segunda-feira, 25 de março de 2024

SANTO ISAAC - 25 DE MARÇO DE 2024

 

Isaque de Nínive

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Santo Isaque de Nínive
Bispo de Nínive
Nascimentoapróx. século VI d.C.
?
Morteséculo VI d.C.
mosteiro de Shabar
Veneração porIgreja Ortodoxa
Festa litúrgica28 de janeiro / 10 de fevereiro
 Portal dos Santos

Isaque de Nínive ou Isaac de Nínive, também conhecido como Isaque, o Sírio, foi um bispo e teólogo do século VI d.C. Ele é considerado santo pela Igreja Ortodoxa e comemorado em 28 de janeiro no calendário juliano (10 de fevereiro no calendário gregoriano).

Vida

Ele nasceu na região onde hoje é o Qatar ou Bahrein, na costa ocidental do Golfo Pérsico. Ainda muito jovem, ele e seu irmão entraram para um mosteiro, onde ele ganhou considerável renome como professor e chamou a atenção do católico-patriarca, chamado Jorge, que o ordenou bispo de Nínive, ao norte. Contudo, as tarefas administrativas não se mostraram adequadas para a sua disposição solitária e asceta: depois de apenas cinco meses, ele abdicou e foi para o sul, para a região selvagem do monte Matout, um refúgio de anacoretas. Lá ele viveu solitário por muitos anos, comendo apenas três pães e alguns vegetais crus por semana, um tema que impressionou seus hagiógrafos. Eventualmente, a cegueira e a idade obrigaram-no a se retirar para o mosteiro de Shabar, onde ele morreu e foi enterrado.

Legado

Isaque é lembrado principalmente por suas homilias sobre a vida interior, que são frequentemente citadas e têm uma amplitude que transcende sua alegada fé nestoriana. Elas sobreviveram em manuscritos siríacos, assim como traduções para o grego e o árabe.

Isaque conscientemente evitou escrever sobre tópicos que estavam sob disputa ou sendo discutidos nos debates teológicos de seu tempo. Isto deu a ele um certo potencial ecumênico e é a provável razão de que, apesar de ele ser fiel às suas próprias tradições, ele acabou venerado e apreciado para além da Igreja Assíria. Ele é parte da tradição dos santos místicos orientais e suas obras dão considerável ênfase ao Espírito Santo e a temática do amor divino.

As obras de Isaque oferecem um raro exemplo de um grande grupo de textos sobre o ascetismo escrito por um eremita experiente e são, por isso, muito importantes para a compreensão do ascetismo cristão primitivo.[1]

Obras

De perfectione vitae theoreticae, 1500

As instruções de Isaque chegaram até nós na forma de noventa e uma homilias.[2]

Alguns temas que ele abordou:

  • Fé, Providência Divina e Oração
  • Obedecendo a Deus
  • Esperança, Busca da Verdade e Paciência
  • Paciência e Fortitude
  • Hábitos e Moderação
  • Arrependimentos
  • Humildade
  • Amor ao próximo, Perdão e o não-julgamento
  • Ensinamento

Ver também

Referências

  1.  Hagman, Patrik (2010). The Asceticism of Isaac of Nineveh (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
  2.  «Isaac the Syrian» (em inglês). Orthodox Photos. Consultado em 9 de abril de 2011

Ligações externas

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ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 DE MARÇO DE 2024

 

Anunciação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Anunciação (desambiguação).
Ave-Maria, cheia de graça!
Por Botticelli, no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque

Anunciação, também conhecida como Anunciação da Virgem Maria, é a celebração cristã que recorda e celebra o anúncio dado pelo Arcanjo Gabriel à Virgem Maria de que ela seria a mãe de Jesus Cristo. Apesar de sua virgindade perpétua, Maria milagrosamente conceberia uma criança, que seria chamada de Filho de Deus. Gabriel também disse a Maria que ela deveria chamar a criança de Jesus ("Salvador"). Muitos cristãos celebram este evento na festa da Anunciação, em 25 de março, exatamente nove meses antes do Natal. De acordo com a Bíblia (em Lucas 1:26), a Anunciação ocorreu no "no sexto mês" da gravidez de Isabel, a prima de Maria e mãe de João Batista.

Tanto a Igreja Católica como a Igreja Ortodoxa mantêm que o evento ocorreu em Nazaré, mas discordam da localização precisa. A Basílica da Anunciação marca o lugar segundo a primeira, enquanto que a Igreja Grega Ortodoxa da Anunciação está no lugar preferido pela segunda.

A Anunciação é também um dos mais importantes temas da arte cristã em geral, particularmente durante a Idade Média e o Renascimento.

Anunciação

Anunciação
Por El Greco, no Museu do PradoMadri

Uma descrição mais detalhada da Anunciação é feita no Evangelho de São Lucas (Lucas 1:26–38):

26. Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27. a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. 28. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”. 29. Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. 31. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. 33. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” 35. O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, 37. pois para Deus nada é impossível”. 38. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.
 

Outra, mais breve, está no Evangelho de São Mateus (Mateus 1:18–21):

18. Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. 19. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.
 

O texto da Anunciação como relatado nos Evangelhos serviu de base para a criação da oração da Ave Maria, que se inicia com a saudação feita por Gabriel à Maria ("Ave Maria, cheia de graça O Senhor é convosco!" - Ave Maria, gratia plena, Dóminus tecum). A oração depois continua com o trecho da Visitação.

Celebração

Anunciação
por Leonardo da Vinci, na Galeria Uffizi, em Florença

Tradições ocidentais

No calendário litúrgico das Igrejas CatólicaAnglicana e Luterana, a data da festa é alterada sempre que ela cair na Semana Santa ou num domingo. Para evitar o domingo antes da Semana Santa, o dia seguinte (26 de março) será o dia da celebração. Em anos como 2008, quando 25 de março caiu na Semana Santa, a Anunciação foi comemorada na segunda após a oitava da Páscoa, que é o domingo após a Páscoa.[1]

Quando o sistema calendário do Anno Domini foi introduzido pela primeira vez por Dionísio Exíguo em 525 d.C., ele marcou o início do ano novo no dia 25 de março, pois, de acordo com a teologia cristã, a nova era de graça divina começou com a Encarnação de Cristo, da qual a Anunciação é o primeiro ato.

No rito latino da Igreja Católica, a Anunciação é um Mistério Gozoso do Santo Rosário.

Tradições orientais

No cristianismo oriental, Maria é chamada de Teótoco ("Mãe de Deus"). O tropário tradicional (hino do dia) da Anunciação remonta à época de Atanásio de Alexandria.[2]

A Festa da Anunciação é uma das Grandes Festas do ano litúrgico. Sendo o primeiro ato da Encarnação de Jesus, a Anunciação tem tanta importância na teologia oriental que a Liturgia Divina Festiva de São João Crisóstomo é sempre celebrada no dia 25 de março, independente de quando este dia cair, mesmo se for no dia da Pascha, uma coincidência que é chamada de Kyriopascha.[3] É também a única possibilidade da Divina Liturgia ser celebrada na Grande e Sagrada Sexta é se ela cair no dia 25 de março. Por conta disso, o ritual de celebração desta festa é um dos mais complicados de toda a liturgia da Igreja Ortodoxa.

Origens da Festa

Esta festa era observada já muito cedo pelos calendários cristãos. Segundo Talley, liturgista anglicano, a data baseia-se na tradição judaica e pensamento rabínico. Ele observa que o nascimentos e mortes, inícios e finais, já eram celebrados em uma data específica. Dada a suprema importância de 14 Nisan, a data da Páscoa judaica, era uma escolha óbvia para os novos cristãos marcar o início de sua história, ou seja, a Anunciação da vinda de Jesus Cristo.

Talley, no tratado 'De solstitiia et aequinoctia conceptionis et nativitatis domini nostri iesu Christi et iohannis baptista', toma por base o fato do anjo Gabriel ter aparecido para Zacarias, marido de Isabel e pai de João Batista, quando este servia no Santíssimo Altar do Templo de Jerusalém, quando este servia como Sumo Sacerdote durante a Festa do Yom Kipur, o que coloca a concepção de João Batista na Festa dos Tabernáculos e seu nascimento nove meses após, próximo ao solstício de verão (do hemisfério norte). Como o Evangelho de São Lucas afirma que a Anunciação ocorreu no sexto mês de gravidez de Isabel, ele deve ter ocorrido próximo ao equinócio da primavera, ou seja, da Festa da Páscoa judaica.

As primeiras alusões à festa encontram-se no cânon do Décimo Concílio de Toledo (656). O Concílio de Constantinopla (692) proibiu a celebração de festas durante a Quaresma, excetuando-se os domingos (Dia do Senhor) e a Anunciação. Uma origem ainda mais antiga já foi alegada para ela, alegando que a festa foi citada nos sermões de Atanásio de Alexandria e de Gregório Taumaturgo, mas ambos os documentos são hoje considerados espúrios. O Sínodo de Worcester, na Inglaterra, em 1240, proibiu todo o trabalho servil nesta data.

Anunciação na arte

A Anunciação é um dos mais frequentes temas da arte cristã, tanto no oriente quanto no ocidente, principalmente durante a Idade Média e o Renascimento, e figura no repertório de quase todos os grandes mestres. As imagens da Virgem Maria e do Anjo Gabriel, emblemáticas da pureza e da graça, eram o tema favorito na arte mariana católica romana. Obras sobre o tema foram criadas por artistas como Sandro BotticelliLeonardo da VinciCaravaggioDuccio e Murillo, entre outros. Os mosaicos de Pietro Cavallini em Santa Maria in Trastevere (1291), o afresco de Giotto na Capela Scrovegni em Pádua (1303), o afresco de Domenico Ghirlandaio na igreja de Santa Maria Novella (1486) e a escultura dourada de Donatello na Basílica de Santa Croce (1435), ambas em Florença, são exemplos famosos.

Galeria

Ver também

Referências

  1.   "The Feast of the Annunciation" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  2.  Speaking the Truth in Love: Theological and Spiritual Exhortations by John Chryssavgis, Ecumenical Patriarch Bartholomu 2010 ISBN 9780823233373 page 85
  3.  Kyriopascha

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