"Não haverá Minsk 3"? Rússia acusa Ucrânia de não querer negociar paz
O presidente ucraniano afirmou, perante os líderes do G20, que não haverá um terceiro acordo de Minsk porque a Rússia o "violaria imediatamente após a assinatura".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta terça-feira, perante os líderes do grupo das 20 economias mais desenvolvidas (G20), que a Ucrânia não irá aceitar qualquer acordo que comprometa a sua independência da Rússia. O Kremlin já reagiu e acusou o país de não querer negociar.
“Quero que esta agressiva guerra russa termine de forma justa e com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional”, destacou Zelensky, no seu discurso realizado por videoconferência, acrescentando que a “Ucrânia não deve ser oferecida”.
O chefe de Estado lembrou que a “Ucrânia sempre foi líder nos esforços da manutenção de paz”, algo que, sublinhou, “o mundo tem testemunhado”. “E se a Rússia diz que supostamente quer acabar com esta guerra, que o prove com ações”, asseverou, citado por uma nota publicada no site da Presidência da Ucrânia.
Numa referência aos acordos de Minsk - assinados em 2014 e 2015 por representantes da Ucrânia, da Rússia e das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, que puseram fim aos conflitos no leste da Ucrânia -, Zelensky garantiu que “não haverá Minsk 3”.
“Aparentemente, não se pode confiar nas palavras da Rússia, e não haverá Minsk 3, algo que a Rússia violaria imediatamente após a assinatura”, disse.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu às declarações de Zelensky e considerou que confirmam que Kyiv não está interessado em realizar negociações de paz, segundo revelou a agência de notícias russa RIA Novosti.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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