Etelnodo
Santo Etelnodo | |
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Arcebispo da Cantuária | |
Morte | 29 de outubro de 1038 |
Veneração por | Igreja Católica Igreja Ortodoxa |
Festa litúrgica | 30 de outubro[1] |
Portal dos Santos |
Etelnodo, Egelnodo ou Ednodo (também Æthelnoth, Aethelnoth, Ethelnoth, Egelnodus ou Ednodus; morto em 29 de outubro de 1038) foi um arcebispo da Cantuária durante a Idade Média. Foi chamado de 'o Bom' e ganhou fama por sua sabedoria.[2]
Juventude
Etelnodo era filho de Etelmar, o Bravo e neto de Etelvardo, o Historiador, que era tataraneto de Etelredo I. Na visão de Frank Barlow, ele provavelmente era tio de Goduíno de Wessex.[3] Foi batizado por Dunstano, e na abadia de Glastonbury contou-se uma história que, quando o bebê foi batizado, sua mão fez um movimento muito parecido com o que o arcebispo faz quando dá a bênção. Devido a este movimento, Dunstano teria profetizado que Etelnodo se tornaria um arcebispo.[4]
Etelnodo tornou-se monge em Glastonbury, posteriormente tornou-se deão do mosteiro do priorado da Igreja de Cristo, em Cantuária, o capítulo da catedral da diocese de Cantuária.[5] Foi também capelão para o rei Canuto da Inglaterra e Dinamarca. Em 13 de novembro de 1020, Etelnodo foi consagrado arcebispo da Cantuária.[6] A nomeação de Etelnodo, provavelmente, foi um gesto de apaziguamento, uma vez que o irmão de Etelnodo, Etelvardo, tinha sido executado em 1017 pelo rei Canuto, que também baniu um cunhado chamado Etelvardo em 1020.[4] Há alguns indícios de que ele foi aluno de Elfrico de Eynsham.[7]
Arcebispo da Cantuária
Em 1022, Etelnodo foi para Roma para receber o pálio,[8] e foi recebido pelo Papa Bento VIII. Em sua viagem de volta, comprou uma relíquia de Santo Agostinho de Hipona, por 100 talentos de prata e um talento de ouro,[4] e doou-a para a abadia de Coventry.[9] Presidiu também a translação das relíquias de Santo Alfege.[10] Em 1022, Etelnodo consagrou Gerbrando como bispo de Roskilde,[11] na Escandinávia. O arcebispo de Hamburgo-Brema era o metropolita de Roskilde, e o fato de que Gerbrando foi consagrado por um arcebispo inglês causou posteriormente atrito entre o bispo e seu metropolita.[10] O rei Canuto foi forçado a admitir, que no futuro, não mais nomearia bispos na arquidiocese de Brema sem a recomendação do arcebispo metropolita.[12]
Etelnodo consagrou ainda mais dois bispos do País de Gales, em um Llandaff e outro em São David.[12] O cronista medieval Guilherme de Malmesbúria elogiou a sabedoria de Etelnodo. Uma história, de autenticidade duvidosa, conta como ele se recusou a coroar o rei Haroldo I,[13] filho ilegítimo de Canuto II, uma vez que havia prometido apenas coroar o filho do rei com sua esposa, Emma.[4]
Morte e legado
Etelnodo morreu em 29 de outubro de 1038,[14] ou, possivelmente, no dia anterior ou posterior a essa data.[6] Foi enterrado na Catedral de Cantuária.[4] É considerado santo,[14] e sua festa litúrgica ocorre no dia 30 de outubro.[15] Não há nenhuma evidência contemporânea ou posterior de um culto sendo-lhe prestado em Cantuária ou em outro lugar.[16]
Notas
- ↑ «Latin Saints of the Orthodox Patriarchate of Rome: E». Orthodox Europe. Consultado em 15 de janeiro de 2011
- ↑ Bunson Our Sunday Visitor's Encyclopedia of Saints p. 291
- ↑ Barlow The Godwins p. 21
- ↑ ab c d e Mason "Æthelnoth (morto em 1038)" Oxford Dictionary of National Biography
- ↑ Knowles, et al. Heads of Religious Houses p. 33
- ↑ ab Fryde, et al. Handbook of British Chronology p. 214
- ↑ Barlow English Church 1000–1066 pp. 72–73
- ↑ Ortenberg "Anglo-Saxon Church and the Papacy" English Church and the Papacy in the Middle Ages p. 49
- ↑ Smith, et al. "Court and Piety" Catholic Historical Review p. 575
- ↑ ab Brooks Early History of the Church of Canterbury p. 290-298
- ↑ Stenton Anglo-Saxon England p. 463
- ↑ ab Barlow English Church 1000–1066 pp. 232–234
- ↑ O'Brien Queen Emma and the Vikings p. 167-168
- ↑ ab Walsh A New Dictionary of Saints p. 184
- ↑ «St Ethelnoth». Catholic Online. Consultado em 15 de janeiro de 2011
- ↑ Farmer Oxford Dictionary of Saints p. 181
Ligações externas
- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Æthelnoth». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- «Prosopography of Anglo Saxon England: Æthelnoth» (em inglês)
Bibliografia
- Barlow, Frank (1979). The English Church 1000–1066: A History of the Later Anglo-Saxon Church 2ª ed. Nova Iorque: Longman. ISBN 0-582-49049-9
- Barlow, Frank (2003). The Godwins: The Rise and Fall of a Noble Dynasty. Londres: Pearson/Longman. ISBN 0-582-78440-9
- Bunson, Matthew, Margaret Bunson, and Steven Bunson (1998). Our Sunday Visitor's Encyclopedia of Saints 2003 revisada ed. Huntington, Indiana: Our Sunday Visitor Publishing Division. 291 páginas. ISBN 1-931709-75-0
- Brooks, Nicholas (1984). The Early History of the Church of Canterbury: Christ Church from 597 to 1066. Londres: Leicester University Press. ISBN 0-7185-0041-5
- Farmer, David Hugh (2004). Oxford Dictionary of Saints 5ª ed. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-860949-0
- Fryde, E. B.; Greenway, D. E.; Porter, S.; Roy, I. (1996). Handbook of British Chronology 3ª revisada ed. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-56350-X
- Knowles, David; London, Vera C. M.; Brooke, Christopher (2001). The Heads of Religious Houses, England and Wales, 940–1216 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-80452-3
- Mason, Emma (2004). «Æthelnoth (m. 1038)» (fee required). Oxford Dictionary of National Biography. Oxford University Press Acessado em 15-1-2011
- O'Brien, Harriet (2005). Queen Emma and the Vikings: A History of Power, Love and Greed in Eleventh-Century England. Nova Iorque: Bloomsbury USA. ISBN 1-58234-596-1
- Ortenberg, Veronica (1965). «The Anglo-Saxon Church and the Papacy». In: Lawrence, C. H. The English Church and the Papacy in the Middle Ages 1999 ed. Stroud: Sutton Publishing. pp. 29–62. ISBN 0-7509-1947-7
- Smith, Mary Frances; Fleming, Robin; Halpin, Patricia (2001). «Court and Piety in Late Anglo-Saxon England» 87 ed. The Catholic Historical Review (4). 575 páginas ]
- F. M. Stenton (1971). Anglo-Saxon England 3ª ed. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-280139-5
- Michael J. Walsh (2007). A New Dictionary of Saints: East and West. Londres: Burns & Oats. ISBN 0-86012-438-X
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