domingo, 15 de outubro de 2023

DIA INTERNACIONAL DA MULHER RURAL - 15 DE OUTUBRO DE 2023

 

Dia Internacional da Mulher Rural

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia Internacional da Mulher Rural
Celebrado porOrganização das Nações Unidas
TipoInternacional
Data15 de Outubro
FrequênciaAnual

Dia Internacional da Mulher Rural foi implementado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e é comemorado todos os anos no dia 15 de Outubro e tem como objectivo destacar o papel e a situação das mulheres das áreas rurais.

História

O primeiro Dia Internacional da Mulher Rural foi pela primeira vez comemorado no dia 15 de Outubro de 1995 e foi promovido e organizado pela Fundação WWSF (Women's World Summit Foundation).[1][2] Dez anos mais tarde, a Assembleia Geral das Nações Unidas, adoptou oficialmente a data, com a assinatura da Resolução 62/136, no dia 18 de Dezembro de 2007.[3]

Conceito de Mulher Rural

Uma mulher rural é toda e qualquer pessoa do género feminino que viva e trabalhe numa área rural. A maioria depende dos recursos naturais e da agricultura para viver, sendo em muitos casos agricultoras, empresárias ou trabalhadoras agrícolas formais ou informais.[4][5][6]

Apesar de serem 25% da população do mundo e 43% da força de trabalho agrícola mundial, apenas 20% dos proprietários de terras são mulheres que encontram mais entraves do que os homens no acesso a serviços financeiros, à protecção social e sindicatos e os seus salários são em média 40% mais baixos que os dos homens.[4][6][7]

Muitas delas vivem em áreas em que o acesso a serviços de saúde, água e ensino é escasso e apesar de desempenharem um importante papel dentro das comunidades, estão sujeitas a leis e normas sociais que as discriminam que reduzem substancialmente a sua participação nos processos de tomada de decisão.[6][5][4]

Entre as tarefas desempenhadas por elas encontram-se a produção, o processamento e a venda de produtos agrícolas.[6] A estas somam-se os afazeres domésticos, cuidar da família e da comunidade sem qualquer tipo de remuneração.[8][9]

Objectivos

Comemorado pela primeira vez em 2008, promove e reconhece o papel que as mulheres rurais desempenham em prol da segurança alimentar e da erradicação da pobreza rural e consequentemente são essenciais para que Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas, sejam atingidos.[9][10][11]

Ao mesmo tempo procura consciencializar e alertar a comunidade para a sua situação e para as dificuldades que enfrentam.[6][5]

Referências

  1.  «International Day of Rural Women - Teagasc | Agriculture and Food Development Authority»www.teagasc.ie. Consultado em 20 de junho de 2022
  2.  «International Day of Rural Women – 15 October 2022»WWSF - Women's World Summit Foundation
  3.  «Dia Internacional da Mulher Rural | Eurocid»eurocid.mne.gov.pt. Consultado em 20 de junho de 2022
  4. ↑ Ir para:a b c «Les femmes et le travail décent. L'Emploi rural décent.»FAO - Organisation des Nations Unies pour l'alimentation et l'agriculture (em francês). Consultado em 22 de abril de 2021
  5. ↑ Ir para:a b c Gammarano, Rosina (15 de outubro de 2020). «Journée internationale de la femme rurale: La quête inachevée d'un travail décent pour tous»ILOSTAT (em francês). Consultado em 25 de abril de 2021
  6. ↑ Ir para:a b c d e «Journée internationale des femmes rurales, 15 octobre»Organização das Nações Unidas (em francês). Consultado em 22 de abril de 2021
  7.  «Femmes dans l'agriculture. Réduction de la pauvreté rurale»FAO - Organisation des Nations Unies pour l'alimentation et l'agriculture (em francês). Consultado em 22 de abril de 2021
  8.  «International Day honours rural women's critical role in feeding the world»UN News (em inglês). 15 de outubro de 2021. Consultado em 20 de junho de 2022
  9. ↑ Ir para:a b «International Day of Rural Women»UN Women (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2021
  10.  Jordany Junior Verdieu (19 de outubro de 2020). «ONU Femmes célèbre la Journée internationale de la femme rurale aux Cayes»Le Nouvelliste (em francês). Consultado em 22 de abril de 2021
  11.  «Dia Internacional das Mulheres Rurais»Nações Unidas - ONU Portugal. 17 de outubro de 2019. Consultado em 20 de junho de 2022

Ligações externas

AGUSTINA BESSA LUÍS - ESCRITORA - NASCEU EM 1922 - 15 DE OUTUBRO DE 2023

 

Agustina Bessa-Luís

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Agustina Bessa-Luís  Academia Brasileira de Letras
Nascimento15 de outubro de 1922
Vila Meã
Morte3 de junho de 2019 (96 anos)
Porto
Nacionalidadeportuguesa
CidadaniaPortugal
CônjugeAlberto Luís (1945 - 2017)
Ocupaçãoescritora
Principais trabalhosA SibilaVale AbraãoA Quinta Essência, etc.
PrémiosPrémio Ricardo Malheiros (1966, 1977)

Prémio D. Dinis (1980)
Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1981)
Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (1983)
Prémio Seiva de Literatura (1988)
Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (1992)
Medalha de Mérito Cultural (1993)
Prémio União Latina de Literaturas Românicas (1997)
Globo de Ouro (2002)
 Prémio Camões 2004

Agustina Bessa-Luís, nome literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa GOSE • GCSE (AmaranteVila Meã15 de outubro de 1922 — Porto3 de junho de 2019) foi uma escritora portuguesa.[1][2]

Biografia

Infância e juventude

Segunda e ultimogénita filha[3] do empresário Artur Teixeira Bessa (1882-1964), duma família rural de Entre Douro e Minho, e de sua mulher Laura Jurado Ferreira (1899-?), que era filha de pai Português, Lourenço Guedes Ferreira, Engenheiro dos Caminhos de Ferro, e de mãe Espanhola, sua mulher Lourença Agustina Jurado Franco, nascida em Zamora.[4]

Regressado a Portugal, o pai de Agustina, que já no Brasil se dedicara à exploração de casas de espectáculo e de jogo, tornou-se gerente do Casino da Póvoa. As contingências da sua vida levaram a família a viver em vários lugares do Norte e do Douro — GaiaPortoPóvoa de VarzimÁguas SantasOuteiro MaiorVila do Conde e Godim, naquela que era a casa de família da sua mãe. A relação com a região duriense, durante largas temporadas da sua infância e adolescência, marcaria de forma indelével a obra da escritora.[4]

Desde muito jovem que Agustina se interessou por livros, descobrindo na biblioteca do avô materno, os clássicos da literatura espanhola, francesa e inglesa, marcantes na sua formação literária. Em 1932 vai para o Porto estudar, onde passa parte da adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945. A partir de 1950 fixa definitivamente a sua residência no Porto.

Casou a 25 de julho de 1945, na cidade do Porto, com o estudante de Direito Alberto Luís, que conheceu através de um anúncio no jornal "O Primeiro de Janeiro", publicado pela escritora, no qual procurava uma pessoa culta com quem se corresponder. Do seu casamento teve uma única filha, Mónica Bessa-Luís Baldaque, museóloga, pintora e autora de vários livros. Do casamento de sua filha, nasceram um filho chamado Alberto e duas filhas chamadas Leonor e Lourença Agustina.

Actividade literária

Estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que atinge a total maturidade do seu processo criativo.

É conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, Camilo Castelo Branco, cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcionalmente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente neo-romântica, como defende Eduardo Lourenço.[5]

Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, com quem manteve uma relação de amizade e de colaboração próxima. Exemplos desta parceria são Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (filme homónimo, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995) ou A Mãe de um Rio (Inquietude, 1998). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).

A sua criação era extremamente fértil e variada. Escreveu até o momento mais de cinquenta obras, entre romancescontospeça de teatro|peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis. Foi traduzida para alemãocastelhanodinamarquêsfrancêsgregoitaliano e romenoA Sibila já atingiu a vigésima quinta edição, sendo de leitura opcional no Ensino Secundário.

Em 2005, participou no programa da RTP Ela por Ela, série de 13 episódios sobre provérbios e aforismos, em conversa com Maria João Seixas, realizado por Fernando Lopes.

Em julho de 2006, pouco depois de terminar a sua última obra, A Ronda da Noite, deixou de escrever e retirou-se da vida pública, devido a razões de saúde,[6][7] tendo sofrido um acidente vascular cerebral.[8][9][10]

Morte

Morreu a 3 de junho de 2019, em sua casa, no Porto, vítima de doença prolongada.[11]

Atividades institucionais

Além da atividade literária, envolveu-se em diversos projetos. Foi membro do Conselho Diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma) (1961-1962). Colaborou em várias publicações periódicas, tendo sido entre 1986 e 1987 diretora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direção do Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Foi ainda membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras).

Distinções e prémios

Foi distinguida com o grau de Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico, a 9 de abril de 1981, tendo sido elevada ao grau de Grã-Cruz da mesma Ordem a 26 de janeiro de 2006.[12]

Em 2005, foi-lhe atribuído o título de Doutora Honoris Causa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões. Na ata do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que "o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum".

Recebeu ainda:

Condecorações oficiais[12]

Obra

Escreveu livros de diversos tipos, na sua maioria romances. Com a novela Mundo Fechado estreou-se como romancista. Contudo, foi com o romance A Sibila que ganhou o reconhecimento e a atenção da crítica literária. A sua escrita opõe-se a qualquer tentativa de contextualização, em termos de correntes, na história da literatura portuguesa. A escritora surgiu no panorama literário português numa altura em que a oposição entre o neorrealismo e o modernismo do movimento da Presença atingia o seu auge. Dedicou-se quase inteiramente à criação literária e, desde sua estreia em 1948, manteve um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas.

Conhecida não só como romancista, mas também como autora de peças de teatro, guiões de cinema, biografiasensaios e livros infantis, a sua obra conta com mais de meia centena de títulos. Também se distinguiu enquanto articulista da "escola" do "jornalismo literário", tendo colaborado com assiduidade na imprensa. A autora revela preocupação pela condição social e cultural dos portugueses, particularmente interessada em perscrutar o passado, recorrendo à ficção para problematizar o conhecimento histórico e vivencial.

Ficção

Biografias

Teatro

Crónicas, memórias, textos ensaísticos

Literatura infantil

Adaptações cinematográficas

Prémios

Prémios à autora

Prémios às obras

Bibliografia

  • BULGER, Laura Fernanda, A Sibila: Uma superação inconclusa, Lisboa, 1990.
  • CASTELO BRANCO, Maria do Carmo, A fala da Sibila: nótulas para a leitura de “A Sibila” de Agustina Bessa Luís, Porto, 1990.
  • COSTA, Maria Moreira da, A Sibila de Agustina Bessa Luís, Mem Martins, 1990.
  • DUMAS, Catherine, Estética e personagens no romance de Agustina Bessa Luís, Porto, 2002.
  • LEÃO, Isabel Vaz Ponce de; Olímpio PINHEIRO, Agustina 1948-1998. Bodas escritas de oiro, Porto, 1999.
  • LEMOS, Filomena Maria; Laura Maria PEREIRA, Ler, reler, criar, produzir… a obra literária “Dentes de Rato”, Lisboa, 2000.
  • LIMA, Isabel Pires de, Vozes e olhares no feminino, Porto, 2001.
  • LOPES, Silvina Rodrigues, A alegria da comunicação, Lisboa, 1989.
  • LOPES, Silvina Rodrigues, Agustina Bessa Luís: As hipóteses do romance, Porto, 1992.
  • MACHADO, Álvaro Manuel, Agustina Bessa Luís: O Imaginário Total, Lisboa, 1983.
  • MANUEL, Maria Antónia Câmara; João Manuel MORAIS, Análise de “A Sibila” de Agustina Bessa Luís, Lisboa, 1987.
  • MARINHO, Maria de Fátima, O romance histórico em Portugal, Porto, 1999.
  • PADRÃO, Maria Glória; Maria Helena PADRÃO, A Sibila de Agustina Bessa Luís: o romance e a crítica, 3a ed., Porto, 1987.
  • PADRÃO, Maria Helena Os Sentidos da Paixão Edições da Universidade Fernando Pessoa, Porto, 1998.
  • PORTELA Filho, Artur, Agustina por Agustina. Entrevista conduzida por Artur Portela Fº, Lisboa, 1986.

Fontes

  1.  «Cópia arquivada». Consultado em 18 de Agosto de 2010. Arquivado do original em 9 de Abril de 2010
  2.  O assento de nascimento refere Travanca como local de nascimento. Contudo, a própria Agustina Bessa-Luís afirma ter nascido numa casa de Vila Meã, onde se situava o domicílio familiar.
  3.  José Artur Teixeira Bessa, seu irmão mais velho.
  4. ↑ Ir para:a b Círculo Literário Agustina Bessa-Luís
  5.  "(…) estas novas terras romanescas entreabertas pela passagem de Sibila bem podem receber o nome de neo-românticas", Sobre Agustina, in O Canto do Signo, Existência e Literatura (1957-1993), Lisboa: Presença 1994, 162.
  6.  A romancista que sonhou a sua obra Arquivado em 11 de maio de 2012, no Wayback Machine. por Carlos Câmara Leme, Revista Ler, Janeiro de 2009, p. 42. Página visitada em 04-01-2014.
  7.  Textos inéditos de Agustina Bessa-Luís vão ser publicados na próxima semana, in Sol, 24-10-2013. Página visitada em 04-01-2014.
  8.  Ana Soromenho (3 de junho de 2019). «"Eu só queria escrever, entrar no coração das pessoas e beber-lhes o sangue": Agustina Bessa-Luís 1922-2019». 03-06-2019. Consultado em 24 de setembro de 2020
  9.  Anabela Mota Ribeiro (12 de outubro de 2014). «O riso de Agustina». 12-10-2014. Consultado em 24 de setembro de 2020
  10.  Inês Nadais, Joana Amaral Cardoso, Lucinda Canelas e Isabel Coutinho (3 de junho de 2019). «Morreu Agustina Bessa-Luís, o nosso grande "mistério literário"». 3-6-2019. Consultado em 20 de setembro de 2020
  11.  Morreu a escritora Agustina Bessa-Luís (1922-2019), TSF 03.06.2019
  12. ↑ Ir para:a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Agustina Bessa Luís". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 8 de junho de 2014
  13.  «Prêmio Camões de Literatura». Brasil: Fundação Biblioteca Nacional. Cópia arquivada em 16 de Março de 2016
  14.  «O PEN Clube de Galicia entrega mañá en Santiago os premios Rosalía de Castro»La Voz de Galicia (em espanhol). 23 de maio de 2006. Consultado em 12 de dezembro de 2020

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