terça-feira, 14 de novembro de 2023

MIGUEL VEIGA - ADVOGADO PORTUENSE - MORREU EM 2016 - 14 DE NOVEMBRO DE 2023

 

Miguel Veiga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Miguel Veiga
Nascimento30 de junho de 1936
Porto
Morte14 de novembro de 2016
CidadaniaPortugal
Alma mater
Ocupaçãoadvogadopolítico
Prêmios
  • Grande-Oficial da Ordem da Liberdade

Miguel Luís Kolback da Veiga (Porto30 de junho de 1936 — Porto, 14 de novembro de 2016[1]) foi um advogado e político português.

Formação e vida política

Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959, fez carreira na advocacia. Em 1974, ao lado de Francisco Sá CarneiroJoaquim Magalhães MotaFrancisco Pinto Balsemão e outros, foi um dos fundadores do Partido Popular Democrático (hoje PSD), vindo a ocupar os cargos de vice-presidente e de membro das suas primeiras Comissões Políticas e Conselhos Nacionais. Foi deputado à Assembleia Constituinte.[2] Não obstante o seu vínculo partidário, acabou por apoiar Mário Soares na primeira candidatura a Presidente da República (quando Soares voltou a recandidatar-se em 2006, procurou novamente o apoio de Veiga, que porém preferiu apoiar o candidato "laranja" Aníbal Cavaco Silva).[3] Na sua vida política, manteve sempre uma postura laica, republicana e social-democrata que, entre outros, considerava ser a verdadeira identidade reformista do PPD-PSD, com parte da sua génese nos republicanos da cidade do Porto.

Foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade (9 de junho de 1994)[4], sendo também membro do Conselho das Ordens Honoríficas. Em 2007 foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. No momento proferiu um extenso e emotivo discurso, intitulado Razão do Sentimento de Pertença ao Porto.[5]


Foi um dos principais signatários do Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico de 1990, petição on-line que, entre Maio de 2008 (data do início) e Maio de 2009 (data da apreciação pelo Parlamento), recolheu mais de 115 mil assinaturas válidas[6].

Morreu a 14 de novembro de 2016, aos 80 anos.

Acusações de plágio

Miguel Veiga foi acusado de plágio por José António Saraiva. No livro Confissões, publicado em 2006, o ex-diretor do Expresso José António Saraiva revelou duas queixas de plágio que o levaram a suspender os artigos de opinião do advogado no semanário. Foi igualmente acusado de plágio pelo Professor João Sousa Dias e condenado, após publicar um texto da autoria deste mencionando-o apenas como referência bibliográfica, sem revelar que o copiava integralmente.[7]

Obras

  • Miguel Veiga et al., Francisco Sá Carneiro - 20 Anos depois, Lisboa, Gradiva Publicações, 2001, ISBN 9789726628187
  • Miguel Veiga, Um Advogado em Redor das Letras à Volta do Porto, Porto, Edições Asa, 2002, ISBN 9789724130439
  • Miguel Veiga, A Consciência Entre o Lícito e o Ilícito, Porto, Campo das Letras, 2004, ISBN 9789726108290
  • Miguel Veiga, Os Poemas da Minha Vida 2, Lisboa, Público, 2004, ISBN 9789728892166

Referências

Ligações externas

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JULIO DINIZ - MÉDICO E ESCRITOR - NASCEU EM 1839 - 14 DE NOVEMBRO DE 2023

 

Júlio Dinis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Julio Diniz)
Joaquim Guilherme Gomes Coelho
Monumento a Júlio Dinis, no Porto, sua cidade natal.
Nascimento14 de novembro de 1839
São NicolauPortoPortugal
Morte12 de setembro de 1871 (31 anos)
ParanhosPortoPortugal
OcupaçãoMédicoescritor e professor
Género literárioRomancista
Movimento literárioRomantismo
Magnum opusOs fidalgos da casa mourisca
Serviço militar
PaísPortugal

Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Porto14 de novembro de 1839 – Porto12 de setembro de 1871) foi um médico e escritor português. É mais conhecido pelo seu pseudónimo Júlio Dinis.[1][nota 1][2]

Biografia

Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que no período mais brilhante da sua carreira literária usou o pseudónimo de Júlio Dinis, nasceu em Porto, Portugal, a 14 de Novembro de 1839, na rua do Reguinho, freguesia de São Nicolau, sendo batizado a 18 do mesmo mês na Igreja de São Nicolau.

Faleceu na mesma cidade, no número 289 da Rua de Costa Cabral, casa que já não existe, à 1 hora da manhã de 12 de Setembro de 1871, freguesia de Paranhos.

Júlio Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho (OvarAveiro, 22 de Agosto de 1802 – Lisboa, 21 de Julho de 1885), cirurgião, natural de Ovar, e de Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho (São NicolauPorto, 11 de Janeiro de 1801 – São Nicolau, Porto, 25 de Setembro de 1845), de ascendência anglo-irlandesa, e vitimada pela tuberculose pulmonar quando Júlio Dinis contava apenas seis anos de idade. Eram seus avós paternos José Gomes Coelho e Rosa Rodrigues, de Ovar, maternos António Pereira Lopes e Maria Potter, do Porto. Foi educado sob os moldes da burguesia britânica, da qual assimilou os costumes e valores.

Frequentou a escola primária em Miragaia. Aos catorze anos de idade em 1853, concluiu o curso preparatório do liceu. Matriculou-se na Escola Politécnica, tendo, em seguida, transitado para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, cujo curso completou a 27 de Julho de 1861, com alta classificação. Posteriormente a sua saúde foi-se agravando, pelo que foi obrigado a recolher-se em Ovar e depois para a Madeira e a interromper a possibilidade de exercer a sua profissão. Durante esses tempos dedica-se à literatura. Mais tarde (1867), foi incluído como demonstrador e lente substituto no corpo docente desta mesma Escola.

Já então sofria da doença da tuberculose pelo que, esperançado em encontrar cura no ambiente mais salutar da província, se transferiu temporariamente para Grijó e posteriormente para Ovar, para casa de uma sua tia, Rosa Zagalo Gomes Coelho, que vivia no Largo dos Campos. E foi ainda esperançado numa cura de ares, que esteve duas vezes na ilha da Madeira, além de outras peregrinações que terá feito através do país. Simplesmente, o mal de Júlio Dinis não tinha cura. E com quase trinta e dois anos apenas, morria aquele que foi o mais «suave e terno romancista português, cronista de afectos puros, paixões simples, prosa limpa». De resto, essa terrível doença, que já havia vitimado a mãe e a avó materna, em 1845, foi a causa da morte de todos os seus oito irmãos.

O romance «As Pupilas do Senhor Reitor» foi publicado em 1867 em livro (depois de ter sido publicado em folhetins do Jornal do Porto em 1866),[3] tendo sido desde então várias vezes representado, cinematizado e televisionado sob a forma de adaptações. Um ano antes, tinha sido dado a público «Uma Família Inglesa» e, em 1870, veio a público «Serões da Província».[4]

No ano do seu falecimento, com apenas 31 anos de idade, publicou-se o romance «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Só depois da sua morte se publicaram «Inéditos» e «Esparsos», em dois volumes, assim como as suas «Poesias», dadas à estampa entre 1873 e 1874. Encontra-se sepultado num jazigo de família com o número 58, no cemitério privado da Ordem Terceira de S. Francisco, dentro do Cemitério de Agramonte.

Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão imbuídas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares. É o caso da tia Doroteia, de «A Morgadinha dos Canaviais», inspirada por sua tia, em casa de quem viveu, quando se refugiou em Ovar, ou de Jenny, para a qual recebeu inspiração da sua prima e madrinha, Rita de Cássia Pinto Coelho.

Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da fraternidade, do optimismo, dos sentimentos sadios do amor e da esperança. Quanto à forma, é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.

Além deste pseudónimo, Júlio Dinis usou também o de Diana de Aveleda, com que assinou pequenas narrativas ingénuas como «Os Novelos da Tia Filomena» e o «Espólio do Senhor Cipriano», publicados em 1862 e 1863, respectivamente. Foi com este pseudónimo que se iniciou nas andanças das letras, tendo, com ele, assinado também pequenas crónicas no Diário do Porto. Ao nível das publicações periódicas, também se encontram colaborações suas nas revistas Semana de Lisboa[5] (1893-1895) e Serões[6] (1901-1911).

A casa onde Júlio Dinis nasceu, foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espectáculos cinematográficos.

Obras de Júlio Dinis

BIBLIOGRAFIA CRITICA SELECTA:

  • Liberto Cruz - Julio Dinis, uma biografia .Lisboa, Quetzal, 2002.
  • Carmen Matos Abreu - Julio Dinis, o romance portugues de raiz inglesa .Salvador, EDUFBA, 2015.
  • M.A.G. Arala Chaves - O Porto de Julio Dinis. Porto, Afrontamento, 2016.

Adaptações da obra

Adaptações cinematográficas

Adaptações televisivas

Homenagens

  • 71 localidades de Portugal possuem uma ou mais artérias com o nome de Júlio Dinis.[8]
  • Maternidade Júlio Dinis - Instituição hospitalar no Porto, dedicada à prestação de cuidados de saúde à mulher e à criança.
  • Monumento, no Porto, sua cidade natal
  • Escola Básica Júlio Dinis, Gondomar. - Escola inaugurada a 13 de novembro de 2015 com o intuito de preservar e homenagear o autor.
  • Escola EB 2,3 júlio Dinis, Grijó, Vila Nova De Gaia- Para homenagear o escritor que morou nessa vila.

Notas

  1.  Originalmente grafado Julio Diniz

Referências

  1.  «Projecto Vercial»Universidade do Minho
  2.  Dinis, Júlio. «Uma família ingleza: Scenas da vida do Porto»https://www.gutenberg.org/files/16443/16443-8.txt. Consultado em 14 de setembro de 2021
  3.  As Pupilas do Senhor Reitor, Infopédia.pt
  4.  «Portal São Francisco». Portalsaofrancisco.com.br
  5.  A semana de Lisboa : supplemento do Jornal do Commercio (1893-1895) cópia digital, Hemeroteca Digital
  6.  Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911) cópia digital, Hemeroteca Digital
  7.  artigo Família Inglesa (Uma), in Biblos - Enciclopédia VERBO das Literaturas de Língua Portuguesa, volume 2,1997
  8.  Código Postal. «Rua Júlio Dinis». Consultado em 12 de Junho de 2012. Arquivado do Dinis&pg=1 original Verifique valor |url= (ajuda) em 6 de março de 2016

Ver também

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Júlio Dinis
  • «Júlio Dinis». , Antigo Estudante da Academia Politécnica do Porto e da Escola Médico-Cirúrgica do Porto

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