Maior fornecedor de gás natural de Portugal faz aviso
Aviso foi recebido pela Galp Energia, que já enviou um comunicado à CMVM.
A Galp Energia informou ter recebido um “aviso de força maior” do seu principal fornecedor de gás natural - a Nigeria LNG, alertando para uma “redução substancial” na produção e fornecimento de gás natural liquefeito (GNL).
Em causa estão as cheias que estão a afetar a Nigéria e, consequentemente, a provocar a redução da produção e exportação do gás natural liquefeito.
Que impacto é que isto pode ter para Portugal?
A Nigéria é o maior fornecedor de gás natural de Portugal, mas, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp diz não haver ainda informação que permita avaliar “os potenciais impactos deste acontecimento”.
Admite, ainda assim, que podem “resultar em disrupções de aprovisionamento adicionais para a Galp”.
João Galamba foi à Nigéria assegurar gás importado
Recorde-se que no início de setembro o secretário de Estado Adjunto e da Energia e o CEO da Galp reuniram com o Governo nigeriano para garantir o fornecimento de gás natural a Portugal para o inverno.
João Galamba e Andy Brown estiveram em Abuja para sensibilizar o Executivo da Nigéria a reforçar a segurança das infraestruturas energéticas.
Isto depois de 4 de um total de 30 entregas de gás natural liquefeito terem falhado.
As negociações terão corrido bem, tendo ficado acordado que até dezembro Portugal receberia mais 11 carregamentos: sete já previstos e os quatro em falta.
Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse acreditar que a Nigéria estava a fazer "todos os esforços" para entregar o gás com o qual se comprometeu, assinalando que contratos deste género preveem "penalizações e prazos".
Portugal importou, até agosto, quatro mil milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito, dos quais mais de metade provenientes da Nigéria.
Nigéria é um dos países mais afetados pelas cheias em África
Cinco milhões de pessoas em 19 países da África Ocidental e Central foram afetadas por chuvas acima da média e "inundações devastadoras" nos últimos meses, advertiu o Programa Alimentar Mundial da ONU.
Entre os países mais atingidos encontra-se a Nigéria, onde as inundações afetaram 3,48 milhões de pessoas, causaram numerosas mortes e destruíram 637.000 hectares de terras agrícolas.