segunda-feira, 2 de agosto de 2021

INAUGURAÇÃO DA SINAGOGA PORTUGUESA DE AMESTERDÃO - (1765) - 2 DE AGOSTO DE 2021

 


Sinagoga Portuguesa de Amesterdão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
EsnogaAmsterdam.jpg
Apresentação
Tipo
Estilo
Arquiteto
Daniël Stalpaert (en)Visualizar e editar dados no Wikidata
Período de construção
Estatuto patrimonial
Website
Localização
Endereço3 Mr. Visserplein (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
1011RD Amesterdão (en)
Flag of the Netherlands.svg Países Baixos
Coordenadas
Sinagoga Portuguesa de Amesterdão

Sinagoga Portuguesa de Amesterdão (português europeu) ou Amesterdã (português brasileiro), denominada de Esnoga, é uma sinagoga dos Países Baixos, situada numa rua (Visserplein) próxima do centro histórico de Amesterdão, em frente ao Museu da História Judaica de Amesterdão.[1] É um edifício monumental que foi construído no século XVII (o chamado "século de ouro da Holanda") pela congregação de judeus de origem sefardita da cidade, a Congregação Portuguesa Israelita de Amesterdão. Hoje, após a Segunda Guerra Mundial e o resultante extermínio dos judeus (Holocausto), não existem mais do que 700 membros da congregação. Apesar disso, o imponente edifício, que escapou milagrosamente à destruição pelos nazis (a maioria das sinagogas alemãs foram incendiadas) permanece aberto ao público todos os dias das 10h às 16h, com excepção do Sábado (Shabat), dia em que está fechada.

12 de setembro de 1670 o terreno foi comprado para a construção da Sinagoga Portuguesa de Amesterdão. Foi projectada pelo arquitecto neerlandês Elias Bouman. As obras começaram a 17 de Abril de 1671. A esnoga seria inaugurada a 2 de agosto de 1675. Ainda hoje o Sefardi é utilizado como língua litúrgica.

História da Comunidade Sefardita de Amesterdão

Após a expulsão dos judeus de Espanha pelos "Reis Católicos" através do Decreto de Alhambra de 1492, cerca de 130 000 fugiram para Portugal, onde havia 50 000 judeus portugueses.

Em 1496/1497, no reinado de D. Manuel I, todos eles seriam obrigados à conversão ao catolicismo, quer fossem judeus portugueses ou espanhóis. Começava a perseguição activa aos judeus em Portugal, que se iria consolidar com a entrada em funcionamento em 1540 do Tribunal da Inquisição, que perdurou até 1821.

Foi a partir daqui que se falou dos chamados "cristãos-novos", ou seja, os descendentes dos judeus convertidos à força. Foram perseguidos e oprimidos, por várias razões. Muitas vezes por inveja do seu poder económico — a Igreja Católica desempenhava um papel desencorajador da actividade económica, proibindo a usura — ou cultural — grande parte dos judeus sabia ler, enquanto que a esmagadora maioria dos católicos era analfabeta.

Por volta de 1596, muitas famílias portuguesas de ascendência judaica, cansadas da opressão em Portugal e desejosas de voltar a praticar abertamente a sua religião, rumaram a Amesterdão (entre muitos outros destinos de refúgio).

Nessa altura, entre 1580 e 1640, Portugal pertencia à União Ibérica da Dinastia Filipina, uma aliança de tradição católica, em guerra aberta com a Inglaterra (ver: Armada Invencível) e a Holanda, países protestantes. A Holanda, país onde a Reforma Protestante ganhara muitos adeptos, tinha sido um território dependente da Espanha católica, e lutava agora pela independência política e religiosa (ver: Guerra dos 80 Anos, a guerra da independência holandesa).

Assim se explica que não só os judeus portugueses que se refugiaram em Amesterdão, mas também os judeus espanhóis, se tenham rotulado de "Portugueses" para evitar a identificação com a Espanha inimiga.

Interior da Sinagoga.

Em 1599 havia apenas cerca de uma centena de portugueses em Amesterdão. Em 1610 seriam perto de 200. Por volta de 1725 seriam já 2 500.

Os judeus ibéricos (os chamados Sefarditas) em breve se tornariam uma minoria, com o afluxo de judeus dos territórios da Europa de Leste (os chamados Asquenazitas), mais numerosos mas normalmente mais pobres do que os judeus sefarditas, que ganharam na Holanda um rótulo de gente de cultura, de dinheiro e influência política. Hoje, os nomes de família portugueses na Holanda (muito poucos, depois da invasão pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial mais de 80% dos judeus holandeses foram exterminados pelos Nazis), têm ainda uma aura de prestígio, intimamente ligado ao afluxo de judeus portugueses nos séculos XVI e XVII.

Os judeus portugueses desempenharam um papel importante no desenvolvimento cultural e económico da República dos Países Baixos. Desfrutaram ali da liberdade de culto e de expressão, invejáveis para a maioria dos judeus nas restantes partes do mundo.

A comunidade judaica portuguesa produziria muitas figuras de renome nacional e internacional, rabinos, eruditos, filósofos, banqueiros, fundadores de companhias de comércio internacional: Gracia NasiIsaac de PintoDavid RicardoMenasseh ben IsraelIsaac Aboab da FonsecaUriel AcostaBaruch de Espinoza, entre outros.

Historiadores

O historiador António José Saraiva, na sua obra "Inquisição e Cristãos-Novos", viu na saída das comunidades judaicas da península ibérica no século XVI um factor prejudicial para as sociedades e economias ibéricas, anunciando o declínio de Portugal e Espanha no concerto da nações, então no auge da sua influência. O historiador norte-americano David Landes, ao resumir as posições do Saraiva, assim escreve em "A riqueza e pobreza das nações":

"Quando os Portugueses conquistaram o Atlântico Sul, eles estavam na linha da frente das técnicas de navegação. A abertura para a aprendizagem com sábios estrangeiros, muitos deles Judeus, tinha trazido conhecimento que se traduzia directamente na aplicação prática, e quando em 1492 os Espanhóis decidiram obrigar os seus Judeus a adoptar o Cristianismo ou a sair, muitos encontraram refúgio em Portugal, então com uma política mais relaxada face ao Judaísmo. Mas em 1497, pressão da Igreja Romana e de Espanha levou a coroa portuguesa a abandonar esta tolerância. Cerca de 70 000 judeus foram forçados a um baptismo meramente formal. Em 1506, Lisboa viu o seu primeiro pogrom, que matou dois mil Judeus "convertidos" (a Espanha já vinha fazendo o mesmo desde há duzentos anos). A partir daí a vida intelectual e científica de Portugal desceu a um abismo de intolerância, fanatismo e pureza de sangue.
O declínio foi gradual. A Inquisição portuguesa foi instalada apenas na década de 1540 e queimou o seu primeiro herético em 1543; mas só se tornou cruelmente amedrontante a partir de 1580, após a união das coroas portuguesa e espanhola sob a pessoa de Filipe II de Espanha. Entretanto, os cripto-judeus, incluindo Abraão Zacuto e outros astrónomos, acharam a vida em Portugal suficientemente perigosa para saírem em grandes números.
… Os cientistas, matemáticos e físicos cripto-judeus do passado tinham saído. Nenhuma outra minoria dissidente apareceu para tomar o lugar deles… se os ganhos da troca de mercadorias são importantes, esses ganhos são ainda pequenos comparados com os ganhos da troca de ideias".

Ver também

Referências

Bibliografia

  • Belinfante, Judith C. E.; Stroo, ‎Martine; Kurpershoek, Ernest. The Esnoga: a monument to Portuguese-Jewish culture. Amesterdã: D'Arts

Ligações externas

PENICHE - FERIADO - 2 DE AGOSTO DE 2021

 



Peniche

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Disambig grey.svg Nota: Se procura por o material inserido entre um semimodelo e a parede de um túnel de vento, veja Peniche (dinâmica de fluidos).
Peniche
Município de Portugal
Brasão de PenicheBandeira de Peniche
Localização de Peniche
GentílicoPenicheiro, Penichense
Área77,55 km²
População27 753 hab. (2011)
Densidade populacional357,9  hab./km²
N.º de freguesias4
Presidente da
câmara municipal
Henrique Bertino (IND.)
Fundação do município
(ou foral)
1609
Região (NUTS II)Centro
Sub-região (NUTS III)Oeste
DistritoLeiria
ProvínciaEstremadura
OragoSão Pedro
Feriado municipalSegunda-feira após o primeiro domingo de Agosto (Festa da Nª Srª da Boa Viagem)
Código postal2520
Sítio oficialwww.cm-peniche.pt

Peniche é uma cidade portuguesa no distrito de Leiria, situada na província da Estremadura e integrando a Comunidade Intermunicipal do Oeste na região do Centro, com 14.822 habitantes (2011).[1]

É sede do pequeno município de Peniche que tem 77,55 km² de área[2] e 27 753 habitantes (2011) [3][4] e está subdividido em 4 freguesias.[5] O município é limitado a leste pelo de Óbidos, a sul pelo da Lourinhã e a oeste e norte pelo Oceano Atlântico.

Presume-se que o topónimo Peniche provém do latim vulgar pinniscula (península), o que significa que o termo se refere a um lugar e não a um povoado e que teve origem durante a Conquista romana da Península Ibérica.[6][7] Por efeito da evolução linguística o termo terá perdido as últimas duas sílabas. Os mais recentes achados arqueológicos em Peniche e nas Berlengas parecem confirmar esta hipótese.

Implantação

Peniche, a cidade mais ocidental da Europa Continental, está implantada numa península (primitivamente uma ilha), com cerca de dez quilómetros de perímetro, criada por um tômbolo. O tômbolo da península de Peniche formou-se lentamente durante o século XVII. Essa língua de areia, na costa oriental da ilha, era invadida pelo mar durante a maré cheia e ficava a descoberto durante a maré vazia.

Vila «de grande população e de muito negócio», Peniche tornava-se por isso ilha na preia-mar e península na baixa-mar. Esse facto é comprovado por uma gravura de 1634 de Pedro Teixeira Albernaz.[carece de fontes] Além dos espaços urbanos, destaca-se ainda nesta gravura o porto de abrigo, adjacente à atual Avenida do Mar e as salinas, situadas a nordeste, no areal da praia da Gamboa (“Baya da Camboa” na gravura), que «carregam o sal em grande quantidade», bem essencial para a salga de pescado. [8] Por efeito do crescente assoreamento do tômbolo pelas areias, Peniche será definitivamente península a partir do século XVIII, embora o alagamento do chamado Fosso da Muralha durante a maré alta permitisse a navegação de pequenas embarcações entre norte e sul através do istmo.

O povoado foi construído numa área rochosa considerada por cientistas como única a nível mundial enquanto exemplo da transição do período Triássico, aquando da extinção do Jurássico Inferior. Essa área engloba a orla costeira desde a Papôa[9] ao Cabo Carvoeiro. Essa particularidade marca inequivocamente a grande importância do património geológico e paleontológico de Peniche. [10][11][12]

Geografia

Praia de Peniche de Cima (Norte)

Peniche tem praias extensas a norte e a sul da península. A praia norte prolonga-se, ultrapassando o Baleal, a uns três quilómetros, numa extensão de cerca de nove quilómetros até à Foz do Arelho.

O ponto mais ocidental da Península de Peniche é o Cabo Carvoeiro.[carece de fontes] A oeste do Cabo Carvoeiro, para lá das seis milhas, situa-se o arquipélago das Berlengas, formação de origem vulcânica alegadamente contemporânea com a do ilhéu da Papôa.[13] Este arquipélago é hoje uma reserva natural onde se encontram espécies raras de flora, aves e peixes.

História

A população da Península de Peniche e terras circundantes

O município de Peniche possui uma longa e rica história. Foi sucessivamente ocupado por populações que, ontem como hoje, fizeram da pesca e da agricultura as suas principais atividades económicas : agricultores locais que se tornam pescadores, pescadores migrantes provenientes de várias localidades da costa portuguesa, da Nazaré, da Póvoa de Varzim e do Algarve, que se tornam residentes, pescadores residentes que, de geração em geração, abandonam Peniche e emigram. [14] A especificidade geomorfológica e insular/peninsular de Peniche parece ter moldado e condicionado, de um ponto de vista socioeconómico e cultural, as populações que ao longo dos tempos ocuparam este território. [15] [16]

Peniche e o seu município são palco de importantes acontecimentos históricos de índole nacional e internacional. Perante frequentes assaltos de piratas e ocupações de potências estrangeiras,[17] foi terra defendida por uma construção fortificada, a Praça-forte de Peniche, mandada edificar pelo rei D. João III em 1557 e concluída em 1645 por D. João IV. Tendo sido praça militar em 1897 e bastião estratégico na defesa da península no século XIX,[18] abrigou refugiados da Guerra dos Bôeres nos primeiros anos do século XX e prisioneiros alemães e austríacos durante a Primeira Guerra Mundial. Tornar-se-ia célebre como prisão política durante o regime autoritário de António de Oliveira Salazar, entre 1934 e 1974, ano da Revolução dos Cravos. Recolheu ainda famílias de retornados das ex-colónias portuguesas de África. Quando estes se integraram na sociedade metropolitana, o forte tornou-se museu local, o Museu Municipal de Peniche.[19]

É a partir da segunda metade do século XV que têm início momentos determinantes da história social e política de Peniche. Em 1449 D. Afonso V doa as Berlengas e o Baleal [20] ao Infante D. Henrique. Em 1497 D. Manuel concede aos moradores de Peniche a possibilidade de possuírem carniçaria e carniceiro, o que lhes permite não terem de ir a Atouguia da Baleia comprar carne, e a possibilidade ainda de cortar lenha em terras do reino. Em 1503 autoriza ainda aos penicheiros semearem nas terras do reguengo, entre a Gamboa e a Ribeira. Em 1537 D. João III ordena que quatro navios armados patrulhem os mares de Peniche para impedir ataques de corsários. Em 1557 el-rei D. Sebastião manda construir o Baluarte do Redondo, junto do portinho da Ribeira. [21]

Em 1589 desembarca em Peniche um exército inglês liderado por António, Prior do Crato, tendo como missão a tomada de Lisboa e a restauração da independência do território português. [22]

No final da primeira década do século XVII, ano de 1609, a povoação de Peniche é elevada por Filipe II de Espanha, rei invasor, à categoria de vila e sede de concelho. Em 1642, o Conselho de Guerra instaurado por D. João IV após a Restauração da Independência considera Peniche “a principal chave do reino pela parte do mar” dando início a uma ampla política de fortificação da vila, que tinha cerca de 3600 habitantes. No ano de 1735 existiam nas fortificações de Peniche cerca de 50 peças de artilharia, ao serviço de uma guarnição permanente composta por 316 militares.[carece de fontes]

No ano sete do século XIX, a Praça de Peniche é ocupada por um regimento de Napoleão Bonaparte, durante a Primeira invasão francesa de Portugal[23] Em 1808 ocorre na vila um levantamento popular, rapidamente reprimido pelo invasor, que acaba por abandonar esta praça militar ainda nesse mesmo ano. Em 1851, as rendas de bilros de Peniche são premiadas com Medalha de Prata em exposições internacionais, tanto em Paris como em Londres. [24]

No século XX, em 1901, são albergados no forte de Peniche a maioria dos 400 boers refugiados da guerra travada contra os ingleses na África do Sul. Um questionário da Companhia Real dos Caminhos de Ferro, ano de 1904, revela que as maiores indústrias do município eram a pesca e as rendas de bilros, seguidas do fabrico de telha, tijolos e loiças. Como principais produtos agrícolas são apontados o vinho, o milho, o feijão, a cevada, a batata e a cebola. [25] A salga e secagem do pescado contribuia também para que muitas pessoas tivessem uma fonte importante de receita.[26]

Motoriza-se a pesca. As traineiras à vela serão cada vez menos. Em 1924 é lançada ao mar a primeira traineira a motor do Porto de Peniche, a ‘Carminha’, do armador Manuel Farto. A energia elétrica chega a Peniche em 1930. O município conta então com mais de 16000 habitantes, numa época em que a pesca da sardinha é o elemento dinamizador de uma importante indústria conserveira, cujo operariado é exclusivamente feminino.[27] No entanto a presença de cardumes de sardinha nos mares de Portugal apenas tem lugar na época do verão durante cerca de três meses. O restante pescado é insuficiente para permitir nas outras estações do ano o sustento tanto da população costeira como abastecer a indústria de conservas ou garantir o mínimo de lucros ao pequeno comércio. Todas as pessoas dependentes da pesca estão sujeitas a um modo de vida precário, dramático para algumas famílias, durante cerca de nove meses. A encosta sul da Península de Peniche, onde se situa o porto de abrigo, é de resto particularmente vulnerável ao mau tempo durante o inverno.[28]

O ano de 1936 é marcado por tais condições, por sérios motivos de ordem social e política. É neste ano que a fortaleza é convertida pelo Estado Novo (Portugal) em prisão para simples delinquentes e particularmente para resistentes antifascistas.

A Guerra das Espoletas

A "Guerra das Espoletas"[29] [nota 1] ou Revolta dos Mestres, refere-se a um levantamento popular em Peniche pelo direito ao trabalho, contra a fome e a miséria. «A 12 de Novembro, na véspera do motim, foram condenados na Capitania de Peniche os mestres e os proprietários das embarcações [nele implicados]. Aos mestres aplicou-se a pena de quatro meses de prisão, na cadeia das Caldas da Rainha e aos proprietários uma multa de 3.950 escudos que deveria ser paga até dia 16 de Novembro».

Culmina o levantamento no dia 13 de novembro de 1935. Envolve « (...) cerca de um milhar de homens e mulheres que pretendiam evitar a prisão dos mestres das traineiras e assegurar a pesca e a produção nas fábricas de conservas.» São então presos e condenados cerca de sessenta mestres. Logo no início da revolta, a vila é invadida por forças militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) e por agentes da Polícia Internacional e de Defesa do Estado. São inicialmente « (...) destacados seis praças da Guarda Nacional Republicana que estavam na Fortaleza de modo a protegerem a saída das camionetas e o pessoal encarregado da reparação das linhas caídas [derrubadas pelos manifestantes]. A Guarda Nacional Republicana e o guarda fios que estava a tentar repor as comunicações foram atacados à pedrada no sítio conhecido como Juncal, segundo o relatório do Administrador do Concelho houve ainda tiros vindos da multidão». Do rescaldo, «(...) resultou a morte de um civil, Francisco de Sousa, marítimo e natural de Peniche e um ferido, José Mendes, marítimo, natural da Nazaré. Da parte da G. N. R. três praças ficaram feridos.» [30] São assim presos e condenados cerca de sessenta mestres de traineiras [31]. Os armadores, seus proprietários, são sujeitos a multas elevadas e as traineiras apreendidas.

Torce o braço o Governo. Refere este mesmo documento que «No dia 22 de novembro foi publicado no Diário da República o Decreto-Lei nº26/084 que concedeu a amnistia a todos os mestres de traineiras de Peniche condenados pelas infrações cometidas na lei nº 1/572, sendo arquivados os respectivos processos. Para os armadores foi publicado o Decreto-Lei nº 26/085 condenando-os ao pagamento de uma multa de 2.500 escudos sendo possível o pagamento em doze prestações mensais. Para este desfecho contribuiu a crise na indústria da pesca, a dificuldade de pagamento por parte dos armadores e a importância para a economia nacional».

Na versão do acontecimento proveniente da tradição oral das gentes de Peniche, teriam seguido para Lisboa os mestres das traineiras envolvidos no motim e encarcerados na Cadeia do Limoeiro[32] onde ficariam retidos durante três meses. Sem mestres não se pesca e a situação torna-se dramática. Sem trabalho nem peixe agrava-se a precaridade. Segundo consta, uma comissão de ‘homens bons’ de Peniche desloca-se então a Lisboa para tentar resolver o problema junto do Presidente da República Óscar Carmona. Mostra-se este sensibilizado, dizendo «Acima da Lei está a consciência dos homens». É voz corrente ser certo que quando a comissão volta a Peniche, os mestres já lá se encontram.

«A 15 de Dezembro deslocou-se a Peniche o Presidente da República General Carmona para inaugurar o início das obras do porto de pesca, acompanhado pelos ministros do Interior e das Obras Públicas o General Amílcar Mota e o comandante Sequeira Braga. O policiamento de Peniche foi reforçado pelo Batalhão nº 229 e no seu discurso, o General Carmona recorda o tempo em que passou em Peniche como tenente. O que poderá ter sido preponderante para a amnistia dos pescadores, referindo-se ao tema com a frase: «A lei impunha-se, mas às vezes acima da lei há o coração humano» (idem : “O motim de 1935”). Entre a primeira versão da mesma frase e a segunda há uma pequena-grande diferença. Na segunda lemos «A lei impunha-se» e logo a seguir «mas às vezes acima da lei (...) : estas vezes eram então mais que muitas e inexistentes ou raras aquelas que tocavam o coração dos homens.

Nesses anos conturbados, um dos mais importantes armadores de Peniche é Luís Correia Peixoto, que reside mesmo em frente da entrada do forte. Fotógrafo amador dedicado ao registo da faina marítima e do mar, deixaria um património iconográfico de considerável interesse e qualidade, que na sua maior parte se encontra em local desconhecido [33], além de dois livros em edição de autor, “Subsídios para a História da Arte de Anzol, Redes de Emalhar” e “Covos em Peniche” (2002), e ainda de uma publicação de bilhetes-postais ilustrados (2003). Parte dessas fotografias, depositada no Museu de Peniche, foi tema de uma exposição que aí teve lugar aquando da sua criação.

Fernando Engenheiro, arquivista do Museu de Peniche durante anos, traça com idêntica e esforçada minúcia não só o perfil deste generoso democrata numa época em que a ditadura de Salazar era mais feroz mas também o de outro armador não menos importante mas que, sendo católico fervoroso, era cúmplice do regime : Francisco de Jesus Salvador.[carece de fontes] Cineasta amador, é autor com algum talento de curtas-metragens sobre a construção das suas traineiras e de visitas de ilustres notáveis como o almirante Américo TomásHenrique Tenreiro ou o cardeal-patriarca Manuel Gonçalves Cerejeira, conhecido como “Príncipe da Igreja” [34].

Filme mudo, a preto e branco, tem algo de arrepiante : desvela ingenuamente poses bem estudadas e a encenação ostensiva de um grande senhor cheio de si próprio, transbordante de poder e de falsa simpatia. Aliás e paradoxalmente, qualquer um dos filmes de Francisco Salvador, dá-nos hoje a ver o contrário daquilo que pretendia. Revela aspectos não só da sua vida pública, tal era seu desejo, como também da sua vida privada sem estar ciente do que fazia. Tanto mostra gente submissa em tarefas do dia a dia, tais como um menino pobrezinho bem comportado, deslumbrado com o espetáculo graças à gentileza de um trabalhador do mar ao serviço do seu bom patrão (os miúdos típicos da época são em geral ranhosos, malcriados e maltratados) como o encanto brejeiro da sua elegante e bem torneada jovem esposa no memorável bota-a-baixo da sua nova traineira, o Campeão, logo seguido de outras belezas como as do Cabo Carvoeiro, o barco navegando de Peniche de Cima para Peniche de Baixo. É gloriosa a chegada do Campeão ao novo porto de pesca. E não se mostra nem se insinua que tal feito tem a sua marca.

Ficamos hoje um pouco chocados com tais subtilezas. À época raros eram aqueles que não aplaudiam. O significado de práticas como estas será indispensável a quem se dedica ao estudo da História Contemporênea. Indispensável será a quem procura respostas para um conhecimento adequado do Museu de Peniche. Em benefício de todos nós, a resistência ao fascismo sempre foi e terá de ser partilhada, com toda a legitimidade, entre as gentes da terra e quem esteve preso no forte. [35] [36]

Arqueologia

Forte de Peniche (em primeiro plano: fosso defensivo da fortificação)

O município de Peniche e a faixa marítima adjacente têm sido objeto, desde os finais do século XIX e, em particular, nos últimos anos do século XX e na década seguinte, de inúmeros projetos de investigação no campo da arqueologia, com trabalhos em que se tem lentamente reconstituído a sua história e a das suas gentes.

Povoamento na pré-história

Furninha revela vestígios de presença humana desde a época do Homem de Neandertal (há cerca de 30.000 anos). É o sítio neandertal mais ocidental da Europa e do mundo. Pela sua história e características, a gruta da Furninha é património de considerável importância.[37]

Colonização fenícia e romana

A arqueologia mais recente, envolvendo o período de colonização fenícia[38] e romana, dá-nos a conhecer ainda o retrato de um território que detinha uma posição de charneira no contexto de uma navegação comercial inter-regional e que acolhia, nos seus fundeadouros e estruturas portuárias, embarcações de grande tonelagem, como parece comprovado pela descoberta no mar da Berlenga de vários cepos de âncora em chumbo, entre os quais dois com cerca de 2,55 e 2,63m., com o peso de 423 e 422 kg. respetivamente. Um deles continha pequenos fragmentos da alma (haste) de madeira[39] cuja datação por radiocarbono indica ter origem entre os finais do século V e o início do século IV a.C.. Este facto permite-nos admitir a hipótese de «que este cepo pré-romano seja o mais antigo cepo de âncora conhecido de toda a Antiguidade podendo mesmo fazer recuar a data em que se pensava ter ocorrido a generalização do uso de cepos em chumbo no Mediterrâneo».[40][41][42]

Estes navios transportavam ânforas com vinho andaluz ou conservas de peixe lusitanas. A integração deste território nesta rede comercial de longo alcance terá favorecido a implantação de uma unidade fabril produtora de preparados piscícolas de garum, apoiada por um precoce complexo oleiro, situado no Morraçal da Ajuda [43] onde se fabricavam ânforas destinadas ao transporte da sua produção conserveira, realidade que perpetua a memória de uma atividade piscatória e industrial que ainda hoje, cerca de dois milénios depois, continua a pautar a vivência económica e social da gentes de Peniche.

Geologia e paleontologia

À importância das formações geológicas da península, juntam-se jazidas fósseis de características únicas e de não menor relevância. Concentram-se as mais importantes na costa norte, numa arriba argilosa situada entre o ilhéu da Papôa[44] de origem vulcânica, e os rochedos calcários a sul, com inclusão do Cabo Carvoeiro. Existem nessa zona vestígios em grande número de animais marinhos de corpo mole em estado excecional de preservação, não só do Jurássico como do Cambriano: há registo de animais do Cambriano que aí viveram há mais de 540 milhões de anos.[45][46]

Etnografia e antropologia cultural

Renda de Bilros de Peniche

O território de Peniche, primitivamente povoado pelo Homem de Neandertal, foi ao longo do tempo habitado por etnias migrantes que se dedicavam tanto à pesca como à agricultura. [47] [48]

Nas áreas circundantes do município predominava o amanho da terra, que desde sempre abasteceu a povoação. [49] [50]

O solo das aldeias periféricas era e ainda é particularmente fértil, ao passo que o da península era arenoso e pouco propício ao cultivo de legumes, permitindo todavia a plantação de certas árvores de fruto, em particular de figueiras, que davam pequenos figos doces. Na costa sul, perto do Cabo Carvoeiro, havia pequenas quintas com muros de pedra onde se cultivava vinha de uva branca da qual se extraía um excelente vinho. O escritor José Cardoso Piresenólogo nas suas horas de boémia, considerava o vinho branco de Peniche o melhor de Portugal.

A memória de naufrágios, a arreigada religiosidade das gentes do mar e a típica gastronomia constituem importantes traços de um povo que projeta em gerações vindouras a herança de um longo passado coletivo. Percorrer o município de Peniche é embarcar numa peculiar viagem pela História, com abundantes testemunhos nas áreas da antropologia cultural e da antropologia visual.[51]

Património arquitectónico e natural

O município de Peniche possui o seguinte património arquitectónico e histórico:

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (Cabo Carvoeiro)

Património iconográfico

Durante a primeira metade do século XX Peniche foi uma das terras portuguesas mais ricas em produção fotográfica, proporcionalmente à sua população. Tal produção envolve profissionais e amadores, tanto no retrato como na paisagem. Faz parte do espólio do Museu Municipal ou é pertença de particulares. É de supor que este facto se deve tanto à singularidade geológica da península como à importância do seu porto de pesca. Nessa época, floresceu aí uma classe média que vivia do comércio de retalho e que, juntamente com outros de profissões emergentes como os mecânicos e certos armadores, se fazia representar com retratos de família ou se destacava coleccionando fotografias da activivade piscatória da vila ou de aspectos peculiares das suas encostas.[57] Locais de consumo como cafés, bares e restaurantes primam hoje em exibir fotografias dessas.

Além de alguns fotógrafos desconhecidos, o armador Luís Correia Peixoto deixou um legado considerável de fotografias de reconhecida qualidade.[58] Francisco Salvador, outro importante armador de Peniche, cineasta amador, realizou algumas curtas-metragens históricas ilustrando aspectos da faina e da construção naval nas décadas 50/60. Tocado por uma estética depurada, o fotógrafo Pedro Cabral prosseguirá nessa tradição durante os anos vindouros. No cinema, entre outros profissionais, Ricardo Costa será quem mais importantes registos deixará das fainas e das gentes do mar de Peniche.

Economia

Barra do Porto de Peniche

Em 2009, segundo dados do INE, o poder de compra per capita, no município de Peniche, esteve 13,92% abaixo da média nacional e representou 0,232% do poder de compra português. Só não é mais baixo, segundo o mesmo estudo, devido a fluxos populacionais induzidos pela atividade turística associados à dinâmica comercial (Fator Dinamismo Relativo é positivo: 0,215).[59]

Durante muitos anos, a principal atividade económica deste município foi a pesca,[60] hoje em declínio. O Porto de Peniche, que se encontra situado na costa sul da península, é apesar de tudo um dos principais portos de pesca portugueses.

A vida dos trabalhadores do mar era aqui marcada por privações dramáticas que subsistiram até à segunda década do século passado, quando as embarcações à vela foram substituídas por traineiras equipadas primitivamente com motores a petróleo e depois a gasóleo. Esse progresso seria um contributo decisivo para melhorar as condições de vida das gentes da terra, tanto as dos marítimos como as de uma pequena burguesia vivendo de serviços e do comércio a retalho. O progresso tecnológico beneficiou sobretudo um grupo restrito de armadores perspicazes que ousaram investir. Entre altos e baixos, os trabalhadores do mar sofreram as agruras de uma classe desfavorecida,[carece de fontes] enquanto a construção naval evoluía com técnicas distintivas que de algum modo prevalecem.[61]

Com a redução da atividade pesqueira, o turismo é tido hoje como essencial para o desenvolvimento económico da cidade e do município de Peniche. Para isto contribui a realização anual, desde 2009, de uma das dez etapas do Circuito Mundial de Surf. Segundo um estudo realizado pelo Grupo de Investigação em Turismo (GITUR) do Instituto Politécnico de Leiria[62] a edição de 2012 do Rip Curl Pro Portugal[63] gerou um lucro de 7,9 milhões de euros, um impacto fiscal de 926 529 euros e um retorno mediático de 18 milhões de euros (quase mais 10 milhões do que em 2009).[64] O facto de ser uma das duas provas realizadas em solo europeu, juntamente com o Quicksilver Pro France, faz com que cerca de 1/3 dos 130 mil espetadores sejam estrangeiros, provenientes maioritariamente de Espanha, Reino Unido, Alemanha e França.[65] De 2009 a 2012, o evento já teve um impacto económico acumulado de 26 milhões de euros.[66]

Desporto

Surf na praia dos Supertubos

A cidade de Peniche é conhecida internacionalmente pelas condições excecionais que possui para a prática de desportos náuticos tais como SurfBodyboard ou o mergulho.

A praia dos Supertubos (médão grande), palco de inúmeros eventos internacionais relacionados com estas modalidades, é um ex libris para surfistas de todo o mundo. As suas condições naturais criam ondas perfeitas para essas práticas, independentemente da direção das ondas e ventos. Outras praias do município são, também elas, excelentes para os amantes destas modalidades.

É na praia dos Supertubos, palco de uma das mais importantes provas internacionais de surf, que decorreu uma das etapas do ASP World Tour. Peniche recebeu a primeira etapa do Rip Curl Pro Peniche em 2009.

Peniche tem ainda uma equipa de futebol, o Grupo Desportivo de Peniche e um estádio (Estádio do Grupo Desportivo de Peniche).

Pertencente à Paróquia de Peniche, existe o Clube Stella Maris de Peniche que disponibiliza à população inúmeras modalidades. Este clube atua no Pavilhão Polivalente.

O Peniche Amigos Clube, é também conhecido pelas suas equipas de Triatlo e Futsal, tendo como sede o Pavilhão da Escola D. Luís de Ataíde.

Peniche foi a cidade berço do triatlo em Portugal. O primeiro triatlo português e desde então apelidado como "Triatlo de Peniche" foi realizado em 15 de Agosto de 1984. Atualmente a prova é pontuável para o ranking nacional absoluto e engloba a Taça de Portugal e o Campeonato Nacional Universitário, tal como uma prova aberta ao público menos experiente.[67][68]

Em 2016, duas atletas residentes no município de Peniche participaram nos Jogos Olimpicos de Verão de 2016Telma Santos em Badminton feminino individual e Victoria Kaminskaya em provas de natação.[69][70]

População

Número de habitantes[71]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
6 3246 7757 6688 1999 69212 56516 01918 00921 20322 20021 20225 62725 88027 31527 753

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário[72]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos2 8593 5064 6435 7616 3736 5886 6646 0106 6135 4194 3314 119
15-24 Anos1 3741 7292 3273 1523 2014 1123 8063 6754 2174 1204 0562 867
25-64 Anos3 3733 9945 0076 5947 6059 16710 28910 00012 19313 07514 37315 065
= ou > 65 Anos5755715787008621 1761 4411 8702 6043 2664 5555 702
> Id. desconh2114363039

(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)

Política

O município de Peniche é administrado por uma câmara municipal composta por 7 vereadores. Existe uma assembleia municipal, que é o órgão legislativo do município, constituída por 25 deputados (dos quais 21 eleitos diretamente).

O cargo de Presidente da Câmara Municipal é atualmente ocupado por Henrique Bertino[73][74][75] eleito nas eleições autárquicas de 2017 pelo Grupo de Cidadãos Eleitores por Peniche (lista independente), tendo maioria relativa de vereadores na câmara (3). Existem ainda dois vereadores eleitos pelo Partido Social Democrata, um vereador eleito pelo Partido Socialista e um vereador eleito pela Coligação Democrática Unitária (composta pelo Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes"). Na Assembleia Municipal a força política mais representada é novamente o GCEPP com 7 deputados eleitos e 1 presidente de Junta de Freguesia (maioria relativa), seguindo-se o PPD/PSD (7; 1), o PS (4; 1) e a CDU (3; 1). O Presidente da Assembleia Municipal é Américo Gonçalves, do PS.

Eleições de 2017
ÓrgãoGCEPP[76]PPD/PSDPSCDU
Câmara Municipal3211
Assembleia Municipal8854
dos quais: eleitos directamente7743

Eleições autárquicas

Eleições legislativas

Ano%%%%%%%%%%%%%%%
PSPPD/PSDPCP/APU/CDUCDS-PPUDPADFRSPRDPSNB.E.PANPàFLCHIL
197646,116,114,411,81,7
197933,8AD20,7AD1,537,5
1980FRS18,51,138,235,2
198344,923,418,17,90,9
198522,625,317,96,01,522,1
198725,247,312,83,60,94,6
199130,050,49,03,1-0,72,1
199547,831,28,68,40,6-
199950,228,58,56,90,21,8
200241,735,68,68,32,2
200545,926,211,46,15,4
200933,526,112,310,59,9
201124,838,110,611,06,01,4
201531,8PàF11,2PàF10,41,633,90,7
201938,023,87,53,09,93,20,82,10,7

Freguesias

Freguesias do município de Peniche.

O município de Peniche está dividido em quatro freguesias:

Praias

  • Supertubos (a sul)
  • Consolação (a sul)
  • Gamboa (a norte)
  • Baleal (a norte)
  • Peniche de Cima (a norte)
  • Peniche de Baixo (a sul)

Gastronomia

Sendo a pesca historicamente a principal atividade económica do município, é com alguma naturalidade que a gastronomia local reflete essa realidade.[77]

Galeria de imagens

Bibliografia

  • Peniche na História e na Lenda de Mariano Calado, ed. autor, 1962 (História de Peniche)[81]

Notas

  1.  Espoleta neste caso refere-se ao uso de dinamite na pesca da sardinha, prática proibida por lei por causar vítimas. O equipamento dos barcos nessa época era rudimentar e por isso se tornava difícil fazer o cerco aos cardumes de sardinha com redes extensas e pesadas. Tornou-se hábito em Peniche atrair os cardumes à superfície com uma papa de ovas de bacalhau e provocar uma explosão, que atordoava o pescado.

Referências

  1.  PORDATA, Censos 2011. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. 2011
  2.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  3.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 118. ISBN 978-989-25-0184-0ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013
  6.  Peniche, no dicionário Infopédia de toponímia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2018
  7.  Romanização da Península Ibérica (Infopédia)
  8.  Salga e Secagem do Pescado
  9.  Ilhéu da Papôa de Peniche
  10.  O património geológico da península de Peniche – artigo de Ana Rodrigues Rilo, Luís Vítor Duarte e Alexandre Tavares
  11.  Património geológico no litoral de Peniche : geomonumentos a valorizar e divulgar – Paper de José Manuel Romão
  12.  Arriba atual da Península da Peniche – ficha de caracterização de geo-sítios na tese de mestrado de Liliana de Sousa, pp 48 a 52, Universidade do Minho, Outubro de 2014
  13.  The evolution of the coastline at Peniche and the Berlengas islands (Portugal) – State of the art em Academia
  14.  O pescador e o seu duplo: migrações transnacionais no mar europeu – artigo de João de Oliveira em SCIELO
  15.  Peniche, Mar e História – Artigo de Leonor Almeida em Naturlink
  16.  Peniche – artigo em A Região
  17.  Horizontes da Memória, Paços Perdidos, Peniche, 1998 - episódio da série A Bruma da Memória de José Hermano Saraiva, RTP, 1998, 29 min. (ver filme no YouTube inserindo esta referência no motor de busca)
  18.  Fortificações de Peniche na pág. da CMP
  19.  FORTE DE PENICHE - LUGAR DE REPRESSÃO, RESISTÊNCIA E LUTA – artigo na página do SPLG
  20.  As origens de Atouguia da Baleia no site da Junta de Freguesia
  21.  Baluarte do Redondo no site da CMP
  22.  Desembarque em Peniche de um exército inglês liderado por António, Prior do Crato, EPISÓDIOS DA HISTÓRIA LOCAL no site da CMP
  23.  Invasões Francesas – nota sumária dos arquivos da Torre do Tombo
  24.  Rendas de Bilros de Peniche no site SAPO (cultura)
  25.  Roteiro Bibliográfico de de etnografia na região do oeste - dissertação de Brnca Moriés em Instituto de Estudos de Literatura e Tradição - patrimónios, artes e culturas (M E M O R I A M E D I A - Museu do Património Cultural Imaterial)
  26.  Salga e Secagem do Pescado, artigo no site da FAO
  27.  Apontamentos para a História das Fábricas de Conservas e Estivas em Peniche 2000, texto de Fernando Engenheiro, agosto de 2000
  28.  Pesca da Sardinha - Tomada de Posição da Câmara Municipal de Peniche : ontem como hoje a inexistência da pesca da sardinha fora de época é fonte de graves problemas económicos para os pescadores
  29.  Atas do II Congresso de História do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal, 06-07 de abril de 2015 IHC-FCSH-UNL por Elizardo Costa e Hermes Costa Instituto de História Contemporânea, julho de 2018 (VER O motim de 1935, páginas 28 a 44 deste documento, texto de Adriano Constantino, Luís Rendeiro, Tiago de Oliveira Alves e Inês Grandela Lourenço, investigadores do Centro de Estudos e de Defesa do Património da Região de Peniche – PATRIMONIUM)
  30.  Entre aspas são citadas as Atas do II Congresso de História do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal, 06-07 de abril de 2015 IHC-FCSH-UNL por Elizardo Costa e Hermes Costa (VER O motim de 1935, páginas 28 a 44 deste documento), Instituto de História Contemporânea, julho de 2018
  31.  Mestre de traineira
  32.  BREVE SÍNTESE DA HISTÓRIA DO LIMOEIRO, artigo no Centro de Estudos Judiciários
  33.  O dia a seguir à Revolução em Peniche, Jornal das Caldas, 21/04/2015
  34.  Artigo de Luis Salgado de Matos, Análise Social, vol. XXXVI (160), 2001, 803-837
  35.  Como era Portugal a 24 de Abril de 1974
  36.  Sessão pública / debate "Peniche, História, Memória, Solidariedade e Luta" – artigo, 7 de novembro 2018
  37.  A Gruta da Furninha (Peniche) em Estudo dos Espólios das Necrópoles Neolíticas, texto de João Luís Cardoso e António Faustino Carvalho
  38.  Os Primeiros Momentos da Colonização Fenícia na Península Ibérica: uma visão síntese das realidades socioeconómicas de Gadir em contacto com os indígenas – texto de João Pedro Oliveira e Silva, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
  39.  CEPO DE ÂNCORA ROMANA
  40.  Fundeadouro da Berlenga e o seu potencial arqueológico – artigo de Alexandre Monteiro em Portugal Romano
  41.  Os cepos de âncora em chumbo descobertos em águas portuguesas – contribuição para uma reflexão ao longo da costa atlântica da Península Ibérica na Antiguidade, o Arqueólogo Português, série 4, 6/7, 1988-1989, p. 109/85], paper de J.F.S. Alves, F. Reiner, M.J.R. Almeida, L. Veríssimo (download PDF)
  42.  Arqueologia Subaquática Romana em Portugal – Evidências, Perplexidades e Dificuldades, artigo de Sónia BombicoUniversidade de Évora/CIDEHUS, sem data (download PDF)
  43.  Vestígios de uma olaria romana no Morraçal da Ajuda - Peniche – artigo em Paideia
  44.  O Ilhéu da PAPOA, (Ciência Viva)
  45.  PENICHEFOSSIL (documentos)
  46.  A falésias calcárias da península de Peniche – inventariação e caracterização do património geológico, artigo de A. R. Rilo, L. V. Duarte e A. Tavares, Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
  47.  Etnografia e agricultura – anotação histórica no site da Câmara Municipal de Peniche
  48.  O géografo físico e os PMOT. Os riscos naturais e tecnológicos NOS. Planos diretores municipais. O PDM de Peniche – trabalho de mestrado de João Pinto, Departamento de Geografia e Turismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2018
  49.  Horticultura «duplicou» organizações de produtores na última década – notícia em Negócios, 11 de dezembro 2016
  50.  Roteiro Bibliográfico de Etnografia da Região do Oeste – de Branca Moriés, edição electrónica do Instituto dos Museus e da Conservação em parceria com Comunidade Intermunicipal do Oeste, 2010
  51.  Porquê? – nota explicativa em Justdive
  52.  Órgão de tubos do século XVIII, agora restaurado, volta a "encher a alma" depois de 65 anos de silêncio – notícia da CMP a 8 de Abril de 2015
  53.  Igreja da Misericórdia de Peniche
  54.  Fonte de Nossa Senhora da Conceição
  55.  Participação Pública – Fosso da Muralha
  56.  Gruta Velha (Bolhos)
  57.  No princípio estava o Mar Peniche: O Património Cultural, o Turismo e o Mar – dissertação de mestrado de Ana Henriques, Universidade de Coimbra, Outubro de 2012
  58.  O dia a seguir à Revolução em Peniche – artigo no Jornal de Óbidos
  59.  Dados INE
  60.  A pesca em Peniche breve nota na pág. da CMP
  61.  Estaleiros Navais de Peniche
  62.  Estudo RCP 2012
  63.  Rip Curl Pro Portugal: o surf está ao rubro em Peniche – notícia no jornal Público
  64.  Receitas do surf
  65.  Relatório Síntese RCP Peniche 2012
  66.  Notícia Surf Portugal
  67.  «História do Triatlo»arquivo-v1.federacao-triatlo.pt. Consultado em 7 de fevereiro de 2019
  68.  Peniche, FTP / Câmara Municipal de. «Triatlo de Peniche»Federação de Triatlo de Portugal. Consultado em 7 de fevereiro de 2019
  69.  «Telma Santos com sentimentos contraditórios no Rio'2016». Consultado em 6 de setembro de 2016. Arquivado do original em 11 de outubro de 2016
  70.  «Victoria Kaminskaya qualifica-se para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro». Consultado em 6 de setembro de 2016
  71.  Número de habitantesInstituto Nacional de Estatística (INE - Recenseamentos Gerais da População)
  72.  Censos (INE)
  73.  Henrique Bertino disponível para alianças pós-eleitorais na Câmara de Peniche em Tinta Fresca
  74.  Autárquicas: BE apoia candidatura independente de Henrique Bertino em Peniche, notícia do jornal online O Jogo
  75.  Autárquicas: Novo presidente da Câmara de Peniche promete rigor e transparência na gestão, notícia na TSF
  76.  GCEPP - Grupo de Cidadãos Eleitores por Peniche
  77.  HENRIQUES, Ana Carolina Rolo dos Santos Afonso - No princípio estava o mar : Peniche : o património cultural, o turismo e o mar. Coimbra : [s.n.], 2010
  78.  Lagosta suada à moda de Peniche
  79.  Sardinhada de Peniche
  80.  Ésses de Peniche
  81.  «50 anos da Obra "Peniche na História e na Lenda" - Município de Peniche - Capital da Onda»www.cm-peniche.pt. Consultado em 7 de setembro de 2019
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