sábado, 12 de fevereiro de 2022

DIA DA MÃO VERMELHA (seja lá o que isso for...) - 12 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Alouatta belzebul

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaGuariba-de-mãos-ruivas[1]
Guariba-de-mãos-ruivas em Tucuruí, Pará.
Guariba-de-mãos-ruivas em TucuruíPará.
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Primates
Família:Atelidae
Subfamília:Alouattinae
Género:Alouatta
Espécie:A. belzebul
Nome binomial
Alouatta belzebul
Linnaeus, 1766)
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica do bugio-de-mãos-ruivas.
Distribuição geográfica do bugio-de-mãos-ruivas.

Alouatta belzebul é uma espécie de bugio ou guariba, um macaco do Novo Mundo da família Atelidae e gênero Alouatta, conhecido popularmente por guariba-de-mãos-ruivasguariba-de-mãos-vermelhasguariba-preta ou bugio-de-mãos-ruivas. É endêmico do Brasil, e possui distribuição geográfica disjunta, ocorrendo duas populações separadas: uma na Amazônia e outra na Mata Atlântica do litoral do Nordeste Brasileiro.

Distribuição Geográfica

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo tanto na Floresta Amazônica quanto na Mata Atlântica nordestina.[3] Ocorre nos estados do ParáMato GrossoAmapá e Maranhão (distribuição "amazônica") e no Rio Grande do NorteParaíbaPernambuco e Alagoas.[3] É uma espécie restrita às formações florestadas e seus limites de distribuição são definidos com o fim de florestas e início de formações abertas, como o cerrado.[3] Habita desde vegetação de transição com alta frequência de babaçu, até a floresta estacional semidecidual e floresta ombrófila.[4][5][6][7]

Descrição

São primatas de grande porte, com até 1 metro comprimento cabeça-cauda, e peso entre 6,5-8,0 kg nos machos e 4,8-6,2 kg nas fêmeas. Sua pelagem é curta e áspera, com “barba” bem desenvolvida; possui pelagem preta ou marrom-escuro com mãos, pés e porção final da cauda avermelhados: outras variações de pelagem que definiam subespécies distintas agora são consideradas espécies diferentes (Alouatta belzebul discolor e A. belzebul ululata).[3] Sua cauda é preênsil, e apresentam locomoção lenta, quadrupedal, raramente saltando.

Dieta

Sua dieta é predominantemente folívolo-frugívora (flores, folhas e frutos verdes ou maduros), o que o torna animal pouco ativo, passando mais de 70% do seu tempo em descanso. Ingestão de outros compostos tem sido registrada, como insetos, sementes, casca de árvores, raízes, musgo e terra de cupinzeiro.

Reprodução e Socioecologia

Vivem em grupos sociais liderados por um macho adulto; o tamanho do grupo varia com a espécie de Alouatta e o ambiente onde vivem; no A. belzebul são encontrados grupos de 2 a 14 indivíduos. Os machos do gênero vocalizam para determinar a localização do grupo e defender seu território.

A gestação da espécie dura mais de 150 dias, onde nasce um único filhote. As crias são carregadas no ventre pela mãe nas primeiras 3 semanas de vida e após ficam aguarrados no dorso da mesma; as fêmeas cuidam dos filhotes até o desmame com 15 meses de vida. A espécie atinge a maturidade sexual com 36 a 40 meses de vida.

Conservação

Guariba-de-mãos-ruivas na Paraíba.

A espécie é considerada como "Vulnerável" pela IUCN pois suas populações diminuíram significativamente nos últimos 30 anos, sendo que as populações do Nordeste encontram-se em estado crítico (menos de 200 indíviduos).[2] Nesta última região, ainda é encontrado em algumas unidades de conservação: ocorre na Reserva Biológica Guaribas, na Paraíba; na Estação Ecológica Murici, em Alagoas; e em unidades de conservação particulares em PernambucoRio Grande do Norte e Alagoas.[4]

Referências

  1.  Groves, C.P. (2005). Wilson, D.E.; Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal Species of the World 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 148 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0OCLC 62265494
  2. ↑ Ir para:a b Veiga, L.M., Kierulff, C. & de Oliveira, M.M. (2008). «Alouatta belzebul». IUCN 2012. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2012.1. <www.iucnredlist.org>. Consultado em 17 de setembro de 2012
  3. ↑ Ir para:a b c d GREGORIN, R. (2006). «Taxonomia e variação geográfica das espécies do gênero Alouatta Lacépède (Primates, Atelidae) no Brasil» (PDF)Revista Brasileira de Zoologia23 (1): 64-144
  4. ↑ Ir para:a b Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. «Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas do Nordeste» (PDF). Consultado em 1 de julho de 2012
  5.  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. «Guariba – Alouatta belzebul ululata». Consultado em 1 de julho de 2012
  6.  Silva Júnior, J. S., Silva, C. R., Kasecker, T. P (2008). «Primatas do Amapá, Guia de Identificação de Bolso». Conservation International, Tropical Pocket Guide Series #7. Consultado em 1 de julho de 2012[ligação inativa]
  7.  Simone Porfírio de Souza, Anthony Brome Rylands (2005). «Ecologia e Conservação de Alouatta belzebul belzebul (Primates, Atelidae) na Paraíba, Brasil». Consultado em 1 de julho de 2012

Ligações externas

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NUNO BRAGANÇA - ESCRITOR - NASCEU EM 1929 - 12 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Nuno Bragança

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nuno Bragança
Nome completoNuno Manuel Maria Caupers de Bragança
Nascimento12 de fevereiro de 1929
LisboaPortugal
Morte7 de fevereiro de 1985 (55 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoEscritor
Magnum opusDirecta (1977)

Nuno Manuel Maria Caupers de Bragança GCSE (Lisboa12 de Fevereiro de 1929 — Lisboa7 de Fevereiro de 1985) foi um escritor português.

Biografia

Nasceu de uma família da alta aristocracia portuguesa, a Casa de Lafões, ramo dos Duques de Bragança , 6.º neto do Rei D. Pedro II de Portugal.

Frequentou o curso de Agronomia, mudando depois para Direito, que completou em 1957.

Era praticante de Boxe e como pioneiro da caça submarina em Portugal foi co-fundador do CPAS (Centro Português de Actividades Subaquáticas).

A partir de 1955, integra a equipa do jornal Encontro (orgão da JUC – Juventude Universitária Católica), onde publicou os seus primeiros textos literários.

Da segunda metade dos Anos 50 datam textos como "A Morte da Perdiz" (peça radiofónica com colaboração de Pedro TamenNuno Cardoso Peres e Maria Leonor), "O Guardador de Porcos" ou "Guliveira e os Liliputos", título dado por Maria Leonor a uma sátira a Salazar escrita com M. S. LourençoLuís de Sousa Costa e Manuel de Lucena. Pela mesma altura escreveu inúmeras críticas cinematográficas fundando e dirigindo o Cine-Clube "Centro Cultural de Cinema" de 1956-59.

Fez parte do movimento chamado "catolicismo progressista" juntamente com João Bénard da CostaAntónio Alçada Baptista e o referido Pedro Tamen, entre outros, tendo sido co-fundador da revista "O Tempo e o Modo", de que foi colaborador assíduo[1]. Logo, foi militante no MAR (Movimento de Acção Revolucionária), por essa altura aproxima-se das Brigadas Revolucionárias de Isabel do Carmo e Carlos Antunes e trava amizade com Manuel Alegre e começa uma atividade clandestina que visava preparar um atentado contra a Pide[2].

Assinou o argumento e diálogos do filme de Paulo Rocha "Os Verdes Anos", de 1963.

Em 1970 co-assinou com Gérdard Castello LopesFernando Lopes e Augusto Cabrita o documentário "Nacionalidade Português" que abordava a questão da emigração, estreado em Portugal em 1973.

Depois do golpe de Estado do 25 de Abril de 1974, Nuno Bragança junta-se ao teatro A Comuna, onde conhece a sua futura mulher, a atriz Madalena Pestana, com quem terá dois filhos. Nesses anos de ressaca revolucionária, escreve para o Jornal de Letras, apoia a candidatura e o governo de Maria de Lourdes Pintassilgo[3].

Morreu em 1985 com apenas 55 anos, depois de ter sofrido décadas de depressão e de dependência de álcool[4].

A 9 de Junho de 1998 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[5]

Em 2008, João Pinto Nogueira realizou o documentário "U Omãi qe Dava Pulus", sobre a vida do escritor.

Obras literárias

  • A Noite e o Riso, 1969
  • Directa, 1977
  • Square Tolstoi, 1981
  • Estação, 1984
  • Do Fim do Mundo, 1990 (póstumo)

Em Fevereiro de 2009 reuniram-se num único volume as 5 obras de Nuno Bragança juntamente com a transcrição da peça radiofónica "A Morte da Perdiz", no livro "Obra Completa. 1969-1985", das publicações Dom Quixote.

Dados genealógicos

Casou primeira vez em Estremoz, em Setembro de 1955, com sua parente Maria Leonor da Fonseca de Matos e Góis Caupers (EstremozSanta Vitória do Ameixial, 30 de Agosto de 1926 - Lisboa, 4 de Agosto de 1969), proveniente duma família de ascendência austríaca 6.ª neta do casamento de João Valentim Caupers, médico da rainha D. Mariana de Áustria, mulher de D. João V de Portugal. Com geração.

Casou segunda vez em Lisboa, a 30 de Junho de 1975 com Maria Madalena Batalha Pestana (SintraMontelavar, 9 de Novembro de 1949-15 de junho de 2020). Com geração.

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