domingo, 7 de novembro de 2021

DIA INTERNACIONAL DA PREGUIÇA - 7 DE NOVEMBRO DE 2021

 

Folivora

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaFolivora[1]
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Superordem:Xenarthra
Ordem:Pilosa
Subordem:Folivora
Delsuc, Catzeflis, Stanhope, and Douzery, 2001
Famílias
Bradypodidae

Megalonychidae
Megatheriidae
Mylodontidae
Nothrotheriidae

Folivora é uma subordem de mamíferos, da ordem Pilosa, cujas espécies são conhecidas popularmente por preguiçabicho-preguiçaaígue e cabeluda.[2]

São mamíferos arborícolas e estão divididos em dois gêneros, Bradypus e Choloepus. Representam a superordem Xenarthra, juntamente com os tamanduás e tatus (dasipodídeosclamiforídeos).[carece de fontes]

Todos os dedos têm garras longas pelas quais a preguiça se pendura aos galhos das árvores, com o dorso para baixo. Seu nome advém do metabolismo muito lento do seu organismo, responsável pelos seus movimentos extremamente lentos. É um animal de pelos longos, que vive na copa das árvores de florestas tropicais desde a América Central até o norte da Argentina. Na Mata Atlântica, o animal se alimenta dos frutos da Cecropia (a embaúba, conhecida, por isto, como árvore-da-preguiça).

De hábitos solitários, a preguiça tem, como defesa, sua camuflagem e suas garras. Para se alimentar, a preguiça utiliza-se de "dentes" que se apresentam em forma de uma pequena serra. Herbívoro, tem hábitos alimentares restritos, o que torna difícil sua manutenção em cativeiro, além disso o bicho-preguiça é um dos poucos mamíferos que vive sem precisar de água, isso porque a quantidade necessária do líquido para a sua sobrevivência é absorvida dos alimentos (raízes, folhas e frutos de algumas árvores, como da embaúba, figueira, ingazeira e tararanga). Dorme cerca de catorze horas por dia, também pendurada nas árvores. Na reprodução, dá apenas uma cria. Apenas a fêmea cuida do filhote. Reproduz-se, como tudo que faz, na copa das árvores. Raramente desce ao chão, apenas aproximadamente a cada sete dias para fazer as suas necessidades fisiológicas. O seu principal predador é a onça-pintada.[carece de fontes]

O grupo dos bradipodídeos estão distribuídos da América Central até o norte da Argentina, tendo uma ampla ocorrência no Brasil. No entanto, a  devastação de seu habitat tem gerado um impacto significativo nas populações destes mamíferos. O homem vem adentrando as áreas de floresta, o que tem provocado, sobretudo, a fragmentação de ambientes naturais e aumentado, consequentemente, as taxas de extinção.

Etimologia

"Preguiça" e "bicho-preguiça" são termos que remetem ao comportamento extremamente lento do animal. "Aí" e "aígue" são oriundos do vocábulo tupi a'í, de origem onomatopaica.[3]

Classificação

Esqueleto de Megalonyx wheatleyi

Subordem Folivora (preguiças)

Distribuição geográfica

Distribuição do gênero Bradypus: Verde=B. variegatus, Azul=B. tridactylus, Vermelho=B. torquatus

As preguiças vivem apenas nas matas do continente americano e estão divididas em seis espécies diferentes, que podem ter dois ou três-dedos nas patas anteriores.

Apesar de ocuparem o mesmo nicho ecológico, dificilmente se verifica a presença dos dois gêneros em uma mesma área.

No Brasil, existem as seguintes espécies de três-dedos:

Em 2001, foi descoberta uma nova espécie no Panamá: a preguiça-anã (B. pygmaeus).

preguiça-de-dois-dedos (Choloepus hoffmanni) é encontrada da América Central até São Paulo, no Brasil.

preguiça-real (Choloepus didactylus) vive nas florestas tropicais, desde a Nicarágua até o Brasil Central.

Aparência

Choloepus sp.

São animais de porte médio (cerca de 3,5 a seis quilogramas quando adultas), de coloração geral cinza, tracejada de branco ou marrom-ferrugem, podendo ter manchas claras ou negras. A pelagem pode parecer esverdeada graças às algas que se desenvolvem na sua pelagem e que servem de alimento para as lagartas de determinadas espécies de mariposa, que vivem associadas aos bichos-preguiça.

O pelo cresce em sentido diferente dos demais mamíferos, isto é, cresce do ventre em direção ao dorso. Essa adaptação se dá ao fato da preguiça passar quase o tempo todo de cabeça para baixo, o que ajuda a água da chuva a correr sobre o corpo do animal.

Possuem membros compridos, corpo curto, cauda curta e grossa, adaptados para o seu modo de vida (sempre pendurados em galhos da copa de árvores altas).

Possuem de oito a nove vértebras cervicais, o que lhes possibilita girar a cabeça 270 graus sem mover o corpo. Seus movimentos são sempre muito lentos e costumam dormir cerca de catorze horas por dia, por isso receberam o nome.

A sua temperatura corporal é sempre muito próxima à do ambiente, sendo por isso considerados animais homeotérmicos imperfeitos.

Dieta

As preguiças alimentam-se de folhas novas de um número restrito de árvores, dentre as quais se conhecem a embaúba, a ingazeira, a figueira e a tararanga. O estômago dos bichos-preguiça é um tanto semelhante ao dos animais ruminantes, pois é dividido em quatro compartimentos e contém uma rica flora bacteriana, que permite a digestão inclusive de folhas com alto teor de compostos naturais tóxicos.

Os dentes das preguiças não têm esmalte, por isso só se alimentam de brotos e folhas. Estão sempre crescendo devido ao contínuo desgaste. Por não ter incisivos, a preguiça parte as folhas usando seus lábios duros.

Podem também se nutrir lambendo as algas que crescem em seus pêlos.

As preguiças nunca bebem água pois a quantidade que elas necessitam para viver é absorvida do próprio alimento, através das paredes intestinais, durante o processo de digestão.

Reprodução

A gestação da preguiça dura quase onze meses. O recém-nascido mede de vinte a 25 centímetros e pesa de cerca de 260 a 320 gramas. As fêmeas dos bichos-preguiça carregam o filhote nas costas e ventre durante aproximadamente os nove primeiros meses de vida. Durante esse período, a mãe protege o filhote, enquanto ele se prepara para sobreviver sozinho no ambiente da mata.

A expectativa de vida para uma preguiça varia de trinta a quarenta anos.

Hábitos

Preferem viver em árvores altas, com copa volumosa e densa e muitos cipós, onde se penduram usando as garras que, embora possam parecer assustadoras, praticamente não servem para nenhuma defesa, devido à lentidão dos seus movimentos. Graças a essa lentidão, à sua coloração e ao fato de permanecerem na copa de árvores muito altas, é muito difícil enxergar as preguiças na mata. Mesmo assim, elas têm predadores naturais, como a Harpia, as onças e algumas serpentes.

Várias espécies de besouro e ácaro se alimentam das fezes das preguiças e usam esses animais principalmente como transporte (forésia).

Urinam e defecam apenas a cada sete ou oito dias, sempre no chão, próximo à base da árvore em que costuma se alimentar. Com isso, há uma reciclagem dos nutrientes contidos nas folhas ingeridas pelo animal, que são parcialmente devolvidos à árvore através dos seus dejetos.

Apesar de lentas em terra, as preguiças são excelentes nadadoras.

Status de Conservação

Bicho-preguiça.jpg

Atualmente, o principal predador desses animais é mesmo o homem, que as comercializa em feiras livres e nas margens de rodovias. A ação do homem sobre esses animais tem sido muito facilitada, nos últimos tempos, pela acelerada fragmentação e destruição das matas, o que leva as preguiças a se locomoverem desajeitadamente pela superfície do solo, de uma ilha de mata para outra, em busca de sobrevivência, ficando totalmente expostas à caça e à captura.

A preguiça-de-três-dedos é muito procurada como animal de estimação. Contudo, seu metabolismo lento e adaptado as condições de vida na floresta mostra-se extremamente vulnerável a doenças, causando uma alta mortalidade entre animais em cativeiro.

Graças ao seu temperamento agressivo e a seus caninos afiados, a preguiça-de-dois-dedos não é valorizada como bicho de estimação.

Devido a seu habitat limitado à copa das árvores, e a seus hábitos alimentares especializados, a preguiça é muito afetada pela diminuição das florestas tropicais. Estima-se que venha a ser espécie ameaçada em futuro próximo.

No Brasil, ocorrem todas as espécies de preguiças de três dedos, estando o B. torquatus restrito à Mata Atlântica.

Referências

  1.  Gardner, A.L. (2005). Wilson, D.E.;Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal Species of the World 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 100–101. ISBN 978-0-8018-8221-0OCLC 62265494
  2.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 383
  3.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.70

Ligações externas

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ANA GONTA COLAÇO - ESCULTORA - NASCEU EM 1903 - 7 DE NOVEMBRO DE 2021

 

Ana de Gonta Colaço

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ana de Gonta Colaço
Fotografia da escultora Ana de Gonta Colaço na Académie JulianParis (1929)
Nascimento7 de novembro de 1903
LisboaReino de Portugal
Morte25 de dezembro de 1954 (51 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortuguesa
Progenitores
Alma materAcademia Julian
OcupaçãoEscultoraArtista plástica

Ana de Gonta Colaço (Lisboa7 de novembro de 1903 - Lisboa25 de dezembro de 1954) foi uma escultora e artista plástica portuguesa. Era filha da poetisa e recitalista Branca de Gonta Colaço e do pintor e ceramista Jorge Rey Colaço.[1]

Biografia

Nascimento e Família

Registada e baptizada como Ana Raymunda de Gonta Colaço, Ana de Gonta Colaço nasceu na manhã de 7 de novembro de 1903, em casa, na Rua de Santo António dos Capuchos, n° 84, 2° andar, em Lisboa, sendo filha da poetisa Branca Gonta Colaço e do artista plástico Jorge Rey Colaço.[2] Conhecida como Aninhas, era então a terceira filha do casal, tendo nascido apenas um ano após o falecimento da sua irmã, ainda recém nascida. Este facto levou a que a sua mãe registasse vigorosamente todos os feitos e proezas da sua tão desejada e amada filha, durante os seus primeiros anos de vida, no livro em forma de diário que escreveu, de 1904 até 1924, com o título "Aninhas".[3]

Criada no seio de uma das famílias mais ligadas à actividade intelectual da época em Portugal, para além dos seus pais serem figuras proeminentes da sociedade portuguesa, Ana era irmã mais nova do advogado, escritor e dramaturgo Tomás Ribeiro Colaço, prima pelo lado paterno do pianista e compositor Alexandre Rey Colaço, da actriz e encenadora Amélia Rey Colaço e da pintora e ilustradora Alice Rey Colaço, assim como neta pelo lado materno da poetisa inglesa Ann Charlotte Syder e do político e escritor português Tomás Ribeiro.[4][5]

Primeiros Anos

A sua infância foi bastante privilegiada e enriquecida, sobretudo no que toca à sua educação, sendo ensinada e acompanhada em casa por diferentes tutores, especialistas em diversas matérias e disciplinas, desde línguas, literaturamúsica e até equitação, chegando mesmo a competir com a sua irmã mais nova, Maria Christina, em torneios nacionais de hipismo.[6] A sua infância ficou ainda marcada por várias mudanças de residência na zona de Lisboa e de Oeiras, e pela constante presença de figuras proeminentes da alta sociedade e do mundo artístico e cultural, assim como de elementos da família real portuguesa que visitavam a sua habitação, nomeadamente a Rainha D. Amélia, sendo conhecidos e relatados pelos vários periódicos de então os inúmeros saraus e jantares que Branca de Gonta Colaço organizava todos os Domingos em sua casa.[1]

Apenas em 1920, com 17 anos de idade, Ana de Gonta Colaço começou a desenvolver o seu talento nas artes visuais, nomeadamente na escultura, após ter experimentado e criado umas pequenas obras em casa, sendo fortemente inspirada pelo seu pai que lhe oferecia barro da Fábrica de Sacavém. Visto que à época, a escultura no feminino raramente proporcionava independência financeira ou era considerada uma boa ocupação para uma mulher, foi graças ao apoio dos seus pais que Ana começou a ter aulas com os escultores Costa Motta, sobrinho, e José Isidoro Neto, iniciando a sua carreira.[7][8]

Feminismo

Durante esse mesmo período, Ana começou a abraçar os ideais do feminismo, passando a usar o cabelo curto, à la garçonne, a vestir-se com fatos de corte masculino e gravata e a escrever poemas e outros textos sobre a condição das mulheres em Portugal, especulando-se publicamente sobre a sua orientação sexual como lésbica numa sociedade ainda muito conservadora. Apesar de não ser público, para a sua família esse factor não constituía qualquer segredo, sendo aceite pelos seus pais que sempre a tentaram proteger do escrutínio público.

Anos mais tarde, a jovem escultora, juntamente com a sua mãe, ingressou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP), liderado pela médica e sufragista republicana Adelaide Cabete.[9]

Estudo da escultura em gesso "Pele Vermelha" realizada por Ana de Gonta Colaço na Académie Julian, em Paris (1929)

Primeiras Exposições

No dia 5 de abril de 1923, Ana de Gonta Colaço exibiu a sua primeira obra de nome "Onda", uma estátua de dimensões pequenas, em gesso, que ilustrava um nu feminino deitado sobre a espuma duma onda, em estilo naturalista, com notáveis influências do estilo de Rodin e Camille Claudel, na XX Exposição da Sociedade Nacional das Belas Artes, em Lisboa, recebendo uma Menção Honrosa. A imprensa registou o momento, divergindo drasticamente na sua opinião, ora elogiando o potencial da jovem artista, ora atacando a sua condição de mulher e artista.

Um ano depois, em 1924, Ana de Gonta Colaço realizou a sua primeira exposição a solo no Salão Bobone, em Lisboa, e apesar das duras críticas que recebeu em vários artigos escritos, tais como do jornalista Norberto de Araújo, do Diário de Lisboa, que referiu que "A escultura não pode ser nunca a arte de uma mulher.", a inauguração da exposição esteve repleta de várias personalidades do mundo das artes, cultura, política e até do activismo feminista português, como os pintores Jorge BarradasEduarda LapaRoque GameiroMilly PossozZoé Batalha Reis e o escultor António Teixeira Lopes, as escritoras e poetas Virgínia VitorinoOlga Morais Sarmento e Oliva Guerra ou ainda a actriz e sua prima Amélia Rey Colaço.

Formação em Paris e Carreira Artística

Apaixonada pela fotografia e o cinema, em 1927, diplomou-se na Escola de Arte Cinematográfica Rino Lupo, em Lisboa, tendo no entanto apenas explorado a sétima arte ao realizar a curta-metragem "A mão enluvada" com os seus colegas de curso.

Em 1929, tal como o seu pai fizera, Aninhas, nome pelo qual também assinava os seus trabalhos, partiu para Paris, via Madrid, onde visitou o Museu do Prado e de seguida, ao chegar à capital francesa e visitar várias escolas de artes, ingressou na Academia Julian, tornando-se pupila de Paul Landowski e de Alfred-Alphonse Bottiau. Após trabalhar intensamente na escola de arte durante sete longos meses, a artista portuguesa foi admitida a exibir no Salon d'Automne, com a sua obra "Pele Vermelha", a qual marcava uma nova estética no seu trabalho, deixando para trás o estilo naturalista e rumando em direcção às tendências vanguardistas da época como o modernismo.[10]

Durante a década de 30, Ana de Gonta Colaço permaneceu intermitentemente entre ParisLondresLisboa e Tânger, onde também tinha família, até 1938, deixando a sua carreira num interregno artístico excepto por breves aparições e participações em algumas exposições.

Durante uma das suas estadias em Portugal, em 1930, foi convidada a exibir na Exposição da Obra Feminina Antiga e Moderna, realizada nas instalações do jornal O Século, em Lisboa, pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, e em 1932, criou o Salão dos Artistas Criadores, juntamente com a escultora Maria José Dias da Câmara e a pintora Maria Adelaide de Lima Cruz, com a qual mantinha uma relação afectiva e partilhava um atelier em Lisboa.[11][12]

Em 1939, de regresso a Lisboa, e após alguma polémica, por ter vindo a público a sua relação com a cantora lírica e actriz Corina Freire, uma das suas obras, "Ouvindo o Sermão", foi recusada pelo júri da XXXVI Exposição de Pintura, Escultura, Arquitectura, Desenho e Gravura da Sociedade Nacional de Belas Artes. Quando entrevistada sobre o acontecimento, Ana respondeu "Em arte, o modernismo não existe em Portugal. Ninguém sabe o que isso é.", criticando o conservadorismo que ainda persistia na sociedade portuguesa. Mesmo assim, nesse mesmo ano, foi convidada por Cottinelli Telmo a participar na Exposição do Mundo Português, apresentando a sua obra "D. Jaime", um baixo relevo baseado numa personagem literária de Tomás Ribeiro, seu avô, exposta no Jardim dos Poetas, em Belém, Lisboa.[13]

Últimos Anos de Vida

Após a morte de sua mãe, em 1945, Ana de Gonta Colaço começou a apresentar sinais de saúde débil, optando por se fixar na casa da sua família, a Casa das Matinas, em Parada de GontaTondela, na Beira Alta, onde realizou as suas últimas obras e escreveu textos interventivos sobre a condição da mulher na sociedade portuguesa.[14] A sua última obra, uma monumental escultura de Nossa Senhora da Assunção, foi uma encomenda pela paróquia de Aguiar da Beira, e apresentava uma notória influência do estilo do seu antigo professor Paul Landowski, inserido no movimento artístico do modernismo.[15]

Falecimento

Ana de Gonta Colaço faleceu no dia 25 de dezembro de 1954, em casa da sua irmã mais nova Maria Christina de Gonta Colaço de Aguiar, na Rua da Esperança, n° 53, em Lisboa, com 51 anos de idade.[16] Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres em Lisboa.[17]

Obra

Durante a sua vida, Ana de Gonta Colaço realizou 36 obras escultóricas, 13 retratos ou bustos de oito homens e cinco mulheres e 23 esculturas de diferentes estilos, oscilando entre o naturalismo e o modernismo. Somente quando o seu reconhecimento no estrangeiro se tornou conhecido em Portugal, a imprensa mudou o seu discurso sobre a mulher artista, passando a elogiar o seu trabalho.[18]

Exposições

  • 1923 – XX Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Menção Honrosa com a obra Onda. Obras expostas: Onda.
  • 1924 – Salão Bobone, Lisboa. Exposição Individual. Obras expostas: MãeBacchoEscravaUrsusSoror DolorosaOnda.
  • 1927 – XXIV Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. 3ª Medalha Escultura com a obra Ciúme. Obras expostas: Ciúme e Pega de Caras.
  • 1929 – Salon d’ Automne, Grand Palais des Champs-Élysées, Paris. Obras expostas: Pele Vermelha.
  • 1930 – Exposição da Obra Feminina Antiga e Moderna, de Carácter Literário, Artístico, Modas e Bordados, Salão O Século, Lisboa. Obras expostas: Ciúme.
  • 1931 – XXVIII Exposição de Pintura, Pastel e Escultura da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: O Homem e a imperfeição e Pele vermelha.
  • 1931 – Exposição de Escultura, Salão da Papelaria Progresso, Lisboa. Obras expostas: O Homem e a imperfeiçãoCiúmeJe leve ma lampeD. Nuno BelmonteMaria José PraiaJosé NettoOuvindo o Sermão (esboço), MoiraL’Elan Brisé e Pele Vermelha.
  • 1932 – I Salão do Estoril, Sociedade Propaganda da Costa do Estoril, sob o patrocínio da Sociedade Nacional de Belas Artes, Estoril.
  • 1932 – I Salão dos Artistas Criadores da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa.
  • 1939 - XXXVI Exposição de Pintura, Escultura, Arquitectura, Desenho e Gravura da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: Moiro Paralítico (esboço) e Mr. Mac Bey.
  • 1939 – Casa Aguiar, Lisboa. Exposição Individual. Obras expostas: Ouvindo o Sermão.
  • 1940 - XXXVII Exposição de Pintura, Aguarela, Desenho, Pastel, Gouache, Gravura e Escultura da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: Encarna.
  • 1941 – VII Salão do Estoril, Sociedade Propaganda da Costa do Estoril, sob o patrocínio da Sociedade Nacional de Belas Artes. Obras expostas: Encarna.
  • 1942 – I Exposição Feminina de Artes Plásticas na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: KittyPele Vermelha e Ouvindo o Sermão.
  • 1943 – IX Salão do Estoril, Sociedade Propaganda da Costa do Estoril, sob o patrocínio da Sociedade Nacional de Belas Artes. Obras expostas: Kitty.
  • 1944 – Exposição em casa de José Godinho. Exposição Individual. Obras expostas: José Godinho.
  • 1944 – Salão da Primavera: XLI Exposição Anual de Pintura e Escultura da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: Cristo AlanceadoJosé Godinho e Sra. D.A.M.C.
  • 1945 – Exposição de Artes Plásticas, Caixa de Previdência dos Profissionais da Imprensa, Lisboa.
  • 1947 – Salão da Primavera: XLIV Exposição Anual de Pintura e Escultura da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Obras expostas: Rodrigo de Melo.
  • 1948 – Exposição do Grupo de Artistas Portugueses, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa.
  • 1949 – 1º Salão Anti-Estético: exposição dos ISMOS, Casa dos Pirolitos, Vila Nova da Caparica. Obras expostas: 3 pinturas a óleo.
  • 1949 – III Salão Provincial da Beira Alta, Viseu. 1ª Medalha com a obra Ouvindo o sermão. Obras expostas: Pele Vermelha e Ouvindo o sermão.

Exposições Póstumas ou Comemorativas

  • 1993 – Uma obra a Redescobrir: Ana de Gonta Colaço (1903-1954), Casa de Sant’Ana, Tondela. 2014 – Curso Internacional de Verão de Cascais Mulheres Escultoras em Portugal, Fundação D. Luís I, Cascais. Obras expostas: Pele VermelhaMaria José Praia e documentação vária.
  • 2018 – Ana de Gonta Colaço, Museu José Malhoa, Caldas da Rainha. Curadoria de Ana Pérez-Quiroga. Obras expostas: Pele VermelhaMaria José PraiaAna da PrincesaDr. Fernando Agostinho de Figueiredo e documentação vária.
  • 2019 – Ana de Gonta Colaço, Museu Terras de Besteiros, Tondela. Curadoria de Ana Pérez-Quiroga. Obras expostas: Onda, Mãe, O amor dos homens, Pega de Caras, Pele Vermelha, L’Elan Brisé, Maria José Praia (gessos), Maria José Praia (bronze), Menino, Mr. Mac Bey, Homem com cruz ao peito, Dr. Fernando Agostinho de Figueiredo, Ana da Princesa, Rodrigo de Melo e documentação vária.

Referências

  1.  Tannock, Michael (1978). Portuguese 20th Century Artists: A Biographical Dictionary (em inglês). [S.l.]: Phillimore
  2.  Barros, João de (1970). Cartas a João de Barros. [S.l.]: Edição Livros do Brasil
  3.  Perez-Quiroga, Ana. «Ana de Gonta Colaço, 1903-1954 – Escultora»
  4.  Faces de Eva. [S.l.]: Edicões Colibri. 2002
  5.  Vasques, Eugénia (2001). Mulheres que escreveram teatro no século XX em Portugal. [S.l.]: Edições Colibri
  6.  Illustração portugueza. [S.l.: s.n.] 1921
  7.  «Ana de Gonta Colaço»Fabulásticas. 2016
  8.  Illustração portugueza. [S.l.: s.n.] 1921
  9.  Ocidente. [S.l.: s.n.] 1943
  10.  Quem é alguém: (Who's who in Portugal) Dicionário biográfico das personalidades em destaque do nosso tempo. [S.l.]: Portugália editora. 1947
  11.  Ferreira, Emília. «Maria Adelaide Lima Cruz»Universidade Nova de Lisboa
  12.  Portucale. [S.l.]: Emp. Indust. Gráfica. 1932
  13.  Ocidente. [S.l.: s.n.] 1940
  14.  Beira Alta. [S.l.]: Assembleia Distrital de Viseu. 1952
  15.  «Exposição de Ana de Gonta Colaço inaugurada dia 30 de novembro no Museu Terras de Besteiros»Emissora das Beiras. 26 de novembro de 2019
  16.  Tannock, Michael (1978). Portuguese 20th Century Artists: A Biographical Dictionary (em inglês). [S.l.]: Phillimore
  17.  McCracken, Penny (1998). Women Artists and Designers in Europe Since 1800: An Annotated Bibliography (em inglês). [S.l.]: G.K. Hall
  18.  Borrêcho, Maria do Céu (2017). «Mulheres Escultoras em Portugal: Leandro, S. & Silva, R. H. (Coord.) (2017). Lisboa: Caleidoscópio, 319 pp.»Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher (38): 201–203. ISSN 0874-6885

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