domingo, 22 de maio de 2022

DIA DO ABRAÇO - 22 DE MAIO DE 2022

 

Abraço

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um abraço durante um show na Itália

Abraço ou amplexo é quando duas ou mais pessoas, geralmente duas, ficam parcial ou completamente entre os braços da outra. É usado, dependendo da cultura local, como forma de demonstração de afeto de uma pessoa para outra. Através dele podemos cumprimentar ou expressar sentimentos como carinhoamorcompaixãosaudade, congratulação, terror, etc. Um abraço em alguém pode demonstrar também proteção instintiva.

Especificações

Um abraço pode ser um sinal de alegria ou felicidade
Um abraço após um show nos Estados Unidos
Um abraço depois de um jogo de vôlei no Canadá
Um abraço na Argentina

Um abraço, às vezes associado a um beijo, é uma forma de comunicação não verbal. Dependendo da cultura, do contexto e do relacionamento, um abraço permite que você exteriorize um sentimento de amizadeamor, fraternidade ou simpatia[1] Ao contrário de outros tipos de contato físico, um abraço pode ser feito publicamente e em privado, sem estigma em muitos países e em diferentes religiões e culturas, independentemente de sexo ou idade. [2] Geralmente é um indicador de familiaridade com o outro.

Carícias

Em 2014, os sociólogos britânicos Eric Anderson e Mark McCormack publicaram um estudo mostrando que 93% dos jovens estudantes de esportes heterossexuais britânicos já abraçaram um amigo como sinal de amizade. [3] [4] Outro estudo britânico de 30 homens heterossexuais que estudam esportes publicado na revista científica Men and Masculinities em 2017 descobriu que 29 de 30 homens deram abraços e carícias na cama com seu amigo bromantico.[5]

Tipos de abraço

Impessoal

Um abraço impessoal geralmente é apenas falado e não é dado de fato. Especialmente no Brasil, é comum cumprimentar ou se despedir dizendo "um abraço", mas muitas vezes não abraçando de fato. Esse tipo de abraço impessoal é um sinal de mínima intimidade mas é comum também entre pessoas desconhecidas. Ao se despedir numa carta, por exemplo, é relativamente comum dizer "um abraço", "abraço" ou "abraços". Na linguagem da internet - o internetês - isso pode ser ainda representado por dois colchetes, desta forma: []'s ou ainda por parênteses assim: ()'s ou mesmo escrito sob a forma de "abç" ou "abs" (não apenas na internet, mas também em uma carta ou bilhete informal). Esse tipo de expressão, no entanto, não é tão comum em outras línguas. No inglês, por exemplo, "hug" pode ser íntimo demais caso seja escrito ou falado e dificilmente tem o sentido impessoal.

Sexual

Na cultura popular brasileira, chama-se o abraço que exprime uma conotação sexual como "amasso" ou "abraço quente". Um abraço neste estilo consiste geralmente em apalpar, apegar-se ou apertar mais que um abraço comum.

Amplexoterapia

Acredita-se que abraçar seja uma ótima terapia contra a tristeza e a depressão, pois o abraço seria muito mais do que um simples "apertão" de braços, e que no momento que abraçamos afetuosamente a quem apreciamos, transmitimos ali emoções como o amor e a paz.

Galeria

Ver também

Referências

  1.  Kathleen Keating, The Hug Therapy Book, Hazelden Publishing, USA, 2011
  2.  Cédric Mayrargue, Universal and Culture-Specific Properties of Greetings, Journal of Linguistic Anthropology, USA, volume 7, p. 63-97, junho de 2008
  3.  Eric Anderson Mark McCormack, Cuddling and Spooning: Heteromasculinity and Homosocial Tactility among Student-athletes, Men and Masculinities, USA, junho 2015, volume 18. 2, p.421–430
  4.  Henry Alford, The Bro Hug: Embracing a Change in Custom, nytimes.com, EUA, 26 de setembro de 2014
  5.  Amanda MacMillan, Men Are More Satisfied By ‘Bromances’ Than Their Romantic Relationships, Study Says, time.com, EUA, 12 de outubro de 2017
Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Abraço

DIA DO AUTOR PORTUGUÊS - 22 DE MAIO DE 2022

 

Autor

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Autor (desambiguação).
Mark Twain foi um proeminente autor americano em vários gêneros, incluindo ficção e jornalismo, durante o século XIX.
Virginia Woolf, uma das autoras mulheres mais influentes do século XX.

Autor (do latim auctor, derivado do verbo augeo, 'aumentar')[1] é aquele que cria, causa ou dá origem a alguma coisa, especialmente obra literária, artística ou científica.[2] É diferente de narrador.[3] Na narratologia, o autor é uma das entidades da história.

Roland Barthes escreve, em seu ensaio "Morte do Autor" (1968), que "é a língua que fala, não o autor".[4] As palavras e a linguagem de um texto determinam e expõem o significado para Barthes, e não para alguém que tenha responsabilidade legal pelo processo de sua produção. Cada linha de texto escrito é um mero reflexo de referências de qualquer uma das muitas tradições, ou, como Barthes coloca, "o texto é um tecido de citações retiradas dos inúmeros centros de cultura"; nunca é original. Com isso, a perspectiva do autor é retirada do texto, e os limites anteriormente impostos pela ideia de uma voz autoral, um sentido último e universal, são destruídos. A explicação e o significado de uma obra não precisam ser buscados naquele que a produziu, "como se sempre fosse no final, através da alegoria mais ou menos transparente da ficção, a voz de uma única pessoa, o autor 'confiando' em nós". A psique, a cultura, o fanatismo de um autor podem ser desconsiderados quando se interpreta um texto, porque as próprias palavras são suficientemente ricas com todas as tradições da linguagem. Para expor significados em um trabalho escrito sem apelar para a celebridade de um autor, seus gostos, paixões, vícios, é, para Barthes, permitir que a linguagem fale, ao invés de autor.

Michel Foucault argumenta em seu ensaio "O que é um autor?" (1969) que todos os autores são escritores, mas nem todos os escritores são autores. Ele afirma que "uma carta particular pode ter um signatário - ela não tem um autor".[5] Para um leitor atribuir o título de autor a qualquer trabalho escrito é atribuir certos padrões ao texto que, para Foucault, está trabalhando em conjunto com a idéia de "a função de autor".[6] A função de autor de Foucault é a ideia de que um autor existe apenas em função de um trabalho escrito, uma parte de sua estrutura, mas não necessariamente parte do processo interpretativo. O nome do autor "indica o status do discurso dentro de uma sociedade e cultura", e em algum momento foi usado como uma âncora para interpretar um texto, uma prática que Barthes argumentaria não ser um esforço particularmente relevante ou válido.[7]

Expandindo a posição de Foucault, Alexander Nehamas escreve que Foucault sugere que "um autor [...] é quem pode ser entendido como tendo produzido um texto em particular como o interpretamos", não necessariamente quem escreveu o texto.[carece de fontes] É essa distinção entre produzir uma obra escrita e produzir a interpretação ou o significado em uma obra escrita na qual tanto Barthes quanto Foucault estão interessados. Foucault alerta para os riscos de manter o nome do autor em mente durante a interpretação, porque poderia afetar o valor e significado com o qual se lida com uma interpretação.

Os críticos literários Barthes e Foucault sugerem que os leitores não devem confiar ou procurar a noção de uma voz abrangente ao interpretar um trabalho escrito, devido às complicações inerentes ao título de autor de um escritor. Eles advertem sobre os perigos que as interpretações podem sofrer ao associar o assunto de palavras e linguagem inerentemente significativas à personalidade de uma voz autoral. Em vez disso, os leitores devem permitir que um texto seja interpretado em termos da linguagem como "autor".

A Escrita

... Escrever significa revelar-se ao excesso .... É por isso que nunca se pode ficar sozinho quando se escreve, porque mesmo a noite não é noite suficiente. ... Tenho pensado muitas vezes que o melhor modo de vida para mim seria sentar-me no cômodo mais recôndito de um espaçoso porão trancado com minhas coisas de escrita e uma lâmpada. Comida seria trazida e sempre colocada longe do meu quarto, do lado de fora da porta mais externa da adega. A caminhada até a minha comida, no meu roupão, através dos porões abobadados, seria meu único exercício. Eu então voltava para a minha mesa, comia devagar e com deliberação, depois começava a escrever de novo imediatamente. E como eu iria escrever! De que profundidade eu iria arrastar! [Franz Kafka, "Cartas para Felice", 1913][8]

Significado legal da autoria

Normalmente, o primeiro proprietário de um copyright é a pessoa que criou o trabalho, ou seja, o autor. Se mais de uma pessoa criou o trabalho, um caso de autoria conjunta pode ser feito desde que alguns critérios sejam atendidos. Nas leis de direitos autorais de várias jurisdições, há uma necessidade de pouca flexibilidade em relação ao que constitui autoria. O Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos, por exemplo, define direitos autorais como "uma forma de proteção fornecida pelas leis dos Estados Unidos (título 17, Código dos EUA) a autores de" trabalhos originais de autoria ". Com o título de" autor "sobre qualquer" obras literárias, dramáticas, musicais, artísticas, [ou] certas outras obras intelectuais "dá direitos a essa pessoa, o proprietário dos direitos autorais, especialmente o direito exclusivo de participar ou autorizar qualquer produção ou distribuição de seu trabalho. Qualquer pessoa ou entidade que pretenda utilizar propriedade intelectual detida nos direitos de autor deve receber permissão do detentor dos direitos de autor para utilizar esta obra e, muitas vezes, será solicitada a pagar pelo uso de material protegido por direitos de autor. trabalha e entra no domínio público, onde pode ser usado sem limite Leis de direitos autorais em muitas jurisdições - em sua maioria seguindo a liderança dos Estados Unidos, em que as indústrias de entretenimento e editoras têm l poder obbying - foram alterados repetidamente desde o seu início, para estender a duração deste período fixo, onde o trabalho é exclusivamente controlado pelo detentor dos direitos autorais. No entanto, os direitos autorais são meramente a garantia legal de que um deles possui seu trabalho. Tecnicamente, alguém é dono de seu trabalho desde o momento em que é criado. Um aspecto interessante da autoria surge com os direitos autorais em que, em muitas jurisdições, ela pode ser passada para outra após a morte de alguém. A pessoa que herda os direitos autorais não é o autor, mas goza dos mesmos benefícios legais.

Perguntas surgem quanto à aplicação da lei de direitos autorais. Como, por exemplo, se aplica à complexa questão da fan fiction? Se a agência de mídia responsável pela produção autorizada permite o material dos fãs, qual é o limite antes que restrições legais de atores, música e outras considerações entrem em cena? Além disso, como os direitos autorais se aplicam às histórias geradas por fãs de livros? Quais poderes os autores originais, assim como os editores, têm em regular ou mesmo impedir a fan fiction? Esse tipo particular de caso também ilustra quão complexo pode ser o direito de propriedade intelectual, uma vez que tal ficção também pode envolver direito de marca registrada (por exemplo, para nomes de personagens em franquias de mídia), direitos de semelhança (como para atores ou até mesmo entidades inteiramente ficcionais) usar direitos mantidos pelo público (incluindo o direito de paródia ou satirizar), e muitas outras complicações interativas. Os autores podem dividir diferentes direitos que detêm para diferentes partes, em diferentes momentos e para diferentes fins ou usos, tais como o direito de adaptar um enredo em um filme, mas apenas com nomes de personagens diferentes, porque os personagens já foram escolhidos por outra empresa para uma série de televisão ou um videogame. Um autor também pode não ter direitos quando trabalha sob contrato que eles teriam de outra forma, como ao criar um trabalho para contratação (por exemplo, contratado para escrever um guia turístico da cidade por um governo municipal que detém os direitos autorais do trabalho final), ou ao escrever material usando propriedade intelectual pertencente a outros (como ao escrever um romance ou roteiro que é uma nova parcela em uma franquia de mídia já estabelecida).

Ver também

Wikcionário
Wikcionário tem o verbete Autor.

Referências

  1.  «author (n.)». Online Etmology Dictionary. Consultado em 29 de Janeiro de 2016
  2.  «Significado de Autor». Dicio. Consultado em 29 de Janeiro de 2016
  3.  «Autor e Narrador: Diferenças». Algo Sobre. Consultado em 29 de Janeiro de 2016
  4.  Roland., Barthes, (1977). Image, music, text. [London]: Fontana. ISBN 0006348807OCLC 4466112
  5.  Alter, Jean; Harari, Josue V. (1980). «Textual Strategies: Perspectives in Post-Structuralist Criticism»Poetics Today2 (1b). 213 páginas. ISSN 0333-5372doi:10.2307/1772249
  6.  Alter, Jean; Harari, Josue V. (1980). «Textual Strategies: Perspectives in Post-Structuralist Criticism»Poetics Today2 (1b). 213 páginas. ISSN 0333-5372doi:10.2307/1772249
  7.  Alter, Jean; Harari, Josue V. (1980). «Textual Strategies: Perspectives in Post-Structuralist Criticism»Poetics Today2 (1b). 213 páginas. ISSN 0333-5372doi:10.2307/1772249
  8.  «author | Origin and meaning of author by Online Etymology Dictionary»www.etymonline.com (em inglês). Consultado em 19 de agosto de 2021
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DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE - 22 DE MAIO DE 2022

 

Biodiversidade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Biodiversidade de um recife de coral.
Florestas húmidas são um exemplo de biodiversidade do planeta e, normalmente, possuem uma grande biodiversidade de espécies.
Exemplos de anfíbios.

Biodiversidade, ou diversidade biológica, pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte. Essa variabilidade aparece apenas como resultado da natureza em si, sem sofrer intervenção humana. Assim, ela pode variar de acordo com as diferentes regiões ecológicas. Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos microscópicos e de micro-organismos.[1]

Pode-se compreender, do termo "conservação", a manutenção dos recursos que constituem a terra, bem como os seres vivos que a compõem, dentre eles, o homem.[2] Difere-se da preservação (que exclui o fator humano para que seja possível a manutenção supracitada), considerando que o homem, principal responsável pela degradação do meio ambiente, é parte dele.

Em ecologia, a conservação se refere aos estudos direcionados à conservação de fauna e flora de um ambiente, podendo ser à respeito de diversos grupos ou direcionado à espécies individuais envolvendo seu nicho e habitat.[3] Ela se baseia em alguns pressupostos, incluindo que a diversidade biológica e a evolução são positivas, e que a diversidade biológica tem valor por si só.[4] A diversidade biológica, mesmo sem que haja ação antrópica, não se mantém inalterada ao longo do tempo, ela muda e se adapta de acordo com as variações do ambiente que a compõe.[5] No entanto, as ações antrópicas podem agravar alguns problemas ambientais, como a alteração e perda de habitats, exploração predatória de recursos, introdução de espécies exóticas em diferentes ecossistemas, aumento de patógenos e tóxicos ambientais e as mudanças climáticas.[6]

Essa área de estudo tem como seus principais objetivos entender os efeitos dessas ações antrópicas no ecossistema, além de também apresentar um papel muito importante na reintrodução de espécies ameaçadas.[7] Um ambiente ecologicamente conservado proporciona uma diversidade de recursos muito maior para ser consumida, assim, a busca de um ecossistema equilibrado é vantajosa para todos os seres que dele usufruem direta ou indiretamente.[8]

A biodiversidade refere-se tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas categorias. E inclui variabilidade ao nível local, complementaridade biológica entre habitats e variabilidade entre paisagens. Ela inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes. A espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência.

A biologia de conservação busca integrar políticas de conservação com as teorias que provêm de diversos campos científicos que dão alicerce para a biologia da conservação, sendo elas, ecologiademografiabiologia populacionalgenéticataxonomia e também de ciências de outros campos, como a economiageografiaantropologiasociologia e outras. Essa união ocorre para que haja o estabelecimento de métodos efetivos para solucionar alguns dos problemas que a biologia da conservação precisa resolver.[4][7] Um exemplo da importância dessa interdisciplinaridade é a implementação de unidades de conservação, que abrange muitos fatores além dos ecológicos, como o fator sociocultural dos moradores das regiões que são implementadas como tais unidades.[9]

O termo foi criado por Thomas Lovejoy,[10] mas não há uma definição consensual de biodiversidade. Uma definição é: "medida da diversidade relativa entre organismos presentes em diferentes ecossistemas". Esta definição inclui diversidade dentro da espécie, entre espécies e diversidade comparativa entre ecossistemas.

Outra definição, mais desafiante, é "totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma região". Esta definição unifica os três níveis tradicionais de diversidade entre seres vivos:

Abordagens da biodiversidade

Uma amostragem de fungoslíquenes e musgos, coletados durante o Verão de 2008 na floresta do norte de Saskatchewan, perto de La Ronge. É um exemplo de diversidade biológica.
  • Para os biólogos geneticistas, a biodiversidade é a diversidade de genes e organismos. Eles estudam processos como mutação, troca de genes e a dinâmica do genoma, que ocorrem ao nível do DNA e constituem, talvez, a evolução.
  • Para os biólogos zoólogos ou botânicos, a biodiversidade não é só apenas a diversidade de populações de organismos e espécies, mas também a forma como estes organismos funcionam. Organismos surgem e desaparecem. Locais são colonizados por organismos da mesma espécie ou de outra. Algumas espécies desenvolvem organização social ou outras adaptações com vantagem evolutiva. As estratégias de reprodução dos organismos dependem do ambiente.
  • Para os ecólogos, a biodiversidade é também a diversidade de interações duradouras entre espécies. Isto se aplica também ao biótipo, seu ambiente imediato, e à ecorregião em que os organismos vivem. Em cada ecossistema os organismos são parte de um todo, interagem uns com os outros mas também com o ar, a água e o solo que a cultura humana tem sido determinada pela biodiversidade, e ao mesmo tempo as comunidades humanas têm dado forma à diversidade da natureza nos níveis genético, das espécies e ecológico.

A biodiversidade é fonte primária de recursos, fornecendo comida (colheitas, animais domésticos, recursos florestais e peixes), fibras para roupas, madeira para construções, remédios e energia. Esta "diversidade de colheitas" é também chamada agro biodiversidade.

Os ecossistemas também nos fornecem "suportes de produção" (fertilidade do solo, polinizadoresdecompositores de resíduos, etc.) e "serviços" como purificação do ar e da água, moderação do clima, controle de inundações, secas e outros desastres ambientais.

Se os recursos naturais são de interesse econômico para o Homem, a importância econômica da biodiversidade é também crescentemente percebida. Novos produtos são desenvolvidos graças a biotecnologias, criando novos mercados. Para a sociedade, a biodiversidade é também um campo de trabalho e lucro. É necessário estabelecer um manejo sustentável destes recursos.[11]

Pontos críticos da biodiversidade

Diversas espécies epífitas numa floresta úmida da América Central. Os ecossistemas da zona intertropical albergam a maior parte da biodiversidade mundial actual.

Um "ponto crítico" (hot spot) de biodiversidade é um local com muitas espécies endêmicas. Ocorrem geralmente em áreas de impacto humano crescente. Esses impactos estão relacionados com atividades relevantes para a economia brasileira como a agropecuária, as exportações e importações, extrativismo e pesca.[12]

A maioria deles está localizada nos trópicos.

Alguns deles:

  • O Brasil tem 1/5 da biodiversidade mundial, com 50 000 espécies de plantas, 5 000 de vertebrados, 10-15 milhões de insetos, milhões de micro-organismos;
  • A Índia apresenta 8% das espécies descritas, com 47 000 espécies de plantas e 81 000 de animais.

Biodiversidade: tempo e espaço

A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução tanto do ponto de vista das espécies como também de um só organismo. A meia-vida média de uma espécie é de um milhão de anos e 99% das espécies que já viveram na Terra estão hoje extintas.

A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem dúvida, maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies, contudo, as populações tendem a ter maiores áreas de ocorrência. Este efeito que envolve disponibilidade energética, mudanças climáticas em regiões de alta latitude é conhecido como efeito Rapoport.

Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. A riqueza de espécies tendem a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica (clima, altitude) e também pelas suas histórias evolutivas.

O valor econômico da biodiversidade

Floresta e exemplo de epifitismo.

Ecólogos e ambientalistas são os primeiros a insistir no aspecto econômico da protecção da diversidade biológica. Deste modo, Edward Osborne Wilson escreveu em 1992 que a biodiversidade é uma das maiores riquezas do planeta, e, entretanto, é a menos reconhecida como tal (la biodiversité est l'une des plus grandes richesses de la planète, et pourtant la moins reconnue comme telle).

A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de recursos que devem ser utilizados para a produção de produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento de recursos biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade. Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a negociação da divisão e apropriação dos recursos naturais.

Uma estimativa do valor da biodiversidade é uma pré-condição necessária para qualquer discussão sobre a distribuição da riqueza da Biodiversidade. Estes valores podem ser divididos entre:

  • valor intrínseco – todas as espécies são importantes intrinsecamente, por uma questão de ética;
  • valor funcional – cada espécie tem um papel funcional no ecossistema. Por exemplo, predadores regulam a população de presas, plantas fotossintetizantes participam do balanço de gás carbônico na atmosfera, etc.;
  • valor de uso directo – muitas espécies são utilizadas directamente pela sociedade humana, como alimentos ou como matérias primas para produção de bens;
  • valor de uso indirecto – outras espécies são indirectamente utilizadas pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a polinização das flores de laranja, resultando numa melhor produção de frutos;
  • valor potencial – muitas espécies podem futuramente ter um uso directo, como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios activos a partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos.

Em um trabalho publicado na Nature em 1997, Constanza e colaboradores estimaram o valor dos serviços ecológicos prestados pela natureza. A ideia geral do trabalho era contabilizar quanto custaria por ano para uma pessoa ou mais, por exemplo, polinizar as plantas ou, ainda, quanto custaria para construir um aparato que servisse como mata ciliar, a fim de evitar o assoreamento dos rios. O trabalho envolveu vários "serviços" ecológicos e chegou a uma cifra média de 33 000 000 000 000 dólares estadunidenses por ano, duas vezes o produto interno bruto mundial.

Como medir a biodiversidade?

Do ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objectiva isolada de biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com propósitos particulares ou aplicações.

Para os conservacionistas práticos, essa medida deveria quantificar um valor que é, ao mesmo tempo, altamente compartilhado entre as pessoas localmente afetadas.

Para outros, uma definição mais abrangente e mais defensável economicamente, é aquela cujas medidas deveriam permitir a assegurar possibilidades continuadas tanto para a adaptação quanto para o uso futuro pelas pessoas, assegurando uma sustentabilidade ambiental. Como consequência, os biólogos argumentaram que essa medida é possivelmente associada à variedade de genes. Uma vez que não se pode dizer sempre quais genes são mais prováveis de serem mais benéficos, a melhor escolha para a conservação ambiental é assegurar a persistência do maior número possível de genes.

Para os ecólogos, essa abordagem às vezes é considerada inadequada e muito restrita.

Inventário de espécies

sistemática mede a biodiversidade simplesmente pela distinção entre espécies. Pelo menos 1,75 milhões de espécies foram descritas; entretanto, a estimativa do verdadeiro número de espécies existentes varia de 3,6 para mais de 100 milhões. Diz-se que o conhecimento das espécies e das famílias tornou-se insuficiente e deve ser suplementado por uma maior compreensão das funções, interações e comunidades. Além disso, as trocas de genes que ocorrem entre as espécies tendem a adicionar complexidade ao inventário.[13]

A biodiversidade está ameaçada

Durante as últimas décadas, uma grande erosão da biodiversidade vem sendo observada. A maioria dos biólogos acredita que uma extinção em massa está a caminho. Apesar de divididos a respeito dos números, muitos cientistas acreditam que a taxa de perda de espécies é maior agora do que em qualquer outra época da história da Terra.

Alguns estudos mostram que cerca de 12,5% das espécies de plantas conhecidas estão sob ameaça de extinção.[14] Alguns dizem que cerca de 20% de todas as espécies viventes podem desaparecer em 30 anos. Quase todos dizem que as perdas são decorrentes das atividades humanas, em particular a destruição dos habitats de plantas e animais.

Alguns justificam a situação não tanto pelo sobre uso das espécies ou pela degradação do ecossistema quanto pela conversão deles em ecossistemas muito padronizados (exemplo: monocultura seguida de desmatamento). Antes de 1992, outros mostraram que nenhum direito de propriedade ou nenhuma regulamentação de acesso aos recursos necessariamente leva à diminuição dos processos de degradação, a menos que haja apoio da comunidade.

Entre os dissidentes, alguns argumentam que não há dados suficientes para apoiar a visão de extinção em massa, e dizem que extrapolações abusivas são responsáveis pela destruição global de florestas tropicaisrecifes de coraismangues e outros habitats ricos. No entanto, esses não encontram base científica sólida para suas alegações, diante da acumulação de evidências sobre o intenso declínio na riqueza biológica do planeta e sobre a destruição ou degradação de inúmeros ecossistemas. Apesar disso, há influentes grupos de pressão econômica e política que alimentam uma ruidosa controvérsia artificial no intuito deliberado de confundir a opinião pública.

domesticação de animais e plantas em larga escala é um fator histórico de degradação da biodiversidade, gerando a seleção artificial de espécies, onde alguns seres vivos são selecionados e protegidos pelo homem em detrimento de outros.[15]

Manuseio da biodiversidade: ação, preservação e proteção

Silo Global de Sementes de Svalbard, criado em 2008 para conservar ex-situ sementes de plantas cultiváveis de todo o mundo.[16]

Nas últimas décadas observou-se uma preocupação crescente com questões ambientais globais devido principalmente a degradação do meio ambiente e práticas não-sustentáveis. Apesar de não haver consenso quanto ao tamanho e ao significado da extinção atual, muitos consideram a biodiversidade essencial.[17]

Há basicamente dois tipos principais de opções de conservação, conservação in-situ e conservação ex-situ. A in-situ é geralmente vista como uma estratégia de conservação elementar. Entretanto, sua implementação é às vezes impossível. Por exemplo, a destruição de hábitats de espécies raras ou ameaçadas de extinção às vezes requer um esforço de conservação ex-situ. Além disso, a conservação ex-situ pode dar uma solução reserva para projectos de conservação in-situ. Alguns acham que ambos os tipos de conservação são necessários para assegurar uma preservação apropriada.

Um exemplo de um esforço de conservação in-situ é a construção de áreas de proteção. Um exemplo de um esforço de conservação ex-situ, ao contrário, seria a plantação de germoplasma em bancos de sementes. Tais esforços permitem a preservação de grandes populações de plantas com o mínimo de erosão genética.

A ameaça da diversidade biológica estava entre os tópicos mais importantes discutidos na Conferência Mundial da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável, na esperança de ver a fundação da Global Conservation Trust para ajudar a manter as coleções de plantas.[18]

Estatuto jurídico da biodiversidade

A biodiversidade deve ser avaliada e sua evolução, analisada (através de observações, inventários, conservação...) e levada em consideração nas decisões políticas. Está começando a receber uma direção jurídica:

  • A relação "Leis e ecossistema" é muito antiga e tem consequências na biodiversidade. Está relacionada aos direitos de propriedade pública e privada. Pode definir a proteção de ecossistemas ameaçados, mas também alguns direitos e deveres (por exemplo, direitos de pesca, direitos de caça);
  • "Leis e espécies" é um tópico mais recente. Define espécies que devem ser protegidas por causa da ameaça de extinção. Algumas pessoas questionam a aplicação dessas leis;
  • "Lei e genes" tem apenas um século. Enquanto a abordagem genética não é nova (domesticação, métodos tradicionais de seleção de plantas), o progresso realizado no campo da genética nos últimos 20 anos leva à obrigação de leis mais rígidas. Com as novas tecnologias da genética e da engenharia genética, as pessoas estão pensando sobre o patenteamento de genes, processos de patenteamento, e um conceito totalmente novo sobre o recurso genético. Um debate muito caloroso, hoje em dia, procura definir se o recurso é o gene, o organismo, o DNA ou os processos.

convenção de 1972 da UNESCO estabeleceu que os recursos biológicos, tais como plantas, eram uma "herança comum da humanidade". Essas regras provavelmente inspiraram a criação de grandes bancos públicos de recursos genéticos, localizados fora dos países-recursos.

Novos acordos globais (Convenção sobre Diversidade Biológica), dão, agora, direito nacional soberano sobre os recursos biológicos (não propriedade). A ideia de conservação estática da biodiversidade está desaparecendo e sendo substituída pela ideia de uma conservação dinâmica, através da noção de recurso e inovação.

Os novos acordos estabelecem que os países devem conservar a biodiversidade, desenvolver recursos para sustentabilidade e partilhar os benefícios resultantes de seu uso. Sob essas novas regras, é esperado que o bio prospecto ou coleção de produtos naturais tem que ser permitido pelo país rico em biodiversidade, em troca da divisão dos benefícios.

Princípios soberanos podem depender do que é melhor conhecido como Access and Benefit Sharing Agreements (ABAs). O espírito da Convenção sobre Biodiversidade implica num consenso informado prévio entre o país fonte e o colector, a fim de estabelecer qual recurso será usado e para quê, e para decidir um acordo amigável sobre a divisão de benefícios. O bio prospecto pode vir a se tornar um tipo de Biopirataria quando esses princípios não são respeitados.

Ver também

Referências

  1.  Franco, José Luiz de Andrade (Novembro 2013). «O conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação:da preservação da wilderness à conservação da biodiversidade.». Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil
  2.  CARVALHO, José Cândido de Melo. A Conservação da Natureza e Recursos Naturais no Mundo e no Brasil, In: Simpósio sobre Conservação da Natureza e Restauração do Ambiente Natural, publicado no Suplemento dos Anais da Academia Brasileira de Ciências, vol. 41, Rio de Janeiro, 30/09/1969, p. 7.
  3.  FRANCO, J. L. A. The concept of biodiversity and the history of conservation biology: from wilderness preservation to biodiversity conservation. Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil. 2013.
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