sexta-feira, 29 de março de 2024

MARIA SIDÓNIO - ACTRIZ - MORREU EM 2007 - 29 DE MARÇO DE 2024

 

Maria Sidónio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maria Sidónio Baracho Damião (Lisboa, 13 de Julho de 1920 - Lisboa, 29 de Março de 2007) foi uma atriz, cantora e ceramista portuguesa.

Biografia

Maria Sidónio nasceu em Lisboa na quarta-feira, 13 de Julho de 1920.
Morreu aos 86 anos, na quinta-feira, 29 de Março de 2007, na Casa do Artista, em Lisboa, onde habitava desde Junho de 2005. Esteve em câmara ardente na Igreja das Furnas, de onde saiu às 10 horas do dia 31 para ser sepultada no Cemitério dos Prazeres.[1]

Cantora e atriz

Em 1943 presta provas e estreia na Emissora Nacional[2] participando em inúmeros programas, em particular nos Serões para Trabalhadores.
Mais tarde conhece o escritor Aníbal Nazaré com quem se casa. Este encontro terá repercussões futuras já que permite que Maria Sidónio integre o elenco de algumas companhias de Teatro de Revista lançando sucessos nos palcos do Parque Mayer.
No seu percurso artístico participou em várias revistas como "Há Festa no Coliseu" (1944), entre outras, tendo partilhado o elenco com as maiores figuras do teatro de revista.
Sobre as suas representações afirmou: “... eu nunca fui infeliz enquanto trabalhei no teatro, fui sempre aplaudida por isso não posso querer mais, uma experiência muito boa, o público queria e gostava de nos ouvir cantar e representar."
Neste período, Maria Sidónia também se estreia no cinema, participando e cantando para o filme "A noiva do Brasil" (1945), realizado por Santos Mendes, jornalista português há longos anos radicado em São Paulo no Brasil.[3] Filme de 35 mm a preto e branco produzido pela Atlante Filmes, com a duração (não censurada) de 82 minutos, rodado em Odivelas e Feira das Mercês durante o Verão, e até Novembro, de 1944 e estreado no Teatro Tivoli a 14 de Maio de 1945[4]
Canta em festas de beneficência, como seja, a descrita pel’O Cezimbrense[5] de Setembro de 1948:

"No dia 15, a Mesa Administrativa da Misericórdia realizou, no Parque Recreio Popular, uma festa em benefício desta instituição de caridade.
A primeira parte do programa constou de uma audição musical, realizada pela Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, sob a direcção do maestro Tavares Belo.
Depois, fizeram-se ouvir os artistas Helena Barros, Irmãs Remartinez, Maria Clara e Maria Sidónio.
A segunda parte foi preenchida pelos artistas António Pinto Júnior, Arménio Silva, Estêvão Amarante, Humberto Madeira, Irmãos Alexandres e Santuzra Montti.
A terceira parte constou de fados e guitarradas, em que tomaram parte artistas da Adega Machado.
Foi locutor Artur Agostinho.
Este grandioso espectáculo foi organizado pelo sr. Carlos Ribeiro, chefe dos serviços externos da Emissora Nacional."

A sua preocupação com o necessitados e desvalidos levam-na a encabeçar a lista dos artistas que promoveu a realização, em finais de 1950, de um espectáculo a favor do Centro Familiar e Social de Nossa Senhora de Marvila (Santarém)[6].
No início da década de 50 do século XX (1953) andava em digressão pelo país, tendo consigo a jovem, e ainda menor, Anita Guerreiro que lhe tinha sido “entregue”.[7]

O seu repertório centrou-se essencialmente na interpretação de músicas brasileiras.
Após a separação de Aníbal Nazaré, Maria Sidónio conhece o cantor Tony de Matos com quem teve uma ligação de cerca de 20 anos. Em 1957 partem para o Brasil e inauguram em 1959 um restaurante típico em Copacabana (Rio de Janeiro) chamado "O Fado", organizado à semelhança das casas de fado de Lisboa, “ambientado com símbolos da cultura lusitana (cartazes de monumentos e cidades de Portugal, o Galo de Barcelos, a bandeira e o escudo de Portugal, etc.) e com elementos da temática fadista (o xale negro, a guitarra portuguesa, o quadro alusivo à fadista Severa, etc.)”[8].
Aqui o grande protagonista é Tony que se apresenta a público todas as noites, interpretando o seu inconfundível repertório.
A Maria Sidónio cabia a direcção artística do espaço.
O Fado” apresentava semanalmente espectáculos representando o folclore e as tradições de cada região de Portugal.[9]
Em entrevista Maria Sidónio confidenciava: “são tempos dos quais guardo as melhores recordações.[10]

Ceramista

Santo António da autoria de Maria Sidónio (colecção particular).

Simultaneamente, Maria Sidónio tira, no Brasil, um curso de ceramista e, após os quase sete anos que aí viveu, regressa a Portugal.

Estreia-se com uma exposição de cerâmica no n.º 21 da Rua Nova do Loureiro no Bairro Alto, em Lisboa (as antigas instalações do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI)).
Teve atelier no Pateo Alfacinha, e um recinto na Feira Popular de Lisboa, que manteve até ao fecho desta (5 de Outubro de 2003)[11], onde expunha e vendia os seus trabalhos em barro. As figuras mais representativas desta sua obra artística, que conta, também com representações de figuras da história, de baianas, morros, o Pão de Açúcar, são as figuras do Santo António e os presépios que a artista moldou até ao fim da sua vida.
Os Santo António “sem rosto”[12] tornaram-se muito característicos do seu estilo. Talvez por isso, e por ter tido um percurso artística invulgar, mesmo idosa participou em programas televisivos como o realizado no Pateo Alfacinha em vésperas do dia de Santo António.[13]

Referências

  1.  Correio da Manhã, Maria Sidónio morre aos 86, 31 de Março de 2007, http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/maria-sidonio-morre-aos-86
  2.  Oficialmente, a Emissora Nacional de Radiodifusão, usualmente designada Emissora Nacional, da qual a RDP é sucessora, foi fundada no dia 4 de Agosto de 1935.
  3.  Neves, João Alves das (1992), As Relações Literárias de Portugal com o Brasil, 1.ª edição, Maia, Dezembro de 1992, p.43. ISBN 972-566-189-3. ISSN 0871-5165.
  4.  Matos-Cruz, José de (2000), Um imaginário luso-brasileiro, Revista Camões n.º 11 2000, http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/cat_view/62-revistas-e-periodicos/69-revista-camoes/910-revista-no11-pontes-lusofonas-iii.html?start=10
  5.  Maestro Tavares Belo, Estêvão Amarante, Humberto Madeira e Artur Agostinho actuam em Sesimbra em 1948, "O Cezimbrense" n.º 1.156, 19.9.1948 http://expresso.sesimbra.pt/node/5166
  6.  Em Santarém Festa a Favor de Uma Instituição de Grande Alcance Social, Diário Popular, 21 novembro 1950, p. 4 http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/DiarioPopular/1950/Novembro/N2925/N2925_master/DiarioPopularN2925.pdf
  7.  Caetano, Maria João (2005), O tempo em que cheirava a Lisboa, Diário de Notícias, 26 Julho 2005 http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=617554
  8.  Boscarino Junior, Alberto (2010), O Fado Português na Cidade do Rio de Janeiro:1950-1970, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) - http://www.unirio.br/simpom/textos/SIMPOM-Anais-2010-AlbertoBoscarino.pdf
  9.  Restaurante O Fado - Copacabana/RJ|http://www.fotolog.com/adeliapedrosa/66355016
  10.  Museu do Fado - Entrevista realizada em 13 de Dezembro de 2006
  11.  TSF, Despedidas da Feira Popular de Lisboa são «à borla», 1 de setembro de 2003 http://www.tsf.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=868779
  12.  Maria Sidónio - Actriz/Cantora/Ceramista, blogue "Isto é Espectáculo" http://istoeespectaculo.blogspot.com/2009/10/maria-sidonio-actrizcantoraceramista.html
  13.  Foto tirada num programa televisivo de véspera do Santo António no Pateo Alfacinha onde participaram Fernanda BaptistaLenita Gentil, Jorge Baião, Maria Sidónio e Anita Guerreiro http://www.fotolog.com/fadista123/46444742

SANTO EUSTÁSIO DE TESSALÓNICA - 29 DE MARÇO DE 2024

 

Eustácio de Tessalônica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Eustácio de Tessalônica
Nascimentoséculo XII
Constantinopla
Morte1198
Salonica
CidadaniaImpério Bizantino
Ocupaçãosacerdotehistoriadorescritor, mitógrafo, teólogo
Obras destacadasCommentary on Iliad, Commentary on Odyssey, De Thessalonica urbe a Normannis capta
Religiãocristianismo ortodoxo

Eustácio ou Eustáquio de Tessalônica (português brasileiro) ou Tessalónica (português europeu) (em gregoΕὐστάθιος Θεσσαλονίκηςc. 1115 – 1195/6) foi um bispo e acadêmico grego bizantino. Celebrizou-se por seu relato contemporâneo do saque de Tessalônica pelos normandos, ocorrido em 1185, por suas orações e comentários sobre Homero, que incorporaram diversas análises feitas por estudiosos que o precederam.

Biografia

Após se tornar um monge no mosteiro de São Floro, Eustácio foi apontado para o cargo de superintendente de petições (epi ton deeseon), professor de retórica (μαΐστωρ ῥητόρων), e foi ordenado diácono em Constantinopla, capital do Império Bizantino.

Relatos sobre sua vida e obra constam das orações fúnebres de Eutímio e Miguel Coniates (conhecidos por manuscritos existentes na Biblioteca Bodleiana, da Universidade de Oxford). Nicetas Coniates (viii. 238, x.334) o louvou como o homem mais sábio de seu tempo, uma avaliação que é difícil de ser contestada. Eustácio escreveu comentários sobre a obra de diversos poetas da Grécia Antigatratados teológicos, cartas, e um importante relato sobre o saque de Tessalônica realizado pelo rei normando da SicíliaGuilherme II, em 1185.

De suas obras, seus comentários sobre Homero são os mais citados; demonstram que o autor tinha um extenso conhecimento da literatura grega, desde seus inícios mais remotos. Outras obras apresentam um caráter impressionante e grande força oratória, o que lhe rendeu a estima dos Comnenos, dinastia de imperadores. Politicamente, foi aliado do imperador Manuel I. Um pensador original, Eustácio por vezes louvou valores seculares, como as proezas militares, condenou a escravidão, e professava o conceito do progresso histórico da civilização, desde um estado mais primitivo até outro mais avançado.

Obras

Entre suas obras mais importantes estão:

  • Sobre a Conquista de Tessalônica, um relato testemunhal do sítio de 1185 e dos sofrimentos que se abateram a seguir sobre o povo de Tessalônica. Na primeiras seções de suas memórias, Eustácio também descreve eventos políticos ocorridos em Constantinopla desde a morte do imperador Manuel I, passando pelo curto reinado de Aleixo II, até a usurpação de Andrônico I, com comentários ácidos sobre as atividades de todos os envolvidos. O texto grego foi dedicado por Ciriácidis, com uma tradução para o italiano de V. Rotolo; há uma tradução para o inglês de J. Melville-Jones, e uma para o alemão, de H. Hunger.
  • Diversos discursos, alguns dos quais foram reeditados recentemente por P. Wirth (Eustathii Thessalonicensis Opera Minora).
  • Comentários sobre a Ilíada e a Odisseia, de Homero (Παρεκβολαὶ εἰς τὴν Ὁμήρου Ἰλιάδα καὶ Ὀδύσσειαν). Estes textos abordam questões a respeito da gramáticaetimologiamitologiahistória e geografia. São comentários menos originais que os extratos de comentaristas mais antigos, apresentando muitos paralelos com os escólios homéricos. Na medida em que têm como base as muitas obras de gramáticos, críticos e comentaristas de Alexandria, são uma importante contribuição para os estudos homéricos, principalmente porque muitas das obras cujos trechos são citados por Eustácio se perderam ao longo do tempo.

Embora seja provável que Eustácio tenha citado estes autores indiretamente, ele parece ser especialmente familiarizado com as obras dos maiores críticos da Antiguidade, como Aristarco da SamotráciaZenódotoAristófanes de Bizâncio, e outros. Também era um leitor ávido do Dipnosofistas de Ateneu. Alguns dos comentários etimológicos e gramaticais dos antecessores alexandrinos de Eustácio estão repletos de erros; e os próprios comentários de Eustácio são esparsos, e muitas vezes interrompidos por digressões.

A primeira edição impressa, de Majorano, foi publicada em Roma entre 1542 e 1550 (4 volumes, folio); uma reimpressão pouco precisa foi publicada posteriormente na Basileia, em 1559-60. A edição de A. Potito (Florença, 1730, 3 volumes, folio), contém apenas os comentários sobre os primeiros cinco livros da Ilíada, com uma tradução latina. Uma reimpressão toleravelmente correta da edição romana foi publicada em Lípsia, cuja primeira parte continha os comentários da Odisseia (2 volumes, quarto), 1825-1826, e a segunda continha os comentários da Ilíada (3 volumes, quarto), editados por G. J. G. Stallbaum para a Patrologia Grega, 1827-1829. Estes, por sua vez, foram suplantados pela edição de M. van der Valk a partir de 1971. Trechos dos comentários são citados em muitas edições dos poemas homéricos.

  • Um comentário sobre Dionísio Periegeta (dedicado a João Ducas, filho de Andrônico Camatero). As anotações são tão esparsas quanto os comentários sobre Homero, porém trazem diversos trechos valiosos de autores mais antigos. Foi impresso pela primeira vez com a edição de R. Stephens da obra de Dionísio (Paris, 1547, quarto), e, posteriormente, na de H. Stephens (Paris, 1577, quarto, e 1697, octavo), na Geograph. Minor, de Hudson (vol. iv.) e, por último, na edição de Bernhardy de Dionísio (Lípsia, 1828, octavo).)
  • Um comentário sobre Píndaro. Nenhum manuscrito sobreviveu, porém a introdução existe. Foi publicada pela primeira vez por Tafel em seu Eustathii Thessalonicensis Opuscula (Frankfurt, 1832, quarto), a partir do qual foi reimpresso separadamente por Schneidewin, Eustathii prooemium commentariorum Pindaricorum (Gotinga, 1837, octavo).
  • Outras obras publicadas. Algumas foram publicadas por Tafel na sua Opuscula, de 1832, e outras apareceram posteriormente, como em P. Wirth, Corpus Fontium Historiae Byzantinae.
  • Obras não-publicadas, que incluem escritos teológicos e discursos comemorativos. Diversos destes são importantes fontes históricas.

Notas

Bibliografia



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