quarta-feira, 6 de julho de 2022

DALAI LAMA - MONGE BUDISTA TIBETANO - NASCEU EM 1935 - 6 DE JULHO DE 2022

 

Dalai-lama

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Se procura o atual Dalai-lama, veja Tenzin Gyatso.
Dalai-lama
MONARQUIA
Lotus-buddha.svg

Dalai Lama 1430 Luca Galuzzi 2007crop.jpg
Titular:
Tenzin Gyatso, o 14º Dalai-lama
Título:Sua Santidade/Sua Majestade
Herdeiro aparente:
Primeiro Dalai-lama:Gedun Drub
Formação:1391

Dalai-lama é o chefe de estado, líder espiritual do Tibete.[1][2] É o título de uma linhagem de líderes religiosos da escola Gelug do budismo tibetano. Em se tratando de um monge e lama, é reconhecido por todas as escolas do budismo tibetano. Os dalai-lamas foram os líderes políticos do Tibete entre os século XVII até 1959, residindo em Lhasa. O atual dalai-lama, Sua Santidade Tenzin Gyatso (forma encurtada de Jetsun Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso), é o líder oficial do governo tibetano no exílio ou Administração Central Tibetana. Em 2011, demonstrou interesse em renunciar a liderança do governo tibetano porém seus ministros negaram sua demissão alegando não ter alguém digno de o substituir.[3]

Dalai, em mongol, significa 'oceano', e lama é a palavra tibetana para 'mestre', 'guru', e várias vezes referido como "Oceano de Sabedoria", um título dado pelo regime mongoliano a Altan Khan (1507–1582) e agora aplicado a cada encarnação da sua linhagem. Os dalai-lamas são mostrados como sendo a manifestação de Avalokiteshvara, o Bodhisattva da compaixão, cujo nome, em tibetano, é Chenrezig. Após a morte de um dalai-lama, é iniciada uma pesquisa pelos seus discípulos para descobrir o seu renascimento ou tulku.

Lama é um termo geral aplicado aos mestres budistas tibetanos. O atual dalai-lama é muitas vezes chamado de "Sua Santidade" por ocidentais, embora este pronome de tratamento não exista na língua tibetana — não se tratando, portanto, de uma tradução. Tibetanos podem referir-se a ele usando epítetos tais como Gyawa Rinpoche, que significa "grande protetor", ou Yeshe Norbu, a "grande joia".

Acredita-se que os dalai-lamas sejam a reencarnação de uma longa linhagem de tulkus que optaram pela reencarnação, a fim de esclarecer a humanidade. O dalai-lama é muitas vezes considerado o chefe da Escola Gelug, mas essa posição pertence, oficialmente, ao Ganden Tripa, que é uma autoridade temporária nomeada pelo dalai-lama, o qual, na prática, exerce maior influência. Pode-se considerar que Sua Santidade é o "rei" do Tibete — um Estado governado por líderes religiosos que, no Ocidente, são chamados de teocratas, termo que não é exato, já que, no budismo, não existe a figura de qualquer deus criador.

Lista de dalai-lamas

Há 14 reencarnações reconhecidas como sendo do Dalai-lama:

NomeImagemTempo de vidaReconhecidoReinadoTibetano/WylieTranscrição em PRC (transcrição chinesa)Grafias alternativas
1.Gedun Truppa1st Dalai Lama.jpg1391–1474Desconhecido[4]དགེ་འདུན་འགྲུབ་
dge ‘dun ‘grub
Gêdün Chub (根敦朱巴)Gedun Drub
Gedün Drup
Gendun Drup
2.Gendun GyatsoSecond Dalai Lama.jpg1475–15411492–1541[4]དགེ་འདུན་རྒྱ་མཚོ་
dge ‘dun rgya mtsho
Gêdün Gyaco (根敦嘉措)Gedün Gyatso
Gendün Gyatso
3.Sonam GyatsoЦыбиков Далай-лама III.png1543–1588?1578–1588བསོད་ནམས་རྒྱ་མཚོ་
bsod nams rgya mtsho
Soinam Gyaco (索南嘉措)Sönam Gyatso
4.Yonten Gyatso4DalaiLama.jpg1589–1616?1591–1626ཡོན་ཏན་རྒྱ་མཚོ་
yon tan rgya mtsho
Yoindain Gyaco (雲丹嘉措)Yontan Gyatso
5.Lobsang GyatsoNgawangLozangGyatso.jpg1617–168216181642–1682བློ་བཟང་རྒྱ་མཚོ་
blo bzang rgya mtsho
Lobsang Gyaco (羅桑嘉措)Lobzang Gyatso
Lopsang Gyatso
6.Tsangyang Gyatso6DalaiLama.jpg1683–170616811697–1706ཚངས་དབྱངས་རྒྱ་མཚོ་
tshang dbyangs rgya mtsho
Cangyang Gyaco (倉央嘉措)Cangyang Gyatso
7.Kelzang Gyatso7DalaiLama.jpg1708–1757?1720–1757བསྐལ་བཟང་རྒྱ་མཚོ་
bskal bzang rgya mtsho
Gaisang Gyaco (格桑嘉措)Kelsang Gyatso
Kalsang Gyatso
8.Jamphel GyatsoJamphel Gyatso, 8th Dalai Lama - AMNH - DSC06244.JPG1758–180417601762–1804བྱམས་སྤེལ་རྒྱ་མཚོ་
byams spel rgya mtsho
Qambê Gyaco (強白嘉措)Jampel Gyatso
Jampal Gyatso
9.Lungtok GyatsoLungtok Gyatso.jpg1806–181518071808–1815ལུང་རྟོགས་རྒྱ་མཚོ་
lung rtogs rgya mtsho
Lungdog Gyaco (隆朵嘉措)Lungtog Gyatso
10.Tsultrim Gyatso1816–183718201822–1837ཚུལ་ཁྲིམས་རྒྱ་མཚོ་
tshul khrim rgya mtsho
Cüchim Gyaco (楚臣嘉措)Tshültrim Gyatso
11.Khendrup Gyatso1838–185618401844–1856མཁས་གྲུབ་རྒྱ་མཚོ་
mkhas grub rgya mtsho
Kaichub Gyaco (凱珠嘉措)Kedrub Gyatso
12.Trinley Gyatso1857–187518601875-1895འཕྲིན་ལས་རྒྱ་མཚོ་
‘phrin las rgya mtsho
Chinlai Gyaco (成烈嘉措)Trinle Gyatso
13.Thubten GyatsoThirteenth Dalai Lama Thubten Gyatso.jpg1876–193318781885–1933ཐུབ་བསྟན་རྒྱ་མཚོ་
thub bstan rgya mtsho
Tubdain Gyaco (土登嘉措)Thubtan Gyatso
Thupten Gyatso
14.Tenzin GyatsoDalai Lama 1430 Luca Galuzzi 2007crop.jpgnascido em 19351937desde 1950
(atualmente em exercício)
བསྟན་འཛིན་རྒྱ་མཚོ་
bstan ‘dzin rgya mtsho
Dainzin Gyaco (丹增嘉措)Tenzing Gyatso

Residências

Entre a era de Lobsang Gyatso e o exílio de Tenzin Gyatso, os dalai-lamas passavam o inverno no Palácio de Potala e, nos meses de verão, deslocavam-se para Norbulingka, ambos em Lhassa. Em 1959, durante a ocupação chinesa do Tibete, o 14º Dalai-lama foi levado para a Índia por motivos de segurança, graças aos esforços diplomáticos de Jawaharlal Nehru, então primeiro-ministro indiano. Desde então, o Dalai-lama tem residido em Dharamsala, no estado de Himachal Pradesh, onde Gyatso pôde estabelecer a Administração Central Tibetana.

Referências

  1.  Infopédiadalai-lama, dalai-lamas
  2.  Dicionário Houaiss: dalai-lama
  3.  «Dalai Lama anuncia oficialmente renúncia à liderança política do Tibete»Extra Online. Consultado em 31 de dezembro de 2019
  4. ↑ Ir para:a b O título de dalai-lama foi um nome póstumo para o primeiro e segundo dalai-lamas.

Ver também

Ligações externas

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FRIDA KAHLO - PINTORA - NASCEU EM 1907 - 6 DE JULHO DE 2022

 

Frida Kahlo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Frida Kahlo
Frida Kahlo, by Guillermo Kahlo.jpg
Frida Kahlo em 1932
Nome completoMagdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón
Nascimento6 de julho de 1907
CoyoacánDistrito Federal
México
Morte13 de julho de 1954 (47 anos)
CoyoacánMéxico
Nacionalidademexicana
ProgenitoresMãe: Matilde Calderón
Pai: Guillermo Kahlo
CônjugeDiego Rivera (de 1929 a 1939)(de 1940 a 1954)
OcupaçãoPintora
Movimento estéticosurrealismo
Assinatura
Frida Kahlo signature firma.svg

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón mais conhecida como Frida Kahlo(Coyoacán6 de julho de 1907 — Coyoacán13 de julho de 1954)[1] foi uma pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos, autorretratos, e obras inspiradas na natureza e artefactos do México. Inspirada pela cultura popular do país, empregou um estilo de arte popular naïf para explorar questões de identidade, pós-colonialismogéneroclasse, e raça na sociedade mexicana.[2] As suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia. Para além de pertencer ao movimento Mexicayotl pós-revolucionário, que procurava definir uma identidade mexicana, Kahlo é descrita como uma surrealista ou realista mágica.[3] Ela é conhecida por pintar sobre a sua experiência de dor crónica.[4]

Nascida de pai alemão e mãe mestiça, Kahlo passou a maior parte da sua infância e vida adulta na La Casa Azul, a sua casa de família em Coyoacán — agora acessível ao público como o Museu Frida Kahlo. Embora tenha sido incapacitada pela poliomielite quando criança, Kahlo foi uma estudante promissora, rumo à escola de medicina, até sofrer um acidente de autocarro aos dezoito anos, o que lhe causou dores e problemas médicos para toda a vida. Durante a sua recuperação, ela voltou ao seu interesse de infância pela arte com a ideia de se tornar artista.

Os interesses de Kahlo na política e na arte levaram-na a aderir ao Partido Comunista Mexicano em 1927,[1] através do qual conheceu o seu colega artista mexicano Diego Rivera. O casal casou em 1929,[1][5] e passou o final dos anos vinte e início dos anos trinta a viajar juntos no México e nos Estados Unidos. Durante este período, ela desenvolveu o seu estilo artístico, inspirando-se principalmente na cultura popular mexicana, e pintou sobretudo pequenos autorretratos que misturam elementos de crenças pré-colombianas e católicas. As suas pinturas suscitaram o interesse do artista surrealista André Breton, que organizou a primeira exposição individual de Kahlo na Julien Levy Gallery em Nova Iorque em 1938; a exposição foi um sucesso, e foi seguida por outra em Paris em 1939. Apesar da exposição francesa ter sido menos bem sucedida, o Louvre adquiriu uma pintura de Kahlo, O Quadro, fazendo dela a primeira artista mexicana a ser apresentada na sua coleção.[1] Durante a década de 1940, Kahlo participou em exposições no México e nos Estados Unidos e trabalhou como professora de arte. Ensinou na Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado ("La Esmeralda") e foi membra fundadora do Seminario de Cultura Mexicana. A sempre frágil saúde de Kahlo começou a agravar-se na mesma década. Realizou a sua primeira exposição individual no México em 1953, pouco antes da sua morte, em 1954, com 47 anos.

O trabalho de Kahlo como artista permaneceu relativamente desconhecido até finais dos anos 70, quando o seu trabalho foi redescoberto por historiadores de arte e ativistas políticos. No início dos anos 90, ela tinha-se tornado não só uma figura reconhecida na história da arte, mas também considerada como um ícone para o Movimento Chicano, o movimento feminista e o movimento LGBTQ+. O trabalho de Kahlo tem sido celebrado internacionalmente como emblemático das tradições nacionais e indígenas mexicanas e por feministas pelo que é visto como a sua representação intransigente da experiência e forma feminina.[6]

Biografia

Infância e juventude

Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, na época uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México e hoje um distrito.[7] Seu pai, Guillermo Kahlo, cujo nome oficial era Carl Wilhelm Kahlo, nasceu em Pforzheim Alemanha, filho de Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. Frida afirmava que seu pai era de ascendência judaico-húngara,[8] mas pesquisadores demonstraram que os pais dele não eram judeus, mas luteranos alemães.[9] Guillermo Kahlo chegou ao México em 1891, aos 19 anos de idade, e logo mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol, "Guillermo".

Kahlo descreveu posteriormente que a atmosfera de sua casa durante a infância era frequentemente triste.[10] Seus pais estavam frequentemente doentes,[11] e o casamento estava desprovido de amor.[12] Seu relacionamento com sua mãe, Matilde, era extremamente tenso.[13] Kahlo descreveu sua mãe como "gentil, ativa e inteligente, mas também calculista, cruel e fanaticamente religiosa."[14] O empreendimento de fotografia de seu pai sofreu muito devido a Revolução Mexicana, já que a derrubada do governo o comissionou de trabalhos, além de que a guerra civil limitou o número de clientes particulares.[15]

A mãe de Frida, Matilde Gonzalez y Calderón, era uma católica devota de origem indígena e espanhola.[16] Os pais de Frida se casaram logo após a morte da primeira esposa de Guillermo, durante o nascimento do seu segundo filho. Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meio-irmãs mais velhas. Frida ressaltava que cresceu em um mundo cheio de mulheres. Durante a maior parte de sua vida, no entanto, ela se manteve próxima do pai.

Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite fez com que sua perna direita fosse menor e mais fina que a perna esquerda.[17] Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais. Embora Frida desde o início da infância tenha recebido tutoria artística de Fernando Fernández,[18] ela não estava particularmente interessada na arte como uma carreira.

Em 1922 foi aceita na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e durante 1922 até 1925 frequentou a escola. Durante seu período acadêmico, Frida focou em disciplinas de ciências naturais com o objetivo de se tornar uma física.[19] A instituição recentemente havia começado a admitir mulheres, tendo apenas 35 alunas no total de 2000 estudantes matriculados.[20] Ela teve um bom desempenho acadêmico,[21] era uma leitora voraz e rapidamente se tornou "profundamente imersa e empenhada na cultura Mexicanaativismo político e questões de justiça social".[22] Durante esse período, Kahlo foi particularmente influenciada por 9 colegas de classe, na qual estes formaram um grupo informal que se autointitulava como "Cachuchas" - muitos indivíduos desse grupo mais tarde se tornaram figuras importantes da elite intelectual Mexicana.[23]

Acidente de ônibus

Em 17 de setembro de 1925, Frida sofre um grave acidente de ônibus causado pelo choque com um bonde. O corrimão do ônibus perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica, perfuração do abdomen e do útero, 3 fraturas em sua coluna vertebral, seu pé direito foi triturado e deslocado e teve a clavícula fraturada.[24] Frida ficou um mês no hospital e dois meses em casa se recuperando antes de voltar ao seu trabalho.[25] Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos por três meses, ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida'). O acidente acabou com seus sonhos de se tornar uma física e causou dores e doenças pelo resto de sua vida, seu amigo Andrés Henestrosa citou que Kahlo "vivia morrendo".[26] Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.[27]

Relacionamento com Diego Rivera

Em 1928, entrou no Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.

Viagens ao exterior

Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera. Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán. Em 1938, André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade. Em 1939, expõe em Paris na galeria Renón et Colle.

Volta ao México

A partir de 1943, dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México). Em 1953, a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra. Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina (1928).

Vida pessoal

Frida e Diego Rivera se casaram duas vezes.

Casa-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, teve um caso com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo elas sendo casadas, mas não aceitava os casos da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.

Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive novos amores com homens e mulheres, mas em 1940 une-se novamente a Diego. O segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por brigas violentas. Ao voltar para o marido, Frida construiu uma casa igual à dele, ao lado da casa em que eles tinham vivido. Essa casa era ligada à outra por uma ponte, e eles viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos. Encontravam-se na casa dela ou na dele, nas madrugadas.

Embora tenha engravidado mais de uma vez, Frida nunca teve filhos, pois o acidente que a perfurou comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação até o final, tendo tido três abortos (em 1929 ela sofreu o primeiro aborto, e em 1932, o segundo).

Tentou diversas vezes o suicídio com facas e martelos.

Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma forte pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta a hipótese de que tenha morrido de overdose (acidental ou não), devido ao grande número de remédios que tomava. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite a hipótese de suicídio. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma urna em sua antiga casa, hoje Museu Frida Kahlo.[28]

Homenagens póstumas

Casa Azul, o museu

"A Casa Azul", residência de Frida e de seus familiares.

Quatro anos após a sua morte, sua casa familiar conhecida como "Casa Azul" transforma-se no Museu Frida Kahlo. Frida Kahlo, reconhecida tanto por sua obra quanto por sua vida pessoal, ganha retrospectiva de suas obras, com objetos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros.

Centenário

O centenário de Kahlo foi comemorado com a maior exibição já realizada de suas pinturas no Palacio de Bellas Artes, local de sua primeira exibição no México.[29] Foram reunidas pinturas vindas de DetroitLos AngelesMiamiMineápolisSan Francisco, e Nagoya. A exibição incluiu um terço de sua produção artística, assim como manuscritos e cartas que ainda não haviam sido exibidos.[29] A exposição ficou aberta entre 13 de junho e 12 de agosto de 2007, e quebrou todos os recordes de público do museu.[30]

Na cultura popular

  • Em 1986, Paul Leduc dirigiu o filme "Frida Kahlo, natureza viva", montado como colagem de recordações de Frida antes de sua morte.[31]
  • Em 1992, foi mencionada na canção "Esquadros", de Adriana Calcanhotto.
  • Em 2002, sob a direção de Julie Taymor, foi lançado o filme Frida, que narra a história da pintora, interpretada pela atriz Salma Hayek. O longa metragem conta ainda com a presença de Alfred Molina, interpretando Diego Rivera.
  • Em 2008, a banda inglesa Coldplay lançou o álbum Viva la Vida or Death and All His Friends, cujo título é inspirado em um quadro de Frida, também intitulado "Viva La Vida" e que intitula também a principal canção do disco. Segundo o vocalista Chris Martin, o título foi escolhido devido ao otimismo de Frida, mesmo com os percalços percorridos pela artista, ao exaltar a vida no referido quadro. Ela se vestia mediocremente com vestes de pobre, mesmo tendo uma quantia relativamente grande de dinheiro.
  • Em 2010 foi homenageada pelo Google com um doodle estilizado de seu auto-retrato.
  • Em 2010 foi homenageada no carro abre-alas da escola de samba Viradouro da cidade de Niterói que desfila no Rio de Janeiro.
  • Em 2011 foi citada na música "Sucrilhos" do rapper brasileiro Criolo Doido. Além dela, são citados os artistas Hélio Oiticica e Di Cavalcanti.
  • Em 2014 estreou no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, a peça "Frida y Diego", com Leona Cavalli e José Rubens Chachá. Com texto de Maria Adelaide Amaral, a apresentação trata da conturbada história de amor entre Frida Kahlo e Diego Rivera.
  • Em 2015 ganhou livro na coleção Antiprincesas, Editora Chirimbote (Argentina).

Leilões

  • Em 2006, "Roots" foi adquirido por 5,6 milhões de dólares, numa venda da Sotheby's, em Nova Iorque.
  • "Two Nudes in the Forest (The Land Itself)", de 1939, que retrata duas mulheres nuas, foi vendida em 12 de maio de 2016 num leilão da Christie's em Nova Iorque por oito milhões de dólares, um recorde para obras da artista.[32]
  • "Diego y yo" de 1949 foi leiloada em 16 de Novembro de 2021 pela Sotheby’s por 34,9 milhões de dólares, recorde de artistas latino-americanos.[33]

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Zelazko, Alicja (2019). «Frida Kahlo | Biography, Paintings, & Facts»Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2020
  2.  Weidemann, Christiane (2008). 50 women artists you should knowRegisto grátis requerido. Munich: Prestel. ISBN 978-3-7913-3956-6OCLC 195744889
  3.  Rosenthal, Mark (2015). Diego and Frida: High Drama in Detroit. [S.l.]: Detroit, MI: Detroit Institute of Arts, [2015] New Haven; London: Yale University Press, [2015]. p. 117ISBN 978-0895581778
  4.  Courtney, Carol. «Frida Kahlo's life of chronic pain»Oxford University Press's Academic Insights for the Thinking World. Oxford University Press. Consultado em 6 de dezembro de 2020
  5.  «Frida Kahlo»Biography (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2020
  6.  Broude, Norma; Garrard, Mary D. (1992). The Expanding Discourse: Feminism and Art HistoryRegisto grátis requerido. [S.l.: s.n.] p. 399
  7.  Kahlo, Frida (2005). Frida Kahlo. Emma Dexter, Tanya Barson, Gannit Ankori, Tate Modern. London: [s.n.] p. 17. OCLC 60793219
  8.  Herrera, Hayden (1983). A Biography of Frida Kahlo. Nova York: HarperCollins. p. 5. ISBN 978-0060085896
  9.  Ronnen, Meir (20 de abril de 2006). «Frida Kahlo's father wasn't Jewish after all». The Jerusalem Post. Consultado em 2 de setembro de 2009. Arquivado do original em 13 de julho de 2011
  10.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 18. OCLC 46785322
  11.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 18. OCLC 46785322
  12.  Beck, Evelyn Torton (1 de abril de 2006). «Kahlo's World Split Open»Feminist Studies (1): 57. ISSN 0046-3663doi:10.2307/20459065. Consultado em 9 de julho de 2021
  13.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 8–10. OCLC 30799995
  14.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 8–10. OCLC 30799995
  15.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 10–12. OCLC 1035149296
  16.  «Frida Kahlo (1907-1954), Mexican Painter». Biography, www.fridakahlo.com. Consultado em 2 de junho de 2007
  17.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 10–20. OCLC 1035149296
  18.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 20. OCLC 46785322
  19.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. p. 11. OCLC 30799995
  20.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. p. 11. OCLC 30799995
  21.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 26–40. OCLC 1035149296
  22.  Ankori, Gannit (2013). Frida Kahlo. London: [s.n.] pp. 60–62. OCLC 881430630
  23.  Kahlo, Frida (2005). Frida Kahlo. Emma Dexter, Tanya Barson, Gannit Ankori, Tate Modern. London: [s.n.] p. 199. OCLC 60793219
  24.  Maranzani, Barbara (25 de janeiro de 2019). «How a Horrific Bus Accident Changed Frida Kahlo's Life»Biography. Consultado em 9 de julho de 2021
  25.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 17–18. OCLC 30799995
  26.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 101. OCLC 46785322
  27.  www.biography.com (ed.). «Frida Kahlo bus accident». Consultado em 16 de abril de 2019
  28.  Frida Kahlo (em inglês) no Find a Grave
  29. ↑ Ir para:a b «Largest-ever exhibit of Frida Kahlo work to open in Mexico»Agence France PresseYahoo News. 29 de maio de 2007. Consultado em 30 de maio de 2007
  30.  «Centenary show for Mexican painter Kahlo breaks attendance records». People's Daily Online. 14 de agosto de 2007. Consultado em 21 de agosto de 2007
  31.  IMDB - "Frida Kahlo, naturaleza viva"
  32.  «Pintura de Frida Kahlo arrematada por valor recorde em leilão»
  33.  «Frida Kahlo 'Diego y yo' self-portrait sells for $34.9 million»

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