgado, uma placa memorial e em 2005 foi erguido um monumento em mármore pela Fundação General Humberto Delgado. O ayuntamiento de Villanueva del Fresno também presta a sua homenagem com um pequeno painel no mesmo local inaugurado em 2015.[20][21]
DELGADO, Iva; PACHECO, Carlos; FARIA, Telmo (coordenação). ROSAS, Fernando (prefácio). Humberto Delgado e as eleições de 58. Lisboa, Vega, 1998. ISBN 972-699-637-6.
DELGADO, Humberto. DELGADO, Iva; FIGUEIREDO, António de (compilação e apresentação). Memórias de Humberto Delgado. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1991. ISBN 972-20-0924-9.
LINS, Álvaro. Missão em Portugal. Lisboa, Centro do Livro Brasileiro, 1974.
DELGADO, Humberto; Memórias (Colecção "Compasso do tempo"). Delfos, Lisboa, 1974.
SERTÓRIO, Manuel; Humberto Delgado: 70 Cartas Inéditas - A luta contra o Fascismo no exílio. Praça do Livro, Lisboa, 1978.
MÚRIAS, Manuel Beça. Obviamente demito-o: retrato de Delgado nas palavras dos companheiros de luta. S.l., António dos Reis, s.d.
↑Cf. DELGADO, Iva; PACHECO, Carlos; FARIA, Telmo (coordenação). ROSAS, Fernando (prefácio). Humberto Delgado e as eleições de 58. Lisboa, Vega, 1998. ISBN 972-699-637-6.