domingo, 27 de dezembro de 2020

SÃO JOÃO EVANGELISTA - 27 DE DEZEMBRO DE 2020

 


João, o Evangelista

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Disambig grey.svg Nota: Ver também João, o Apóstolo e João de Patmos para outras tradições ligadas a São João. Para outros significados, veja São João.
João
João o Evangelista, por Domenichino (1621-29).
ApóstoloEvangelista,
Discípulo que Jesus amava e
João de Patmos
Nascimento9 em BetsaidaGalileia
Mortec. 103 (94 anos) em ÉfesoÁsia Menor
Veneração porToda Cristandade
Festa litúrgica27 de Dezembro
AtribuiçõesÁguia
Gloriole.svg Portal dos Santos

João Evangelista ou Apóstolo João (grego: Ἰωάννης, translit. Iōánnēs), foi um dos doze apóstolos de Jesus e além do Evangelho segundo João, também escreveu as três epístolas de João (12, e 3) e o livro do Apocalipse. Há que se destacar aqui a existência de uma controvérsia sobre o verdadeiro autor do Apocalipse, mas uma tradição representada por São Justino e amplamente difundida no século II Ireneu de LyonClemente de AlexandriaTertuliano, o Cânone Muratori, identifica o autor como sendo o apóstolo João, o autor do quarto evangelho. Mas até o século V as igrejas da SíriaCapadócia e mesmo da Palestina não pareciam ter incluído o apocalipse no cânon das escrituras, prova de que não o consideraram como obra do apóstolo. Apresenta inegável parentesco com os escritos joaninos, mas também se distingue claramente deles por sua linguagem, seu estilo e por seus pontos de vista teológicos (referentes, sobretudo à parúsia de Cristo), comentário de introdução ao apocalipse na Bíblia de Jerusalém.

João seria o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos de idade à altura do São João chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão, consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e em provável sociedade com André e Pedro.

As heranças deixadas nos escritos de João, demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo nas suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita.

Relação com Jesus

Foi manifesta nos livros da Bíblia a admiração de João por Jesus. Jesus chamou-lhe o Filho do Trovão e posteriormente ele foi considerado o “Discípulo Amado”. Também ele e seu irmão, Tiago, pedem para ficar um ao lado direito, outro ao lado esquerdo de Jesus quando estiverem no céu, além de serem batizados no mesmo batismo de Jesus, tendo por isso sido levemente repreendidos por Jesus e causado certa inveja entre os demais apóstolos.

Segundo os registros do Novo testamento, João foi o apóstolo que seguiu com Jesus, na noite em que foi preso e foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até à morte na cruz.

João de Patmos, por Alonso Cano, 1640

A História conta que João esteve presente, e ao alcance de Jesus, até a última hora, e foi-lhe entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Jesus. A Bíblia supostamente indica que Jesus não era filho único de Maria (Mateus 13:55Marcos 6:3) (vide irmãos de Jesus), porém seria o mais velho e, por isso, teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe após a morte de José.[1] No Evangelho Segundo São Mateus está escrito: "Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica" (Mateus 20:20), fica claro que a mãe biológica de João não é Maria, mãe de Jesus, mas outra pessoa, pois, então, o evangelista não escreveria "a mãe dos filhos de Zebedeu", e sim algo como "sua mãe". Assim, a frase de Jesus significa que o cuidado e sustento de Maria ficaria a cargo de João a partir daquele momento.

Para a Igreja CatólicaCristo não tinha irmãos carnais, justificando o argumento na premissa de que, no aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam irmãos eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes. Jesus falava ao menos aramaico e hebraico, mas os evangelhos foram escritos em grego, idioma em que há maior número de palavras para designar graus de parentesco, o que, segundo alguns autores, pode ter gerado confusão, no momento da tradução[2]. O fato de, à época, a Terra Santa já ter sido dominada pelo império grego, e estar sob dominação romana (cuja cultura assimilara muito da cultura helenística), torna provável que o uso da expressão "irmãos" implique também na expressão "primos". Além disso, o fato de o Novo Testamento haver sido escrito em grego koinélingua franca do império romano, não faz com que a hipótese de que estes são filhos de José e Maria seja corroborada. (A Bíblia afirma que Maria foi escolhida virgem, pura, para ser mãe de Jesus, sendo Ele seu primogênito) Os Ortodoxos creem que os "irmãos" de Jesus seriam filhos de José' de possível primeiro casamento, antes de ir viver com Maria. Não há referência bíblica que corrobore a hipótese de que José tenha sido casado anteriormente.

Mais tarde João esteve fortemente ligado a Pedro nas atividades iniciais do movimento cristão, tornando-se um dos principais sustentáculos da Igreja de Jerusalém. Foi o principal apoio de Pedro, no Dia de Pentecostes. É tradição constante e ininterrupta que pregou na Ásia Menor, especialmente em Éfeso, onde teria encerrado o ministério com morte em idade muito avançada.

O exílio

Ver artigo principal: João de Patmos

Em Patmos, ilha no leste do Mar Egeu, local onde fez o seu exílio, João escreveu o Livro da Revelação do Apocalipse. Acredita-se que este Livro da Revelação contém os fragmentos que sobreviveram de uma grande revelação, da qual se perderam grandes partes e outras partes foram retiradas, depois que João o escrevera. Apenas uma parte fragmentada foi preservada. Por outro lado, alguns teólogos e exegetas afirmam que o caráter fragmentário deste livro resulta de outros dois livros de Apocalipse que foram unidos, resultando no que conhecemos hoje, sendo que um deles já estaria escrito desde o tempo de Nero. João viajou muito, trabalhou incessantemente e, depois de tornar-se dirigente das igrejas da Ásia, estabeleceu-se em Éfeso. Orientou o seu colaborador, Natan, na redação do chamado “evangelho segundo João”, em Éfeso, aproximadamente no ano 90 D.C.

" Mulher, eis aqui seu filho !Filho ,eis aqui sua mãe!" ( JESUS ).
São João, o Apóstolo, por El Greco c. 1600, Museu do Prado, Madrid

Morte

De todos os doze apóstolos, João, o Apóstolo Amado e filho de Zebedeu, tornou-se o mais destacado teólogo, tendo morrido de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos. Segundo bispo Polícrates de Éfeso em 190 (atestada por Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica, 5, 24), o Apóstolo "dormiu" (faleceu) em Éfeso. Contudo, conta-se que a tumba estava vazia quando foi aberta por Constantino para edificar-lhe uma igreja.

Segundo algumas interpretações João era o apóstolo que Jesus mais amava, e que tinham um enorme afeto um pelo outro.

Controvérsia

Controvérsias são suscitadas baseadas nos próprios textos bíblicos que afirmam que este discípulo não passou pela morte, segundo a interpretação de alguns. Com efeito é possível ler: Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu Reino. (Mateus 16:28)

De outra parte está também escrito nos Evangelhos: Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: "Senhor, quem é o traidor?" Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: "E quanto a este?" Respondeu-lhe Jesus: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me." Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, "Jesus não dissera que tal discípulo não morreria", mas: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?" (João 21:18-25)

Interpretações teológicas, contudo, resolvem essa dificuldade bíblica como Jesus afirmando que ele deveria permanecer vivo até a Revelação final do cânon bíblico, o Apocalipse. A partir daí, sua morte ocorreria naturalmente, no tempo devido.


SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ - 27 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Sagrada Família

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Albrecht DürerFuga para o Egipto14941497
Disambig grey.svg Nota: Para a igreja em Barcelona, veja Templo Expiatório da Sagrada Família. Para outros significados, veja Sagrada Família (desambiguação).

Sagrada Família é o termo usado para designar a família de Jesus de Nazaré, composta segundo a Bíblia por JoséMaria e Jesus. A sua festa no calendário litúrgico é celebrada no domingo que fica na Oitava do Natal.

Passagens bíblicas

  • Anúncio do Anjo a José«E o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: "José, filho de David, não temas receber a Maria tua mulher: porque o que dela nasceu, é obra do Espírito Santo (Mateus 1:20)
  • Fuga para o Egito: fuga para o Egito, por causa da perseguição movida pelo rei Herodes, que queria matar Jesus.
  • Jesus perde-se e é encontrado no templo (episódio também conhecido como Jesus entre os doutores): «Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai?» Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse. Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.» (Lucas 2:41-52)

Sagrada Família na arte

As cenas da Sagrada Família são das mais representadas na arte, especialmente em pintura. Destacam-se as cenas da Natividade de Jesus e da Fuga para o Egito.

Ver também

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Sagrada Família

sábado, 26 de dezembro de 2020

TEMPESTADE NA MADEIRA - 26 DE DEZEMBRO DE 2020

 https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/madeira-videos-mostram-momento-em-que-chuva-intensa-inunda-estradas-e-casas/5fe626eb0cf2cc9de7f012d0?jwsource=cl

TSUNAMI NO SUDESTE ASIÁTICO - (2006) - 26 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Tsunâmi

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(Redirecionado de Tsunami)
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Disambig grey.svg Nota: Para a banda desenhada/história em quadrinhos, veja Tsunami (Marvel). Para o sismo no fundo do mar (também chamado de "maremoto"), veja Sismo submarino.
Aeroporto de Sendai, no Japão, destruído pelo tsunâmi de Tohoku em 2011.

Um tsunâmi[1][2][nota 1] (em japonês津波 IPA[t͡sɯᵝnäꜜmi],[3] lit. "onda de porto") ou maremoto[nota 2] (do latimmare, mar + motus, movimento) é uma série de ondas de água causada pelo deslocamento de um grande volume de um corpo de água, como um oceano ou um grande lago. Tsunâmis são uma ocorrência frequente no Oceano Pacífico: aproximadamente 195 eventos desse tipo já foram registrados. Devido aos imensos volumes de água e energia envolvidos, tsunâmis podem devastar regiões costeiras.

Sismoserupções vulcânicas e outras explosões submarinas (detonações de artefatos nucleares no mar), deslizamentos de terra e outros movimentos de massa, impactos, e outros distúrbios acima ou abaixo da água têm o potencial para gerar um tsunami.

O historiador grego Tucídides foi o primeiro a relacionar um tsunami a sismos submarinos,[4][5] mas a compreensão da natureza do tsunami permaneceu incipiente até o século XX e ainda é objeto de pesquisa. Muitos textos antigos geológicosgeográficos e oceanográficos referem-se a tsunâmis como ondas sísmicas do mar.

Algumas condições meteorológicas, tais como depressões (atmosféricas) profundas que provocam ciclones tropicais, podem gerar uma tempestade chamada meteotsunami, com a elevação do nível de grande massa de água a vários metros acima do normal. A elevação vem da grande redução da pressão atmosférica no centro da depressão em relação ao seu entorno. Atingindo a costa podem assemelhar-se (embora não o sejam) a tsunâmis, inundando vastas áreas de terra. Uma onda desse tipo inundou a Birmânia (Myanmar), em maio de 2008.

Etimologia e relação entre tsunâmi e maremoto

O termo "tsunâmi" provém do japonês, através da junção de "porto" (tsu, 津) e "onda" (nami, 波).,[6] Embora a versão estrangeira da palavra ainda seja muito usada (caso em que deve ser destacada do texto, seja com aspas, seja colocando-a em itálico), os dois dicionários mais vendidos respectivamente no Brasil e em Portugal, o Dicionário Aurélio[2] e o Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico[7] da Porto Editora,[1] já trazem a forma aportuguesada, tsunâmi, acentuada conforme o acordo ortográfico da língua portuguesa.[1][2]

Alguns autores defendem que o termo tsunami é um estrangeirismo desnecessário, dado que significaria o mesmo que a forma "maremoto", já existente em português há séculos. É o caso do dicionário Priberam (Portugal). Já os dicionário da Porto Editora (Portugal) e os brasileiros Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio atribuem sentido diferente aos dois fenômenos: os maremotos seriam qualquer movimentação anômala do mar proveniente de um terremoto (em terra firme próxima, ou mesmo abaixo do oceano), ou mesmo por outros fatores, enquanto os tsunâmis seriam as ondas provocadas por um maremoto - especificamente, no caso, só as as ondas que atingem alguma área continental, provocando efeitos sobre a superfície terrestre.

Em português, tsunâmis eram muitas vezes chamados ondas de maré. Nos últimos anos, esse termo caiu em desuso, especialmente na comunidade científica, ao se constatar que os tsunâmis nada têm a ver com as marés. O termo outrora popular deriva de sua aparência mais comum, que é a de um macaréu extraordinariamente alto. Tsunâmis e marés produzem ondas de água que se movem em terra, mas, no caso do tsunami, o movimento da água em terra é muito maior e dura por um longo período, dando a impressão de uma maré extremamente alta.

Existem apenas algumas outras línguas que têm uma palavra nativa para esse tipo de onda. Na língua tâmil, a palavra é aazhi peralai. Na língua achém, é ië beuna ou alôn buluëk[8] (dependendo do dialeto. Note que, na língua austronésia tagalo, uma língua importante nas Filipinasalon significa "onda"). Na ilha Simeulue, fora da costa ocidental de Sumatra, na Indonésia, na língua defayan, a palavra é semong, enquanto que, na língua sigulai, é emong.[9]

Causas

A maioria dos tsunâmis são gerados por sismos submarinos (legendas em inglês).

Um tsunami pode ser gerado quando os limites de placas tectônicas convergentes ou destrutivas movem-se abruptamente e deslocam verticalmente a água sobrejacente. É muito improvável que esses movimentos podem formar-se em limites divergentes (construtivo) ou conservativos das placas tectônicas. Isso ocorre porque esses limites em geral não perturbam o deslocamento vertical da coluna de água. Sismos relacionados a zona de subducção geram a maioria dos tsunamis. Pesquisadores, em 2017, descobriram que o movimento horizontal do fundo do mar inclinado durante um terremoto subaquático pode dar tsunâmis um impulso crítico. Os cientistas assumiam anteriormente que o movimento vertical sozinho contribuía a maior parte da energia de um tsunâmi.[10][11] Tsunâmis têm uma pequena amplitude (altura da onda) em alto mar e um comprimento de onda muito longo (muitas vezes centenas de quilômetros de comprimento), sendo por isso que geralmente passam despercebidos no mar, formando apenas uma ligeira ondulação de normalmente cerca de 300 milímetros (12 polegadas) acima do normal superfície do mar. Eles crescem em altura quando atingem águas mais rasas, em um processo de empolamento da onda descrito abaixo. Um tsunami pode ocorrer em qualquer estado de maré e até mesmo na maré baixa ainda pode inundar áreas costeiras.

Em 1 de abril de 1946, um sismo de magnitude 7,8 (escala Richter) ocorreu perto das Ilhas Aleutas, no AlascaEstados Unidos. Isso gerou um tsunâmi com 14 metros de altura que inundou Hilo, na ilha do Havaí. A área onde o abalo sísmico ocorreu no oceano Pacífico é zona de subducção abaixo do Alasca.

Exemplos de tsunami em locais fora dos limites convergentes incluem Storegga há cerca de 8 000 anos, Grandes Bancos em 1929Papua-Nova Guiné em 1998 (Tappin, 2001). Os tsunâmis da Papua-Nova Guiné e dos Grandes Bancos vieram de terremotos desestabilizaram os sedimentos, forçando-os a fluir para o oceano e gerar um tsunâmi. Eles se dissipou antes de atravessar distâncias transoceânicas.

A causa da falha de sedimentos Storegga é desconhecida. As possibilidades incluem uma sobrecarga dos sedimentos, um terremoto ou uma versão de hidratos de gás (metano, etc)

sismo de Valdivia de 1960 (Mw 9,5), o sismo do Alasca de 1964 (Mw 9,2), e o sismo do Índico de 2004 (Mw 9,2), são exemplos recentes de terremotos poderosos que geraram tsunâmis (conhecido como teletsunâmis), que podem atravessar oceanos inteiros. Abalos menores (Mw 4,2) no Japão podem provocar maremotos (chamados "tsunâmis locais" e "tsunâmis regionais") que só podem devastar as costas nas proximidades, mas podem fazê-lo em apenas alguns minutos.

Em 1950, foi colocada a hipótese de que tsunâmis maiores do que anteriormente se acreditava possível podem ser causados por deslizamentos de terra, erupções vulcânicas explosivas (por exemplo, Santorini e Krakatoa) e eventos de impacto quando em contato com a água. Esses fenômenos deslocam rapidamente grandes volumes de água, como a energia da queda de detritos ou expansão das transferências para a água a uma taxa mais rápida do que a água pode absorver. A mídia costuma chamar esses eventos de "megatsunâmis".

Tsunâmis causados por esses mecanismos, ao contrário do tsunami transoceânico, podem se dissipar rapidamente e raramente afetam costas distantes, devido à pequena área de mar afetada. Estes acontecimentos podem dar origem a ondas de choque locais muito maiores (sóliton), tais como o deslizamento de terra na Baía Lituya, no Alasca em 1958, que produziu uma onda com um pico inicial estimado em 524 metros. No entanto, um deslizamento de terra muito grande pode gerar um megatsunâmi que pode percorrer distâncias transoceânicas, embora não haja evidências geológicas para apoiar esta hipótese.

Geração por abalos sísmicos

Sirenes por tsunami em DiliTimor-Leste.

Um terremoto pode gerar um tsunami se o tremor:

  • ocorrer logo abaixo de um corpo de água;
  • for de magnitude moderada ou alta;
  • Deslocar um volume bem grande de água.

Características

Quando a onda entra em águas rasas, ela diminui e sua amplitude (altura) aumenta.

As ondas geradas por ventos corriqueiros e ondas de gravidade têm um comprimento de onda (comprimento entre as cristas) de cerca de 100 metros e uma altura de alguns centímetros. Entretanto, um tsunâmi em alto mar tem um comprimento de onda de cerca de 200 km. Essa onda pode viajar a mais de 800 km/h, mas devido ao seu grande comprimento de onda, seu período (intervalo de tempo entre a passagem de uma crista e outra no mesmo local) pode durar de 20 a 30 minutos, e a amplitude de onda pode não passar de um metro.[12] Isso torna difícil a detecção de tsunâmis em águas profundas. Navios raramente notam a sua passagem.

À medida que o tsunami se aproxima da costa e as águas se tornam rasas, o empolamento da onda comprime a própria onda e sua velocidade diminui para menos de 80 km/h. Seu comprimento de onda diminui para menos de 20 km e sua amplitude cresce significativamente, produzindo uma onda claramente visível. Com o advento do tsunami sobre águas cada vez mais rasas, a velocidade da onda diminui pouco a pouco, podendo desacelerar para menos de 20 quilômetros por hora. Seu comprimento de onda pode diminuir para apenas alguns metros e sua amplitude pode alcançar mais de 10 metros; a altura da onda pode variar dependendo da intensidade do tsunami e do relevo da plataforma continental. Exceto para os tsunâmis muito grandes, a onda, ao se aproximar, não quebra, mas assemelha-se a um macaréu de grande velocidade.[13] A variação da profundidade da plataforma continental pode alterar a altura da onda. Nas baías abertas e zonas costeiras adjacentes às águas profundas, onde há uma plataforma continental relativamente estreita, a altura do tsunami pode aumentar consideravelmente.

O aumento do nível das águas causado pelo tsunâmi é medido em metros acima do nível do mar.[13] Um grande tsunami pode apresentar uma sequência de várias ondas que chegam durante um período de minutos a horas, sendo que o tempo entre uma onda e outra pode variar significativamente. A primeira onda a chegar à praia pode não trazer um significativo aumento do nível das águas,[14] pois esta perde energia ao encontrar com águas mais rasas. As ondas subsequentes são beneficiadas pelo aumento do nível do mar, podendo alcançar com mais impacto as regiões costeiras.

Cerca de 80% dos tsunâmis ocorrem no Oceano Pacífico, mas podem acontecer em qualquer grande massa de água, incluindo lagos. Além dos sismos, os tsunâmis podem ser causados por deslizamentos de terra, explosões vulcânicas e impacto de objetos de grandes dimensões.

História

Ficheiro:Samoa tsunami animation 20090929 samoa a.ogv
tsunami de Samoa em setembro de 2009.
Uma praia devastada em Chennai após o terremoto do Índico de 2004.
Animação exemplificativa do Tsunami do Índico, em 2004.

Embora os tsunâmis ocorram mais frequentemente no Oceano Pacífico, podem ocorrer em qualquer lugar. Existem muitas descrições antigas de ondas repentinas e catastróficas, particularmente em torno do Mar Mediterrâneo. Milhares de portugueses que sobreviveram ao grande Sismo de Lisboa de 1755 foram mortos por um tsunami que se seguiu poucos minutos depois. Antes da grande onda atingir, as águas do porto retrocederam, revelando carregamentos perdidos e naufrágios abandonados. No Atlântico Norte, o Storegga Slide tem a maior incidência.

Santorini

Estima-se que teria ocorrido entre 1650 e 1600 a.C. uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou à formação de um tsunâmi cuja altura máxima teria oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de Creta foi devastada até 70 quilômetros da mesma. Aquela onda teria certamente eliminado a grande maioria da população minoica que habitava ao longo da zona norte da ilha.

A explosão do Krakatoa

Ver artigo principal: Krakatao

A ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, explodiu com fúria devastadora em 1883. Várias ondas-tsunami geraram-se a partir da explosão, algumas atingindo os 40 metros acima do nível do mar. Foram observadas ao longo do Oceano Índico e Pacífico, na costa ocidental dos Estados UnidosAmérica do Sul, e mesmo perto do Canal da Mancha. Nas costas das ilhas de Java e Sumatra, a inundação entrou vários quilômetros adentro, causando inúmeras vítimas, o que influenciou a desistência da população em reabitar a costa, e subsequente êxodo para a selva. Atualmente, esta zona é designada por reserva natural Ujung Kulon. O vulcão se desintegrou totalmente e, desde 1927, no mesmo local do Krakatoa, surgiu o Anak Krakatau (filho de Krakatoa), que cresce cerca de cinco metros por ano, hoje alcançando 800 metros de altura e frequentemente ativo.[15] Suas ondas destruíram toda a vila que havia ali perto bem como o farol que orientava os navegantes, restando apenas sua base. A 50 metros dali, um novo farol foi construído.

22 de maio de 1960: O tsunami chileno

grande terremoto do Chile, o mais intenso terremoto já registrado,[16] ocorreu na costa sul-central do Chile.

12 de julho de 1993: Hokkaido

Um devastador tsunâmi ocorreu na costa da ilha de Hokkaido, no Japão em 12 de Julho de 1993, como resultado de um terremoto, resultando na morte de 202 pessoas na ilha de Okushiri e no desaparecimento de um número indeterminado.

Muitas cidades ao redor do Oceano Pacífico, principalmente no Japão e Hawaii, possuem sistemas de alerta e evacuação em caso da ocorrência de tsunâmis. Os tsunâmis de origem vulcânica ou tectónica podem ser previstos pelos institutos sismológicos e o seu avanço pode ser monitorizado por satélites.

26 de dezembro de 2004: Tsunâmi do Oceano Índico

Ver artigo principal: Sismo do Índico de 2004

sismo do Índico de 2004 disparou uma sequência de tsunâmis fatais em 26 de dezembro de 2004, com vítimas fatais relatadas em mais de 285.000. Após a tragédia, várias organizações de ajuda humanitária e governos de vários países disponibilizaram ajuda. A maior doação particular foi feita pela guru indiana Mata Amritanandamayi, também conhecida como "Amma", a grande mãe.

11 de março de 2011: Tsunâmi no Japão

Ver artigo principal: Sismo de Sendai de 2011

Ocorreu às 5:46 (UTC), 14:46 hora local, de 11 de março de 2011, que alcançou uma magnitude de 9,0 na escala sismológica de magnitude de momento (MW) e teve epicentro 130 km a leste de Sendai, no mar e ao largo da costa oriental da Região de Tohoku, na ilha de HonshuJapão, e a 700 km da capital, Tóquio.[17] Trata-se do mais forte sismo a atingir o Japão nos últimos 140 anos.[18]

6 de fevereiro de 2013: Ilhas Salomão

Ocorreu na quarta-feira (horário local) com um terremoto de 8,0 graus na Escala Richter. Teve um epicentro de até 1 metro, deixando 9 pessoas mortas, entre elas uma criança do sexo masculino e quatro idosos. Logo depois, um dia após o tsunami, vários terremotos atingiram as Ilhas Salomão, com riscos de grandes tsunâmis. O último tremor de 6,1 graus ocorreu às 19:30 locais (06:03, horário de Brasília) a 10 km de profundidade e a 314 quilômetros da cidade de Kirakira.

Outros tsunâmis históricos

DataMagnitudeAlt. máx.MortesLocal
2 de setembro de 19927,210 m170Nicarágua
12 de dezembro de 19927,526 m1 000Ilha de FloresIndonésia
12 de julho de 19937,630 m200HokkaidoJapão
2 de junho de 19947,214 m220Java, Indonésia
4 de outubro de 19948,111 m11Ilhas Curilas
14 de Novembro de 19947,17 m70MindoroFilipinas
21 de fevereiro de 19967,55 m12Peru
17 de julho de 19987,015 m2 000Nova Guiné
23 de junho de 20018,35 m50Peru
Oceano Índico
26 de dezembro de 2004
9,010 mc. 230 000Oceano Índico
Japão
11 de março de 2011
9,010 mc. 1 600Oceano Pacífico

Outros tsunâmis ocorridos incluem os seguintes:

  • Um dos piores desastres com tsunâmis arrasaram vilas inteiras ao longo de Sanriku, Japão, em 1896. Uma onda com uma altura de mais de sete andares afogou 26 mil pessoas. Mais de trinta mil pessoas morreram em Java durante um tsunâmi causado por uma erupção vulcânica no ano de 1883, quando a pequena ilha vizinha de Krakatoa explodiu seu vulcão interior.

Ameaças futuras

Em 2001, cientistas previram que uma futura erupção do instável vulcão Cumbre Vieja em La Palma (uma ilha das Ilhas Canárias) poderia causar um imenso deslizamento de terra para dentro do mar. Nesse potencial deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500 bilhões de toneladas) iria catastroficamente deslizar para dentro do oceano. Esse deslizamento causaria uma megatsunâmi de cem metros que devastaria a costa da África noroeste, com uma tsunâmi de trinta a cinquenta metros alcançando a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando devastação costeira em massa e a morte de prováveis milhões de pessoas. Especula-se também acerca da possibilidade de tal cataclisma atingir a costa norte brasileira, fato que desperta a preocupação de algumas autoridades, tendo em vista a inexistência de qualquer mecanismo de prevenção de tsunâmis no Brasil.[19][20]

Ver também

Notas

  1.  Embora a versão estrangeira da palavra ainda seja muito usada (caso em que deve ser destacada do texto, seja com aspas, seja colocando-a em itálico), os dois dicionários mais vendidos respectivamente no Brasil e em Portugal, o Dicionário Aurélio e o Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [1], da Porto Editora, já trazem a forma aportuguesada, tsunâmi, acentuada conforme o acordo ortográfico da língua portuguesa.
  2.  Alguns autores defendem que o termo tsunami é um estrangeirismo desnecessário, dado que significaria o mesmo que a forma "maremoto", já existente em português há séculos. É o caso do dicionário Priberam (Portugal). Já os dicionário da Porto Editora (Portugal) e os brasileiros Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio atribuem sentido diferente aos dois fenômenos: os maremotos seriam qualquer movimentação anômala do mar proveniente de um terremoto (em terra firme próxima, ou mesmo abaixo do oceano), ou mesmo por outros fatores, enquanto os tsunâmis seriam as ondas provocadas por um maremoto — especificamente, no caso, só as as ondas que atingem alguma área continental, provocando efeitos sobre a superfície terrestre.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «tsunâmi»Porto Editora - Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Consultado em 20 de setembro de 2015
  2. ↑ Ir para:a b c Dicionário Aurélio, verbete tsunâmi (s.m.)
  3.  1998, NHK日本語発音アクセント辞典 (NHK Japanese Pronunciation Accent Dictionary) (in Japanese), Tōkyō: NHK, ISBN 978-4-14-011112-3
  4.  Thucydides“A History of the Peloponnesian War”, 3.89.1–4
  5.  Smid, T. C. (Abril de 1970). 'Tsunamis' in Greek LiteratureGreece & Rome17 2nd ed. [S.l.: s.n.] pp. 100–104
  6.  [a. Jap. tsunami, tunami, f. tsu harbour + nami waves.—Oxford English Dictionary]
  7.  [2]
  8.  [3]
  9.  [4]
  10.  More than one ocean motion determines tsunami size Giant wave forecasts need to take into account horizontal motion on sloped seafloors por Thomas Summer (2017)
  11.  New insights on tsunami genesis and energy source por Y. Tony Song, Ali Mohtat, Solomon C. Yim DOI: 10.1002/2016JC012556
  12.  Tsunamis
  13. ↑ Ir para:a b «Life of a Tsunami»Western Coastal & Marine Geology. United States Geographical Survey. 22 de outubro de 2008. Consultado em 9 de setembro de 2009
  14.  Prof. Stephen A. Nelson (28 de janeiro de 2009). «Tsunami». Tulane University. Consultado em 9 de setembro de 2009
  15.  Global Volcanism Program - Krakatau (em inglês)
  16.  Historic Earthquakes - The Largest Earthquake in the World (em inglês)
  17.  «Magnitude 8.9 - NEAR THE EAST COAST OF HONSHU, JAPAN 2011 March 11 05:46:23 UTC». 11 de março de 2011. Consultado em 11 de março de 2011
  18.  publico.pt. «Tsunami atinge Japão após sismo de magnitude 8.9». Consultado em 11 de março de 2011. Arquivado do original em 14 de março de 2011
  19.  «Wave»
  20.  «Tidal Wave». CNN

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