segunda-feira, 29 de março de 2021

MARIA SIDÓNIO - ARTISTA - MORREU EM 2007 - 29 DE MARÇO DE 2021

 

Maria Sidónio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maria Sidónio Baracho Damião (Lisboa, 13 de Julho de 1920 - Lisboa, 29 de Março de 2007) foi uma atriz, cantora e ceramista portuguesa.

Biografia

Maria Sidónio nasceu em Lisboa na quarta-feira, 13 de Julho de 1920.
Morreu aos 86 anos, na quinta-feira, 29 de Março de 2007, na Casa do Artista, em Lisboa, onde habitava desde Junho de 2005. Esteve em câmara ardente na Igreja das Furnas, de onde saiu às 10 horas do dia 31 para ser sepultada no Cemitério dos Prazeres.[1]

Cantora e atriz

Em 1943 presta provas e estreia na Emissora Nacional[2] participando em inúmeros programas, em particular nos Serões para Trabalhadores.
Mais tarde conhece o escritor Aníbal Nazaré com quem se casa. Este encontro terá repercussões futuras já que permite que Maria Sidónio integre o elenco de algumas companhias de Teatro de Revista lançando sucessos nos palcos do Parque Mayer.
No seu percurso artístico participou em várias revistas como "Há Festa no Coliseu" (1944), entre outras, tendo partilhado o elenco com as maiores figuras do teatro de revista.
Sobre as suas representações afirmou: “... eu nunca fui infeliz enquanto trabalhei no teatro, fui sempre aplaudida por isso não posso querer mais, uma experiência muito boa, o público queria e gostava de nos ouvir cantar e representar."
Neste período, Maria Sidónia também se estreia no cinema, participando e cantando para o filme "A noiva do Brasil" (1945), realizado por Santos Mendes, jornalista português há longos anos radicado em São Paulo no Brasil.[3] Filme de 35 mm a preto e branco produzido pela Atlante Filmes, com a duração (não censurada) de 82 minutos, rodado em Odivelas e Feira das Mercês durante o Verão, e até Novembro, de 1944 e estreado no Teatro Tivoli a 14 de Maio de 1945[4]
Canta em festas de beneficência, como seja, a descrita pel’O Cezimbrense[5] de Setembro de 1948:

"No dia 15, a Mesa Administrativa da Misericórdia realizou, no Parque Recreio Popular, uma festa em benefício desta instituição de caridade.
A primeira parte do programa constou de uma audição musical, realizada pela Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, sob a direcção do maestro Tavares Belo.
Depois, fizeram-se ouvir os artistas Helena Barros, Irmãs Remartinez, Maria Clara e Maria Sidónio.
A segunda parte foi preenchida pelos artistas António Pinto Júnior, Arménio Silva, Estêvão Amarante, Humberto Madeira, Irmãos Alexandres e Santuzra Montti.
A terceira parte constou de fados e guitarradas, em que tomaram parte artistas da Adega Machado.
Foi locutor Artur Agostinho.
Este grandioso espectáculo foi organizado pelo sr. Carlos Ribeiro, chefe dos serviços externos da Emissora Nacional."

A sua preocupação com o necessitados e desvalidos levam-na a encabeçar a lista dos artistas que promoveu a realização, em finais de 1950, de um espectáculo a favor do Centro Familiar e Social de Nossa Senhora de Marvila (Santarém)[6].
No início da década de 50 do século XX (1953) andava em digressão pelo país, tendo consigo a jovem, e ainda menor, Anita Guerreiro que lhe tinha sido “entregue”.[7]

O seu repertório centrou-se essencialmente na interpretação de músicas brasileiras.
Após a separação de Aníbal Nazaré, Maria Sidónio conhece o cantor Tony de Matos com quem teve uma ligação de cerca de 20 anos. Em 1957 partem para o Brasil e inauguram em 1959 um restaurante típico em Copacabana (Rio de Janeiro) chamado "O Fado", organizado à semelhança das casas de fado de Lisboa, “ambientado com símbolos da cultura lusitana (cartazes de monumentos e cidades de Portugal, o Galo de Barcelos, a bandeira e o escudo de Portugal, etc.) e com elementos da temática fadista (o xale negro, a guitarra portuguesa, o quadro alusivo à fadista Severa, etc.)”[8].
Aqui o grande protagonista é Tony que se apresenta a público todas as noites, interpretando o seu inconfundível repertório.
A Maria Sidónio cabia a direcção artística do espaço.
O Fado” apresentava semanalmente espectáculos representando o folclore e as tradições de cada região de Portugal.[9]
Em entrevista Maria Sidónio confidenciava: “são tempos dos quais guardo as melhores recordações.[10]

Ceramista

Santo António da autoria de Maria Sidónio (colecção particular).

Simultaneamente, Maria Sidónio tira, no Brasil, um curso de ceramista e, após os quase sete anos que aí viveu, regressa a Portugal.

Estreia-se com uma exposição de cerâmica no n.º 21 da Rua Nova do Loureiro no Bairro Alto, em Lisboa (as antigas instalações do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI)).
Teve atelier no Pateo Alfacinha, e um recinto na Feira Popular de Lisboa, que manteve até ao fecho desta (5 de Outubro de 2003)[11], onde expunha e vendia os seus trabalhos em barro. As figuras mais representativas desta sua obra artística, que conta, também com representações de figuras da história, de baianas, morros, o Pão de Açúcar, são as figuras do Santo António e os presépios que a artista moldou até ao fim da sua vida.
Os Santo António “sem rosto”[12] tornaram-se muito característicos do seu estilo. Talvez por isso, e por ter tido um percurso artística invulgar, mesmo idosa participou em programas televisivos como o realizado no Pateo Alfacinha em vésperas do dia de Santo António.[13]

SÃO QUIRINO DE SÉSCIA - 29 DE MARÇO DE 2021

 

São Quirino da Sescia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
São Quirino da Sescia
Gloriole.svg Portal dos Santos

São Quirino (em croataKvirin) (falecido em 309) é venerado como um dos primeiros bispos de Sescia, hoje Sisak na Croácia. Ele é mencionado por Eusébio de Cesareia.

Um Passio, considerado não confiável, afirma que Quirino foi morto durante as perseguições de Diocleciano após ser preso em 309. Quirino tentou fugir, mas foi preso. Ele conseguiu converter seu carcereiro, chamado Marcelo, ao Cristianismo. Após três dias, o governador de Panônia Prima, Amantius, ordenou que ele fosse levado para Sabaria (atual Szombathely, Hungria), onde, depois de tentar fazer Quirino abjurar sua fé, mandou o bispo ser jogado no rio Gyöngyös local com uma pedra de moinho no pescoço dele.

Uma variante da lenda afirma que ele quase foi morto durante a perseguição de Diocleciano aos cristãos: as autoridades o amarraram a uma pedra de moinho e o jogaram em um rio, mas ele se libertou do peso, escapou e continuou a pregar sua fé. Dizem que São Floriano, outro santo associado à Panônia, foi executado afogando-se com uma pedra amarrada no pescoço. Os Atos do martírio do santo foram coletados em (Thierry Ruinart, "Acta martyrum", Ratisbon, 522), e um hino foi escrito em sua homenagem por Prudêncio (loc. Cit., 524).[1]

Veneração

O poço principal de Krk representa São Quirino
Rua Szombathely Óperint - Placa da morte do 1700º aniversário

Os cristãos locais de Savaria recuperaram seu corpo e o enterraram perto do portão conhecido como "Scarabateus" (provavelmente em Sopron)

Após a incursão dos bárbaros na Panônia no final do século IV e início do V, suas relíquias foram levadas para Roma e depositadas em um mausoléu ou câmara abobadada chamada Platonia, atrás da abside da Basílica de San Sebastiano fuori le mura na Via Ápia.[2]

A "Platônia" era uma construção na parte traseira da basílica; acreditava-se que havia sido a tumba temporária para Pedro e Paulo, mas era uma tumba para Quirino.

Seu culto tornou-se popular, como atestado pelos Itinerários do século VII. Algumas fontes afirmam que suas relíquias foram traduzidas para vários locais, incluindo Correggio, Emília-RomanhaMilãoAquileia e a Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma. Suas relíquias também podem ter sido transportadas para Tivoli. Há um culto a São Quirino de Tivoli, que pode ou não ser o mesmo santo. As relíquias em Tivoli foram levadas para a Península dos Apeninos durante a invasão dos hunos.[3]

Quirino tornou-se considerado um dos protetores nacionais da República de São Marinho, depois de um denso nevoeiro atribuído a ele pelos samarinenses em seu dia de festa de 4 de junho de 1543, frustrando uma tentativa de conquista do

domingo, 28 de março de 2021

JOANA D'ARC "ARCO" - VIRGEM E MÁRTIR DE ORLEÃES - 28 DE MARÇO DE 2021

 


Joana d'Arc

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a heroína francesa e santa. Para outras acepções, veja Joana d'Arc (desambiguação). Para outras santas de mesmo nome, veja Santa Joana.
Joana d'Arc
Miniatura (século XIX ou XX)[1]
Virgem d'Orleães e Mártir
Nascimentoca1412[2][3][4][5] em Domrémy-la-PucelleLorenaReino da França[6]
Morte30 de maio de 1431 (19 anos) em RuãoAlta Normandia
Reino da França (sob domínio inglês)
ProgenitoresMãe: Isabelle Romée
Pai: Jacques d'Arc
Veneração porIgreja Católica
Comunhão Anglicana[7]
Beatificação18 de abril de 1909Notre Dame de Paris por Papa Pio X
Canonização16 de maio de 1920Basílica de São PedroRoma por Papa Bento XV
Festa litúrgica30 de maio
Atribuiçõesarmadura, bandeira, espada
PadroeiraFrança; mártires; cativos; pessoa militar; pessoas ridiculizadas por sua piedade; prisioneiros e soldados
Gloriole.svg Portal dos Santos

Joana d'Arc (em francêsJeanne d'ArcIPA: [ʒan daʁk]; em italiano: Giovanna D'Arco; ca1412  – 30 de maio de 1431), foi uma camponesa e santa francesa canonizada pela Igreja Católica, considerada uma heroína da França pelos seus feitos durante a Guerra dos Cem Anos. Nasceu filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, numa família camponesa, em Domrémy no nordeste da França. Joana alegava receber visões divinas do arcanjo Miguel, de Santa Margarida e da Santa Catarina, que a instruíram a ajudar as forças de Carlos VII e livrar a França do domínio da Inglaterra. O não coroado Carlos VII enviou Joana junto com um exército para tentar solucionar o Cerco de Orleães.[8] Após apenas nove dias de ação, a batalha terminou com um resultado favorável aos franceses e Orleães foi libertada, elevando assim a reputação de Joana a condição de heroína nacional aos olhos do povo francês. Seguiu-se uma série de vitórias militares para as forças de Carlos VII, que permitiram sua coroação como rei na Catedral de Reims. Como resultado, a moral da população francesa melhorou e a maré da Guerra dos Cem Anos começou a virar em favor dos franceses.

Após o fracassado Cerco de Paris, contudo, a popularidade de Joana dentre a nobreza francesa despencou. Em 23 de maio de 1430, ela foi capturada em Compiègne pelos Borguinhões, um grupo de franceses que apoiavam os ingleses. Eles a entregaram nas mãos do governo da Inglaterra,[9] que colocaram seu julgamento nas mãos do bispo Pierre Cauchon, jogando contra ela diversas acusações de cunho religioso.[10] Cauchon a declarou culpada e ela foi sentenciada a morte na fogueira. Joana foi executada em 30 de maio de 1431, aos 19 anos de idade. Sua morte, contudo, a elevou aos status de mártir e fez aumentar o fervor patriótico francês contra os ingleses.[11]

Em 1456, um tribunal inquisitorial foi autorizado pelo Papa Calisto III para examinar seu julgamento, esmiuçando suas acusações e proclamando sua inocência, formalmente declarando Joana como uma mártir da igreja.[11] No século XVI ela foi usada como símbolo pela Liga Católica contra os protestantes e, em 1803, Joana foi oficialmente declarada como um símbolo nacional da França por decisão do imperador Napoleão Bonaparte.[12] Ela foi beatificada em 1909 e canonizada em 1920 pelo Vaticano.

Joana d'Arc é atualmente uma dos nove padroeiros da França. Ela permanece uma figura popular no país e pelo mundo, sendo retratada em inúmeras peças de literatura, pinturas, esculturas e outras formas de arte, sendo figura central no trabalho de vários escritores, artistas, cineastas e compositores famosos.

Primeiros anos

Joana nasceu em Domrémy, na região de Lorena na França. Posteriormente a cidade foi renomeada como Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem (pucelledonzela em português). A data de seu nascimento é imprecisa, de acordo com seu interrogatório em 24 de fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha 19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412. (Não se sabe a idade correta de Joana pois naquela época não se importavam com a idade exata, por isso o termo certo a usar seria "mais ou menos". Joana declarou uma vez que, quando perguntada sobre sua idade, "tenho 19 anos, mais ou menos").

Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, tinha mais quatro irmãos: Jacques, Catherine, Jean e Pierre, sendo ela a mais nova dos irmãos. Seus pais eram agricultores e de vez em quando artesãos. Joana também era muito religiosa, ia muito à igreja e frequentemente fugia do campo para ir orar na igreja de sua cidade.

Pintura da aparição de São Miguel Arcanjo e de Santa Catarina de Alexandria à jovem Joana d'Arc.

Em seu julgamento, Joana afirmou que desde os treze anos ouvia vozes divinas. Segundo ela, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que às vezes não a entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do arcanjo São MiguelSanta Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia.

A Guerra dos Cem Anos

Ver artigo principal: Guerra dos Cem Anos

Desde que o Duque da NormandiaGuilherme, o Conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066, os monarcas ingleses passaram a controlar extensas terras no território francês. Com o tempo, passaram a ter vários ducados franceses: AquitâniaGasconhaPoitou, Normandia, entre outros. Os duques, apesar de vassalos do rei francês, acabaram tornando-se seus rivais.

Quando a França tentou recuperar os territórios perdidos para a Inglaterra, originou-se um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da humanidade: a Guerra dos Cem Anos, que durou na realidade 116 anos, e que provocou milhões de mortes e a destruição de quase toda a França setentrional.

O início da guerra aconteceu em 1337. Os interesses mais que evidentes de unificar as coroas concretizaram-se na morte do rei francês Carlos IV em 1328Filipe VI, sucessor graças à lei sálica (Carlos IV não tinha descendentes masculinos), proclamou-se rei da França em 27 de maio de 1328.

Felipe VI reclamou em 1337 o feudo da Gasconha ao rei inglês Eduardo III, e no dia 1 de novembro este responde plantando-se às portas de Paris mediante ao bispo de Lincoln, declarando que ele era o candidato adequado para ocupar o trono francês.

A Inglaterra ganharia batalhas como as de Crécy (1346) e Poitiers (1356). Uma grave enfermidade do rei francês originou uma luta pelo poder entre seu primo João I de Borgonha ou João sem Medo, e o irmão de Carlos VI, Luís de Orléans.

No dia 23 de novembro de 1407, nas ruas de Paris e por ordem dos Borguinhões, se comete o assassinato do Armagnac Luís de Orléans. A família real francesa estava dividida entre os que davam suporte ao duque de Borgonha (Borguinhões) e os que o davam ao de Orléans e depois a Carlos VII, Delfim de França (Armagnacs ligados à causa de Orléans e à morte de Luís). Com o assassinato do Armagnac, ambos os bandos se enfrentaram numa guerra civil, onde buscaram o apoio dos ingleses. Os partidários do Duque de Orléans, em 1414, viram recusada uma proposta pelos ingleses, que finalmente pactuaram com os Borguinhões.

Com a morte de Carlos VI, em 1422, Henrique VI da Inglaterra foi coroado rei francês, mas os Armagnacs não desistiram e mantiveram-se fiéis ao filho do rei, Carlos VII, coroando-o também em 1422.

Encontro com Carlos

Joana reconhece o rei Carlos VII em Chinon.

Aos 16 anos, Joana foi a Vaucouleurs, cidade vizinha a Domrèmy. Recorreu a Robert de Baudricourt, capitão da guarnição Armagnac estabelecida em Vaucouleurs para lhe ceder uma escolta até Chinon, onde estava o delfim, já que teria que atravessar todo o território hostil defendido pelos ingleses e Borguinhões. Quase um ano depois, Baudricourt aceitou enviá-la escoltada até o delfim. A escolta iniciou-se aproximadamente em 13 de fevereiro de 1429. Entre os seis homens que a acompanharam estavam Poulengy e Jean Nouillompont (conhecido como Jean de Metz). Jean esteve presente em todas as batalhas posteriores de Joana d'Arc.

Portando roupas masculinas até sua morte, Joana atravessou as terras dominadas por Borguinhões (um ducado francês simpático aos ingleses), chegando a Chinon, onde finalmente iria se encontrar com Carlos, após uma apresentação de uma carta enviada por Baudricourt.

Chegando a Chinon, Joana já dispunha de uma grande popularidade, porém o delfim tinha ainda desconfianças sobre a moça. Decidiram passá-la por algumas provas. Segundo a lenda, com medo de apresentar o delfim diante de uma desconhecida que talvez pudesse matá-lo, eles decidiram ocultar Carlos em uma sala cheia de nobres ao recebê-la. Joana então teria reconhecido o rei disfarçado entre os nobres sem que jamais o tivesse visto antes. Joana teria ido até ao verdadeiro rei, se curvado e dito: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória".

Sozinha na presença do rei, ela o convenceu a lhe entregar um exército com o intuito de libertar Orléans. Porém, o rei ainda a fez passar por provas diante dos teólogos reais. As autoridades eclesiásticas em Poitiers submeteram-na a um interrogatório, averiguaram sua virgindade e suas intenções.

Convencido do discurso de Joana, o rei entrega-lhe às mãos uma espada, um estandarte e a autorizou a acompanhar as tropas francesas que seguiam rumo à libertação da cidade de Orléans, que havia sido invadida e cercada pelos ingleses havia oito meses.

Campanhas militares

Pintura romântica de Joana D'Arc na Batalha de Orleães.

Munida de uma bandeira branca, Joana chega a Orleães em 29 de abril de 1429. O nível de participação dela nas campanhas ou em decisões de comando é motivo de debate entre os historiadores. Segundo relatos de oficiais franceses da época, Joana não teria lutado pessoalmente mas havia ficado muito próximo de onde a batalha acontecia, encorajando os homens. Ela também participava dos conselhos de guerra dos generais, que frequentemente ouviam o que ela tinha a dizer (possivelmente acreditando que suas instruções tinham origem divina). Sob seu estandarte, o exército de 4 000 homens derrotaram os ingleses em batalha e romperam o cerco a Orleães a 8 de maio de 1429. A presença de Joana é creditada como fundamental para a vitória, dando coragem e força aos soldados. Os franceses estavam cercando Orleães havia quase oito meses e não conseguiam superar as defesas inglesas. Porém, com Joana ao seu lado, o fervor religioso e patriótico reascendeu nas tropas e os conduziu a vitória.[13]

Existem histórias paralelas a esta que informam que a figura de Joana era diferente. Ela teria chegado para a batalha em um cavalo branco, armadura de aço, e segurando um estandarte com a cruz de Cristo, circunscrita com o nome de Jesus e Maria. Segundo esta outra versão, Joana teria sido apenas arrastada pelo fascínio sobrenatural de seus sonhos e proposta de missão a cumprir segundo a vontade divina e sem saber nada sobre arte de guerra comandou os soldados rudes, com ar angelical, e em sua presença ninguém se atrevia a dizer ou praticar inconveniências. Ela apresentava-se extremamente disciplinada.[14]

Após a vitória em Orleães, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar reconquistar Paris ou a Normandia, mas ao invés disto, Joana convenceu o Delfim a iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Isso já era uma estratégia de Joana para conduzir o Delfim a cidade de Ruão.

Joana dirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12 de junho de 1429 participou da vitória francesa na batalha de Jargeau. No dia 15 de junho foi a vez da batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi em Beaugency, nos dias 16 e 17 de junho do mesmo ano. Um dia após sua última vitória se dirigiu a Patay, onde sua participação foi pouca. A luta na região, única batalha em campo aberto, já se desenrolava sem a presença de Joana d'Arc.

Coroação de Carlos

Coroação de Carlos VII.

Cerca de um mês após sua vitória sobre os ingleses em Orleães, ela conduziu o Delfim Carlos VII à cidade de Reims, onde foi coroado rei da França em 17 de julho de 1429. A vitória de Joana d'Arc e a coroação do rei acabaram por reacender as esperanças dos franceses de se libertarem do domínio inglês e representaram a virada da guerra.

O caminho até Reims era considerado difícil, já que várias cidades estavam sob o domínio dos Borguinhões. Porém, a fama de Joana tinha se estendido por boa parte do território e fez com que o exército Armagnac do delfim fosse temido. Assim, Joana passou sem problemas por sucessivas cidades como Gien, Saint Fargeau, Mézilles, Auxerre, Saint Florentin e Saint Paul.

Desde Gien, foram enviados convites a diversas autoridades para assistir à consagração do delfim. Em Auxerre chegou-se a pensar em resistência por parte de uma pequena tropa inimiga que se encontrava na cidade. Após três dias de negociação foi possível por lá passar sem qualquer problema. O mesmo aconteceu em Troyes, onde as negociações duraram cinco dias. A chegada a Reims foi em 16 de julho.

Sabe-se que o dia da consagração definitiva do rei francês na Catedral de Reims foi em 17 de julho e não foi a cerimônia mais esplêndida do momento, já que as circunstâncias da guerra impediam que o fosse. Joana assistiu à consagração de uma posição privilegiada, acompanhada de seu estandarte.

Paris

Estátua de Joana d'Arc na Catedral de Notre-Dame de Paris.

Teoricamente Joana já não tinha mais o que fazer no exército, já que havia cumprido sua promessa perfeitamente e havia seguido corretamente as ordens que, segundo ela, as vozes lhe haviam dado. Mas Joana, como muitos outros, viu que enquanto a cidade de Paris estivesse tomada pelas tropas inglesas, dificilmente o novo rei poderia ter claramente o controle do Reino da França.

No mesmo dia da coroação, chegaram emissários do Duque de Borgonha e se iniciaram as negociações para se chegar a paz, ou a uma trégua, que foi finalmente o que se pactuou. Não foi a paz que Joana desejava, mas pelo menos ela houve durante quinze dias. Entretanto a trégua não foi gratuita, já que houve interesses políticos por trás desta. Carlos VII necessitava tomar Paris para exercer sua autoridade de rei mas não queria criar uma imagem ruim com uma conquista violenta de terras que passariam a ser seu domínio. Foi isto que o motivou a firmar a trégua com o Duque de Borgonha, como uma necessidade de ganhar tempo.

Durante a trégua, Carlos VII levou seu exército até Île-de-France (região francesa que abriga Paris). Houve alguns enfrentamentos entre os Armagnacs e a aliança inglesa com os Borguinhões. Os ingleses abandonaram Paris, dirigindo-se a Ruão (ou Rouen em francês). Restava então derrotar os Borguinhões que ainda ficaram em Paris e nas regiões vizinhas.

Joana foi ferida por uma flecha durante uma tentativa de entrar em Paris. Isto acelerou a decisão do rei em bater em retirada no dia 10 de setembro de 1429. Com a parada, o rei francês não expressava a intenção de abandonar definitivamente a luta, mas optava por repensar sua estratégia e defender a opção de conquistar a vitória mediante a paz, tratados e outras oportunidades no futuro.

O fim de Joana d'Arc

A captura

Na primavera de 1430, Joana d'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar libertar a cidade de Compiègne. Durante um ataque ao campo de Margny, controlado pelos Borguinhões, franceses aliados dos ingleses, Joana acabou sendo presa em 23 de Maio de 1430. Entre os dias 23 e 27 foi conduzida ao castelo de Beaulieu-lès-Fontaines. Joana foi entrevistada entre os dias 27 e 28 pelo próprio Duque de Borgonha, Filipe III. Naquele momento Joana era propriedade do Duque de Luxemburgo. Ela foi levada ao Castelo de Beaurevoir, onde permaneceu todo o verão, enquanto o duque de Luxemburgo negociava sua venda. Ao vendê-la aos ingleses, Joana foi transferida a Ruão.[15]

Duas mulheres, duas personalidades em guerra

A infanta D. Isabel, filha de D. João I e duquesa de Borgonha (e em cuja honra foi criada por Filipe, o Bom a Ordem do Tosão de Ouro, em Janeiro de 1430, por ocasião da chegada de Isabel ao ducado), poderia ter sido a impulsionadora da perseguição a Joana D'Arc. Não só como Infanta de Portugal, aliada da Inglaterra e de Borgonha, mas porque Joana D'Arc a submetera a cerco quando chegara a Borgonha para se casar com Filipe, o Bom. Implacável (como se vê pela sua atitude perante o seu irmão D. Henrique, o "traidor" da Alfarrobeira), não desistiu enquanto Joana D'Arc não pagou pela insolência com a própria vida.

O processo em Ruão

Pintura histórica por Paul Delaroche mostrando o Cardeal Henrique Beaufort interrogando Joana d'Arc na prisão.

Joana foi presa em uma cela escura e vigiada por cinco homens. Em contraste ao bom tratamento que recebera em sua primeira prisão, Joana agora vivia seus piores tempos.

O processo contra Joana teve início no dia 9 de janeiro de 1431, sendo chefiado pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à posteridade e que converteria Joana em heroína nacional, pelo modo como se desenvolveu e trouxe o final da jovem, e da lenda que ainda nos dias de hoje mescla realidade com fantasia.

Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato.

No dia 21 de fevereiro, Joana foi ouvida pela primeira vez. A princípio ela se negou a fazer o juramento da verdade, mas logo o fez. Joana foi interrogada sobre as vozes que ouvia, sobre a igreja militante, sobre seus trajes masculinos. No dia 27 e 28 de março, Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70 artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12, mais precisamente no dia 5 de abril. Estes artigos sustentavam a acusação formal para a Donzela buscando sua condenação.

No mesmo dia 5, Joana começou a perder saúde por causa de ingestão de alimentos venenosos que a fez vomitar. Isto alertou Cauchon e os ingleses, que lhe trouxeram um médico. Queriam mantê-la viva, principalmente os ingleses, porque planejavam executá-la.

Durante a visita do médico, Jean d’Estivet acusou Joana de ter ingerido os alimentos envenenados conscientemente para cometer suicídio. No dia 18 de abril, quando finalmente ela se viu em perigo de morte, pediu para se confessar.

Os ingleses impacientaram-se com a demora do julgamento. O conde de Warwick disse a Cauchon que o processo estava demorando muito. Até o primeiro proprietário de Joana, Jean de Luxemburgo, apresentou-se a Joana fazendo-lhe a proposta de pagar por sua liberdade se ela prometesse não atacar mais os ingleses. A partir do dia 23 de maio, as coisas se aceleraram, e no dia 29 de maio, ela foi condenada por heresia.

Morte

Joana d'Arc sendo queimada viva.

Joana foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos. A cerimónia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), às 9 horas, em Ruão.

Antes da execução ela se confessou com Jean Totmouille e Martin Ladvenu, que lhe administraram os sacramentos da Comunhão. Entrou, vestida de branco, na praça cheia de pessoas, e foi colocada na plataforma montada para sua execução. Após lerem o seu veredito, Joana foi queimada viva. Suas cinzas foram jogadas no rio Sena, para que não se tornassem objeto de veneração pública.[16]

Após a morte de Joana d'Arc

A revisão do seu processo começou a partir de 1456, quando foi considerada inocente pelo Papa Calisto III, e o processo que a condenou foi considerado inválido, e em 1909 a Igreja Católica autoriza sua beatificação. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV.

Uma outra versão informa que vinte anos após a sua condenação à fogueira, a mãe[17] de Joana d'Arc pediu que o Papa da época, Calisto III, autorizasse uma comissão que, numa pesquisa serena e profunda, reconheceu a nulidade do processo por vício de forma e de conteúdo. Joana d´Arc desta maneira teve sua honra reabilitada, e o nome feiticeira, e bruxa foi apagado para que ela fosse reconhecida por suas virtudes heróicas, provenientes de uma missão divina.

Ela foi proclamada Mártir pela Pátria e da Fé.[18]

Santa Joana é sincretizada nas religiões afro-brasileiras com a orixá Obá.[19]

Legado

Uma gravura de Joana d'Arc, de 1903.

Joana d'Arc se tornou uma figura semi-lendária nos quatro séculos após sua morte. As principais fontes de informação sobre ela eram crônicas. Cinco manuscritos originais de seu julgamento de condenação surgiram em arquivos antigos durante o século XIX. Logo, os historiadores também localizaram os registros completos de seu julgamento de reabilitação, que continha testemunho juramentado de 115 testemunhas, e as notas originais em francês da transcrição do julgamento de condenação em latim. Várias cartas contemporâneas também surgiram, três das quais carregam a assinatura Jehanne na mão instável de uma pessoa aprendendo a escrever. Essa riqueza incomum de material de fonte primária é uma das razões pelas quais DeVries declara: "Nenhuma pessoa da Idade Média, homem ou mulher, foi objeto de mais estudos".

Joana d'Arc veio de uma vila obscura e ganhou destaque quando adolescente, e o fez como camponesa sem instrução. Os reis franceses e ingleses justificaram a guerra em andamento através de interpretações concorrentes da lei de herança, primeiro a respeito da reivindicação de Eduardo III ao trono francês e depois da de Henrique VI. O conflito havia sido uma disputa legalista entre duas famílias reais relacionadas, mas Joana o transformou em linhas religiosas e deu sentido a recursos como o do escudeiro Jean de Metz quando perguntou: "O rei deve ser expulso do reino; e somos nós ser inglês?".[20] Nas palavras de Stephen Richey, "ela transformou o que havia sido uma disputa dinástica seca que deixou as pessoas comuns indiferentes, exceto por seu próprio sofrimento, em uma apaixonadamente popular guerra de libertação nacional".[21] Richey também expressa a amplitude de seu apelo subsequente:

Estátua de Joana d'Arc em Orléans, por Denis Foyatier, 1855.

As pessoas que a perseguiram nos cinco séculos desde sua morte tentaram fazer de tudo: ferramenta fanática demoníaca, mística espiritual, ingênua e tragicamente mal utilizada do poderoso, criador e ícone do nacionalismo popular moderno, heroína adorada, santa. Ela insistiu, mesmo quando ameaçada de tortura e confrontada com a morte pelo fogo, que era guiada por vozes de Deus. Com vozes ou sem voz, suas realizações deixam qualquer um que conhece sua história balançando a cabeça com espanto espantado.

De Christine de Pizan até o presente, as mulheres olham para Joana como um exemplo positivo de uma mulher corajosa e ativa.[22] Ela operava dentro de uma tradição religiosa que acreditava que uma pessoa excepcional de qualquer nível da sociedade poderia receber um chamado divino. Parte de sua ajuda mais significativa veio de mulheres. A sogra do rei Carlos VIIYolande de Aragão, confirmou a virgindade de Joana e financiou sua partida para Orléans. Joana do Luxemburgo, tia do conde do Luxemburgo que a mantinha sob custódia depois de Compiègne, aliviou suas condições de cativeiro e pode ter adiado sua venda para os ingleses. Finalmente, Ana da Borgonha, a duquesa de Bedford e esposa do regente da Inglaterra, declarou Joana virgem durante as investigações pré-julgamento.[23]

Três navios separados da Marinha Francesa foram nomeados em homenagem a ela, incluindo um porta-helicópteros que foi retirado do serviço ativo em 7 de junho de 2010. Atualmente, o partido político de extrema-direita francês Front National realiza comícios em suas estátuas, reproduz sua imagem em publicações do partido, e usa uma chama tricolor parcialmente simbólica de seu martírio como seu emblema. Às vezes, os oponentes deste partido satirizam sua apropriação de sua imagem. O feriado cívico francês em sua homenagem, estabelecido em 1920, é o segundo domingo de maio.[24]

As músicas da Primeira Guerra Mundial incluem "Joana d'Arc, estão chamando você" e "Canção de resposta de Joana d'Arc".[25]

Relíquias

Jeanne d'Arc, autor desconhecido, c.1580.

As chamadas relíquias de Joana d'Arc são mantidas no museu de arte e história Chinon. Propriedades do arcebispado de Tours, eles foram depositados neste museu em 1963. O frasco de vidro que os contém foi descoberto em Paris, em 1867, no sótão de uma farmácia, localizada na rue du Temple, de um estudante de farmácia, M. Noblet. O pergaminho que fechava a abertura do frasco trazia a menção: "Restos encontrados sob a pira de Joana d'Arc, virgem de Orleães".

A jarra contém uma costela humana de dez centímetros de comprimento, coberta por uma camada enegrecida, um pedaço de tecido de linho com cerca de quinze centímetros de comprimento, o fêmur de um gato e fragmentos de carvão.

Uma análise microscópica e química do fragmento de costela mostra que ela não foi queimada, mas impregnada com uma planta e um produto mineral de cor preta. Sua composição é mais parecida com a de betume ou piche do que com resíduos orgânicos de origem humana ou animal, reduzidos ao estado de carbono por cremação.

Os “narizes” de grandes perfumistas (Guerlain e Jean Patou) detectaram notavelmente no pedaço de costela um cheiro de baunilha. Agora, este perfume pode ser produzido pela "decomposição de um corpo", como no caso da mumificação, mas não pela sua cremação.

Vestuário

Joana d'Arc na coroação de Carlos VII, de Jean Auguste Dominique Ingres (1854), é um exemplo notável das tentativas para feminilizar sua aparência. No trabalho, observa-se os cabelos longos e a saia em torno da armadura.

Joana d'Arc usava roupas masculinas desde o momento da sua partida de Vaucouleurs até sua abjuração em Rouen.[26] Isto motivou debates teológicos em sua própria época e levantou outras questões também no século XX. A razão técnica para a sua execução foi uma lei sobre roupas bíblicas.[27] O segundo julgamento reverteu a condenação em parte porque o processo de condenação não tinha considerado as exceções doutrinárias referentes a esse texto.

Em termos de doutrina, ela era prudente ao se disfarçar como um escudeiro durante uma viagem através de território inimigo, e era cautelosa ao usar armadura durante a batalha. O Chronique de la Pucelle afirma que isso dissuadiu abuso sexual, enquanto ela estava acampada nas batalhas. O clérigo que testemunhou em seu segundo julgamento afirmou que ela continuava a vestir roupas do sexo masculino na prisão para deter molestamentos e estupro.[28] A preservação da castidade foi outro motivo justificável para travestir-se: suas roupas teriam atrasado um assaltante, e os homens estariam menos propensos a pensar nela como um objeto sexual em qualquer caso.[nota 1]

A espada

espada que acompanhou Joana d'Arc durante todas as suas batalhas foi descoberta sob sua indicação sob as lajes da igreja de Sainte-Catherine-de-Fierbois (Indre-et-Loire), entre outras espadas enterradas por soldados de passagem. Esta espada muito antiga foi decorada com cinco cruzes. A ferrugem que a cobria desapareceria assim que Joana d'Arc tivesse a espada na mão.

Jean Chartier, no Journal of the seat e Chronicle of the Maid, menciona a espada e as circunstâncias de sua aquisição pela empregada doméstica: o rei queria lhe dar uma espada, ela perguntou a Sainte-Catherine-de-Fierbois, perguntamos a ela se ela queria e disse que não. Um ferreiro foi enviado de Tours e descobriu a espada entre várias ofertas votivas depositadas ali, aparentemente em um baú atrás do altar. Joana quebrou esta espada nas costas de uma prostituta, em Saint-Denis, segundo o duque de Alençon, provavelmente depois da tentativa fracassada contra Paris. Parece que ela costumava golpear com essa espada as costas das garotas que se prostituíam, sendo esses incidentes mencionados em Auxerre pelo colunista Jean Chartier e por sua página, Louis de Coutes, por o estágio Château-Thierry. Carlos VII estava muito insatisfeito com a quebra da espada. Na verdade, este havia assumido a aparência de uma arma mágica entre os companheiros de Joana, e sua destruição passou por um mau presságio. Não temos idéia do que aconteceu com as peças.[30][31]

Representação nas artes e na literatura

Imagem da Santa Joana d'Arc.

Cinema

Literatura

  • A Vida de Joana d'Arc, livro de Érico Veríssimo
  • Joana d'Arc, - A Mulher Forte". Regine Pernoud. Paulinas. ISBN 85-7311-342-1
  • "Joana d`Arc", livro de Mark Twain
  • Santa Joana, peça de Bernard Shaw
  • "Joana d'Arc Uma biografia De Donald Spot
  • Driftersmangá de Kouta Hirano, no qual Joana d'Arc é uma antagonista
  • "Joana d'Arc e suas batalhas" de Phil Robins
  • "Joana d'Arc, Médium" de Léon Denis
  • "A História de Joana d'Arc, ditada por ela mesma" (Histoire de Jeanne d'Arc, dictée par elle-même), Ermance Dufaux de la Jonchère, França, 1855.

Televisão

  • Joan of Arc (1999), filme para TV com Leelee Sobieski
  • "Axis Powers Hetalia", onde Joana D'Arc é retratada ao lado da personificação da França.
  • No anime Inazuma Eleven Go Chrono Stone, Joana d'Arc fazia parte dos onze lendários, onde a equipe do colégio Raimon viaja no tempo para que pudesse fundir com a aura de Joana d'Arc com a do jogador Kirino Ranmaru, para derrotar a Protocolo Omega 3.0.
  • No anime Shingeki no Bahamut: Genesis, Joanna D'Arc é uma cavaleira do exército de Orleans, cujo povo acredita ser o cavaleiro escolhido que salvará o mundo da ira do Bahamut quando ele vier a despertar.
  • O episódio 12 do anime Nadja se passa na vila Domrémy, local de nascimento de Joana d'Arc. Ele fala um pouco sobre a história da guerreira e também sobre um possível tesouro deixado por ela, o qual desperta o interesse de Nadja e seus amigos a sair numa jornada à procura deste.
  • Na série de desenhos animados Os Simpsons Tales of Public Domain da temporada 13 Homer conta a história de Joana mas, Marge interrompe a história quando Joana iria ser queimada.
  • No programa Deu a Louca na História ( Horrible Histories) Joana é citada na Segunda e na Quinta Temporada.

Jogos para computador

A desenvolvedora Enlight Software criou um jogo para computador chamado Wars & Warriors: Joan of Arc baseado na história de Joana d'Arc. Ele foi lançado em 9 de fevereiro de 2004. O jogador assume o papel de Joana d'Arc e lidera o exército francês na guerra dos 100 anos. O jogo combina aspectos de ação (hack and slash), estratégia em tempo real e RPG.

Um Jogo chamado Perfect Dark (パーフェクト・ダーク), produzido pela Rare para o Nintendo 64 e lançado em 22 de Maio de 2000 no mercado americano. Em Perfect Dark, jogadores assumem o papel da agente especial Joanna Dark, uma personagem inspirada na bravura da referida Joana D'arc.

Em homenagem no Age of Empires II, Joana D'Arc está sempre presente nas batalhas travadas (exceto a última parte da campanha), onde há apoio personagens como La HireJean de Metz e enfrenta antagonistas como John Fastolf.

Notas

  1.  De acordo com o perito em roupas medievais Adrien Harmand, ela usou duas camadas de calças ligadas à parelha com vinte grampos. As calças exteriores eram feitas de couro semelhante ao de botas.[29]

Ver também

Bibliografia

  • Beaune, Colette: Joana D'Arc: Verdades e Lendas. Cassará Editora, 2013. ISBN 9788564892101
  • Dom Servílio Conti, I.M.C. O Santo do dia. p. 289-290. Ed. Vozes. ISBN 85-326-0442-0
  • Kelly DeVries (1999). Joan of Arc: A Military Leader (em inglês). Stroud, Gloucestershire: Sutton Publishing. ISBN 0-7509-1805-5
  • Richard C. Famiglietti (1987). Royal Intrigue: Crisis at the Court of Charles VI 1392–1420 (em inglês) AMS studies in the Middle Ages, 9 ed. Nova Iorque: AMS Press. ISBN 0-404-61439-6
  • Edward Lucie-Smith (1976). Joan of Arc (em inglês). Bristol: Allen Lane. ISBN 0-7139-0857-2
  • Mrs. (Margaret) Oliphant (2002). Jeanne d'Arc: Her Life and Death (em inglês) Heroes of the Nations ed. [S.l.]: IndyPublish.com. ISBN 978-1404310865. Consultado em 14 de outubro de 2012
  • Régine Pernoud; Marie-Véronique Clin (1999). Joan of Arc: Her Story (em inglês). Nova Iorque: St. Martin's Press. Consultado em 14 de outubro de 2012
  • Giovanna d'Arco al rogoItáliaFrança, 1954. Direção: Roberto Rossellini. Elenco: Ingrid Bergman, Tulio Carminati. 80 min.

    Referências

    1.  (em francês) Philippe Contamine, « Remarques critiques sur les étendards de Jeanne d’Arc », Francia, Ostfildern, Jan Thorbecke Verlag, n° 34/1,‎ 2007, p. 199-200.
    2.  Marius Sepet, « Observations critiques sur l'histoire de Jeanne d'Arc. La lettre de Perceval de Boulainvilliers », Bibliothèque de l'École des chartes, Paris, Librairie Alphonse Picard et fils, t. 77,‎ 1916, p. 439-447.
    3.  Colette Beaune, Jeanne d'Arc, Paris, Perrin, 2004, p. 26-30.
    4.  Olivier Bouzy, Jeanne d'Arc en son siècle, Paris, Fayard, 2013, p.91-93
    5.  Gerd Krumeich, « La date de la naissance de Jeanne d'Arc », dans Catherine Guyon et Magali Delavenne, De Domrémy... à Tokyo : Jeanne d'Arc et la Lorraine : actes du colloque universitaire international, Domrémy et Vaucouleurs, 24-26 mai 2012, Nancy, Presses universitaires de Nancy, coll. « Archéologie, espaces, patrimoines », 2013, p. 21-31.
    6.  «Chemainus Theatre Festival - The 2008 Season - Saint Joan - Joan of Arc Historical Timeline» (em inglês). Chemainustheatrefestival.ca. Consultado em 30 de novembro de 2012. Arquivado do original em 2 de junho de 2013
    7.  "Joan of Arc: Why Is She A Saint?". Página acessada em 1 de outubro de 2019.
    8.  M. A., Medieval Studies; B. A., Medieval Studies. «Joan of Arc, Was She a Visionary Leader or a Mentally Ill Puppet?»ThoughtCo (em inglês). Consultado em 5 de outubro de 2020
    9.  «Le procès de Jeanne d'Arc»
    10.  Régine Pernoud, "Joan of Arc By Herself And Her Witnesses", pp. 179, 220–22
    11. ↑ Ir para:a b Andrew Ward (2005) «Joana d'Arc» (em inglês). no IMDb
    12.  Dirk Arend Berents, D.E.H. de Boer, Marina Warner (1994). Joan of Arc: Reality and Myth. [S.l.]: Uitgeverij Verloren. p. 8. ISBN 978-90-6550-412-8
    13.  DeVries, Kelly (1999). Joan of Arc: A Military Leader. Stroud, Gloucestershire: Sutton Publishing. ISBN 0-7509-1805-5. OCLC 42957383.
    14.  Dom Servílio Conti, I.M.C. O Santo do dia. p.289-290. Ed. Vozes. ISBN 85-326-0442-0
    15.  Lowell, Francis Cabot (1896). Joan of Arc. Boston: Houghton Mifflin Co
    16.  "Joan of Arc 'relics' to be tested" (1 de março de 2006). Acessado em 13 de abril de 2019.
    17.  DENIS, León (1971). Joana d'Arc. Rio de Janeiro: FEB. 155 páginas
    18.  Servílio Conti, I.M.C. O Santo do dia. p.289-290. Ed. Vozes. ISBN 85-326-0442-0
    19.  «Sincretismo de Obá e Santa Joana D'Arc - Raizes Espirituais»Raizes Espirituais. 30 de maio de 2016
    20.  «St. Joan of Arc's Trial of Nullification»www.stjoan-center.com. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    21.  «Joan of Arc - A Military Appreciation»www.stjoan-center.com. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    22.  «Introduction to DE PISAN'S Ditie de Jehanne d'Arc»web.archive.org. 16 de junho de 2008. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    23.  «St. Joan of Arc's Trial of Nullification»www.stjoan-center.com. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    24.  «Journal officiel de la République française. Lois et décrets»Gallica (em francês). 14 de julho de 1920. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    25.  «Joan of Arc's answer song»Library of Congress, Washington, D.C. 20540 USA. Consultado em 20 de dezembro de 2019
    26.  Condemnation trial, pp. 78–79 (Página acessada em 12 de fevereiro de 2006).
    27.  Deuteronômio 22:5.[1] (Página acessada em 22 de março de 2006).
    28.  Nullification trial testimony of Guillaume de Manchon (Página acessada em 12 de fevereiro de 2006).
    29.  "Jeanne d'Arc, son costume, son armure."(em francês) (Página acessada em 23 de março de 2006).
    30.  Lanhers, Y.; Tisset, P. (dezembro de 1970). Proces De Condamnation De Jeanne D'arc: Traduction Et Notes (em francês). [S.l.]: Librairie Droz
    31.  «Domrémy-la-Pucelle - Jeanne d'Arc relevant l'épée de la France»

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